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Lições CPAD teologia da prosperidade 1 trim-2012
Lições CPAD teologia da prosperidade 1 trim-2012

                                                       Lições Bíblicas CPAD

                                               Jovens e Adultos 

                                             1º Trimestre de 2012

 

Título: A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves 

 

Lição 1: O surgimento da Teologia da Prosperidade

Data: 1º de Janeiro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura, a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Rm 9.20).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O pecado da Teologia da Prosperidade consiste em sua anulação da soberania de Deus.

 

HINOS SUGERIDOS

 

121, 126, 229.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Sl 90.2

Deus é eterno

 

 

 

Terça - Is 51.12

O homem é mortal

 

 

 

Quarta - Jo 10.35

A Bíblia é a infalível revelação de Deus

 

 

 

Quinta - Cl 2.15

A salvação foi conquistada na cruz

 

 

 

Sexta - 1 Pe 4.12

Os justos também sofrem

 

 

 

Sábado - Gl 6.2

Devemos servir uns aos outros

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Lucas 12.13-21.

 

13 - E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.

14 - Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?

15 - E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.

16 - E propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância.

17 - E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.

18 - E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;

19 - e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.

20 - Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?

21 - Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado professor, apresente aos alunos o tema geral do primeiro trimestre de 2012 de Lições Bíblicas: “A Prosperidade à luz da Bíblia: A vida cristã abundante”. Explique que as treze lições analisam a prosperidade dentro de uma perspectiva bíblica ortodoxa. Fale também sobre o comentarista, pastor José Gonçalves — escritor, conferencista, bacharel em teologia, graduado em Filosofia; membro da Diretoria da Convenção Estadual da Assembléia de Deus do Piauí (CEADEP) e do Conselho de Apologética da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Explicar as raízes da Teologia da Prosperidade.
  • Descrever os principais ensinamentos da Teologia da Prosperidade.
  • Analisar as principais conseqüências da Teologia da Prosperidade.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, inicie a aula de hoje dizendo aos alunos que não é errado o crente ser próspero. Deus é bom e deseja que tenhamos uma vida abundante (Jo 10.10). Entretanto, isso não significa que teremos ausência de dor, escassez ou momentos difíceis. A Palavra de Deus está repleta de exemplos de homens que padeceram dores, enfermidades e escassez. Por isso, nesta primeira lição, enfatize que não podemos aceitar as heresias e as aberrações da chamada “Teologia da Prosperidade”. Este movimento, que surgiu no EUA, alastrou-se rapidamente pela América Latina e tem feito muitas igrejas abandonarem o genuíno Evangelho. Precisamos estar atentos, como disse-nos Jesus: “Acautelai-vos” (Lc 12.15).

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Teologia da Prosperidade: Uma teologia centrada na saúde e na prosperidade material, não na salvação em Jesus Cristo.

 

Neste trimestre, estudaremos a verdadeira prosperidade em contraposição à Teologia da Prosperidade, também conhecida como Confissão Positiva, que se constitui em uma ameaça à igreja cristã. Veremos que o fundamento da chamada Teologia da Prosperidade é um equívoco, mas que isso não anula a prosperidade ensinada na Palavra de Deus.

 

I. RAÍZES DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

 

1. Gnosticismo. Ainda em seus primórdios, a igreja cristã teve que refutar uma doutrina que demonstrou ser nociva para a fé evangélica: o gnosticismo. Tratava-se de uma crença que se originou antes de Cristo, e está associada aos sírios, babilônicos, egípcios e gregos. Tal ensino afirmava que a matéria era má e o espírito bom.

Esse dualismo entre matéria e espírito (filosofia do antigo platonismo) levou seus adeptos a negar a realidade da matéria. Já que a matéria não era real, o sofrimento também não passava de ilusão. A influência desse pensamento sobre a Igreja Primitiva pode ser percebida na crença que negava a natureza humana de Cristo. Em outras palavras, Cristo sendo bom não poderia habitar em um corpo físico que era mau. Essa forma de crer levou o apóstolo João a combatê-los veementemente (1 Jo 2.23; 4.2,3,15).

Foi a partir das crenças gnósticas que surgiram os modismos e heresias que viriam ameaçar a pureza da doutrina cristã. Entre estas ameaças está a Teologia da Prosperidade.

2. Crenças perigosas. Tais pensamentos não ficaram restritos ao passado, pois a humanidade adora especulações (Ec 7.29). Para se entender o surgimento da Teologia da Prosperidade, é preciso conhecer um pouco da história de Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866), criador do chamado “Novo Pensamento”. Quimby estudou espiritismo, ocultismo, parapsicologia e hipnose e, além de panteísta e universalista, acreditava também que o homem tem parte na divindade. Por isso, defendia que o pecado e a doença existem apenas na mente. Mary Baker Eddy (1821-1910), fundadora da “Ciência Cristã”, tornou-se discípula de Quimby após ser, supostamente, curada por ele.

3. Confissão positiva. A crença que diz ser possível ao cristão viver em total saúde e prosperidade financeira é resultado da junção dessas idéias. A ponte entre as crenças do Novo Pensamento, Ciência Cristã e a fé propriamente dita, foi feita por E. W. Kenyon e posteriormente por Kenneth E. Hagin.

Kenyon foi um cristão devoto, mas contaminou-se com os ensinos da Ciência Cristã. Já Kenneth E. Hagin foi influenciado por Kenyon e deste obteve a maioria dos seus ensinamentos. Hagin fundou seu ministério passando a divulgar a Teologia da Prosperidade ou Confissão Positiva. Ao pregar que os cristãos não podem sofrer ou ficar doentes e que devem tornar-se ricos à custa de sua fé, esse ensino tem produzido uma geração de crentes interesseiros e materialistas.

Deus “tornou-se” refém de leis espirituais que Ele supostamente teria criado. O segredo é descobrir como usar tais leis e assim conseguir o que quiser. Uma das mais utilizadas é a do determinismo. Fórmula essa que tem a força de mandar até mesmo em Deus! Uma vez que essas distorções passaram a ser reproduzidas em todo o mundo, não tardaram a chegar aqui através dos que andam a procura de novidades, desprezando a suficiência das Escrituras (Sl 119.14,72; Mt 4.4; Jo 17.17).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

As raízes da Teologia da Prosperidade não estão firmadas nas Sagradas Escrituras.

 

 

 

II. PRINCIPAIS ENSINAMENTOS DA “TEOLOGIA DA PROSPERIDADE”

 

1. Divinização do homem. A partir de uma interpretação equivocada de Salmos 82.6, os teólogos da prosperidade criaram a doutrina dos “pequenos deuses”. Kenneth Kopeland, pregador da Teologia da Prosperidade, afirmou certa feita: “Cachorros geram cachorros, gatos geram gatos e Deus gera deuses”. A intenção dessa doutrina é ensinar a “teologia do domínio”. Sendo deus, o crente agora pode tudo. A Bíblia, porém diz que o homem é estruturalmente pó (Gn 2.7; 3.19).

2. Demonização da salvação. Esse ensino chega ao extremo de afirmar que, ao morrer na cruz, Cristo teria assumido a natureza de Satanás e que o Filho de Deus teve de nascer de novo no inferno a fim de conquistar a salvação. Assim, os proponentes da Teologia da Prosperidade colocam o Diabo como coautor da salvação. Pois esta não aconteceu na cruz quando Cristo bradou “Está consumado!”, mas somente quando Ele voltou do inferno onde teria derrotado Satanás em seu próprio terreno. Hagin disse que o grito de Jesus referia-se ao fim da Antiga Aliança e não ao cumprimento do processo da salvação. A Bíblia, porém, diz que a salvação foi conquistada na cruz e que o maligno não tem parte com o Senhor (Mt 27.51; Jo 14.30).

3. Negação do sofrimento. Os crentes não precisam mais sofrer. Todo sofrimento já foi levado na cruz do Calvário e o Diabo deve ser responsabilizado por toda e qualquer situação de desconforto entre os crentes. Aqui há uma clara influência da Ciência Cristã que também não admite o sofrimento. A Bíblia diz que o cristão não deve temer o sofrimento e tampouco negá-lo (Cl 1.24; Tg 5.10)

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Contrariando o que a Bíblia diz, que o homem é estruturalmente pó, a Teologia da Prosperidade afirma que os homens são “pequenos deuses”.

 

 

 

III. CONSEQÜÊNCIAS DA “TEOLOGIA DA PROSPERIDADE”

 

1. Profissionalismo ministerial e espiritualidade mercantil. A primeira conseqüência danosa que a Teologia da Prosperidade causa pode ser vista nos púlpitos. O ministério que anteriormente era vocacional tornou-se, em alguns círculos, algo meramente profissional. Os pastores passaram a ser vistos como executivos bem-sucedidos! O pastor agora é visto como um profissional liberal e não como um ministro de Deus. Segundo a Teologia da Prosperidade, ele não mais pastoreia (1 Pe 5.2), mas gerencia sua igreja. A igreja passa a ter a mesma dinâmica administrativa de uma grande empresa. A fé tornou-se um bem de consumo e os adoradores foram alçados a consumidores. Já existem denominações que contratam institutos de pesquisas para verificar se abrir uma igreja em determinado bairro é viável. Pode ser que não seja lucrativo (1 Tm 6.5)!

2. Narcisismo e hedonismo. O narcisista é aquele que só pensa em si e nunca nos outros (Fp 2.4). A Teologia da Prosperidade tem gerado milhares de crentes narcisistas. Estão morrendo e matando uns aos outros. Já o hedonista é aquele que vive em função dos prazeres.

3. Modismos e perda de ideais. De vez em quando aparece uma nova onda no meio dos crentes. São modismos teológicos para todos os gostos. Antes era o cair no espírito, a unção do riso, etc. Atualmente a lista está bem maior. Outra conseqüência terrível da Teologia da Prosperidade é a perda dos ideais cristãos. Ao criar essa mentalidade de mercado e transformar os crentes em consumidores, a Teologia da Prosperidade acabou esvaziando os ideais do Reino de Deus. Para que buscar o perfeito estado eterno se é possível possuir tudo agora? A escatologia bíblica é trocada por uma teologia puramente utilitarista (Mt 6.33; Cl 3.2).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A divinização do homem, a demonização da salvação e a negação do sofrimento são os principais pilares da Teologia da Prosperidade.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A Bíblia fala da verdadeira prosperidade, mas os excessos criados por uma teologia que fomenta o materialismo é anti-bíblico. Devemos nos resguardar dos absurdos criados pela Teologia da Prosperidade no que concerne à doutrina cristã. Nenhum crente, a fim de prosperar, necessita aderir às fórmulas inventadas pelos pregadores da prosperidade. A verdadeira prosperidade vem como resultado de um correto relacionamento com Deus que é fruto de um coração obediente.

 

VOCABULÁRIO

 

Hipnose: Prática que leva uma pessoa ao estado de transe, a fim de analisar o seu inconsciente.
Mesopotâmia: Região situada entre rios.
Ocultismo: Estudos e práticas de arte divinatórias.
Parapsicologia: Estudos pseudocientíficos dos fenômenos da psique humana.
Platonismo: Doutrina de Platão, filósofo grego.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HANEGRAAFF, H. Cristianismo em Crise. 4.ed., RJ: CPAD, 2004.
SOARES, E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que afirmava a doutrina do gnosticismo?

R. Que a matéria era má e o espírito bom.

 

2. Segundo a lição, o que afirma a confissão positiva?

R. Ser possível o cristão viver em plena saúde e vida financeira.

 

3. Quais são os principais ensinamentos da Teologia da Prosperidade?

R. Divinização do homem, demonização da salvação e negação do sofrimento.

 

4. O que afirma o ensino da demonização da salvação?

R. Que Jesus quando morreu na cruz, assumiu a natureza de Satanás e nasceu de novo no inferno para conquistar a salvação.

 

5. Cite três conseqüências nocivas da Teologia da Prosperidade.

R. Profissionalismo ministerial, espiritualidade mercantil e narcisismo.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Apologético

 

“A Teologia da Prosperidade

A mensagem dos profetas da Prosperidade está centrada na saúde e na prosperidade, e não na salvação, sendo um desvio do verdadeiro evangelho de Cristo.

O movimento Confissão Positiva não é denominação e nem seita, mas um movimento no seio das igrejas pentecostais e neopentecostais, que enfatiza o poder do crente em adquirir tudo o que quiser. É, também, conhecido como ‘Teologia da Prosperidade’, ‘Palavra da Fé’ ou ‘Movimento da Fé’. Sua origem está no ocultismo, suas crenças e práticas, algumas vezes, são aberrações doutrinárias e outras heresias.

A Confissão Positiva é uma adaptação, com aparência cristã, das idéias do hipnotizador Finéias Parkhurst Quimby (1802-1866), conhecido como Pai da Ciências da Mente. Quimby era praticamente da saúde mental e acreditava que o pecado, a enfermidade e a perturbação só existem na mente das pessoas, e não, na realidade. Chamava seu sistema metafísico de cura de ‘Ciência do Cristo’, e, em 1863, chamou-o de ‘Ciência Cristã’.

Os quimbistas criam no poder da mente, negavam a existência da matéria, do sofrimento, do pecado e da enfermidade. Deles, surgiram vários movimentos ocultistas [...]. Seus promotores querem, ainda hoje, passar-se por cristãos evangélicos” (SOARES, E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.305,6).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Apologético

 

       “Essek William Kenyon. O movimento Confissão Positiva surgiu de forma gradual a partir dos ensinos e escritos de Essek William Kenyon (1867-1948), cujo ensino era inspirado na seita Ciência Cristã. Em 1891, Kenyon ingressou na Emerson School of Oratory (Escola Emerson de Oratória), em Boston, EUA, escola eclética fundada e dirigida por Charles Emerson.

Kenyon empenhou-se nas campanhas, pregando salvação e cura em Jesus Cristo, dando ênfase aos textos bíblicos que falam de saúde e prosperidade. Aplicava a técnica do poder do pensamento positivo. Não era pentecostal, pastoreou várias igrejas e fundou outras. Ele foi influenciado pelas seitas Ciência da Mente, Ciência Cristã e a Metafísica do Novo Pensamento. Escreveu 16 livros, e, depois de sua morte, em 1948, sua filha encarregou-se de publicar suas obras que tiveram grande influência na ‘Palavra da Fé’. Hoje, ele é conhecido como o Pai do movimento Confissão Positiva”.

       “Keneth Hagin. É reconhecido como mestre, prolífico autor e advogado da mensagem da ‘Palavra da Fé’. Nasceu prematuramente, em 1917, com problemas de coração e ficou inválido durante 15 anos. Ele converteu-se ao evangelho em 22 de abril de 1933, e, no ano seguinte, o Senhor Jesus o curou. Ele recebeu o batismo no Espírito Santo em 1937, ano em que ele tornou-se ministro pentecostal, depois pastoreou seis igrejas no estado do Texas. Hagin foi o principal expositor das idéias de Kenyon”.

(SOARES, E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.306,9).

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 2: A prosperidade no Antigo Testamento

Data: 8 de Janeiro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em sua mão(Gn 39.3).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A prosperidade no Antigo Testamento está diretamente relacionada à obediência à Palavra de Deus e à dedicação ao trabalho.

 

HINOS SUGERIDOS

 

1, 3, 28.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Dt 15.7

A prosperidade deve ser solidária

 

 

 

Terça - Pv 10.22

A prosperidade revela a espiritualidade

 

 

 

Quarta - Dt 8.18

A prosperidade associada ao trabalho

 

 

 

Quinta - Gn 26.12

A prosperidade em decorrência da bênção do Senhor

 

 

 

Sexta - Dt 28.2

A prosperidade como retribuição da obediência

 

 

 

Sábado - 1 Sm 2.7

A prosperidade como resultado do agir soberano de Deus

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Deuteronômio 8.11-18.

 

11 - Guarda-te para que te não esqueças do SENHOR, teu Deus, não guardando os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos, que hoje te ordeno;

12 - para que, porventura, havendo tu comido, e estando farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as,

13 - e se tiverem aumentado as tuas vacas e as tuas ovelhas, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens,

14 - se não eleve o teu coração, e te esqueças do SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão;

15 - que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de secura, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha do seixal;

16 - que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, e para, no teu fim, te fazer bem;

17 - e não digas no teu coração: A minha força e a fortaleza de meu braço me adquiriram este poder.

18 - Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires poder; para confirmar o seu concerto, que jurou a teus pais, como se vê neste dia.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado professor, nesta lição estudaremos a respeito da Prosperidade no Antigo Testamento. É importante enfatizar que a prosperidade na Antiga Aliança está diretamente relacionada à obediência à Palavra de Deus e a dedicação ao trabalho. É algo que vai muito além dos bens materiais. Veremos que no Antigo Testamento, a verdadeira prosperidade é primeiramente espiritual. Uma vida bem-sucedida não é resultado do sucesso financeiro, mas sim da obediência a Deus, da fidelidade e da santidade: “Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço escreve-as na tábua do teu coração e acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens” (Pv 3.3,4).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conceituar a prosperidade no Antigo Testamento.
  • Identificar as fontes da prosperidade no Antigo Pacto.
  • Compreender os princípios veterotestamentários que dão base para a prosperidade.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, inicie a aula de hoje definindo prosperidade. Explique que, diferentemente do que é ensinado em muitos lugares, a prosperidade nas Escrituras está relacionada com a solidariedade, espiritualidade, o bem estar físico, a retribuição e o trabalho como o resultado da soberania do nosso Deus. Para elaborar um resumo panorâmico do tema, reproduza o quadro explicativo abaixo conforme a sua possibilidade. Conclua a lição enfatizando que a prosperidade, tal como as Escrituras expõem, resulta dos atos soberanos de Deus.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Prosperidade: Estado do que é ou se torna próspero; abundância.

 

As Escrituras Sagradas têm muito a dizer sobre a prosperidade do povo de Deus e grande parte desse ensino encontra-se no Antigo Testamento. O hebraico possui cerca de vinte e cinco palavras que podem ser traduzidas respectivamente como prosperidade, riquezas e bens. O termo hebraico mais comum é tsalach (Gn 39.2; Js 1.8; Sl 1.3) e no grego é euodoo (1 Co 16.2).

Todavia, é bom lembrar que a prosperidade no Antigo Pacto não está associada apenas ao acúmulo de posses e bens ou à saúde perfeita, mas, sobretudo, a um íntimo relacionamento com o Senhor. É possível alguém ser rico, possuir boa saúde e muitos bens e mesmo assim não ser próspero.

Ter sucesso, mas não uma vida abundante. Nesta lição, procuraremos mostrar como o Antigo Testamento define alguém que alcançou a verdadeira prosperidade.

 

I. RIQUEZA E POBREZA; DOENÇA E CURA NA ANTIGA ALIANÇA

 

1. Prosperidade e solidariedade. Riqueza e pobreza no Antigo Testamento andam lado a lado (Rt 2.1,2). Uma leitura cuidadosa ajuda a corrigir duas idéias erradas sobre os conceitos de pobreza e riqueza. A primeira mostra a riqueza como dádiva de Deus, e a pobreza como marca do julgamento divino. A segunda associa a riqueza à maldade e a pobreza à piedade. Fica logo perceptível que ninguém é amaldiçoado por ser pobre e tampouco abençoado por ser rico. Tanto o pobre como o rico dependem do favor de Deus (1 Sm 2.7,8). A Bíblia mostra primeiramente que os mais abastados devem se importar com os menos favorecidos (Dt 15.4,11). A prosperidade só se legitima quando converte-se em solidariedade.

2. Prosperidade e espiritualidade. A idéia veterotestamentária de prosperidade transcende o simples acúmulo de bens materiais ou o bem estar físico. Na verdade, a compreensão que se tem no Antigo Pacto é que a prosperidade, antes de tudo, é espiritual para só secundariamente ser material (Sl 73). Constata-se pelas Escrituras que existem outros valores, embora não materiais, tidos como grandes riquezas e verdadeiros tesouros (Pv 10.22).

Dentre as várias coisas que a Antiga Aliança mostra como sendo de valor maior do que bens materiais estão, por exemplo, o conhecimento (Pv 3.13; 20.15), a integridade (Sl 7.8; 78.72), a justiça (Sl 15.2; Pv 8.18; 14.34), o entendimento (Pv 15.32; 19.8), a humildade e a paz (Pv 15.33; 18.12; 12.20).

3. Prosperidade e bem-estar físico. O Antigo Testamento apresenta uma variedade de doenças que afligiam o povo (Jó 2.7; Is 38.21). A medicina era limitada e os médicos dos tempos bíblicos quase que se restringiam a tratar dos ferimentos exteriores. Nesse contexto, a Escritura apresenta Deus como o médico de Israel (Êx 15.26).

É interessante observarmos que nessa mesma passagem de Êxodo, Deus também aparece como aquEle que fere. O Deus da Bíblia é poderoso para curar, mas também é soberano para permitir a doença (Dt 7.15; Jó 5.18)! Essa visão teológica do Antigo Testamento revela que sobre todas as coisas está a soberania divina, pois, até mesmo o sofrimento pode atender aos seus propósitos (Sl 119.67).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Na Antiga Aliança a prosperidade está intimamente relacionada com a solidariedade, espiritualidade e o bem-estar físico do homem.

 

 

 

II. A PROSPERIDADE COMO RESULTADO DO TRABALHO E DO FAVOR DE DEUS

 

1. O trabalho como propósito divino. No Antigo Pacto, riqueza e trabalho também estão intimamente relacionados. A idéia de prosperar e enriquecer por outros meios que não o trabalho é algo estranho à Escritura. Ainda no paraíso, coube como tarefa ao primeiro homem cuidar do jardim, vigiando-o e lavrando-o (Gn 2.15). Portanto, o Senhor faz prosperar, mas o faz através do trabalho (Dt 8.18). A palavra hebraica koach traduzida como “força”, nessa passagem, significa vigor e força humana. Refere-se claramente ao esforço humano como resultado do trabalho. Por outro lado, a palavra “poder”, traduzida do hebraicochayil, nesse texto, mantém a idéia de eficiência, fartura e riqueza. A perspectiva aqui é que prosperidade e trabalho são indissociáveis. Onde a primeira está certamente o segundo também se encontra.

O trabalho dignifica o homem e o faz prosperar. Esse fato é ampliado na literatura hebraica sapiencial que condena veementemente a indolência e a preguiça (Pv 21.25). Diante do Senhor ninguém será considerado bom crente se negligenciar o trabalho. A esses, cabe o conselho de Provérbios 6.6, pois os homens mais espirituais da Bíblia viviam nos labores de suas atividades.

2. A bênção de Deus como favor divino. Uma idéia fundamental para se compreender a prosperidade no Antigo Testamento é o fato de ela acontecer como o resultado do favor divino. A prosperidade é uma bênção de Deus ao homem (Pv 10.22). Até mesmo os incrédulos enriquecem em decorrência desse favor. Na teologia, isso é definido como “graça comum”, um favor divino dado aos homens indistintamente. É essa graça que faz a chuva vir sobre os bons e os maus (Mt 5.45).

Quando se negligencia esse importante princípio, é fácil transformar o trabalho em mero ativismo em vez de algo prazeroso. Reconhecer o Senhor como a fonte de toda prosperidade é a melhor forma de proteger-se da ganância que persegue quem possui riquezas (Sl 127.1,2).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

No Antigo Testamento a prosperidade é conseqüência direta do trabalho relacionado ao favor de Deus. Logo, a preguiça é reprovável.

 

 

 

III. PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A PROSPERIDADE

 

1. Retribuição. No período patriarcal, vemos Abraão ser abençoado porque obedeceu a voz do Senhor (Gn 14.18-20). O mesmo acontece com os outros patriarcas (Gn 25.11; 30.43). No Pentateuco, a lei da retribuição é bem conhecida do povo de Deus (Dt 27-28). A obediência seria a causa das bênçãos de prosperidade, enquanto as maldições seriam o efeito da desobediência. Mas é, sobretudo, no período tribal que vemos esse princípio em toda a sua força (Jz 3.12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1).

Para o autor de Juízes, o resultado para a punição dos israelitas dava-se em razão de uma vida desobediente diante de Deus (Jz 21.25). Durante a monarquia, período que vemos a atuação enérgica dos profetas, os reis eram avaliados pelo bem ou pelo mal que haviam praticado diante do Senhor (1 Rs 15.11; 2 Rs 12.2; 16.2; 2 Cr 28.1).

2. Soberania divina. O Antigo Testamento mostra que nem tudo aquilo que se relaciona à prosperidade pode ser explicado simplesmente através de uma lei de causa e efeito ou do pecado e suas conseqüências. É evidente que a lei da retribuição é vista como um princípio básico, mas a teologia da Antiga Aliança deixa claro que a soberania de Deus deve ser levada em conta quando avaliamos as ações dos homens.

Alguns textos revelam que os justos sofrem e os maus prosperam (Sl 73). Embora pareça-nos paradoxal, é bíblico. O livro de Jó, por exemplo, detalha a luta de um homem que, à primeira vista, reconhecia apenas o princípio da retribuição. Os amigos de Jó compartilhavam da visão de que se alguém sofre ou passa reveses na vida é porque cometeu algum pecado (Jó 4.8). Todavia, o real propósito do livro não é apenas focalizar o sofrimento humano, mas revelar como Deus se relaciona com seus filhos (Jó 42.3). Princípio que é fartamente demonstrado em o Novo Testamento (2 Co 12.7).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A lei da retribuição, bem conhecida pelos judeus, e a soberania divina são os princípios bíblicos que regem a prosperidade veterotestamentária.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A prosperidade no Antigo Testamento é resultado da bênção do Senhor sobre os empreendimentos do seu povo. Tal prosperidade não se fundamenta em méritos pessoais, mas é uma resposta à obediência que se constrói como resultado de um relacionamento correto com Deus. A prosperidade, portanto, não é meramente circunstancial, nem tampouco pode ser entendida apenas como uma lei de causa e efeito, mas deve levar em conta os atos soberanos do Senhor.

 

VOCABULÁRIO

 

Dádiva: Ato ou efeito de dar espontaneamente algo de valor.
Paradoxal: O que se baseia em paradoxos, ou seja, aparentes contradições.
Reveses: Circunstâncias desfavoráveis, ruins de alguma coisa.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

PALMER, M. D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001.
SOARES, E. Heresias e Modismos: Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quais são as duas idéias equivocadas sobre pobreza e riqueza no contexto do Antigo Testamento?

R. A primeira idéia mostra a riqueza como dádiva de Deus e a pobreza como a marca do julgamento divino. A segunda associa a riqueza à maldade e pobreza à piedade.

 

2. Como devemos compreender a prosperidade no Antigo Pacto?

R. A prosperidade, antes de tudo, é espiritual para só secundariamente ser material.

 

3. Explique a relação existente entre a prosperidade e o trabalho no Antigo Pacto.

R. No Antigo Pacto, riqueza e trabalho estão intimamente ligados. A idéia de enriquecer por outros meios que não o trabalho é algo estranho à Escritura.

 

4. De acordo com a lição, defina graça comum.

R. Graça comum é o favor divino dado aos homens indistintamente.

 

5. Quais os dois princípios bíblicos por trás da prosperidade no Antigo Testamento?

R. Retribuição e soberania divina.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“O que é trabalho

[...] Primeiro, embora estrênuo, trabalho não é simplesmente labuta e fadiga, como alguns tendem a pensar, interpretando Gênesis 3 em parte incorretamente. Na verdade, muitos gozam do trabalho que fazem e os que fazem são os melhores trabalhadores. Não seria estranho dizer que os melhores trabalhadores não trabalham? Segundo, trabalho não é simplesmente emprego remunerado. Embora a maioria das pessoas nas sociedades industrializadas esteja empregada pela remuneração que percebem, muitos trabalham duro sem receber pagamento. Pegue, por exemplo, as donas de casa (raramente donos de casa) que gastam quase todas as horas em que estão acordadas mantendo uma casa em ordem e criando os filhos. Muitas delas com razão se ressentem quando as pessoas insinuam que não trabalham; isto é acrescentar um insulto (Você não trabalha!) e uma injúria (elas não recebem pagamentos). Precisamos de uma definição abrangente de trabalho. [...] Uma definição muito simples de trabalho seria ‘uma atividade que serve para satisfazer as necessidades humanas’” (PALMER, M. D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.225,26).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“Por que Trabalhamos?

[...] Primeiro, Deus criou os seres humanos para trabalhar. Considere os dois relatos da criação nos primeiros capítulos de Gênesis. Em Gênesis 1.26, lemos que Deus criou os seres humanos como macho e fêmea para ‘dominarem’ sobre toda a terra. Dois versículos mais adiante, Deus abençoou o primeiro casal humano e ordenou-lhe que ‘sujeitasse’ a terra e ‘dominasse’ sobre todos os seres vivos (o que, a propósito, não lhe deu licença para destruir o meio ambiente [...]). O ‘domínio’, que só pode ser exercido pelo trabalho, é o propósito para o qual Deus criou os seres humanos (não o único propósito, mas um propósito). Que isso esteja mencionado aqui explicitamente é, sem dúvida, significativo. O trabalho, podemos concluir, pertence essencialmente à própria natureza dos seres humanos conforme originalmente criados por Deus. Isto é porque encontramos realização pessoal no trabalho significativo, e, por outro lado, se não podemos trabalhar achamos que nossa vida é vazia e sem sentido.

[...] Segundo, nós trabalhamos porque Deus nos dota e nos chama a trabalhar. É de se esperar que o Deus que criou os humanos para trabalhar, também lhes desses talentos para realizar as várias tarefas e os chamasse para estas tarefas. E é exatamente isto que encontramos no Antigo Testamento. O Espírito de Deus inspirou os artesãos e artistas que projetaram, construíram e adornaram o Tabernáculo e o Templo. ‘Eis que o Senhor tem chamado por nome a Bezalel. [...] E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência em todo artifício. [...] Também lhe tem disposto o coração para ensinar a outros’ (Êxodo 35.30-34). ‘E deu Davi a Salomão, seu filho, [...] o risco de tudo quanto tinha no seu ânimo, a saber: dos átrios da Casa do SENHOR’ (1 Cr 28.11,12). Além disso, a Bíblia diz freqüentemente que os juízes e reis de Israel faziam suas tarefas sob a unção do Espírito de Deus (veja Juízes 3.10; 1 Samuel 16.13; 23.2; Provérbios 16.10).

Quando chegamos no Novo Testamento, a primeira coisa que notamos é que todo o povo de Deus é dotado e chamado para fazer várias obras pelo Espírito de Deus (veja Atos 2.17; 1 Coríntios 12.7), e não apenas as pessoas especiais como os artesãos do Templo, reis ou profetas. Colocado no contexto do novo concerto, as passagens do Antigo Testamento citadas há pouco provêem ilustrações bíblicas para uma compreensão carismática de todos os tipos básicos de trabalho humano: Todo o trabalho humano, quer seja complicado ou simples, é possibilitado pela operação do Espírito de Deus na pessoa que trabalha” (PALMER, M. D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.227,28).

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 3: Os frutos da obediência na vida de Israel

Data: 15 de Janeiro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

E será que, havendo-te o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra, a que vais para possuí-la, então, pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim e a maldição sobre o monte Ebal” (Dt 11.29).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A verdadeira prosperidade é o resultado de um correto relacionamento com Deus e da obediência à sua Palavra.

 

HINOS SUGERIDOS

 

6, 50, 432.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Dt 27.13

A desobediência quebra a aliança com Deus

 

 

 

Terça - Dt 28.1

A obediência gera a prosperidade

 

 

 

Quarta - Dt 28.18-25

A desobediência traz graves consequências

 

 

 

Quinta - 1 Sm 15.19,20

Atentando para a voz do Senhor

 

 

 

Sexta - 2 Rs 24.14,15

A desobediência traz a derrota

 

 

 

Sábado - 2 Rs 10.30,31

A obediência não pode ser parcial

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Deuteronômio 11.26-32.

 

26 - Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição:

27 - a bênção, quando ouvirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos mando;

28 - porém a maldição, se não ouvirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.

29 - E será que, havendo-te o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra, a que vais para possuí-la, então, pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim e a maldição sobre o monte Ebal.

30 - Porventura não estão eles daquém do Jordão, junto ao caminho do pôr do sol, na terra dos cananeus, que habitam na campina defronte de Gilgal, junto aos carvalhais de Moré?

31 - Porque passareis o Jordão para entrardes a possuir a terra que vos dá o SENHOR, vosso Deus; e a possuireis e nela habitareis.

32 - Tende, pois, cuidado em fazer todos os estatutos e os juízos que eu hoje vos proponho.

 

INTERAÇÃO

 

Esta lição é de inquestionável importância diante do que temos visto e ouvido no meio evangélico e em nossa sociedade. Atualmente a palavra obediência parece andar um tanto esquecida. Fala-se muito em bênçãos e prosperidade, todavia, muitos se esquecem de que as bênçãos são decorrentes da obediência aos princípios divinos. Obedecer a Deus não é um fardo, mas uma alegria, pois o amamos. A obediência é uma prova viva de amor ao Pai Celestial.

Deus é bom e quer nos abençoar integralmente. Entretanto, Ele também é justiça. A justiça do Pai, assim como a sua bondade, atinge todas as áreas de nossas vidas.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Compreender que obediência a Deus é a condição indispensável para um viver próspero.
  • Conscientizar-se de que a desobediência é a causa da maldição.
  • Citar algumas das consequências da obediência na vida do crente.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, sugerimos que você inicie a aula levantando a seguinte questão: “De onde procedem tanta violência e males em nossa sociedade?”. Ouça os alunos com atenção e explique que muitos males são advindos da desobediência aos princípios divinos. Enfatize o fato de que a desobediência gera maldição. Depois, reproduza no quadro de giz o esquema abaixo e mostre algumas das consequências da desobediência relacionadas no texto de Deuteronômio 28. Enfatize o fato de que não podemos desenvolver uma relação descompromissada com Deus. As consequências são trágicas!

 

MALDIÇÕES PARA A DESOBEDIÊNCIA SEGUNDO DEUTERONÔMIO 28

 

         Pestilência (v.21);

         Consumo pela ferrugem e destruição das sementeiras (v.22);

         Enfermidades (febre, inflamação, úlceras, tumores, sarna) (vv.22,27);

         Seca (v.24);

         Céus de bronze e terra de ferro (v.23);

         Não poderiam resistir os inimigos (v.25);

         Dispersão do povo de Deus (v.64);

         Redução do povo (v.62).

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Obediência: Sujeição voluntária a Deus e às suas leis.

 

Nesta lição, veremos que, no Antigo Testamento, há muitas e grandiosas promessas para Israel. Mas, também, há muitas advertências para esse mesmo povo, caso viesse a desobedecer a Deus. Os capítulos 27 e 28 de Deuteronômio, embora destinados aos israelitas, deveriam ser lidos por todos os crentes, pois os seus princípios são universais.

Em ambas as passagens, somos alertados quanto ao perigo da desobediência. Mas, lembre-se de uma coisa muito importante: não devemos obedecer a Deus apenas para ser abençoados, mas porque o amamos com todo o nosso ser e com toda a nossa alma.

 

I. OBEDIÊNCIA, UM FIRME FUNDAMENTO

 

1. Deus fala e quer ser ouvido. Moisés chama a atenção do povo para a necessidade de se “ouvir a voz do Senhor”, como condição indispensável para um viver próspero (Dt 28.1). Isto porque as bênçãos do Senhor são fundamentadas em sua Palavra e qualquer promessa deve estar condicionada àquilo que ela diz. No discurso de Moisés, há uma extensa lista de bênçãos que viriam em virtude de uma resposta positiva à Palavra de Deus (Dt 28.1-14).

Observe que o texto não afirma que as bênçãos virão automaticamente, mas em virtude de se ouvir a voz divina (Dt 28.1). Esse dado reforça o fato de que as bênçãos existem e estão disponíveis para serem desfrutadas, mas estão condicionadas a um relacionamento correto com a Palavra de Deus. O Senhor não se responsabiliza por aquilo que Ele não prometeu, ou por aquilo que alguém acrescentou à sua Palavra, acreditando ser parte dela (Dt 4.2; 18.21,22).

2. A obediência e suas reais motivações. Em Deuteronômio, observamos que a verdadeira obediência a Deus deve ser motivada por um coração amoroso e grato. Logo, o relacionamento do crente com o Senhor é a bênção que engloba todas as demais. Não havia, portanto, uma relação de troca ou barganha. A obediência era uma forma de amorosa gratidão no relacionamento com Deus. A desobediência quebrava tal relação (Dt 28.15).

Através da observância da Palavra de Deus, Israel poderia experimentar a verdadeira prosperidade. A condição para tal pode ser resumida na frase encontrada várias vezes no Pentateuco: “Se ouvires a minha voz e, guardares os meus estatutos” (Êx 15.26; 19.5; Lv 26.14; Dt 28.1).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Somente através da observância da Palavra de Deus, podemos experimentar a verdadeira prosperidade.

 

 

 

II. DESOBEDIÊNCIA, A CAUSA DA MALDIÇÃO

 

1. A quebra da aliança. Em Deuteronômio 27.15-26 e 28.16-19, a maldição aparece como resultado da desobediência, ocasionando a quebra da aliança divina. Observa-se que, assim como a bênção está associada à obediência a Deus, da mesma forma a maldição vem associada à desobediência! A lei da retribuição, tanto no seu sentido positivo como negativo, é bem clara no Antigo Testamento (Dt 28.47,48). Mas isso não significa que os justos estivessem livres de tribulações e angústias, pois os santos são constantemente provados (Jo 16.33).

2. A maldição da idolatria. A maldição vez por outra alcançava o povo de Israel por causa da idolatria, que é veementemente condenada na Bíblia (Dt 27.15). O que é a idolatria? É colocar qualquer coisa, ou pessoa, em lugar de Deus. Logo, se colocarmos os bens materiais acima de Deus, estamos incorrendo no pecado da idolatria. Isto significa também que não devemos obedecer a Deus, visando apenas as riquezas deste mundo. Temos de amá-lo e obedecer-lhe a Palavra independentemente de qualquer recompensa material (Mt 22.37)!

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A maldição é resultado do desprezo aos preceitos divinos.

 

 

 

III. A OBEDIÊNCIA E SUAS LIÇÕES

 

1. A bênção como instrumento de proteção. Deus prometeu segurança ao povo de Israel (Dt 28.7), mas isto não descartava a possibilidade de a nação eleita passar por situações conflituosas. Aliás, muitas são as adversidades daqueles que desejam viver piamente em Cristo (2 Tm 3.12). Mas há promessas de proteção e segurança para o crente. É só confiar! Nós somos a propriedade particular de Deus (1 Pe 2.9). A ideia de um povo santo, separado e consagrado ao Senhor permeia toda a Escritura.

Você quer ser abençoado? Então, reconheça seus limites e consagre-se inteiramente a Deus.

2. Período tribal e monárquico. No período dos juízes, o povo fazia o que achava mais correto (Jz 21.25). Isso explica o estado de anarquia em que a nação estava mergulhada. Somente a intervenção dos juízes trazia o povo de volta à obediência, fazendo-o experimentar a bênção divina (Jz 3.7-11).

No período monárquico, a atuação dos profetas faz-se ainda mais notória. Chamados por Deus para clamar contra a idolatria e as injustiças sociais, os profetas falavam tanto ao povo como aos governantes. A maior parte das profecias do Antigo Testamento está diretamente relacionada ao combate às injustiças sociais.

Para os profetas, nenhuma prosperidade era legítima se fosse alcançada à custa dos menos favorecidos (Is 58.7). Esse período deixa-nos a seguinte lição: a pobreza é causada também pelas injustiças cometidas pelos governantes e a prosperidade advém como resultado do temor que os mandatários nutrem por aquele que governa todas as coisas: o Todo-Poderoso Deus (2 Cr 31.20). Estamos nós cuidando dos mais necessitados?

3. As falsas ideias sobre maldição. Atualmente, há um ensino muito popular entre os evangélicos que associa a pobreza ao pecado e os infortúnios da vida a alguma maldição não quebrada. Esse falso ensino é também denominado de “maldição hereditária”.

Crendo nessa falsa doutrina, muitos cristãos entraram numa espécie de paranóia, procurando alguma maldição para quebrar.

Um exame das Escrituras, porém, mostra que a desobediência à Palavra de Deus, e não uma maldição hereditária, é a causa do castigo! Ninguém necessita participar de nenhum ritual de quebra de maldição, pois a Escritura afirma que “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Cl 3.13).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Muitos infortúnios na vida do crente são resultados da desobediência à Palavra de Deus e não de supostas maldições hereditárias.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Nesta lição, destacamos que Deus quer fazer prosperar o seu povo e para isso deu-lhe muitas promessas. Outrossim, precisamos deixar bem claro que o fato de um crente passar por lutas e dificuldades não significa que ele esteja em pecado ou em desobediência a Deus, pois o próprio Cristo alertou-nos de que no mundo seremos afligidos (Jo 16.33). Mas que o pecado traz consequências para a vida do crente, não o podemos negar (Gl 6.7). Por isso, devemos agir com muito equilíbrio e sobriedade ao tratar desse assunto.

 

VOCABULÁRIO

 

Mandatário: Aquele que recebe mandato ou procuração para agir em nome de outro.
Monarquia: Forma de governo cujo chefe de Estado tem o título de Rei ou Rainha.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Comentário Bíblico Beacon: Gênesis a Deuteronômio. Vol. 1, RJ: CPAD, 2005.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.

 

EXERCÍCIOS

 

1. De acordo com a lição, qual a condição indispensável para um viver próspero?

R. Ouvir e obedecer a voz do Senhor.

 

2. Qual deve ser a verdadeira motivação para a obedecermos a Deus?

R. A verdadeira obediência a Deus deve ser motivada por um coração amoroso e grato.

 

3. A maldição na vida do crente é resultado de quê?

R. Da desobediência as leis divinas.

 

4. O que é idolatria?

R. É colocar qualquer coisa, ou pessoa, em lugar de Deus.

 

5. Você tem procurado obedecer aos preceitos do Senhor? Quais são os resultados já obtidos?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“Maldição

Às várias palavras hebraicas e gregas para maldição, denotam a expressão de um desejo ou oração para que o mal sobrevenha a alguém. Esta ideia encontrou uma grande variedade de usos na vida de Israel, e era universalmente conhecida entre os seus vizinhos. Os termos de um contrato ou tratado eram protegidos pelas maldições ou imprecações dirigidas a qualquer um que violasse o acordo no futuro. Medidas semelhantes de segurança são encontradas nas inscrições reais, onde maldições eram pronunciadas sobre qualquer um que pudesse alterar ou destruir a inscrição. Maldições também eram dirigidas contra assassinos (Gn 4.11,12), assim como contra os inimigos que no futuro pudessem prejudicar alguém (2 Sm 18.32), ou que já estivessem prejudicando alguém (Jr 12.3). Na verdade, as maldições eram empregadas onde quer que estivessem faltando as medidas punitivas e protetoras, ou onde estas estivessem presentes porém fossem consideradas inadequadas.

Quando se trata de Deus, amaldiçoar é um termo antropomórfico que expressa o desagrado divino ou uma justiça vingadora (por exemplo, Gn 3.14-19; 5.29; 12.3). A antítese natural de todas essas maldições é a bênção. A eficácia da maldição dependia basicamente da aprovação e execução divinas” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed., RJ: CPAD, 2009, p.1202).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“Pronunciarem a maldição (Dt 27.13) — A palavra específica para maldição usada aqui (me’erah) significa um ato de intimação. Esse substantivo e seu verbo (‘arar) fazem mais do que definir as consequências de atos errados. Servem como uma declararão judicial de punições que Deus havia imposto. A pessoa ou coisa amaldiçoada está de uma maneira significativa presa, enfraquecida, limitada e incapaz de fazer o que, de outro modo, tivesse condições. Aqui, como em outras violações da lei divina, a maldição não é pronunciada depois do ato, mas está ligada ao ato; assim, alguém é ‘automaticamente’ amaldiçoado quando peca. Quão fútil pensar, como alguns fazem, que ‘eu estarei salvo, mesmo que persista em andar à minha própria maneira (Dt 29.19)’.

O cativeiro (28.15-68). Essa passagem esboça os cada vez mais severos julgamentos que as futuras gerações podem esperar se persistirem em violar os estatutos de Deus, e afastar-se Dele para a idolatria. A culminante punição é o cativeiro (vv.63,64). Essa punição final é vividamente descrita nos versos 64-68, e é frequentemente encontrada nos profetas. Entre as advertências dos profetas baseadas nessa passagem de Deuteronômio estão: Is 5.13; Jr 13.19, 46.19; Ez 12.3-11; Am 5.27; 6.7; 7.11-17, etc. Essas advertências tornaram-se mais frequentes quando o restante das condenações encontradas em Deuteronômio 28 foram impostas e ignoradas por Israel.

O que realmente aconteceu? Séculos depois que Moisés escreveu as palavras de advertência, o povo de Israel dividiu-se em duas nações, norte e sul. O Reino do Norte, chamado Israel, foi subjugado. O seu povo levado em cativeiro pelos assírios em 722 a.C. O Reino do Sul, Judá, sobreviveu somente até 586 a.C, quando, após uma série de deportações, os babilônios finalmente destruíram Jerusalém” (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse, capítulo por capítulo. 1.ed., RJ: CPAD, 2009, p.138).

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 4: A prosperidade em o Novo Testamento

Data: 22 de Janeiro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O conceito de prosperidade em o Novo Testamento vai muito além da aquisição de bens terrenos; ele está fundamentado nas promessas do reino de Deus na época vindoura.

 

HINOS SUGERIDOS

 

242, 459, 560.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - 1 Tm 6.8-10

A prosperidade não é sucesso

 

 

 

Terça - Lc 12.15

A prosperidade revela-se no que somos

 

 

 

Quarta - Mt 6.31

A prosperidade e as preocupações da vida

 

 

 

Quinta - Cl 2.2,3

A verdadeira prosperidade

 

 

 

Sexta - At 6.1-6

Prosperidade para suprir os necessitados

 

 

 

Sábado - Rm 15.26

Prosperidade e solidariedade

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

2 Coríntios 8.1-9.

 

1 - Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia;

2 - como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade.

3 - Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente,

4 - pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.

5 - E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus;

6 - de maneira que exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também acabe essa graça entre vós.

7 - Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vosso amor para conosco, assim também abundeis nessa graça.

8 - Não digo isso como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade do vosso amor;

9 - porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, como você definiria prosperidade? Ser próspero é ter muitos bens materiais? A Palavra de Deus nos mostra que ser bem-sucedido e próspero vai muito além dos bens materiais. Jesus optou por ter um estilo de vida simples e nunca incentivou seus discípulos a buscarem ou acumularem tesouros na terra (Mt 6.19-21). Ele nos ensinou a buscar o Reino de Deus e a sua justiça em primeiro lugar (Mt 6.33). Para o Salvador o que importa não é o ter, mas o ser. Nesta lição, veremos que verdadeira prosperidade consiste em ter um relacionamento perfeito com o Pai Celeste. Ter vida próspera é ter paz interior. E essa paz dinheiro algum pode comprar.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Saber que a prosperidade em o Novo Testamento é escatológica.
  • Conscientizar-se de que a prosperidade em o Novo Testamento é mais uma questão de ser que de ter.
  • Compreender que a prosperidade em o Novo testamento é sempre uma questão filantrópica.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, providencie cópias do quadro abaixo para os alunos. Distribua as cópias e explique a turma que, de acordo com a mentalidade mundana e antibíblica, o “ter” passou a substituir o “ser”. Como servos de Deus, não podemos concordar com tal pensamento (Rm 12.2). Com o auxílio das cópias, exponha o contraste entre as mentalidades mundana e bíblica com respeito aos bens materiais. Diga que a Palavra de Deus deve ser a nossa única regra de fé e prática. As Escrituras deixam claro que os bens espirituais transcendem infinitamente os materiais.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Filantropia: Desprendimento, generosidade para com outrem; caridade.

 

Na lição de hoje, veremos o que significa a prosperidade para o cristão (1 Co 16.2; 3 Jo 2). Entre outras coisas, buscaremos responder a esta importante pergunta: Como o Senhor Jesus e seus apóstolos definiram a verdadeira prosperidade? (Jo 10.10; Fp 4.12,18). Verificaremos que o sentido de prosperidade, em o Novo Testamento, vai muito além das posses materiais. Você tem porfiado por viver uma vida de íntima comunhão com o Senhor? Isso é viver prosperamente.

 

I. A PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO É ESCATOLÓGICA

 

1. Prosperidade e consumo. Contrastando a doutrina do Novo Testamento sobre a prosperidade com o ensino de determinados mestres, constatamos haver uma abissal diferença entre ambos. Enquanto os tais doutores incentivam o consumo e o acúmulo de bens materiais, o Senhor Jesus e seus apóstolos até desencorajam tal ideia (Mt 6.19; 1 Tm 6.8-10). É por isso que muitos cristãos, apesar das aparências, não se enquadram no modelo apresentado pela Palavra de Deus.

Sucesso e consumo são termos que definem o que se considera hoje uma vida próspera. Todavia, é importante ressaltar: a prosperidade, de acordo com o ensino apostólico, não significa realização material, mas o aprofundamento da comunhão do ser humano com Deus. Se para o homem moderno prosperar implica galgar os degraus do sucesso e da fama, para a Bíblia tais coisas não têm valor algum. Aliás, ela até incentiva a perda desses bens (Fp 3.7,8; Lc 18.22; 19.2,8)!

2. Prosperidade e futuridade. A promessa de uma vida absolutamente saudável, rica, bem-sucedida e livre de aflições nada tem a ver com a visão escatológica dos primeiros cristãos. Por já estarem desfrutando das bênçãos do mundo vindouro (Mc 10.29,30), eles tinham os corações completamente voltados para a manifestação plena do Reino de Deus. Isso levou o apóstolo Paulo a desejar ardentemente a vinda do Senhor (1 Ts 4.17; 2 Co 5.8; 2 Tm 4.8).

Faz-se necessário resgatar a dimensão escatológica que caracterizava a Igreja Primitiva (Mt 6.31). A Escritura exorta-nos a não confiar nas riquezas (1 Tm 6.17) nem acumulá-las (Mt 6.19). Se o crente colocar o coração nos bens materiais certamente cairá na tentação da cobiça (1 Tm 6.9,10). Tiago alerta que a confiança nos bens terrenos conduz à opressão e ao engano (Tg 2.6; 5.4).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Ser próspero não significa ter bens materiais, mas uma profunda comunhão com Deus.

 

 

 

II. A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É MAIS UMA QUESTÃO DE SER DO QUE DE TER

 

1. Tesouros na terra. O Novo Testamento adverte-nos quanto ao perigo da inversão dos valores eternos (Lc 12.13-21). Nessa passagem, encontramos alguém que estava mais preocupado em ter do que ser. Ele queria “ter” muitos bens materiais, mas demonstrou total descaso em “ser” alguém zeloso pelas coisas espirituais (Lc 12.21). O “ter” está relacionado com aquilo que possuímos, enquanto que o “ser” com aquilo que realmente somos. O texto sagrado revela que quando Deus pediu a alma daquele homem, este nada tinha preparado (Lc 12.20). A riqueza em si não é má. Porém, o que fazemos dela pode transformar-se em algo danoso para nós e para os que nos cercam (Sl 62.10).

A Bíblia condena o “amor do dinheiro”, mas não a sua aquisição através do trabalho honesto e responsável (1 Tm 6.10). Na História Sagrada, encontramos várias pessoas ricas e, nem por isso, foram condenadas, pois tinham a Deus sempre em primeiro plano (Mt 27.57; Lc 19.2). Mas, infelizmente, muitos preferem as riquezas a manter uma profunda e doce comunhão com o Senhor (Lc 18.24).

2. Tesouros no céu. Na doutrina apostólica, os verdadeiros valores são os eternos e não os temporais. Sim, as verdadeiras riquezas são as espirituais e não as materiais. Os judeus do tempo de Jesus acreditavam que a posse dos bens terrenos era sinal do favor divino. Logo, os ricos deveriam ser tratados com especial deferência. Foi por isso que os discípulos estranharam quando Jesus afirmou: “Quão dificilmente, entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus” (Lc 18.24,25). Diante disso, indagaram: “Logo, quem pode ser salvo?”.

Acreditava-se que a riqueza era evidência de salvação! Jesus prontamente corrigiu essa ideia (Lc 12.15). Paulo deixa bem claro que os bens espirituais transcendem infinitamente os materiais (Ef 3.8; 1 Co 1.30,31). Eis por que não se importou de perder tudo para ganhar o Filho de Deus (Fp 3.7,8). Não se esqueça, Cristo deve ser buscado e almejado, porque nEle estão todos os verdadeiros tesouros e riquezas (Cl 2.3).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

No ensino apostólico, as verdadeiras riquezas são as espirituais e não as materiais.

 

 

 

III. A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É FILANTRÓPICA

 

1. Uma igreja com diferentes classes sociais. Nos dias de Jesus, havia diferentes classes sociais. Havia os ricos, a classe média, os diaristas e os escravos. Havia também uma boa parte da população que era amparada pelo governo. Quando a Igreja teve início, pessoas de todas essas camadas sociais agregaram-se à nova fé (At 6.7). Tanto Paulo quanto os outros apóstolos a todos instruía indistintamente (1 Co 7.21; Fm 10-18). A Igreja, embora social e economicamente heterogênea, era homogênea em sua fé (At 4.32).

2. Não esquecer dos pobres. O cuidado com os menos favorecidos é um dever da Igreja. Paulo recorda que Pedro, Tiago e João, que eram tidos como as colunas da igreja em Jerusalém, pediram-lhe que não se esquecesse dos pobres (Cl 2.10). A pobreza entre os crentes hebreus deu-se em decorrência da fome que acabou por atingir o mundo daquela época (At 11.28).

Assim orientado, Paulo iniciou uma campanha para arrecadar donativos para os crentes pobres de Jerusalém. As igrejas gentias responderam generosamente ao apelo do apóstolo (Rm 15.26). Os irmãos de Corinto, entretanto, não se mostraram entusiasmados para cooperar. Por causa disso, foram exortados pelo apóstolo (2 Co 8-9).

Há muitos crentes que, embora ricos espiritualmente, carecem de bens materiais para a sua sobrevivência. A estes não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria. A prosperidade legitima-se com a generosidade.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A prosperidade bíblica legitima-se na generosidade.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A vida abundante está relacionada a um correto relacionamento com Deus, que resulta em paz interior. Embora possamos ser agraciados com bens materiais, nossa vida não deve ser direcionada por uma cultura de consumo que busca desenfreadamente a realização do ego em detrimento dos valores espirituais. É o que nos ensina o Novo Testamento.

 

VOCABULÁRIO

 

Abissal: Referente ao abismo; abismal.
Donativo: Objeto de doação; presente.
Heterogênea: De diferente natureza.
Homogênea: Adesão entre seus elementos.
Porfia: Luta por uma coisa desejada.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. De acordo com ensino apostólico, o que significa prosperidade?

R. Significa o aprofundamento da comunhão do ser humano com Deus.

 

2. De acordo com a epístola de Tiago, o que a confiança nos bens materiais gera?

R. A confiança nos bens terrenos conduz à opressão e ao engano (Tg 2.6; 5.4).

 

3. As riquezas segundo as Escrituras são más? Explique.

R. A riqueza em si não é má. Porém, o que fazemos dela pode transformar-se em algo danoso para nós e para os que nos cercam (Sl 62.10).

 

4. Quais são os verdadeiros valores segundo a doutrina apostólica?

R. Os verdadeiros valores são os eternos e não os temporais.

 

5. A que está relacionada a vida abundante?

R. A vida abundante está relacionada a um correto relacionamento com Deus, que resulta em paz interior.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Devocional

 

“Quando somos bem-sucedidos, não devemos confiar no sucesso, mas acreditar em Deus, que nos concedeu os talentos; permanecer humildes, honestos e dependentes; saber que, por alguma razão, recebemos um dever sagrado; não depender de títulos, influência, dinheiro ou posição; confiar diariamente no Criador e saber que, tenhamos muito ou pouco, o seu amor por nós jamais mudará. Ele não se impressiona com riqueza, educação ou poder. O que o impressiona é a nossa confiança sincera nEle.

[...] Quando Deus nos proporciona algum êxito, a sua intenção é que o usemos a favor dEle. O nosso sucesso pode ser a ferramenta que ajudará outras pessoas, individual ou coletivamente. Ele também pode ser usado com motivos e comportamentos errados, bem como por egoísmo.

Deus criou-nos para sermos bem-sucedidos. Mas qual é a definição que Ele faz de sucesso? Seria poder? Seria aquilo que temos ou quanto dinheiro possuímos? Teria algo a ver com educação, política, ou ser diretor de uma companhia que aparece na lista das 500 empresas mais produtivas [...]?

Estas são algumas definições comuns, e que têm o seu valor. Contudo, é mais profundo que isto. Embora Deus deseje que todos sejamos bem-sucedidos, precisamos entender não apenas a sua definição de sucesso, mas de onde ela vem - e devemos segurá-la gentilmente” (COODALL, W. O Sucesso que Mata: Fuja das armadilhas que roubam os seus sonhos. 1.ed., RJ: CPAD, 2011, p.16).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“[...] O que Deus quer de nós não é o nosso dinheiro. Quando nos entregamos ao Senhor, aderimos à contribuição (2 Co 8.5). Lembre-se do exemplo de Cristo. Ele nos deu tudo para enriquecer as nossas vidas. As riquezas que temos nele são as verdadeiras riquezas, não a opulência material (2 Co 8.9). Contribua na medida de sua possibilidade. O ato de doar não tem como objetivo empobrecer o contribuinte. O que agrada a Deus não é o montante da doação comparada com a nossa disponibilidade, mas a disposição em fazê-lo. Contribua para satisfazer necessidades. A contribuição tem por objetivo as necessidades básicas de cristãos carentes. Este princípio reflete a vulnerabilidade do mundo do século primeiro aos famintos e a igreja nas perseguições, que geralmente significa que os crentes perderam seus meios de subsistência. O princípio de contribuir era uma forma de externar a sensibilidade aos pobres e de que nossa preocupação maior ainda deve ser para com a carência humana e não com as questões de ordem patrimonial, pois a igreja de Jesus é gente. Contribuir é semear. A oferta é um investimento para o nosso futuro eterno. Quanto maior o investimento, maior será o retorno (2 Co 9.6)” (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia:Uma análise de Gênesis a Apocalipse, capítulo por capítulo. 1.ed., RJ: CPAD, 2005, p.781).

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 5: As bênçãos de Israel e o que cabe à Igreja

Data: 29 de Janeiro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1.3,4).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Se observarmos a Palavra de Deus, experimentaremos a verdadeira prosperidade: a comunhão plena, em Cristo, com o Pai Celestial.

 

HINOS SUGERIDOS

 

107, 110, 196

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Gn 12.1-3

A bênção de Deus sobre Israel

 

 

 

Terça - Gn 25.11

A bênção de Deus sobre Isaque

 

 

 

Quarta - Gn 30.43; 31.9-16

A bênção de Deus sobre Jacó

 

 

 

Quinta - Gn 45.1-11

A bênção de Deus sobre José

 

 

 

Sexta - Dt 28.1-14

A bênção de Deus sobre os israelitas

 

 

 

Sábado - Gl 3.14

A bênção de Deus sobre a Igreja

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Gálatas 3.2-9.

 

2 - Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?

3 - Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?

4 - Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão.

5 - Aquele, pois, que vos dá o Espírito e que opera maravilhas entre vós o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?

6 - É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.

7 - Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.

8 - Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti,

9 - De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.

 

INTERAÇÃO

 

Quem não gostaria de receber uma bênção da parte de Deus? Todos querem ser abençoados e o Senhor, na sua infinita bondade e misericórdia, tem bênçãos para todos. Na sua Palavra encontramos muitas promessas preciosas e incondicionais para toda a humanidade, como por exemplo, a vinda do seu Filho Unigênito a este mundo (2 Pe 3.4). Todavia, algumas bênçãos e promessas são específicas para Israel e outras são para a Igreja. Na lição de hoje veremos que as bênçãos divinas podem ser gerais, individuais, para Israel e para a Igreja, porém enfatizaremos as duas últimas. Procure ressaltar que já participamos das bênçãos da Nova Aliança quando, pela fé, entregamos nossa vida a Jesus e recebemos o perdão dos nossos pecados por intermédio do sangue do Cordeiro Imaculado. Essa é a maior bênção que uma pessoa pode experimentar.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Identificar o caráter pessoal das bênçãos sobre Abraão.
  • Compreender o aspecto nacional da bênção de Deus sobre Israel.
  • Conscientizar-se de que através da igreja as bênçãos de Deus têm um alcance universal.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para a aula de hoje providencie cópias do quadro abaixo para os alunos, inicie a aula fazendo a seguinte indagação: “As promessas bíblicas são válidas para as pessoas em todos os tempos?”. Ouça com atenção as respostas e incentive a participação da classe. Depois, com o auxílio das cópias, explique de modo resumido, alguns princípios para a interpretação das promessas bíblicas.

 

Princípios para a interpretação das promessas bíblicas

 

1. Promessas feitas a indivíduos específicos não foram formuladas com a intenção de serem válidas para todos os crentes.

2. Promessas feitas aos israelitas do Antigo Testamento geralmente não se aplicam a pessoas de hoje.

3. Algumas promessas bíblicas feitas no Antigo Testamento são aplicáveis aos dias de hoje. Nessa categoria estão as promessas bíblicas baseadas na natureza de Deus, promessas com paralelos em o Novo Testamento e promessas gerais para ‘os que confiam no Senhor’.

4. Os ‘ditos de sabedoria’ do livro de Provérbios não foram escritos para serem considerados como promessas bíblicas.

5. Palavras ditas por seres humanos registradas na Escritura não são, necessariamente, promessas bíblicas.

6. Algumas promessas bíblicas são incondicionais, enquanto outras são condicionais.

7. Ao interpretar as promessas de Deus, tenha sempre em mente o que outras passagens sobre o mesmo assunto revelam.

8. Ao interpretar as promessas de Deus, deixe o contexto determinar o significado apropriado das palavras bíblicas.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Promessas: Ato amoroso por meio do qual o Senhor estabelece um compromisso fiel e santo com seus servos.

 

Neste domingo, veremos que Deus deseja conceder bênçãos ainda maiores aos seus filhos. Há bênçãos pessoais, nacionais e universais. Em primeiro lugar, estudaremos as bênçãos prometidas por Deus especificamente a Israel. E depois as que Ele destinou à sua Igreja. Isto implica em analisarmos as promessas divinas do Antigo Testamento em seus devidos contextos. Se não o fizermos, corremos o risco de não compreendermos devidamente o plano divino para a nossa vida.

Por conseguinte, há que se distinguir as esferas da atuação divina em cada uma das alianças.

Nesta lição, procuraremos mostrar, através da Bíblia, o que foi prometido a Israel e o que cabe à Igreja de Cristo.

 

I. ABRAÃO E O ASPECTO PESSOAL DA BÊNÇÃO

 

1. O alcance individual das bênçãos. A Bíblia revela que Deus trata com pessoas e não apenas com nações. É o que aprendemos com a vida de Abraão. Na Antiga Aliança, as bênçãos contemplavam o presente, mas também apontavam para o porvir. Eram circunstanciais, porém sinalizavam algo permanente. As bênçãos, portanto, eram tanto temporais como eternas. As temporais eram aquelas que diziam respeito à realidade pessoal do patriarca; as eternas referiam-se às promessas que estavam por se cumprir na plenitude dos tempos (Gl 4.4).

Quando Deus chamou Abraão de Ur dos Caldeus, o patriarca não partiu motivado por expectativas materiais e financeiras, mas saiu para cumprir a vontade divina. Mas nem por isso Abraão deixou de ser abençoado com bens materiais (Gn 24.35). Ele sabia como lidar com o transitório, pois tinha a mente no eterno.

2. O alcance social das bênçãos. De nada adianta possuir bênçãos materiais, se aqueles que estão ao nosso redor, não forem alcançados em decorrência de nossa confissão e testemunho (Gn 12.3). De acordo com o texto bíblico, Abraão desfrutava de um excelente conceito por parte dos que o cercavam. Através dele, todos eram abençoados (Hb 11.7,8). Haja vista o reconhecimento que o patriarca alcançou ao longo da história. Por intermédio dele, todos fomos abençoados com a salvação em Jesus Cristo (Gl 3.8,9).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Por intermédio de Abraão, todas as nações tém acesso à salvação em Jesus Cristo.

 

 

 

II. ISRAEL E O ASPECTO NACIONAL DA BÊNÇÃO

 

1. O alcance geográfico das bênçãos. Havia bênçãos dadas a Israel que eram de caráter puramente nacional; diziam respeito unicamente a ele como povo. Por outro lado, havia aquelas de caráter universal e espiritual que apontavam para um futuro distante. Como povo, Israel necessitava de uma terra para habitar. Por isso, ao chamar Abraão, o Senhor prometeu fazer dele uma grande nação (Gn 12.2) e dar a terra de Canaã como herança perpétua a ele e aos descendentes (Gn 17.8). O aspecto geográfico da bênção é muito importante na história do povo judeu. Canaã foi prometida a Abraão e à sua posteridade. É uma bênção que diz respeito unicamente ao povo de Israel (Dt 28.8).

2. O alcance político das bênçãos. Na lista de bênçãos a Israel, encontramos as de natureza política que se referiam ao seu relacionamento com nações vizinhas. Israel estava localizado em um meio hostil. Por isso mesmo, dependia da guarda divina (Dt 28.7). Mas, intervindo Deus, a nação israelita veio a ser respeitada e temida como propriedade particular do Senhor (Dt 28.10). É fácil percebermos que nem todas as bênçãos prometidas a Israel, através dos patriarcas, podem ser aplicadas a nós, pois eram destinadas exclusivamente ao povo hebreu.

3. O alcance global das bênçãos. Quando Deus diz a Abraão, por exemplo, que “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3), referia-se à salvação que viria a ser oferecida, gratuitamente, a todos os povos através da pessoa bendita de Jesus Cristo (Gl 3.8). Com respeito à promessa, afirmou o Senhor Jesus: “Abraão viu o seu dia e se alegrou” (Jo 8.56). Por conseguinte, a bênção da salvação não era apenas para a posteridade de Abraão, mas também para todos os povos. O mesmo se pode dizer acerca do derramamento do Espírito Santo. A promessa, embora feita a Israel, acha-se disponível a todos os que recebem a Jesus como salvador (Jl 2.28-31; cf. At 2.39).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Nem todas as bênçãos prometidas a Israel podem ser aplicadas a nós atualmente, pois eram destinadas exclusivamente ao povo hebreu.

 

 

 

III. A IGREJA E O ASPECTO UNIVERSAL DA BÊNÇÃO

 

1. Transitório versus eterno. Já vimos que as bênçãos na Antiga Aliança eram de natureza material, social e também espiritual. Em todos os casos, elas faziam sobressair o seu aspecto temporal em contraste com a Nova Aliança (Hb 8.13; 10.34). Nesta, as bênçãos são eternas. O que foi prometido na Antiga Aliança tem o seu pleno cumprimento na Nova. O transitório pertencia ao Antigo Pacto; o permanente ao Novo (2 Co 3.1-11). Isto significa que as bênçãos, em sua plenitude, estavam reservadas para a Nova Aliança.

2. Material versus espiritual. Afinal, o que pertencia a Israel e que pode ser também desfrutado pela Igreja? Paulo escreveu aos Efésios que Cristo nos “abençoou com toda sorte de bênçãos espirituais” (1.3). É evidente, porém, que aquilo que é eterno pode englobar o transitório, assim como o que é coletivo pode contemplar algo particular ou individual. As promessas espirituais atendem também as nossas necessidades físicas e materiais, embora o seu real propósito esteja muito além dessa dimensão. O que deve ser destacado é que o material jamais deve sobrepor-se ao espiritual.

Inverter a ordem das coisas é incorrer em sério risco! As bênçãos da Antiga Aliança, por exemplo, incluíam bois, jumentos, ovelhas, prata e ouro (Gn 24.35; Jó 1.1-3). Por outro lado, as da Nova Aliança fazem referência à justificação (Gl 2.16,21), ao dom do Espírito Santo (Gl 3.2), à herança espiritual de filho de Deus (Rm 8.14), à vida eterna (Gl 3.21; Rm 8.2) e à verdadeira liberdade que só encontramos em Cristo (Gl 4.8-10; 5.1). Em outras palavras, as bênçãos da Nova Aliança se sobrepõem às da Antiga e são superiores e exclusivas para os crentes do Novo Pacto, tanto judeus quanto gentios (Hb 8.6). Basta aceitar a Cristo para ter acesso a elas.

3. Pobreza e riqueza. O crente não precisa idealizar a pobreza como evidência de uma vida espiritual plena. O Novo Testamento, aliás, não condena a posse de bens materiais e o gozo de plena saúde. A Escritura mostra exemplos de pessoas piedosas que possuíam bens terrenos (Jo 3.1; 19.39) e desfrutavam perfeita saúde (3 Jo 2). O que não se deve esquecer é que na Igreja há irmãos carentes e enfermos (1 Tm 5.23; 2 Tm 4.20). E isso não significa que os crentes pobres e doentes não estejam em comunhão com Deus, pois como advertiu-nos Jesus, no mundo teremos aflições.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Todas as promessas divinas feitas na Antiga Aliança têm o seu pleno cumprimento na Nova.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Escrevendo aos filipenses, o apóstolo Paulo afirmou: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). Embora o cristão não tenha como evitar o lado “temporal” da vida, seu olhar deve fixar-se em sua redenção eterna. Jesus sabia da sedução que os bens terrenos podem exercer sobre nós e por isso advertiu: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21). Por esse motivo, coloquemos o Senhor Jesus sempre em primeiro lugar.

 

VOCABULÁRIO

 

Posteridade: Descendentes futuros de um indivíduo.
Temporal: Relativo a tempo; temporário.
Transitório: Que dura certo tempo; breve; passageiro; transitivo.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

RHODES, R. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
BENTHO, E. Hermenêutica Fácil e Descomplicada. 4.ed., RJ: CPAD, 2006.

 

EXERCÍCIOS

 

1. As bênçãos na Antiga Aliança eram apenas temporais? Explique-as.

R. As bênçãos eram tanto temporais como eternas. As temporais eram aquelas que diziam respeito à realidade pessoal do patriarca; as eternas referiam-se às promessas que estavam por se cumprir na plenitude dos tempos (Gl 4.4).

 

2. As bênçãos prometidas a Israel, através dos patriarcas, podem ser aplicadas a nós atualmente?

R. Não, pois eram destinadas exclusivamente ao povo hebreu.

 

3. As bênçãos na Nova Aliança são transitórias?

R. Não, elas são eternas.

 

4. As bênçãos da Nova Aliança fazem referência a quê?

R. As bênçãos da Nova Aliança fazem referência à justificação (Gl 2.16,21), ao dom do Espírito Santo (Gl 3.2), à herança espiritual de filho de Deus (Rm 8.14), à vida eterna (Gl 3.21; Rm 8.2) e à verdadeira liberdade que só encontramos em Cristo (Gl 4.8-10; 5.1).

 

5. Depois de estudar a lição, qual ensino você pode extrair para sua vida pessoal?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“Algumas promessas bíblicas feitas no Antigo Testamento são aplicáveis aos dias de hoje.

Nessa categoria estão as promessas bíblicas baseadas na natureza de Deus, e não em circunstâncias específicas concernentes aos israelitas. Um exemplo disso é Isaías 55.11, que faz referência à eficácia da Palavra de Deus: ‘Assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei’. Essa promessa está baseada inteiramente na soberania intrínseca de Deus. Como o versículo está baseado na natureza de Deus (uma natureza que não muda), ele fala de algo que é verdade em qualquer tempo e em qualquer lugar. Portanto, podemos ficar seguros de que a Palavra de Deus é tão eficaz hoje quanto era na época do Antigo testamento. Algumas promessas feitas no Antigo Testamento se aplicam hoje por causa das fortes promessas paralelas encontradas no Novo Testamento. Esses paralelos indicam que Deus faz determinadas promessas gerais aos que o seguem, não importa se viveram na época do Antigo ou do Novo Testamento, ou até depois. Um exemplo está em Salmos 34.22: ‘O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele confiam será condenado’. Isto soa bem semelhante a João 3.18, onde lemos: ‘Quem crê nele não será condenado’” (RHODES, R. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, p.22).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Hermenêutico

 

“Ao interpretar as promessas de Deus, tenha sempre em mente o que outras passagens sobre o mesmo assunto revelam. A Escritura interpreta a si mesma. Este princípio diz que, se alguém interpreta um determinado versículo de uma maneira que contradiz claramente outros versículos bíblicos, então essa interpretação está incorreta. A harmonia escriturística é essencial. Em vista desse princípio, considere a promessa bíblica em Marcos 11.23,24: ‘Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis’.

Precisamos interpretar essa promessa à luz do que é revelado por outros versículos da Bíblia. O contexto mais amplo da Escritura impõe limitações sobre o que Deus nos dará. Deus não pode nos dar, literalmente, qualquer coisa. Por exemplo, Deus não pode atender a solicitação de uma criatura para ser Deus, nem atender um pedido de aprovação do nosso pecado. Deus não nos dará uma pedra, se pedirmos um pão, nem uma serpente, se pedirmos um peixe (Mt 7.9,10).

A Bíblia impõe outras condições, além de fé, sobre a promessa de Deus atender a oração. Precisamos estar nEle e deixar que a sua Palavra esteja em nós (Jo 15.7). Não podemos ‘pedir mal’ para satisfazer nosso egoísmo (Tg 4.3). Além disso, precisamos pedir ‘segundo a sua vontade’ (1 Jo 5.14). Não podemos nos esquecer que, quando reivindicamos promessas condicionais de Deus, este ‘se for da tua vontade’ deve sempre ser dito, explícita ou implicitamente. A maioria das modernas versões bíblicas tem referências cruzadas listadas numa coluna. Recomendo que, ao ler uma promessa bíblica, você examine as referências cruzadas para ter certeza de que está interpretando a promessa corretamente” (RHODES, R. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.25-6).

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 6: A prosperidade dos bem-aventurados

Data: 5 de Fevereiro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração” (Lc 4.18).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A verdadeira prosperidade não reside no acúmulo de bens materiais, mas se encontra na abundância dos bens espirituais que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo nos proporciona.

 

HINOS SUGERIDOS

 

126, 459, 560

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Mt 5.2,6

Os prósperos têm carências

 

 

 

Terça - Mt 5.4

Os prósperos também lamentam

 

 

 

Quarta - Mt 5.8

Os prósperos são santos

 

 

 

Quinta - Mt 5.5,7

Os prósperos são virtuosos

 

 

 

Sexta - Mt 5.9

Os prósperos promovem a paz

 

 

 

Sábado - Mt 5.10,11

Os prósperos também sofrem

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 5.1-12.

 

1 - E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;

2 - e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo:

3 - Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus;

4 - bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

5 - bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;

6 - bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;

7 - bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;

8 - bem-aventurados os limpos de coração; porque eles verão a Deus;

9 - bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

10 - bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;

11 - bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.

12 - Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado professor, você tem desfrutado das bem-aventuranças? Este é o tema que estudaremos na lição de hoje: “A Prosperidade dos Bem-Aventurados”. Ser um bem-aventurado não é ter muitos bens materiais, mas é viver do favor de Deus. A graça divina nos dá condições para vivermos segundo os seus preceitos. Sabemos que na Lei de Moisés alguém para ser abençoado necessitava fazer alguma coisa. Porém, na dispensação da graça, os bem-aventurados são aqueles que não necessitam fazer coisa alguma, visto que pela fé o Filho de Deus já fez por eles! Por isso mesmo praticam boas obras. Enfatize, também, que para sermos abençoados, basta permanecermos firmes em Jesus Cristo.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Saber quais são os fundamentos das bem-aventuranças.
  • Explicar as bem-aventuranças da mansidão e da misericórdia.
  • Conscientizar-se de que a prosperidade dos bem aventurados firma-se nas coisas espirituais e não nas materiais.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, reproduza no quadro de giz o esquema abaixo. Depois, pergunte aos alunos: “O que significa ser bem-aventurado?” Ouça as respostas e explique, utilizando o quadro, que ser bem-aventurado é ser feliz. Essa felicidade não se origina dos bens materiais que possuímos, mas em termos os nossos pecados perdoados por Jesus. Somente aqueles que receberam a Cristo como único e suficiente Salvador podem desfrutar dessa felicidade. Conclua enfatizando que essa alegria nos acompanhará por toda a eternidade.

 

Ser bem-aventurado é...

 

1. Ter paz e comunhão com Deus (1 Co 1.9).

2. Ser regenerado (Tt 3.5).

3. Experimentar uma mudança interior (2 Co 5.17).

4. É ter a certeza de que Jesus supre todas as necessidades (Sl 23.1).

5. É ter alegria em toda e qualquer situação (1 Ts 1.6; Hc 3.17,18).

6. É cantar e adorar ao Senhor em todo o tempo (At 16.23-25).

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Bem-aventurança: Do gr. makarismós; felicidade perfeita.

 

As bem-aventuranças de Jesus destacam os princípios que fundamentam a Lei e os Profetas. Em cada sentença, enfatizam as riquezas espirituais em detrimento das materiais. Isso deve ter escandalizado os escribas e fariseus, porque eles se atinham mais à letra do que ao espírito da Lei Mosaica. Faz-se necessário, pois, nos voltarmos ao Sermão do Monte para reavaliarmos o que se vem ensinando nos púlpitos de nossas igrejas. Caso contrário, agiremos como a classe sacerdotal do tempo de Jesus. Além disso, corremos o risco de transformar a fé cristã num mero e perigoso relacionamento mercantil entre o crente e Deus.

Vejamos, pois, na aula de hoje, em que consiste a verdadeira prosperidade.

 

I. O FUNDAMENTO DAS BEM-AVENTURANÇAS

 

1. O significado das bem-aventuranças. A expressão bem-aventurado vem da palavra latina beatus que, por seu turno, originou o termo beatitude. No original grego, o vocábulo usado por Mateus é makarios, cujo significado lembra felicidade, alegria divina e perfeita. Para os antigos gregos, somente os deuses realmente eram felizes, isto é, bem-aventurados. No hebraico, por outro lado, o vocábulo esher é traduzido, no salmo primeiro, com o sentido de quão felizes são! O sentido, portanto, é o de alguém que é feliz aos olhos de Deus por amar intensamente ao Senhor.

Observa-se ainda que, na literatura grega clássica, a palavra era usada para se referir à prosperidade material. Mas, na literatura sapiencial hebraica, ela se refere a uma condição de bem-estar espiritual com Deus (Sl 1.1; 32.1; 112.1). Jesus mantém esse último sentido.

2. Bem-aventurados os pobres (Mt 5.3). No Sermão da Montanha, a pobreza não é vista propriamente como escassez de bens materiais, mas como necessidade da alma. Nesse contexto, pobre é o que tem uma carência espiritual! Por conseguinte, é aquele que reconhece suas verdadeiras necessidades espirituais. E por isso almeja um relacionamento mais profundo com Deus como o fez o salmista:

“Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, porquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão; fui com eles à Casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença” (Sl 42.1-5).

Almeja você a presença de Deus? Então, busque-o como o salmista.

3. Bem-aventurados os que choram (Mt 5.4). Por que um crente chora? O motivo pode ser tanto interno quanto externo. Às vezes, choramos em decorrência de nossa própria situação espiritual, porque almejamos aprofundar nossa comunhão com o Senhor. Queremos estar mais próximos dEle. Suspiramos por uma intimidade maior com o Pai celeste. Outras vezes, choramos por causa da situação espiritual em que o mundo se encontra (Is 6.5). Se de fato choramos aos pés de Cristo, o consolo certamente virá.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Ser bem-aventurado é ser feliz por amar intensamente ao Senhor.

 

 

 

II. A BEM AVENTURANÇA DA MANSIDÃO E DA MISERICÓRDIA

 

1. Bem aventurados os mansos (Mt 5.5). Nesse contexto, manso é aquele que demonstra total submissão à vontade de Deus, mesmo quando esta parece contrariar seus interesses pessoais. Não é pieguice, mas submissão consciente ao querer divino. Manso também é aquele que, apesar de injustiçado, não procura a própria vingança, mas confia em Deus como seu legítimo defensor (Is 41.17; Lc 18.1-8). Se você age com mansidão e submete-se à vontade divina, você é verdadeiramente próspero. Isto significa que você possui uma riqueza que muita gente almeja e não tem: o domínio próprio e a conformação absoluta à vontade de Deus.

2. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça (Mt 5.6). Os verdadeiramente prósperos são aqueles que demonstram um forte desejo pela justiça divina e a buscam ansiosamente. Eles estão conscientes de que a verdadeira prosperidade só é alcançada com a instauração do Reino de Deus. Assim, seremos todos saciados em nossa fome e sede de justiça. Você anseia pelas coisas divinas? Ou só tem desejo por aquilo que perece? Chegou o momento de pensarmos nas coisas do alto (Cl 3.2)!

3. Bem-aventurados os misericordiosos (Mt 5.7). O léxico grego de Strong traduz essa expressão como “boa vontade ao miserável e ao aflito associada ao desejo de ajudá-los”. Em o Novo Testamento, a expressão ocorre com frequência no sentido de perdão. O bem-aventurado tem um coração não somente perdoador, mas disposto a socorrer os mais necessitados. Ele sempre abrirá a mão e o coração àquele que precisa de um socorro material. Você tem ajudado os órfãos, às viúvas e aos que se acham em dificuldades? Essa é a verdadeira religião (Tg 1.27). Você sabe perdoar? Você sabe amar como Jesus amou?

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Ser próspero é agir com mansidão e submeter-se à vontade divina.

 

 

 

III. A BEM-AVENTURANÇA DA PUREZA E DA AFLIÇÃO

 

1. Bem-aventurados os limpos de coração (Mt 5.8). Jesus não se refere a uma pureza meramente ritual. Ele se refere ao homem que se acha limpo e isento de culpa. É uma pureza que vem de dentro, origina-se na alma. Você tem guardado o seu coração incontaminado? (Fp 4.8).

2. Bem-aventurados os pacificadores (Mt 5.9). A Peshita, tradução aramaica de Mateus feita em 150 d.C, traduz essa expressão como os que fazem a paz! O pacificador é alguém que não somente ama a paz, mas encontra-se comprometido com o processo que a ela conduz. Você tem semeado a paz? Ou é alguém que se compraz em levar a guerra entre os filhos de Deus? (Hb 12.14).

3. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça (Mt 5.10,11). O princípio que o Senhor Jesus expõe é frontalmente contrário à filosofia materialista deste século. Sofrer injustiça, ser perseguido e até mesmo martirizado por causa do Reino de Deus são evidências de uma bem-aventurança eterna. É o que ensina Jesus. Dificilmente os pregadores da prosperidade aceitarão tais coisas. No entanto, eles se esquecem da advertência do Senhor: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Sofrer injustiça e ser perseguido por causa do Reino de Deus são evidências de uma bem-aventurança eterna.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

As bem-aventuranças de Jesus contrariam totalmente os conceitos da Teologia da Prosperidade. A grande lição que aprendemos com o Mestre é que o homem realmente próspero não é aquele que pode ser avaliado de forma superficial e materialista, mas aquele que encontrou a paz em Cristo (Rm 5.1). Isso não significa que Deus não queira que os seus filhos prosperem materialmente. Mas a prosperidade material nada representa sem a espiritual.

 

VOCABULÁRIO

 

Léxico: Dicionário de línguas clássicas antigas.
Pieguice: Relativo a piegas; sentimentalismo extremo.
Sapiencial: Relativo à sabedoria (os livros de sabedoria do AT).

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

COUTO, G. A Transparência da Vida Cristã. 1.ed., RJ: CPAD, 2001.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que significa ser bem-aventurado?

R. Significa ser feliz por amar intensamente ao Senhor.

 

2. Como é vista a pobreza no Sermão da Montanha?

R. No Sermão da Montanha, a pobreza não é vista propriamente como escassez de bens materiais, mas como carência da alma.

 

3. De acordo com o contexto das bem-aventuranças, o que é ser manso?

R. Ser manso é demonstrar total submissão à vontade de Deus, mesmo quando esta parece contrariar os interesses pessoais.

 

4. Segundo a lição, quem são os verdadeiros prósperos?

R. Os verdadeiramente prósperos são aqueles que demonstram um forte desejo pela justiça divina e a buscam ansiosamente.

 

5. Qual ensino você pode extrair para a sua vida pessoal depois de ter estudado esta lição?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“Os Bem-aventurados

Os pobres de espírito (Mt 5.3). Talvez isso inclua os economicamente necessitados, mas certamente aqueles que aprenderam a inutilidade de ter esperança em qualquer coisa que não seja Deus. O perigo da riqueza é o isolamento que ela causa às vulnerabilidades da pessoa comum; ela pode fazer o rico [humanamente] insensível [...].

Os que choram (Mt 5.4). Os que choram são aqueles que sentem uma tristeza profunda, tendo reconhecimento que a infelicidade é uma consequência do pecado pessoal e institucionalizado.

Os mansos (Mt 5.5). A palavra ‘manso’, praus, é um termo complexo que sugere gentileza, ausência de ostentação, uma vontade de reagir. Os gregos encaravam a mansidão como sendo desprezível e a confundiam com servidão. No pensamento bíblico [...] o manso relaciona-se com os demais sem hostilidade, sem maldade e sem arrogância ou orgulho.

Os pacificadores (Mt 5.9). A ideia de paz encontrada no Antigo Testamento não é simplesmente uma ausência de discórdia. Ao contrário, paz, shalom, é um termo dinâmico e positivo que implica tanto em saúde quanto em inteireza. [...] Existe a clara implicação de que a pessoa capaz de trazer cura e inteireza, é pobre de espírito, mansa, misericordiosa e pura de coração” (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007, p.25).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Devocional

 

“O cristão tem uma vantagem. Podemos entrar nas dificuldades da vida, nas batalhas e situações aparentemente impossíveis, sabendo que Deus nos ajudará. Quando assumimos a responsabilidade de manter uma atitude boa e honesta, e desenvolvemos a nossa fé, sabemos que Deus estará ao nosso lado. Apesar de termos na vida muitos obstáculos e complexidades, devemos crer que venceremos. Deus está consciente do nosso problema particular. Ele nos dará a sabedoria para lidarmos seja lá com o que for. Por isto é importante compreendermos que, a fim de vencer na vida, temos de depender dEle e fazer o que Ele nos manda. O orgulho pessoal nos deixará presos onde estamos. Entendemos que ‘Ainda que o Senhor é excelso, atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe’ (Sl 138.6). Necessitamos da força e da ajuda de Deus em tudo o que fazemos. Não existe nenhum ‘vencedor pelo próprio esforço’, mas homens e mulheres que desenvolveram os talentos recebidos de Deus.

Há muitas pessoas bem-sucedidas, que chegaram ao topo de sua profissão e esqueceram-se do que (ou quem) as levou até lá. Os nossos talentos, a nossa inteligência, singularidade e oportunidade vieram de Deus. Se agirmos na vida com fidelidade e confiança, cresceremos e saberemos o que fazer para ser próspero” (GOODALL, W. O Sucesso que Mata: Fuja das Armadilhas que Roubam os seus Sonhos. 1.ed., RJ: CPAD, 2011, p.77).

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 7: “Tudo posso Naquele que me fortalece”

Data: 12 de Fevereiro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A satisfação e a suficiência do crente vêm de Cristo e independem da abundância ou da escassez de bens materiais.

 

HINOS SUGERIDOS

 

107, 140, 178

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Fp 4.12

A suficiência de Cristo em meio à escassez

 

 

 

Terça - Fp 4.14

O auxílio é bem-vindo na necessidade

 

 

 

Quarta - Fp 2.30

Suportando aflições pela obra de Cristo

 

 

 

Quinta - Fp 4.15

A suficiência de Cristo em atos de generosidade

 

 

 

Sexta - Fp 4.18

Generosidade como sacrifício a Deus

 

 

 

Sábado - Fp 4.2

A suficiência de Cristo através da unidade

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Filipenses 4.10-19.

 

10 - Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.

11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.

12 - Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.

13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece.

14 - Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.

15 - E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.

16 - Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica.

17 - Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.

18 - Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.

19 - O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.

 

INTERAÇÃO

 

“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Com certeza este é um dos textos mais conhecidos e citados das Escrituras Sagradas. Todavia, na maioria das vezes é mencionado de forma equivocada, fora do seu contexto. Paulo escreveu à igreja de Filipos quando se encontrava preso em Roma. Ele queria agradecer os irmãos filipenses pela oferta generosa que eles haviam enviado. O apóstolo dos gentios estava atravessando um momento difícil, todavia, ele conforta os irmãos mostrando que durante seu ministério aprendeu tanto a ter fartura como a padecer necessidades. Os adeptos da Teologia da Prosperidade tomam esse texto fora do seu contexto e utilizam-no indevidamente, fazendo com que muitos crentes acreditem que podem possuir o que quiserem, já que é Deus quem lhes garante isso.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conscientizar-se de que a prosperidade também ocorre na adversidade.
  • Reconhecer que a prosperidade fundamenta-se na dependência de Deus.
  • Identificar a unidade e a solidariedade como fundamentos necessários para a prosperidade.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, reproduza no quadro de giz o esquema abaixo. Utilize o quadro para explicar aos alunos que Paulo padeceu muitas necessidades. Ele experimentou a dor, o sofrimento e a escassez. Os sofrimentos fortaleceram a sua fé e o seu caráter. Por isso, o Senhor não o livrou de tais padecimentos, todavia, Ele o fortaleceu e o capacitou para enfrentar todos os momentos difíceis com coragem.

 

Os sofrimentos de Paulo

 

       Ele enfrentou “muitas tribulações” ao servir a Deus (At 14.22).

       Foi afligido no “espírito”, por causa do pecado dominante na sociedade (At 17.16).

       Derramou muitas lágrimas (2 Co 2.4).

       Angústia de espírito, por causa do pecado tolerado dentro da igreja (2 Co 2.1-3).

       Tribulações “por fora e por dentro”, por causa do seu compromisso com a pureza moral e doutrinária da igreja (2 Co 7.5).

       Sofreu três naufrágios e foi apedrejado (2 Co 11.25).

       Enfrentou muitos perigos (2 Co 11.26).

       Frio, fome e nudez (2 Co 11.27).

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Suficiência: Quantidade que basta para suprir todas as nossas necessidades.

 

Na aula de hoje, veremos o que de fato significa a conhecidíssima declaração de Paulo: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Muitos falsos mestres e doutores interpretam essa passagem fora de seu contexto e, extravagantemente, ensinam que o crente pode possuir o que quiser e fazer o que bem entender, pois Deus o apoiará em todas as circunstâncias. Assim, o “posso todas as coisas” passou a ser usado como se fosse um mantra que garante tudo na vida, independentemente da vontade divina.

Uma vez que esta interpretação exótica do texto sagrado é mais presunção do que confiança em Deus e mais triunfalismo do que verdadeira fé, precisamos entender o que realmente o apóstolo quis dizer quando afirmou: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”.

 

I. PROSPERIDADE NA ADVERSIDADE

 

1. Escassez e abundância. Uma das regras básicas da interpretação da Bíblia é a análise do texto de acordo com o seu contexto. Por conseguinte, quando alguém, para fantasiar uma existência saudável, rica e isenta de problemas, fundamenta-se, por exemplo, em Filipenses 4.13, está perversamente torcendo a Palavra de Deus. Além do mais, o próprio Cristo advertiu-nos: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Vejamos, pois, o que realmente quis dizer o apóstolo.

Antes de mais nada, Paulo declara sua total dependência de Cristo em todas as circunstâncias: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Nesse versículo, o apóstolo deixa bem claro que, embora já houvesse experimentado escassez e abundância, jamais deixou de confiar em Deus. Sejam quais fossem as circunstâncias, o Senhor Jesus era a sua contínua suficiência. É por isso que, nEle, o apóstolo podia todas as coisas.

Se alguém, portanto, quiser justificar a Teologia da Prosperidade com base na vida de Paulo, perde o seu tempo. Ele não ficou rico no seu exercício ministerial. Pelo contrário. Ele iniciou o seu ministério fazendo tendas (At 18.3) e terminou a sua carreira em uma prisão em Roma (Fp 1.3; At 28.30). No final de seus dias, precisou que Timóteo lhe enviasse uma capa, para se aquecer no cárcere (2 Tm 4.13). O que disso concluímos? O contentamento do apóstolo não dependia da abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.

2. Perseguição e rejeição. Apesar de Paulo haver escrito a Epístola aos Filipenses durante o seu encarceramento, impressiona-nos ver-lhe a alegria e o regozijo (Fp 1.7,13,14). Tal fato evidencia uma grande verdade: a alegria do cristão independe de circunstâncias, pois é a demonstração da verdadeira paz com Deus. Portanto, ao contrário do que muita gente possa imaginar, a prisão do apóstolo estava sendo uma fonte de bênçãos para o progresso do Evangelho assim como fora a sua liberdade (Fp 1.13,14). O importante para ele é que o Senhor Jesus fosse exaltado através do seu testemunho, ainda que de dentro de uma masmorra.

Não vemos, em Paulo, um escapismo triunfalista que nega o sofrimento na vida do crente através de uma irresponsável e leviana confissão: “Tudo posso, tudo posso”. Tampouco vemo-lo lamentando-se por haver Deus permitido fosse ele encarcerado. O que prevalece, no apóstolo, é o contentamento em todas as coisas (Fp 4.11,12)!

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

O contentamento do crente não depende da abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.

 

 

 

II. PROSPERIDADE NA HUMILDADE

 

1. O exemplo de Paulo. Ao demonstrar contentamento, independentemente das circunstâncias, Paulo não manifesta orgulho. Na realidade, o apóstolo demonstra que a sua felicidade era o resultado de sua total dependência de Deus. Infelizmente, a declaração do “tudo posso” transformou-se, para muitos, em uma chave mágica para conquistar tudo o que desejam, a fim de se sentirem pequenos deuses. O texto de Filipenses contrapõe-se a esse comportamento (Fp 2.4). Não podemos concordar com uma prosperidade que fomenta a soberba. A declaração paulina, longe de engrandecer-nos, deve esvaziar-nos de tudo, para que tenhamos a verdadeira riqueza: a suficiência divina!

2. O exemplo de Cristo. O maior exemplo de humildade, para o apóstolo, não era ele, mas Cristo Jesus que, mesmo sendo Deus, fez-se homem, assumindo a forma de servo (Fp 2.5-7). A encarnação, ao invés de lhe diminuir a divindade, acrescentou-lhe a humanidade. Ele não perdeu os atributos divinos, mas se esvaziou de sua glória para que, com Ele, fôssemos glorificados (Jo 17.5). Caia por terra toda a ostentação. Pois o Filho de Deus, embora rico e dono de todo o Universo, fez-se pobre por amor a nós (Fp 2.6; 2 Co 8.9).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Ser próspero é permanecer humilde em toda e qualquer situação.

 

 

 

III. PROSPERIDADE NA CARIDADE E NA UNIDADE

 

1. Amor e caridade. Em Filipenses 1.9, Paulo destaca o caráter dos irmãos de Filipos que, sensibilizados com a sua situação, resolveram ajudá-lo generosamente (Fp 4.15). O modelo de prosperidade ensinado por Paulo nada tem com o adotado hoje. Atualmente, prosperidade significa, entre outras coisas, independência de Deus. No entanto, Paulo demonstra que o crente, seja rico, seja pobre, sempre dependerá do Senhor, porque sem Ele nada podemos fazer. Toda a suficiência vem do Pai Celeste. Você sabia disso?

2. Provisão e gratidão. É interessante analisarmos o “tudo posso” de Paulo em Filipenses 4.13 à luz do que ele disse no versículo 11. Conforme lemos, o apóstolo revela ter aprendido a estar contente quer na necessidade, quer na abundância. Ele demonstra, assim, que toda a nossa suficiência acha-se em Deus e não em nós mesmos. Por isso, ao invés de lamentar-se, recebe a oferta que os filipenses lhe enviaram como um “sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Fp 4.18). Paulo sabia que o Senhor amparava-o através dos crentes de Filipos. E nem por isso ele se sentia menos próspero.

3. A comunhão e a sã doutrina. Um ensinamento que se sobressai na Epístola aos Filipenses é que a real felicidade fundamenta-se tanto em nosso relacionamento com Deus quanto com o próximo (Fp 2.1-6; 4.2). Logo, a prosperidade genuinamente bíblica consolida-se na unidade e na comunhão do Espírito Santo.

Por outro lado, o apóstolo alerta-nos quanto aos maus obreiros (Fp 3.2). Uma igreja biblicamente próspera não somente mantém-se coesa internamente, mas também se guarda das intrusões externas. As heresias e modismos estão enfermando igrejas e desviando muitos crentes da verdade. Lembremo-nos de que a prosperidade bíblica é decorrente da sã doutrina.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O crente, seja ele financeiramente rico ou pobre, deve sempre depender do Senhor, porque sem Ele nada podemos fazer. Nossa suficiência vem do Pai Celeste.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Por conseguinte, o “tudo posso” do apóstolo Paulo revela nossa total e completa dependência de Deus. Sendo um homem dependente de Deus, o apóstolo não moldava a sua vida pelas circunstâncias. Cristo era o centro de sua existência. O mesmo Deus que o fortalecia na abundância, também o sustentava na escassez. Dessa forma, afirmemos com segurança e ousadia: “Tudo posso naquele que me fortalece!” Amém.

 

VOCABULÁRIO

 

Coesa: Relativo a coesão; atração; unidade.
Escapismo: Fuga da realidade.
Exótica: Esquisito, excêntrico.
Mantra: Palavras pronunciadas em forma ritualística ou musical com finalidade mágica.
Masmorra: Prisão subterrânea.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. De acordo com a lição, qual deve ser a regra básica da interpretação bíblica?

R. Uma das regras básicas da interpretação da Bíblia é a análise do texto de acordo com o seu contexto.

 

2. O que Paulo queria dizer com “tudo posso naquele me fortalece”?

R. Nesse versículo, o apóstolo deixa bem claro que, embora já houvesse experimentado escassez e abundância, jamais deixou de confiar em Deus. Sejam quais fossem as circunstâncias, o Senhor Jesus era a sua contínua suficiência. É por isso que, nEle, o apóstolo podia todas as coisas.

 

3. Quem é o nosso maior exemplo de humildade?

R. Jesus Cristo.

 

4. Qual era o modelo de prosperidade ensinado por Paulo?

R. O modelo de Paulo é que o crente, seja rico, seja pobre, sempre dependerá do Senhor, porque sem Ele nada podemos fazer. Toda a suficiência vem do Pai Celeste.

 

5. Em que a prosperidade bíblica consolida-se?

R. A prosperidade genuinamente bíblica consolida-se na unidade e na comunhão do Espírito Santo.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Exegético

 

“Compromisso com o contentamento (Fp 4.10-13)

[...] Nos versos 11-14, Paulo ressalta ser livre da opressão da necessidade. Sua alegria não se deve a ter suas necessidades satisfeitas, mas ao fato de que a preocupação dos filipenses está fundamentada no Senhor. O relacionamento de Paulo com Deus tem-no conduzido a um senso de contentamento que transcende sua circunstância imediata. Paulo experimentou tanto a necessidade quanto a abundância. (A palavra usada para ‘necessidade’ aqui, é a mesma para a humilhação de Cristo no capítulo 2.8 de Filipenses; mas, devido a este contexto, provavelmente se refere à privação econômica). Ele então emprega dois conjuntos de verbos contrastantes para mostrar os extremos através dos quais experimentou contentamento: quando estava bem alimentado, quando teve fome, quando viveu períodos de abundância e quando padeceu necessidades. Através de todas estas situações, descobriu o segredo do contentamento. Em uma conclusão triunfal, no verso 13 revela a sua principal fonte de contentamento: ‘Posso todas as coisas, naquele que me fortalece’. Este contexto do verso tem sido frequentemente transgredido, e esta verdade tem sido colocada a serviço de extravagâncias caprichosas. O apóstolo está claramente se referindo à grande variedade de suas próprias experiências (Fp 4.12)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313).

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 8: O perigo de querer barganhar com Deus

Data: 19 de Fevereiro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

Que darei eu ao SENHOR por todos os benefícios que me tem feito?” (Sl 116.12).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Deus nos concede as suas bênçãos não porque tenhamos algum poder de barganha, mas porque Ele nos ama e quer aprofundar o seu relacionamento com cada um de seus filhos.

 

HINOS SUGERIDOS

 

151, 155, 178.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - 2 Pe 2.15

A barganha e o “prêmio da injustiça”

 

 

 

Terça - Jo 18.36

A barganha firma-se no poder terreno

 

 

 

Quarta - Is 55.8

Deus oferece oportunidades

 

 

 

Quinta - Rm 1.24

A barganha troca o Criador pela criatura

 

 

 

Sexta - Is 44.14-17

A barganha transforma objetos em deuses

 

 

 

Sábado - 1 Tm 4.7

A barganha procura disputas

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 4.1-11.

 

1 - Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

2 - E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

3 - E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

4 - Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

5 - Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,

6 - e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.

7 - Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.

8 - Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.

9 - E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

10 - Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.

11 - Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado professor, esta lição é de inquestionável importância diante do que temos visto e ouvido no meio evangélico com respeito a obtenção das bênçãos divinas. Muitos estão tentando obter o favor de Deus mediante a barganha. Tentam negociar o inegociável. Nesta lição veremos os males que a “Teologia da Barganha” pode acarretar na vida do crente e da igreja. No decorrer da aula procure enfatizar o fato de que Deus nos concede as suas bênçãos não porque tenhamos algum poder de barganha, mas porque Ele nos ama e quer aprofundar o seu relacionamento conosco.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conscientizar-se de que as Escrituras condenam a barganha.
  • Descrever alguns pressupostos da “Teologia da Barganha”.
  • Explicar qual é o perigo de se tentar barganhar com Deus.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, sugerimos que você inicie a aula de hoje com uma reflexão. Escreva no quadro de giz a seguinte frase de Larry Crabb: “Nossa maldade não é um empecilho para a bênção, assim como nossa bondade não é condição para sermos abençoados”. Incentive a participação da classe e ouça com atenção a posição dos irmãos. Conclua a reflexão enfatizando que as bênçãos de Deus em nossa vida são resultado do amor e da misericórdia do Pai Celeste. Não existe nada que possamos fazer que seja capaz de impressionar ao Senhor.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Barganha: Tentar negociar ou trocar algo com Deus a fim de obter algum benefício.

 

Nesta lição, veremos que o desejo de se barganhar com Deus é algo totalmente reprovável, pois contraria todos os princípios da Palavra de Deus. Com a introdução de certas heresias e modismos no contexto evangélico, a velha prática da barganha voltou a induzir as pessoas a usar a fé, e até mesmo a Bíblia, para obter vantagens duvidosas e até ímpias. É uma tentativa de chantagear a Deus.

Agindo dessa forma, o crente já não busca a Deus com o coração de um verdadeiro adorador, mas como um mercador espertalhão que procura levar vantagem em tudo. Os pregadores da prosperidade vêm transformando a santíssima fé numa moeda de troca. Cuidado, Deus não se deixa escarnecer.

 

I. A BARGANHA NA BÍBLIA

 

1. No Antigo Testamento. O livro de Jó relata a história do patriarca que, abençoado por Deus, teve sua família e bens perdidos em pouquíssimo tempo (1-2). Sua fidelidade, porém, era algo que transcendia todas as suas posses. Assim, mesmo tendo o Diabo dito que Jó negaria ao Senhor se viesse a perder tudo (1.6-12; 2.1-10), isto não aconteceu (1.22). Ele não precisou barganhar com o Senhor para ser abençoado; sua fidelidade a Deus foram suficientes (42.10-17).

2. Em o Novo Testamento. Até mesmo ao próprio Cristo o tentador teve coragem de propor uma barganha (Mt 4.8-10). Mais tarde, Simão, o mago, ofereceu dinheiro a Pedro e a João em troca da capacidade de se conceder o batismo com o Espírito Santo (At 8.14-24). E por causa disso, foi duramente repreendido pelos apóstolos. Cuidado, não se negocia com coisas santas.

3. As Escrituras condenam a barganha. As Escrituras evidenciam que barganhar com Deus é tentar negociar o inegociável: a simplicidade do Evangelho de Cristo Jesus (2 Co 11.3). O meigo nazareno é o autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2), por isso, devemos servi-lo voluntária e espontaneamente, certos de que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7). As Sagradas Escrituras destacam o amor como o elemento supremo de devoção a Deus e de profunda compaixão pelo próximo. Em Cristo, somos impulsionados a amar uns aos outros sem esperar nada em troca, pois é exatamente isto que nos caracteriza como discípulos do Mestre (Jo 13.35).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Tanto no Antigo quanto em o Novo Testamento, a barganha é reprovada pelo Senhor.

 

 

 

II. PRESSUPOSTOS DA “TEOLOGIA DA BARGANHA”

 

1. A falsa doutrina do direito legal. A teologia da barganha tem como pressuposto a doutrina do direito legal do crente. Segundo essa crença exótica e antibíblica, Jesus Cristo, ao morrer na cruz, conquistou para os crentes muitos direitos. Cabe agora ao cristão conscientizar-se da existência deles e reivindicar, para si, a sua concretização. Dessa forma, a posse da bênção é um direito líquido e certo e que não depende da vontade divina.

A doutrina do direito legal, ensinam os falsos mestres, deu amplos poderes ao crente. E este, agora, pode usá-los como moeda de troca sem levar em conta o querer divino. Os tais ensinadores acreditam que Deus não tem direito de dizer “não” a quem Ele conferiu o direito de exigir. A suma desse ensino perigoso e bizarro é que o fiel ganha todos os direitos e Deus perde toda a soberania! Ou seja, segundo esse aleijão doutrinário, Deus não passa de um fantoche nas mãos do crente. No entanto, ignoram os pregadores da Teologia da Prosperidade o fato de o Soberano não dividir a sua glória com ninguém (Is 42.8).

2. A prática do determinismo. Já é bastante conhecida a famigerada doutrina do determinismo que ensina, entre outras coisas, que não é mais preciso orar e sim determinar! Para os que propagam essa teologia, a vontade divina, pouco importa. A verdade, porém, é que Deus não é refém de lei alguma, pois Ele é soberano (Is 55.8). Ele criou todas as coisas e de todas é Senhor.

A expiação de Cristo proveu a bênção da cura tanto da alma como do corpo (1 Pe 2.24; Mt 8.16,17). Ele proveu-nos também o direito à vida eterna e a provisão para uma vida plena (Jo 10.10). Não obstante, isso não significa que o crente não passará por adversidades, sofrimentos ou tampouco que ele jamais virá a adoecer. A Palavra de Deus afirma que a redenção plena do ser humano só será uma realidade quando, por Cristo, e nos últimos dias, a glória final for revelada nos filhos de Deus (Rm 8.19,23; Ap 21.4,5).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

O crente não tem o direito de barganhar com Deus como ensina erroneamente a “teologia da barganha”.

 

 

 

III. O PERIGO DE BARGANHAR COM DEUS

 

1. O perigo de se ter um Deus imanente, mas não transcendente. Embora, Deus seja o grande Criador, intervém na sua criação e se relaciona com ela (imanência) (2 Co 6.16). Não estamos entregues à própria sorte. O Senhor tem prazer em nos abençoar. Entretanto, não podemos nos esquecer que Ele é soberano e está acima de toda criação (transcendência). Podemos vê-lo nas coisas criadas (Sl 19.1), mas isso não significa que tudo é Deus, porque Ele é distinto de sua criação (transcendência).

Ao priorizar a relação de Deus com a criação, a Teologia da Prosperidade ignora propositalmente a soberania e a vontade divinas. O Todo-Poderoso acaba por torna-se uma simples marionete nas mãos do ser humano. Nessa concepção, o papel de Deus assemelha-se ao de um garçom que existe apenas para servir e satisfazer as exigências dos seus clientes.

2. O perigo de se transformar o sujeito em objeto. A teologia da barganha transforma o acessório em objetivo. Transforma gente em mercadoria e a fé em um grande negócio! Observa-se hoje que muitos pregadores midiáticos mantêm seus ministérios não para glória de Deus, mas para atenderem a uma demanda do mercado religioso. É um evangelho que procura satisfazer vontades e não necessidades. O culto, que à luz da Bíblia, deve estar em torno de Deus, passa a ser tão somente um momento de autossatisfação. Isto quer dizer que os bens materiais passam a ser a razão de viver das pessoas. É a adoração à criatura em vez de ao Criador (Rm 1.24,25).

3. O perigo da espiritualidade fundamentada em técnicas e não em relacionamentos. A prática da barganha transforma o relacionamento com Deus em algo meramente técnico e interesseiro. Para que gastar horas buscando a Deus em oração se é possível encurtar o caminho através de “fórmulas de fé” que têm o poder de colocar Deus na parede? A fé é reduzida a uma fórmula e Deus a um bem de consumo! O relacionamento com o Eterno deixa de existir e é substituído por um jogo de interesses onde se objetiva unicamente a aquisição de vantagens materiais e muitas vezes iníquas. Tal ensino faz da vida cristã algo superficial e vergonhoso. Aquilo que Paulo ensinou sobre a piedade (1 Tm 4.7) perde completamente a sua razão de ser, pois as posições invertem-se e Deus passa a ser, inconscientemente, na cabeça de algumas pessoas, algo que pode ser controlado ao seu bel-prazer.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A barganha faz com que o relacionamento com Deus se torne algo meramente mecânico e interesseiro.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Não podemos cair na tentação de barganhar com Deus. Isto por uma razão bastante simples: nada temos de real valor para propor em troca e muito menos o direito de assim procedermos. O profeta Isaías afirmou que até os nossos mais exaltados atos de justiça não passam de trapos de imundícia diante dEle (Is 64.6). Para sermos abençoados necessitamos de Deus em todas as coisas e em todo o tempo. Ele em nenhum momento se nega a abençoar-nos, segundo a sua soberana e perfeita vontade (Mt 6.10; 26.42).

 

VOCABULÁRIO

 

Imanência: Qualidade do que está em si mesmo, e não transita a outrem.
Midiático: Relativo à mídia; todo suporte de difusão de informação.
Transcendência: Que excede os limites normais; superior sublime.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

RICHARDS, L. O. Comentário Historico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
HANEGRAAFF, H. Cristianismo em Crise. 4.ed., RJ: CPAD, 2004.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que relata o livro de Jó?

R. O livro de Jó relata a história do patriarca que, abençoado por Deus, teve sua família e bens perdidos em pouquíssimo tempo (1-2).

 

2. O que as Escrituras dizem sobre o “barganhar com Deus”?

R. As Escrituras evidenciam que barganhar com Deus é tentar negociar o inegociável.

 

3. Segundo a lição, qual o pressuposto da teologia da barganha?

R. A teologia da barganha tem como pressuposto a doutrina do direito legal do crente.

 

4. O que faz a Teologia da Prosperidade ao enfatizar apenas a imanência de Deus?

R. Ela reduz o Soberano Senhor a uma simples marionete nas mãos do ser humano.

 

5. Por que não podemos cair na tentação de barganhar com Deus?

R. Porque nada temos de real valor para propor em troca e muito menos o direito de assim procedermos.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Apologético

 

“Artifícios dos triunfalistas

Os triunfalistas dão, aleatoriamente, nomes às suas campanhas dos feitos grandiosos registrados no Antigo Testamento, prometendo solução imediata aos problemas financeiros e de saúde. Para isso, inventam as campanhas do jejum de Gideão, do jejum de Calebe, Campanha dos 318 pastores, etc. Inventaram o culto dos empresários e convidam os endividados, falidos, às vezes, com famílias à beira da ruína.

A retórica baseada na fisiologia é ‘dando que se recebe’ apresenta um Deus corretor de imóvel ou negociante, visão distorcida que até mesmo McAliester criticou. A mensagem de salvação é esquecida. O estilo estereotipado ‘meu amigo’, ‘minha amiga’, identifica, facilmente, um desses grupos. Seus pastores são peritos em arrecadar fundos nos cultos. Sua escola é mais para ensinar essas técnicas do que mesmo teologia.

[...] É lastimável usar essas passagens bíblicas [as de, por exemplo, Gideão, Baraque, Sansão, Davi, Samuel, entre outros] [fora de contexto] para prometer ao povo carros importados, mansões e outras prosperidades materiais. É assassinar a exegese bíblica, no entanto, há os que já estabeleceram essa prática como doutrina” (SOARES, E. Heresias e Modismos: Uma análise crítica das sutileza de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.327-28).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“Uma Teologia de Supermercado

Desde o primeiro capítulo deste livro, venho mostrando que a prosperidade bíblica se alicerça fundamentalmente em um correto relacionamento com o Senhor. Quando fórmulas, técnicas ou quaisquer outros meios substituem a comunhão do crente com o seu Deus, então o caminho para uma fé deformada está aberto. Esse modelo teológico que ignora a existência humana e não leva em conta a soberania de Deus sobre a história tem produzido uma geração de crentes superficiais. E o que é pior - tem se tornado quase que exclusivamente o único tipo de fé conhecida. O cristianismo ortodoxo tem sido empurrado para a periferia da fé. A química resultante da mistura desse modelo teológico com o princípio bíblico da retribuição tem originado uma excrescência dentro do protestantismo evangélico - a Teologia da Barganha.

Os pressupostos da Teologia da Barganha já são perceptíveis no Antigo Testamento, nos argumentos defendidos pelos amigos de Jó: Elifaz, Bildade, Zofar e Eliú. É possível vermos na teologia desses homens uma relação distorcida entre pecado e punição. Em palavras mais simples, eles defendiam a tese de que por trás do sofrimento de Jó estava algum tipo de pecado cometido, porém, ainda não conhecido. Algo semelhante àquilo que é pregado [por aí]. Luiz Alexandre Solano Rossi (2008, p.75) comenta:

A teologia da retribuição está assumindo a sua forma e assim permanecerá durante o desenrolar de todo o livro de Jó. O homem pode, sim, ser conduzido a agir por interesse: se ele faz o bem, recebe a felicidade; se pratica o mal, recebe a infelicidade. A vida de fé está a um passo de se transformar em uma relação comercial. A fé pode estar sendo vista a partir de uma prateleira de supermercado, ou seja, Deus se apresentaria como um negociante. A consagrada expressão brasileira do ‘toma lá, dá cá’ se encaixa perfeitamente nessa situação [...] Contra essa teologia da retribuição ele (Jó) tem um único argumento: sua experiência pessoal e sua observação da história, na qual a injustiça permanece impune. Sua observação e intuição são corretas: existem somente homens situados no espaço e no tempo, no sentido de que vivem em uma época precisa e em um contexto social, cultural e econômico preciso [...]. Vejamos um resumo de seus discursos: a) Elifaz sugere que Jó é um pecador; b) Baldad diz abertamente que seus filhos morreram por seus pecados; c) Sofar assegura a Jó que seu sofrimento é menos do que ele merecia; d) Eliú afirma que o sofrimento tem um caráter pedagógico. Eles representam perfeitamente o modo mais comum de se mascarar a verdadeira fé bíblica [...]” (GONÇALVES, J. A Prosperidade à Luz da Bíblia: A Vida Cristã Abundante. RJ: CPAD, 2012).

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 9: Dízimos e ofertas

Data: 26 de Fevereiro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A chave da verdadeira prosperidade está em ser fiel a Deus em tudo, inclusive, na prática dos dízimos e das ofertas.

 

HINOS SUGERIDOS

 

5, 147, 564.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - 1 Co 9.13

A liberalidade no ofertar

 

 

 

Terça - Gn 28.22

A prática dos dízimos e ofertas precede a lei

 

 

 

Quarta - Gn 14.20

Dízimos e ofertas como gratidão

 

 

 

Quinta - 2 Co 9.8

Dízimos e ofertas em toda boa obra

 

 

 

Sexta - Ml 3.10,11

Dízimos e ofertas e a bênção da proteção

 

 

 

Sábado - Jl 2.25

Dízimos e ofertas e a bênção da restituição

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Malaquias 3.10,11; 2 Coríntios 9.6-8.

 

Malaquias 3

10 - Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.

11 - E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.

 

2 Coríntios 9

6 - E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará.

7 - Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.

8 - E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, você é um dizimista fiel? Contribuir com os dízimos e as ofertas é um grande privilégio. Precisamos fazê-lo com alegria, pois tudo que temos pertence ao Senhor. Tudo vem dEle - nosso trabalho, saúde, família. A vida já é uma dádiva divina. De que adianta contribuir por constrangimento ou legalismo? Deus não precisa do nosso dinheiro. Ele é o dono da prata e do ouro. Temos de contribuir impulsionados pelo amor abnegado e desinteresseiro. Deus não está preocupado com a quantia que entregamos, mas com o nível de desprendimento, sacrifício e fé. Que sejamos mordomos fiéis do Senhor, sabendo que Ele é fiel para suprir todas as nossas necessidades.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Analisar a questão do dízimo e das ofertas dentro de uma perspectiva bíblica.
  • Conscientizar-se de que a prática do dízimo e das ofertas é uma forma de adoração ao Senhor.
  • Explicar os dízimos e as ofertas como fontes de bênçãos.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, reproduza no quadro de giz o esquema abaixo. Depois, pergunte aos alunos: “Por que devemos entregar nossos dízimos e ofertas?”. Ouça as respostas e explique, utilizando o quadro, que os dízimos e as ofertas são uma ordenança bíblica. Enfatize que a entrega dos dízimos e das ofertas é uma atitude de amor e gratidão a Deus. Não devemos fazer com tristeza ou por constrangimento, mas com alegria, pois tudo que possuímos não é nosso; foi o Pai Celeste que as confiou aos nossos cuidados.

 

DÍZIMOS E OFERTAS

 

Definição — Décima parte.

Ordenado pelo Senhor — Lv 27.30-32; Ml 3.10.

Propósito do dízimo no AT — O dízimo de Israel era entregue para o sustento dos levitas (Nm 18.21) e dos sacerdotes (Nm 18.28), para ajudar nas refeições sagradas (Dt 14.22-27), e para socorrer os pobres, os órfãos e as viúvas (Dt 14.28,29).

Qual a lição a ser aprendida — Deus é dono de tudo — Êx 19.5; Sl 24.1; Ag 2.8.

Propósito dos dízimos no NT — Promoção do Reino de Deus e ajuda aos necessitados (1 Co 9.9-14; Cl 2.10).

Nossas contribuições devem ser voluntárias e generosas, segundo o AT (Êx 25.1,2) e o NT (2 Co 9.7)!

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Dízimo: Décima parte de tudo aquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens.

 

A lição de hoje tem como objetivo estudar um tema muito conhecido e ainda tratado de forma equivocada por alguns. As distorções provenientes da Teologia da Prosperidade comprometem as práticas bíblicas de o crente ofertar e dizimar para a Obra do Senhor. Nesta aula, porém, você terá oportunidade de verificar o assunto à luz das Escrituras Sagradas.

 

I. DÍZIMOS E OFERTAS NA BÍBLIA

 

1. O Antigo Testamento. O vocábulo dízimo quer dizer “a décima parte”. No contexto bíblico, refere-se àquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens (Pv 3.9). Já a oferta tem o sentido de contribuição voluntária. O que deve ficar claro é que a lei mosaica não criou as práticas do dízimo ou das ofertas, mas apenas deu-lhes conteúdo e forma através das diversas normas ou leis que as regulamentaram. Tal verdade fica patente ao constatar que o ofertar já era uma prática observada nos dias de Abel (Gn 4.4), e que o dízimo já era praticado pelos patriarcas (Gn 14.20; 28.22).

No período mosaico, o dízimo aparece como preceito de um princípio já existente no período patriarcal. Os preceitos mudam e até desaparecem, todavia, os princípios são imutáveis e permanentes. De acordo com a Lei de Moisés, os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes para a manutenção do culto e também para o sustento dos levitas, já que estes não tinham possessão em Israel (Nm 18.20-32).

2. O Novo Testamento. Os que supõem estar a prática do dízimo restrita ao Antigo Testamento precisam entender que a natureza e os fundamentos do culto não mudaram. Mudou apenas a forma e a liturgia, mas não a sua função: a adoração a Deus deve ser em espírito e verdade! O culto levítico com seus rituais já não existe. Todavia, o princípio da adoração continua o mesmo (1 Pe 2.9; Ap 1.6). O dízimo levítico pertencia à ordem de Arão, que era transitória. Todavia, o dízimo cristão pertence à ordem de Melquisedeque que é eterna e, portanto, anterior à Lei de Moisés (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4).

Jesus não veio ab-rogar a lei, mas cumpri-la (Mt 5.17). Ele não apenas reconheceu a observância da prática do dízimo, mas a recomendou (Mt 23.23). Nas epístolas, Paulo faz referência ao dízimo levítico para extrair dele o princípio de que o obreiro é digno do seu salário (1 Co 9.9-14; Lv 6.16,26; Dt 18.1). Se o apóstolo não reconhecesse a legitimidade da prática do dízimo, jamais teria usado esses textos do Antigo Testamento.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A prática do dízimo não está restrita ao Antigo Testamento. Ela também é incentivada pelos apóstolos em o Novo Testamento.

 

 

 

II. A PRÁTICA DO DÍZIMO E DAS OFERTAS COMO FORMA DE ADORAÇÃO

 

1. Reconhecimento da soberania e da bondade de Deus. Um dos princípios básicos da prática do dízimo é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas. Tudo vem dEle e é para Ele (Ag 2.8; Cl 1.17). Quando o crente devolve a Deus o seu dízimo, demonstra que reconhece o Senhor como a fonte de todas as coisas. À saudação de Melquisedeque: “Bendito seja o Deus Altíssimo!”, respondeu Abraão dando-lhe o dízimo (Gn 14.20). O princípio da devolução do dízimo demonstra que somos dependentes de Deus. É lamentável que alguns crentes ignorem esse fato e ajam como se as suas conquistas materiais fossem apenas mérito de seus esforços (Jz 7.2).

2. Reconhecimento do valor do próximo. Deuteronômio registra que havia um tipo de dízimo que deveria ser repartido entre os pobres (Dt 14.28,29; 26.12-15). Esse “dízimo comunitário” devia ser praticado a cada três anos. O propósito é mostrar apreço pelos menos favorecidos. Inclusive, há uma promessa de a bênção do Senhor estar sobre todas as atividades de quem cumprir esse preceito.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Um dos princípios básicos da prática do dízimo, tanto no Antigo Testamento como em o Novo, é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas.

 

 

 

III. DÍZIMOS E OFERTAS COMO FONTES DE BÊNÇÃOS

 

1. A bênção da multiplicação. Tanto o Antigo como o Novo Testamento demonstram que Deus reconhece e recompensa a fidelidade do seu povo. Quando o crente é liberal em contribuir para o Reino de Deus, uma decorrência natural do seu gesto é a bênção da multiplicação dada pelo Senhor. Deus promete derramar bênçãos sem medida e fazer abundar em toda graça (2 Co 9.6-10). Malaquias relaciona a prosperidade do povo de Israel à devolução dos dízimos e das ofertas (Ml 3.10,11). O mesmo princípio é destacado em o Novo Testamento quando Paulo diz que Deus é poderoso para fazer abundar em toda graça aqueles que demonstram voluntariedade em contribuir para o Reino de Deus.

2. A bênção da restituição. A Bíblia revela que o Senhor é um Deus de restituição (Jl 2.25). O profeta Joel mostra que a terra de Israel era atacada constantemente por gafanhotos que, em diferentes estágios de desenvolvimento, destruíam as suas lavouras. Para garantir a sobrevivência do povo, Deus promete restituir o que a praga consumiu (Jl 1.4; 2.25; Na 3.16). Malaquias associa o devorador àquele “que consome o fruto da terra” (Ml 3.11). A referência aplica-se, num primeiro plano, às pragas de gafanhotos, e num segundo plano a toda ação do mal sobre o povo.

3. A bênção da provisão. Na Antiga Aliança, o Senhor prometeu “derramar bênçãos sem medida” sobre o seu povo (Ml 3.10). Na Nova Aliança, Ele deseja que o crente tenha “toda suficiência” (2 Co 9.8). A prosperidade bíblica é viver na suficiência de Cristo (2 Co 3.5; 9.8). Tal suficiência é vista como sendo a provisão divina para os filhos de Deus. Deve ser lembrado, no entanto, que essa suficiência não deve ser confundida simplesmente com a aquisição de posses materiais, mas o ter o necessário para viver com dignidade e, principalmente, possuir paz com Deus e alegrar-se nEle (Fp 4.11; 2 Ts 3.16). Por toda a Escritura, observamos o cuidado do Senhor no sentido de prover para o seu povo aquilo que é necessário para o seu viver (Mt 6.25-33). Quando conscientizarmo-nos que estamos honrando o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Quando honrarmos o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Vimos, pois, que a prática dos dízimos e das ofertas sempre esteve presente na história do povo de Deus. Evidentemente que fica para nós o princípio de que somos abençoados não porque contribuímos, mas contribuímos porque já somos abençoados. Deus reconhece a voluntariedade do crente em contribuir para o seu Reino e, por graça e misericórdia, derrama sobre nós as suas muitas e ricas bênçãos.

 

VOCABULÁRIO

 

Ab-rogar: Anular, revogar.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Qual o significado do vocábulo “dízimo”?

R. “A décima parte”.

 

2. De acordo com a lei de Moisés a quem deveria ser entregue os dízimos?

R. Os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes.

 

3. Para que eram utilizados os dízimos e as ofertas no AT?

R. Para a manutenção do culto e também para o sustento dos levitas.

 

4. Cite um dos princípios básicos da prática do dízimo.

R. O reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas.

 

5. Você é um contribuinte fiel nos dízimos e nas ofertas?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“Embora a Bíblia revele claramente o dízimo como uma disciplina financeira divinamente ordenada, com as maravilhosas promessas que o acompanham e garantidas pelo próprio Deus, alguns ainda fazem uma pergunta já bastante batida: ‘O dízimo não se aplica apenas ao Antigo Testamento?’

A ideia aqui expressa é que o dízimo faz parte da Lei e, portanto, não tem significado algum para os crentes do Novo Testamento. Esta resistência geralmente projeta a noção de que ensinar o pagamento do dízimo privará o cristão da sua ‘liberdade’ ou levará o crente a ‘entrar na Lei e sair da graça’. Mas a verdade do dízimo não se encontra apenas no Antigo, pois o Novo Testamento mostra-o tão apropriado para nós, hoje, quanto para os crentes do passado. A Palavra de Deus revela que todas as suas bênçãos e alianças pertencem à graça, não à lei. O próprio Jesus referiu-se à questão do dízimo. Está registrado em dois livros do Novo Testamento: Mateus e Lucas.

Jesus tratava com os fariseus, um grupo de religiosos radicais que se limitavam à letra da Lei sem atender às exigências espirituais. Jesus observou que eles na verdade davam o dízimo, mas atacou a sua suposição de que a obediência a um ‘ritual’ liberava-os da realidade maior: a obediência às responsabilidades do amor.

[...] O dízimo pode ter começado no Antigo Testamento, mas seu espírito, verdade e prática, continuam válidos” (HAYFORD J. A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“A prática do dízimo ensinada no Novo Testamento

Há três referências do dízimo no Novo Testamento. Duas delas são paralelas e se referem ao ensino de Jesus dado aos fariseus (Mt 23.23; Lc 11.42). A terceira referência encontra-se na carta aos Hebreus (Hb 7.1-10). Existe uma teoria anti-dizimista que utiliza esse texto para rejeitar a prática do dízimo na dispensação da graça. O texto está provando a superioridade de Cristo sobre a velha dispensação, e de modo particular, sobre o sacerdócio judaico. O texto diz que Abraão pagou seu dízimo a Melquisedeque, que era sacerdote do ‘Deus Altíssimo’. Ora, isto foi muito antes da instituição da Lei do Antigo Testamento. Se Melquisedeque era figura de Cristo, Abraão lhe deu o dízimo. Assim sendo, hoje os crentes em Cristo lhe dão os dízimos, pois Ele é Sacerdote Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque. Se Melquisedeque recebeu os dízimos de Abraão, por que Cristo não receberia o dízimo de seus fiéis para a propagação do evangelho?

Paulo declara e ensina à igreja em Corinto que os que trabalham no ministério cristão também devem viver do ministério (1 Co 9.13). Destaca também que o princípio do sustento do ministério sacerdotal na dispensação da lei é o mesmo da graça. Paulo estava discutindo o seu direito ao seu sustento por parte das igrejas com as quais estava trabalhando. Com esse argumento ele estabelece o princípio entre as duas dispensações, a lei e a graça, e diz: ‘Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho’” (1 Co 9.14) (CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138).

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 10: Uma igreja verdadeiramente próspera

Data: 4 de Março de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

E, a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gl 6.16).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A Igreja prospera quando cumpre integralmente a missão que lhe confiou o Senhor.

 

HINOS SUGERIDOS

 

18, 394, 602.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Êx 19.5

Israel deveria ser propriedade particular

 

 

 

Terça - Ef 3.2-10

O “mistério” no plano da salvação

 

 

 

Quarta - 1 Co 1.2

A igreja como comunidade local

 

 

 

Quinta - 1 Co 10.32

A igreja como comunidade universal

 

 

 

Sexta - Fp 1.1

A igreja como comunidade santa

 

 

 

Sábado - 1 Pe 2.9

A igreja como comunidade missionária

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Efésios 2.11-13; Romanos 11.1-5.

 

Efésios 2

11 - Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;

12 - que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.

13 - Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.

 

Romanos 11

1 - Digo, pois: porventura, rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.

2 - Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo:

3 - Senhor, mataram os teus profetas e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma?

4 - Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal.

5 - Assim, pois, também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, pela fé em Jesus, mediante a graça divina, hoje fazemos parte do “Israel de Deus”, a Igreja de Cristo. Como membros desta Igreja, temos uma missão a cumprir - proclamar o evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Para que possamos desfrutar da prosperidade divina, precisamos cumprir a nossa missão com fidelidade e afinco. As bênçãos do Senhor devem ser repartidas com os necessitados, pois somos “sal” e “luz” deste mundo. Que fique gravado na mente e no coração de nossos alunos que a missão principal da Igreja é representar a Deus perante todos os povos com o Evangelho de Cristo. Boa aula!

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Analisar alguns aspectos do povo de Deus na Velha e na Nova Aliança.
  • Compreender qual é a verdadeira natureza da Igreja.
  • Conscientizar-se de que a Igreja tem como missão a adoração, a instrução, a edificação e a proclamação.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para a introdução do terceiro tópico da lição, escreva no quadro de giz o seguinte enunciado: “A Igreja tem como missão a adoração, a instrução, a edificação e a proclamação”. Em seguida divida a turma em quatro grupos. Cada grupo deverá ficar com um aspecto da missão. Peça que os grupos nomeiem um relator. Será discutida a seguinte questão: “O que a igreja local tem feito ou precisa fazer para cumprir esse aspecto da missão?”. Em seguida, reúna todos formando um só grupo. Dê um minuto para que os relatores exponham as respostas. Conclua dizendo que para a Igreja cumprir sua missão, todos devem contribuir fazendo a sua parte.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Igreja: Organismo místico composto por todos os que, pela fé, aceitaram a Jesus como único e suficiente Salvador, e têm a Palavra de Deus como única regra de fé e conduta.

 

A expressão “Israel de Deus”, em Gálatas 6.16, divide a opinião dos estudiosos. Há os que acreditam que Paulo refere-se à Igreja, deduzindo que esta suplantou por completo a Israel nos projetos de Deus. Por outro lado, outros defendem que o apóstolo faz alusão, de fato, a Israel, e que a Igreja entrou no Plano da Salvação até que Deus cumpra seus propósitos com o Povo da Promessa.

A Bíblia de Estudo Pentecostal explica que a expressão “Israel de Deus” refere-se “a todo o povo de Deus debaixo do novo concerto”, isto é, a “todos os salvos, tanto judeus como gentios”. Vejamos por que a Igreja de Cristo é o Israel de Deus e que implicações tem este fato na doutrina da prosperidade.

 

I. O POVO DE DEUS NA VELHA E NOVA ALIANÇA

 

1. O Israel Nação. O Senhor elegeu Israel para ser a sua propriedade exclusiva (Êx 19.5,6; Dt 7.6,7). Por conseguinte, a nação hebreia deveria ser santa por ser sacerdotal, profética e real (Êx 19.5,6). Dessa forma, os judeus tinham por missão levar o nome do Senhor a todas as nações. Logo, tanto as bênçãos decorrentes da obediência como as maldições advindas da desobediência, na Antiga Aliança (Dt 27-28), devem ser entendidas no contexto da vocação de Israel.

O Senhor promete restaurar o seu povo através de uma “nova aliança” (Jr 31.31-34; Ez 36.26). Mas os judeus, devido à sua incredulidade e dureza de coração, vieram a rejeitar a Jesus como o mediador do novo concerto (Hb 9.15; 12.24; Jo 1.12). Por causa disso, o propósito de Deus de ter um povo que o representasse continuou com a Igreja de Cristo — o Israel do Novo Testamento. Isso não significa que Deus haja se esquecido do povo hebreu (Rm 11.2). Pelo contrário. Afirma Paulo que “todo o Israel será salvo” (Rm 11.26).

2. O Israel do Novo Testamento. A igreja é vista na Bíblia como a comunidade dos chamados para fora, “separada”. Paulo mostra que a Igreja entra no plano da salvação como um mistério (Ef 3.2-10; Rm 16.25-26; Cl 1.25-27). Tal mistério, explica ele, consiste no fato de a Igreja de Cristo ser o “povo de Deus” formado agora tanto por judeus como por gentios (Gl 6.16; Rm 2.28,29; Ef 2.14-22; Fp 3.3; 1 Pe 2.9). Como já foi dito isso não quer dizer que a Igreja tenha suplantado ou substituído a Israel. Paulo realça que Cristo é o “descendente” prometido por Deus, através do qual todas as nações da terra foram abençoadas com a proclamação das boas novas de salvação (Gl 3.16). Em Cristo, Deus não substituiu, mas deu continuidade ao processo de autorrevelação anteriormente iniciado no Antigo Testamento.

3. O povo único de Deus. Donald Hagner observa que a Igreja não assume o lugar de Israel, mas que Israel encontra sua verdadeira identidade na Igreja! O Novo Testamento revela que Deus, através de Jesus, renovou a aliança com seu povo e que nesse ato, tanto judeus como gentios formam um só povo. Ser parte da Igreja é reconhecer Jesus como o Messias — a plenitude das promessas divinas. Essa é a verdadeira prosperidade.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A Igreja de Cristo é o “povo de Deus” formado tanto por judeus como por gentios.

 

 

 

II. A IGREJA E SUA NATUREZA

 

1. Localidade e universalidade. Quando fazemos referência à igreja que está em uma determinada cidade, falamos do aspecto local da Igreja de Cristo (1 Co 1.2; At 13.1). Paulo também fala da universalidade da Igreja (1 Co 10.32). A Igreja é local, mas também é universal. Isto é, ela é formada por todos os crentes das mais diferentes culturas, raças e nações.

2. O ensino neotestamentário revela que a Igreja é una (Ef 4.4). Ela é um corpo e como tal seu funcionamento assemelha-se a um organismo vivo (1 Co 12.12). A Igreja é o Corpo de Cristo formado por todos os crentes regenerados em toda a parte do mundo através do sangue do Cordeiro.

3. A santidade é tanto posicional como progressiva. No primeiro caso, o crente é santo porque espiritualmente encontra-se em Cristo e, assim, participa de sua natureza santa. Todavia, no seu viver diário, o crente tem sua parte a fazer, isto é, ajustar-se ao que a Palavra de Deus ensina sobre um viver de pureza e integridade (2 Co 7.10).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A Igreja é o corpo místico de Cristo na Terra. Ela é tanto local quanto universal.

 

 

 

III. A IGREJA E SUA MISSÃO

 

1. Adoração. Em sua primeira epístola aos Coríntios, Paulo dá diretrizes acerca de como deve ser o culto cristão (1 Co 14.26). Entre outras instruções, ele diz: “cada um de vós tem salmo”. Salmo aqui é uma referência ao hinário da Igreja Primitiva, embora saibamos que havia também expressões espontâneas de louvores e cânticos espirituais entre os primeiros crentes (Ef 5.19; Cl 3.16). A essência do culto cristão, portanto, é a adoração.

2. Instrução e edificação. No mesmo texto de 1 Coríntios 14.26, o apóstolo também diz que “cada um de vós tem [...] doutrina”. A palavra grega didaché, traduzida aqui como doutrina, é uma referência à instrução que era ministrada aos crentes através da exposição da Palavra de Deus. Toda igreja verdadeiramente bíblica necessita da exposição das Sagradas Escrituras. Pedro exorta aos crentes a desejarem ardentemente o genuíno leite espiritual capaz de dar crescimento para a salvação (1 Pe 2.2). É por isso que a igreja em Antioquia possuía mestres (At 13.1). O próprio Deus colocou-os na Igreja, visando o pleno desenvolvimento dos santos (Ef 4.11,12).

Paulo afirma que o propósito disso tudo é a edificação da Igreja (1 Co 14.3,26). Outro aspecto a ser observado é que, embora a Escritura mostre o lado comunal da Igreja Primitiva, o Novo Testamento não é avesso aos bens materiais desde que estes sejam usados para a glória de Deus, para a expansão de seu Reino e para o socorro dos mais necessitados (At 4.32-35). O exemplo de Barnabé é bastante significativo (At 4.36-37).

3. Proclamação. Uma igreja adoradora, instruída na Palavra e verdadeiramente próspera, tem como foco principal a proclamação do Evangelho de Cristo. A missão da Igreja é colocar em prática a Grande Comissão (Mt 28.19). Fomos chamados para sermos proclamadores das boas novas do Reino de Deus (1 Pe 2.9). Uma igreja que não prega e não evangeliza está longe de ser realmente próspera, por mais rica que seja.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A igreja tem como missão a adoração, a instrução, a edificação e a proclamação.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A Igreja é o “Israel de Deus” e, como tal, tem a missão de representá-lo nessa terra. O importante não é apenas ser abençoado, mas ter plena comunhão com o Abençoador. Isso significa fazer parte do corpo místico de Cristo que é a sua Igreja. Celebremos o fato de sermos o Israel de Deus, mas não nos esqueçamos das responsabilidades que isso também nos traz. A igreja realmente próspera é aquela que cumpre plenamente a missão que nos confiou o Senhor Jesus.

 

VOCABULÁRIO

 

Comunal: Pertencente a dois ou a mais de dois, à maioria ou a todos; comum.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

DAMIÃO, V. A Igreja no Século XXI. 1.ed., RJ: CPAD. 2008.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Como povo de Deus, qual era a missão dos judeus?

R. Os judeus tinham por missão levar o nome do Senhor a todas as nações.

 

2. Quem é o Israel de Deus do Novo Testamento?

R. A Igreja de Cristo.

 

3. Explique a universalidade da Igreja.

R. A Igreja é local, mas também é universal. Isto é, ela é formada por todos os crentes das mais diferentes culturas, raças e nações.

 

4. De acordo com a lição, quais são as quatro principais missões da Igreja?

R. Adoração, instrução, edificação e proclamação.

 

5. O que você tem feito para que sua igreja cumpra a missão que sobre ela pesa?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Missiológico

 

“Igreja e a missiologia urbana

Outro aspecto importante da vida eclesiástica tem a ver com o processo de urbanização do mundo, uma realidade desafiadora que exige pronta e contínua resposta da igreja como agente do Reino de Deus na Terra. O fluxo migratório constante dos países pobres para os países mais desenvolvidos e do interior para os grandes centros, em busca de melhores oportunidades, aliados a outros fatores da vida pós-moderna, indica com segurança que nos próximos anos a maior parte da população do planeta estará vivendo nas grandes cidades, transformadas em metrópoles e megalópoles.

A estratégia urbana de Paulo. Para se conhecer como a igreja pode desempenhar bem o seu papel como comunidade terapêutica na urbe pós-moderna, nada melhor do que descobrir a metodologia empregada pelo apóstolo Paulo em suas viagens missionárias. A primeira observação é que ele procura instalar-se nos grandes centros, onde a mensagem seria mais bem repercutida para então irradiar-se pelas regiões adjacentes (At 13.4-6,13,14).

Obediente ao plano divino de universalizar o evangelho mediante a transição da igreja para o mundo gentílico, o apóstolo usou a mesma estratégia quando transpôs os limites da Ásia e alcançou as fronteiras europeias através da Macedônia, atual norte da Grécia (At 16.11,12)” (COUTO, G. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2008, pp.414,415).

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 11: Como alcançar a verdadeira prosperidade

Data: 11 de Março de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo” (1 Cr 29.12).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A verdadeira prosperidade dá-nos as condições necessárias para não somente cuidarmos de nossa manutenção, como também investir no Reino de Deus.

 

HINOS SUGERIDOS

 

363, 432, 578.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Hb 8.12

A real prosperidade e as promessas divinas

 

 

 

Terça - Fp 4.19

A real prosperidade e a fidelidade de Deus

 

 

 

Quarta - Ef 4.28

A real prosperidade e o trabalho

 

 

 

Quinta - Pv 13.11

A real prosperidade produz benefícios

 

 

 

Sexta - Pv 30.8

A real prosperidade e a administração

 

 

 

Sábado - 2 Co 9.7

A real prosperidade e a obra de Deus

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 Crônicas 29.10-18.

 

10 - Pelo que Davi louvou ao SENHOR perante os olhos de toda a congregação e disse: Bendito és tu, SENHOR, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade.

11 - Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, SENHOR, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe.

12 - E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo.

13 - Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos e louvamos o nome da tua glória.

14 - Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, que tivéssemos poder para tão voluntariamente dar semelhantes coisas? Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos.

15 - Porque somos estranhos diante de ti e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não há outra esperança.

16 - SENHOR, Deus nosso, toda esta abundância que preparamos, para te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão e é toda tua.

17 - E bem sei eu, Deus meu, que tu provas os corações e que da sinceridade te agradas; eu também, na sinceridade de meu coração, voluntariamente dei todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, voluntariamente te deu.

18 - SENHOR, Deus de nossos pais Abraão, Isaque e Israel, conserva isso para sempre no intento dos pensamentos do coração de teu povo; e encaminha o seu coração para ti.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, você sabe como alcançar a verdadeira prosperidade? Muitos são os livros de autoajuda que prometem revelar o segredo do sucesso financeiro e da felicidade. Tal “fórmula” deve funcionar somente para os autores! Na verdade não há nenhum segredo. Pois sabemos que Deus é um Pai amoroso e que a verdadeira prosperidade está fundamentada na sua providência e graça. Se quisermos ter uma vida bem-sucedida precisamos aprender a depender de Deus e nos submeter à sua vontade!

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Compreender que para sermos bem-sucedidos precisamos confiar na suficiência de Deus.
  • Conscientizar-se de que o trabalho foi instituído por Deus antes da Queda.
  • Explicar porque devemos fazer uso do dinheiro de modo consciente.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, peça aos alunos que citem um versículo bíblico onde Deus promete suprir as nossas necessidades de alimentação e vestuário. Diga que Deus é um Pai amoroso que tem prazer em suprir todas as nossas necessidades básicas, porém, explique que existe uma diferença entre precisar e desejar. Nem sempre o que desejamos é realmente necessário. O precisar tem a ver com consumo, suprimento das necessidades básicas. O desejar está relacionado ao consumismo, impulso incontrolável de ter ou possuir. Enfatize que Deus promete suprir (atender) as nossas necessidades. O Senhor não é um “gênio da lâmpada” que atende os nossos desejos. Ele é Deus, e por sua infinita bondade promete prover-nos as necessidades. Conclua lendo Filipenses 4.19.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Trabalho: Conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir um determinado fim.

 

Como alcançar a verdadeira prosperidade? Essa pergunta vem recebendo as mais diversas respostas. Em sua maioria, tais respostas resumem-se a fórmulas mágicas de autoajuda. Todavia, na perspectiva bíblica, a prosperidade está condicionada não ao domínio de técnicas ou fórmulas mirabolantes, mas à prática dos princípios expostos na Palavra de Deus. Nesta lição, veremos alguns desses princípios.

 

I. CONFIANÇA NA SUFICIÊNCIA DE DEUS

 

1. Confiando nas promessas de Deus. São muitas as promessas de Deus para o seu povo. As mais significativas não se resumem aos bens materiais, mas ao perdão dos nossos pecados (Hb 8.12), à adoção (2 Co 6.18), à vida eterna (1 Jo 2.25) e a um novo céu e a uma nova terra (2 Pe 3.13). Essas promessas revelam a suficiência de Deus em nos prover o melhor. De fato, como dizem as Escrituras, as promessas divinas são boas e mui preciosas (1 Rs 8.56; 2 Pe 1.4). Portanto, qualquer ideia de prosperidade, para ser genuinamente bíblica, necessita levar em conta a nossa dependência da vontade soberana de Deus (Sl 103.1-3; 23.1-6).

2. Confiando na fidelidade de Deus. O fundamento do ensino da suficiência divina é que o Pai Celeste nos supre todas as necessidades (Fp 4.19). Através de sua Palavra, o Senhor demonstra todo o seu amoroso cuidado para com os seus filhos (Sl 145.9; Mt 6.26), provendo-lhes o necessário para que tenham uma vida digna (Gn 24.48,56). Por conseguinte, o cristão precisa conscientizar-se que Deus jamais abandonará os seus filhos. É o que Davi declara em sua oração: “E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo” (1 Cr 29.12).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Deus é fiel. Ele prometeu e supre todas as nossas necessidades.

 

 

 

II. DEDICANDO-SE AO TRABALHO

 

1. A necessidade do trabalho. O trabalho foi instituído por Deus antes mesmo da queda de Adão e Eva (Gn 2.15). Aliás, o trabalho aparece na Bíblia como algo útil, necessário e nobre (1 Ts 4.11; 2 Ts 3.8; 1 Tm 6.2). Escrevendo aos efésios, Paulo aconselha aos novos crentes: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Ef 4.28).

A prosperidade do crente está associada ao trabalho (Dt 8.18) que, no âmbito da Palavra de Deus, tem uma finalidade que transcende o mero acúmulo de bens. O cristão, portanto, deve conscientizar-se de que a bênção do Senhor manifesta-se também por intermédio de nosso labor diário (Dt 15.7,8; Pv 10.22).

2. Os benefícios do trabalho. O trabalho é necessário não somente para suprir nossas necessidades (1 Ts 2.9; At 20.34) mas também as do nosso próximo (At 20.35). Instituição divina que é, o trabalho oferece-nos também um real significado para a vida (Pv 13.11). A Bíblia destaca o valor daqueles que desempenharam bem o seu trabalho (Gn 29.9; 31.6). O Novo Testamento, por exemplo, realça o exemplo de Dorcas, que é lembrada pelo seu trabalho e generosidade (At 9.36,39).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

O trabalho foi instituído por Deus antes mesmo da Queda do homem. Ele é útil e necessário aos seres humanos.

 

 

 

III. USANDO O DINHEIRO CONSCIENTEMENTE

 

1. Rejeitando o consumismo. Embora o desejo de consumir seja considerado algo normal, há uma diferença gritante entre consumo e consumismo. Se o primeiro tem a ver com o suprimento de nossas necessidades básicas, o segundo manifesta um impulso incontrolável de se ter, ou possuir, as coisas mesmo quando estas não são necessárias. Um trata com o que é indispensável, enquanto o outro diz respeito àquilo que é supérfluo.

Alguém já disse que o crente deve tomar cuidado para não comprar o que não precisa, com o dinheiro que não tem, visando demonstrar o que ele, na realidade, não é. Administrar bem o dinheiro, atribuindo-lhe o seu real valor, faz parte da verdadeira prosperidade (1 Tm 6.17). A Bíblia destaca, inclusive, o contentar-se com a porção cotidiana proporcionada pelo trabalho digno, honesto e abençoado por Deus (Pv 30.8).

2. Contribuindo para a Obra de Deus. O Reino de Deus, apesar de seu aspecto sobrenatural, necessita de nosso apoio natural para expandir-se até aos confins da terra. Portanto, ainda que não sejamos detentores de grandes posses, seremos considerados prósperos e bem-aventurados se participarmos com nossos haveres do avanço da obra de Deus (Lc 21.1-4; Fp 4.18,19).

3. Contribuição voluntária e regular. A Escritura é clara ao preceituar: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). O texto deixa bem patente que a nossa contribuição para a obra de Deus deve ser feita de forma voluntária, regular e amorosa. Isto significa que temos de ser regulares na entrega dos dízimos e das ofertas. Os dízimos, a propósito, têm de ser trazidos à casa do tesouro, conforme exorta o Senhor por intermédio de Malaquias. Ou seja: devemos dar o dízimo à igreja na qual congregamos, para que sejamos realmente fiéis.

O dízimo é tanto normativo (Ml 3.10) como voluntário (Gn 14.20; 28.22). Por conseguinte, o crente prospera quando põe em prática os princípios bíblicos da contribuição. Você tem investido na obra de Deus?

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Ser próspero é saber utilizar os recursos financeiros com sabedoria, sempre investindo no Reino de Deus.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A verdadeira prosperidade fundamenta-se, antes de tudo, na providência de Deus. Pois Ele capacita-nos a obter a necessária provisão para a nossa vida. A prosperidade bíblica faz do cristão um autêntico despenseiro dos negócios de Deus. E, como tal, estimula-o a usar de forma adequada aquilo que lhe foi confiado. Há uma ação de Deus em abençoar-nos e uma resposta de nossa parte em reconhecer corretamente os benefícios divinos. Que em tudo o Senhor seja glorificado!

 

VOCABULÁRIO

 

Haveres: Relativo a bens materiais.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

SALE, F. Você & Deus no Trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Transcreva uma das promessas de Deus para o seu povo.

R. Resposta livre.

 

2. Qualquer ideia de prosperidade, para ser genuinamente bíblica, necessita levar em conta o quê?

R. A nossa dependência da vontade soberana de Deus.

 

3. Quem instituiu o trabalho?

R. O Deus Todo-Poderoso.

 

4. De acordo com a lição, cite dois benefícios do trabalho.

R. O trabalho supre nossas necessidades e também as do nosso próximo. O trabalho oferece-nos um real significado para a vida.

 

5. Explique a diferença entre consumo e consumismo.

R. O consumo tem a ver com o suprimento de nossas necessidades básicas, o consumismo manifesta um impulso incontrolável de se ter, ou possuir, as coisas, mesmo quando estas não são necessárias. Um trata com o que é indispensável, enquanto o outro diz respeito àquilo que é supérfluo.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“A importância do trabalho

Por que o trabalho árduo é tão importante? A que propósito ele serve, uma vez que Deus prometeu prover todas as nossas necessidades?

As Escrituras dizem muitas coisas sobre a importância do trabalho. Em primeiro lugar, nossos esforços no trabalho são capazes de glorificar a Deus. Em segundo lugar — e relacionado ao primeiro ponto — seja o que for que façamos nesta terra, incluindo o nosso comportamento no trabalho, será um testemunho para as outras pessoas. Por essa razão, Deus espera que sejamos diferentes, que nos salientemos no contexto do mundo em que vivemos e que façamos o nosso trabalho sem murmurações. O terceiro ponto é complexo. A Bíblia deixa claro que o nosso trabalho é um dos veículos que Deus utiliza para suprir as nossas necessidades. O seu intento é que a nossa produtividade nos traga recompensas significativas, tanto tangíveis, como intangíveis. Em seu plano, a preguiça e a falta de produtividade resultam naturalmente em necessidades. Deus quer que estejamos em posição tal, que possamos desfrutar dos resultados de nossos trabalhos. Podemos ter a certeza que Ele seria capaz de nos conceder aquilo que necessitamos, sem qualquer esforço de nossa parte. Existem alguns exemplos em que Ele faz exatamente isto, quando sabe tratar-se de uma situação apropriada” (SALE, F. Você & Deus no trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.30-1).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“Salomão, filho de Davi e Bate-Seba, sucedeu a seu pai como rei de Israel e reinou durante quarenta anos. Ele foi o homem mais sábio do mundo. As Escrituras nos contam sobre todas as suas realizações e a sua consequente fama. Ele era também o homem mais rico do mundo; a história descreve a sua grande fortuna, bem como os seus elaborados projetos de edificação. Ele recebeu sua sabedoria de Deus. Igualmente, sua fortuna foi dada por Deus, por não tê-la pedido. O povo de Israel estava contente sob o seu governo. Com o passar do tempo, o sucesso fabuloso de Salomão fez com que se tornasse autoindulgente. Pelo fato de poder dispor de tudo o que desejasse, passou a sentir que tinha direitos sobre tudo o que quisesse.

Qual é, portanto, a direção que a Bíblia nos oferece, em relação a mantermos as posses na perspectiva apropriada?

   1. Em primeiro lugar, reconheça que seja o que for que alcance ou acumule neste mundo não durará para sempre. Como diz o ditado popular, ‘você não pode levar nada consigo’. Você estará deixando este mundo com as mãos vazias, como quando a ele chegou.

   2. A segunda diretriz das Escrituras é que não sejamos avarentos. Esforce-se pela moderação saudável em tudo aquilo que desejar. Tudo o que você possui é uma bênção, uma dádiva divina. A Palavra de Deus oferece uma boa medida sobre quanto dinheiro é suficiente: o bastante para que você não tenha que roubar, porém, nem tanto a ponto de esquecer-se da sua origem.

   3. A terceira diretriz das Escrituras é que não nos preocupemos - não importa qual seja a sua situação financeira. Como cristão, se você sofrer perdas financeiras, Deus está com você, e esta é a chave para tudo aquilo que precisa. Em primeiro lugar, Deus é quem o capacita a ganhar dinheiro. Você tem sua própria garantia de que Ele conhece intimamente as suas necessidades, e que o seu bem-estar é importante para Ele” (SALE, F. Você & Deus no trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.175-77).

 

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 12: O propósito da verdadeira prosperidade

Data: 18 de Março de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

[...] o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” (2 Co 9.6).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O principal propósito da verdadeira prosperidade é atender as urgências do Reino de Deus no mundo.

 

HINOS SUGERIDOS

 

1, 310, 363.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Sl 8.1

A verdadeira prosperidade centraliza-se em Deus

 

 

 

Terça - 2 Co 6.1-10

A verdadeira prosperidade e os despenseiros

 

 

 

Quarta - Mt 6.11

A verdadeira prosperidade e o cuidado divino

 

 

 

Quinta - Tg 2.14-17

A verdadeira prosperidade e a ajuda ao próximo

 

 

 

Sexta - Mt 6.10

A verdadeira prosperidade e o Reino de Deus

 

 

 

Sábado - Fp 4.15,16

A verdadeira prosperidade e a contribuição

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Romanos 10.8-14.

 

8 - Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos,

9 - a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.

10 - Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.

11 - Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.

12 - Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.

13 - Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

14 - Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, não há quem pregue?

 

INTERAÇÃO

 

Quem não deseja ser bem-sucedido em sua vida material? Não existe nada de errado em querer ter uma vida próspera e abençoada. A Igreja necessita dos recursos financeiros para que possa cumprir a sua missão integral. Todavia, temos visto que a equivocada Teologia da Prosperidade tem levado muitos crentes a perderem o foco da verdadeira prosperidade? Estes acabam tornando-se egoístas e extremamente consumistas. Que jamais venhamos perder o nosso alvo: Jesus Cristo e a vida eterna que Ele prometeu nos dar.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Compreender que Deus é a fonte de toda a prosperidade.
  • Conscientizar-se de que todos têm carências e que estas podem ser supridas pelo Senhor.
  • Explicar porque devemos ajudar os necessitados e carentes.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, sente-se em círculo com seus alunos. Em seguida, leia juntamente com a turma o texto bíblico de 1 Timóteo 6.9,10. Depois, faça a seguinte pergunta: “Como podemos nos manter afastados do amor ao dinheiro?” Explique que existem algumas maneiras. Escreva a relação abaixo no quadro de giz e discuta com a classe.

1. Nunca se esqueça que as riquezas são passageiras (1 Tm 6.7,17). Não levaremos nada deste mundo.

2. Lembre-se de que tudo que possuímos vem do Senhor. Nossa suficiência está nEle.

3. Invista no Reino de Deus e ajunte tesouros nos céus (Mt 6.19,20).

4. Seja grato a Deus por tudo que você tem. Contente-se o seu salário (Lc 3.14).

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Propósito: “Aquilo a que alguém se propôs ou por que se decidiu; decisão, determinação, resolução”.

 

Nesta lição, veremos que a verdadeira prosperidade possui um propósito que vai muito além dos interesses pessoais. Infelizmente, o modelo de prosperidade apresentado em algumas teologias é meramente material e divorciado da ética cristã. Tal prosperidade, além de fomentar o egoísmo, incita o crente a fazer pouco caso do seu próximo, achando-se superior ou “mais abençoado” que este. Além disso, semelhante sentimento impede-nos de participar mais direta e ativamente na obra do Senhor.

 

I. A PROSPERIDADE NÃO É UM FIM EM SI MESMA

 

1. Deus, a fonte de todo bem. Na cultura pós-moderna, Deus foi transformado em um objeto e o homem em uma mera mercadoria. A busca pelo poder, fama e riqueza converteram-se no principal objetivo desta geração. Com o homem coisificado, não foi difícil transformar o desejo por uma vida próspera em um fim em si mesmo. A “felicidade”, então, passou a ser buscada a qualquer preço. Contudo, para nós, a verdadeira felicidade não vem em razão da posse de bens materiais, mas porque a fonte de todo o nosso contentamento encontra-se em Deus (Fp 4.11).

O Criador não é um objeto. Ele é o Todo-Poderoso Deus digno de toda a honra e de todo o louvor. Por conseguinte, devemos servi-lo não por aquilo que Ele nos dá, mas em razão daquilo que Ele é (Jo 6.26,27). Deus é santo, justo, misericordioso e maravilhoso (Sl 8.1-9). Nesse princípio, deve residir toda a nossa alegria e satisfação.

2. Despenseiros de Deus. A Escritura não é contrária à verdadeira prosperidade. Há muitas passagens que mostram o próprio Deus concedendo bênçãos materiais aos seus filhos (Gn 13.2; Jó 42.12). Mas para que a prosperidade não se converta num fim em si mesma, o cristão deve agir como um bom despenseiro daquilo que lhe foi confiado e não se comportar tirânica e arbitrariamente em relação ao que o Senhor lhe concedeu tão bondosamente (2 Co 6.1-10; 1 Co 4.1). Afinal, a autêntica prosperidade bíblica não se resume no acúmulo de bens, mas na suficiência divina.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Na atualidade, a busca pelo poder, fama e riqueza converteu-se no principal objetivo de vida de muitas pessoas.

 

 

 

II. A PROSPERIDADE E O SUSTENTO PESSOAL

 

1. As carências humanas. Todos nós possuímos necessidades e carências (Lc 4.18). Na Oração do Pai Nosso, Jesus ensinou os discípulos a rogar a Deus: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt 6.11). O texto bíblico mostra que o Senhor está ciente de todas as nossas precisões. Portanto, não devemos andar ansiosos, pois Ele nos garante a provisão diária.

Paulo, que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação, escreveu: “Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (1 Tm 6.8). Esse “sustento” o Pai Celeste garante a cada um de seus filhos (Mt 6.25-34). Paulo não insinua que os crentes serão todos ricos, mas faz questão de mostrar claramente que Deus deseja que vivamos digna e honradamente.

2. O cuidado divino. Jesus exorta-nos a não andarmos ansiosos, pois Deus, além de conhecer todas as nossas necessidades, é poderoso para suprir cada uma delas (Lc 12.22-34). Durante a peregrinação dos israelitas no deserto, o Senhor sustentou-os com o maná diário durante quarenta anos (Êx 16.22-35). Os filhos de Israel, portanto, deveriam crer de todo o coração na suficiência divina e não fazer nenhum estoque daquele alimento, pois Deus era responsável por seu sustento cotidiano. Portanto, não ande ansioso quanto ao comer e ao que vestir: o Pai Celeste está atento a todas as nossas necessidades.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Devemos rogar ao Pai Celeste e confiar nEle a fim de que supra as nossas necessidades.

 

 

 

III. A PROSPERIDADE NA AJUDA AO PRÓXIMO

 

1. Um mandamento divino. A Escritura é taxativa ao afirmar: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19.19b). A Bíblia realça que esse cuidado não pode ser abstrato ou contemplativo; tem de ser prático. Os apóstolos João e Tiago tratam do assunto com muita ênfase.

Para João, o amor não deve ser apenas de palavras, mas tem de ser traduzido em obras (1 Jo 3.18). O chamado “apóstolo do amor” chega a dizer que se alguém “tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado”, fechar-lhe o coração, não tem o amor de Deus no coração (1 Jo 3.17).

Para Tiago, a fé sem as obras mantém-se no campo da teoria e para nada serve: “Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?” (Tg 2.15,16 — ARA).

2. Uma necessidade cristã. Faz parte de nossa natureza sensibilizarmo-nos com a situação de nossos semelhantes. Isso identifica-nos como irmãos e fortalece os laços fraternais da grande família humana. Todavia, o pecado distorceu nossa imagem e fez-nos egoístas, mudando o nosso foco do “tu” para o “eu”. O salmista tristemente constata: “Não há quem faça o bem” (Sl 53.3). Esse é o estado do homem que vive sob o império do pecado (Rm 11.32; Gl 3.22). Em Cristo, porém, fomos regenerados e o domínio do mal foi destruído (2 Co 5.17). Por isso o apóstolo Paulo exorta-nos a praticarmos o bem e a sermos ricos em boas obras (1 Tm 6.18).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Ajudar ao próximo é uma ordenança divina para o cristão.

 

 

 

IV. A PROSPERIDADE NA EXPANSÃO DO REINO DE DEUS

 

1. A realidade do Reino. No Sermão do Monte, o Senhor ensinou aos seus discípulos a buscar o Reino de Deus: “Venha o teu reino” (Mt 6.10). Em o Novo Testamento, o Reino de Deus possui uma realidade presente e outra futura. Ele já está em nosso meio, mas ainda não em sua plenitude (Lc 17.20,21). Por conseguinte, o crente tem de participar ativamente da expansão da obra de Deus até aos confins da terra. Para que isso aconteça é necessário conscientizarmo-nos de que nossos recursos e bens devem ser postos à disposição de Deus. Ele fez-nos prósperos e espera que nos mostremos agradecidos, investindo em seu Reino (2 Co 9.6,7).

2. A expansão do Reino. Como o Reino de Deus expandir-se-á se não estivermos dispostos a investir em tal ação? Infelizmente, muitos cristãos ainda não se conscientizaram de que a obra de Deus é feita também com dinheiro (Fp 4.10-19). Infelizmente, há muitos projetos missionários interrompidos simplesmente porque não há quem esteja disposto a mantê-los financeiramente. O que seria de nós se irmãos de outras nações não tivessem investido em nossa evangelização? Portanto, não podemos esquivar-nos de nossa responsabilidade diante de Deus.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

O crente tem de participar, com seus dízimos e ofertas, para que haja expansão da obra de Deus.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Nesta lição, aprendemos que não podemos perder o foco da verdadeira prosperidade. A questão não é somente prosperar, mas para quê prosperar! Será que o nosso trabalho, dinheiro e bens estão de fato atendendo aos propósitos divinos ou estão apenas servindo ao nosso regalo pessoal? Qualquer ideia de prosperidade para manter-se dentro do padrão exposto na Bíblia deve levar em conta o Reino de Deus e a responsabilidade social que temos com o nosso próximo.

 

VOCABULÁRIO

 

Abstrato: O que não é concreto.
Coisificado: Redução do homem e sua consciência a objeto.
Contemplativo: Relativo a contemplação; ato de concentrar longamente a vista em algo.
Regalo: Prazer, contentamento, presente.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. A Escritura é contrária à prosperidade?

R. Ela não é contrária à prosperidade.

 

2. Cite duas referências bíblicas que mostra o próprio Deus concedendo bênçãos materiais aos seus filhos.

R. Resposta livre, porém sugerimos Gênesis 13.2 e Jó 42.12.

 

3. Transcreva um texto bíblico que mostre que o Pai está ciente de todas as nossas precisões.

R. “Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?” (Mt 6.25).

 

4. Para João, como o amor deve ser traduzido?

R. Ele deve ser traduzido em obras (1 Jo 3.18).

 

5. Qual ensino você pode extrair para sua vida pessoal depois de estudar esta lição?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Devocional

 

“Vida abundante

Ser um cristão não significa ser um cidadão de segunda classe. Cristo veio para que tivéssemos ‘vida com abundância’.

A moral das histórias de Salomão e Sansão é esta: Deus é a fonte do dinheiro, ou da fama, ou da autoridade, ou da força física que possuímos. Você tem estas coisas porque Deus permitiu que as tivesse, por uma razão: para utilizá-las como ferramentas a fim de implementar o que Ele tem planejado para a sua vida, e para glorificá-lo. Ele não deseja que você fique sobrecarregado em seus esforços, que o perca de vista ou a vida para a qual Ele o tem chamado. Preocupações excessivas por posição social (status) ou poder são iguais em relação ao dinheiro. Todas elas podem levar ao descontentamento, à inveja, à tentação, ao roubo da parte que pertence a Deus, tanto de seu tempo como de recursos, impedindo-o de ocupar o lugar central em sua vida.

Deus quer que você seja livre das influências que o mundo exerce sobre você, para que Ele possa, então, abençoá-lo.

Deus deseja reorientar a sua vida completamente, para que você possa ser bem-sucedido do modo certo, pelas razões certas. Talvez os resultados não sejam imediatos. A jornada poderá não ser tão agradável e fácil. Seja paciente” (SALE, F. Você & Deus no trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, p.181).

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

1º Trimestre de 2012

 

Título: A Verdadeira Prosperidade — A vida cristã abundante

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 13: Somente em Jesus temos a verdadeira prosperidade

Data: 25 de Março de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.10).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A vida abundante não consiste em negar as adversidades, mas em fazer da suficiência em Cristo a nossa confiança, quer em meio à alegria, quer em meio à tristeza.

 

HINOS SUGERIDOS

 

4, 61, 107.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - 1 Rs 3.9,13

Salomão não pediu riquezas

 

 

 

Terça - 1 Tm 6.17

A confiança do crente rico não deve estar no dinheiro

 

 

 

Quarta - Pv 30.8

Nem pobreza, nem riqueza

 

 

 

Quinta - Pv 14.31

Os pobres não devem ser oprimidos

 

 

 

Sexta - 1 Tm 6.18

Os ricos devem ser generosos

 

 

 

Sábado - Mc 8.36

Nada vale ganhar o mundo e perder a alma

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

João 15.1-11.

 

1 - Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.

2 - Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.

3 - Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.

4 - Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.

5 - Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer.

6 - Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.

7 - Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.

8 - Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.

9 - Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor.

10 - Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor.

11 - Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais, você e seus alunos, com certeza foram edificados, exortados e consolados por intermédio de cada lição. Aprendemos que a vida abundante e próspera não consiste nos bens materiais, na saúde ou na fama. Fazer a vontade de Deus e manter uma estreita comunhão com Ele é o segredo para se ter uma vida bem-sucedida.

Independentemente das circunstâncias que você ou seus alunos estejam vivendo, saiba que o Bom Pastor nunca nos desampara. Ele está conosco em meio aos pastos verdejantes, e não nos abandona quando temos que enfrentar os vales e os desertos da vida.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Entender que a vida abundante consiste no equilíbrio.
  • Explicar quais são os erros acerca da pobreza.
  • Conscientizar-se de que a vida abundante não superestima o corpo nem nega a alma.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para a aula de hoje sugerimos que você faça uma pequena avaliação do trimestre. Divida a turma em grupos e escreva no quadro de giz as seguintes questões: “Qual lição vocês consideram a mais relevante?”. “Por quê?”. “Qual a mensagem que o grupo extraiu desta lição?”. Reúna os grupos em círculo e dê um tempo para que cada grupo apresente, resumidamente, as suas respostas. Faça as considerações que achar necessárias esclarecendo qualquer dúvida que venha surgir.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Vida abundante: Vida de santidade e íntima comunhão com Deus.

 

Muitos acreditam que só conseguiremos viver plenamente se formos ricos e saudáveis. No outro extremo, existem aqueles que acham que só conseguiremos agradar a Deus se vivermos em completa pobreza. A Bíblia mostra que a resposta a esse conflito passa necessariamente por um entendimento correto acerca do verdadeiro valor das realidades material e espiritual. Por conseguinte, devemos buscar um equilíbrio entre ambas as posturas, pois, como um ser composto de espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23), o homem apresenta necessidades tanto materiais como espirituais. Vejamos, pois, como ter uma vida realmente abundante.

 

I. A VIDA ABUNDANTE CONSISTE NO EQUILÍBRIO

 

1. A matéria superestimada. É um erro superestimar a matéria e suprimir as coisas espirituais como ensinam o materialismo e o ateísmo. A história mostra que a realidade material sozinha não foi (e não é!) capaz de garantir o bem-estar do ser humano. Não somos apenas razão nem unicamente emoção (1 Ts 5.23; 1 Co 14.13,14). Somos seres espirituais e materiais (1 Co 15.44,46), ou seja, somos seres integrais que necessitam da ajuda divina em todos os aspectos. Por isso, a prosperidade bíblica leva em conta tanto a realidade espiritual como a material (3 Jo 2).

2. A matéria negada. Sendo o dinheiro um bem material, como deve ser a nossa relação com ele? Não há nada nas Escrituras que condene a sua posse a não ser o amor a ele (1 Tm 6.10). Por conseguinte, a questão reside justamente na forma como o adquirimos, como o usamos e como o vemos. O Senhor Jesus, por exemplo, usava o dinheiro para ajudar ao próximo, enquanto Judas o utilizava com propósitos mesquinhos e desonestos (Lc 8.3; Jo 12.6). O dinheiro deve ser empregado com sabedoria, prudência e cuidado, visando sempre a glória de Deus. Cuidado com o consumismo e seja sempre um dizimista fiel (Ml 3.10).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A prosperidade bíblica leva em conta tanto a realidade espiritual como a material.

 

 

 

II. CORRIGINDO OS ERROS ACERCA DA POBREZA

 

1. Pobreza e pecado. Embora a pobreza seja uma decorrência da entrada do pecado no mundo, isto não significa que o crente pobre esteja em pecado. Logo, a pobreza é uma das consequências do pecado, mas não necessariamente dos pecados pessoais dos menos favorecidos (Pv 14.31; 17.5; 19.1; Jo 12.8). De uma forma geral, os chamados pais da igreja ensinavam que a pobreza, além de ser uma das consequências do pecado, é também o resultado da má distribuição de renda e da concentração de poder. Para eles, essa situação poderia ser amenizada através da solidariedade dos mais abastados com os menos afortunados.

2. A pobreza magicamente extinta. Os pregadores da prosperidade ensinam que as dificuldades financeiras são o resultado de uma vida sem fé. Infere-se, pois, que o crente só é pobre se quiser já que é o único responsável por sua situação financeira. Alguns desses mestres, distorcendo a Palavra de Deus, chegam a afirmar que a pobreza é do Diabo. Isso, porém, nada tem a ver com o ensino da Bíblia. Pedro e João, por exemplo, não eram ricos, mas tinham fé suficiente para realizar grandes milagres (At 3.6). Vejamos o interessante caso de Paulo que, embora nada possuísse, enriquecia a muitos com o Evangelho de Cristo (2 Co 6.10).

Cuidado! Não seja impaciente para tornar-se rico. Veja o que recomenda o apóstolo: “Mas, os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (1 Tm 6.9). As campanhas que oferecem enriquecimento mágico tornam o crente insensato, tolo e avarento. Não precisamos desses artifícios, pois temos um Pai que zela pelo nosso sustento: “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13.5).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A pobreza é uma das consequências da Queda do homem, todavia, isso não significa que os menos favorecidos estejam em pecado.

 

 

 

III. A VIDA ABUNDANTE NÃO SUPERESTIMA O CORPO NEM NEGA A ALMA

 

1. A vida abundante é equilibrada. Concernente aos bens materiais, como deve ser a nossa postura? Em Provérbios, encontramos uma recomendação que, apesar do tempo já transcorrido, continua sempre atual. Em suas meditações, Agur roga ao Senhor: “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção; para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus” (Pv 30.7-9). Esse equilíbrio leva-nos a ter uma vida abundante em Cristo que, aliás, ensina-nos a rogar ao Pai o pão cotidiano: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt 6.11).

2. Bem-estar físico e emocional. A busca pelo bem-estar físico tornou-se a principal obsessão de nosso tempo. Tudo agora gira em torno do corpo. Para a maioria das pessoas é mais importante queimar as toxinas do corpo do que expurgar os pecados da alma. Já não se pensa na realidade pós-morte nem no juízo final. Vive-se unicamente para o prazer de um corpo que é pó e tornar-se-á pó. No entanto, o que faremos quando formos chamados a prestar contas a Deus? (Lc 12.20).

É claro que devemos cuidar do nosso corpo que, segundo a Bíblia nos ensina, é o templo do Espírito Santo (1 Co 3.16). Mas tudo sem obsessão e sem paranoia, pois de Deus temos esta promessa: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu” (2 Co 5.1,2).

3. O bem-estar espiritual. A Teologia da Prosperidade conseguiu semear em nossos arraiais a ideia de que o bem-estar espiritual é irreconciliável com qualquer espécie de sofrimento. Se o crente sofre é porque não é próspero. Portanto, de acordo com essa ótica, sofrer em consequência de uma enfermidade ou como resultado de um revés financeiro demonstra decadência e falta de fé. Cuidado com esse ensino; é totalmente contrário à Bíblia (Sl 34.19).

A Palavra de Deus mostra que o sofrimento tem uma função pedagógica na vida do crente. Em outras palavras, Deus também nos ensina através das adversidades (Sl 119.71). Jó, por exemplo, sofreu não em decorrência de um pecado pessoal ou por possuir uma fé debilitada, mas para conhecer melhor a Deus (Jó 1.1-3; 42.5). Paulo também tinha o sofrimento como um dos meios de o Senhor lapidar a sua vida espiritual (2 Co 12.7-10).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Deus deseja que tenhamos uma vida cristã equilibrada é abundante.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A verdadeira prosperidade vai além da saúde, da riqueza e da fama. Ela se manifesta por uma comunhão íntima e estreita com o Senhor Jesus, que nos promete uma vida abundante. Não se impaciente, confie na suficiência de Cristo Jesus. Ele jamais nos abandonará. Amém.

 

VOCABULÁRIO

 

Arraial: Lugarejo de caráter provisório, temporário.
Ateísmo: Doutrina que nega a existência de Deus.
Materialismo: Doutrina que identifica na matéria a realidade do universo.
Matéria: Substância corpórea de determinada natureza.
Paranóia: Problemas psíquicos que tomam a forma de um delírio sistemático.
Revés: Aspecto ruim, desfavorável de alguma coisa.
Toxina: Substância tóxica.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

RICHARDS, L. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quais são as realidades que a prosperidade bíblica leva em conta?

R. A prosperidade bíblica leva em conta tanto a realidade espiritual como a material (3 Jo 2).

 

2. Como Jesus utilizava o dinheiro?

R. Ele usava o dinheiro para ajudar ao próximo.

 

3. Como o dinheiro deve ser empregado?

R. O dinheiro deve ser empregado com sabedoria, prudência e cuidado, visando sempre a glória de Deus.

 

4. De acordo com a lição, a pobreza é decorrente de quê?

R. Da entrada do pecado no mundo.

 

5. Qual a função pedagógica do sofrimento na vida do crente?

R. Ensinar e lapidar a vida espiritual.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Bibliológico

 

“A palavra hebraica ‘ebyon, que é muitas vezes um paralelo a ‘ani, significa aflito, angustiado, desamparado, necessitado, isto é, alguém que foi maltratado ou está sofrendo algum problema social. [...] O termo hebraico rush significa ser pobre, empobrecido, ou passar necessidades, e seu cognato rish ou re’sh dá claramente a ideia de pobreza. A LXX usou a palavra penes, e o NT usa ptochos, que significa ‘pobre, miserável, impotente, mendigo’. Os pobres eram os que haviam sido privados das necessidades básicas da vida. As antigas leis israelitas protegiam os pobres dos encargos criminosos dos usurários (Êx 22.25; Lv 25.36). As extremidades dos campos não deveriam ser colhidas, e as vinhas não deveriam ser totalmente despidas de seus frutos, para que houvesse uma provisão para os necessitados (Lv 19.9,10). Tudo aquilo que nascesse espontaneamente nos campos durante o ano sabático deveria ser deixado e não poderia ser colhido, permanecendo para o benefício de qualquer pessoa que os quisesse recolher (Lv 25.5). Os indivíduos também tinham a permissão de colher grãos ou comer uvas que pertenciam a outros, desde que nada levassem consigo (Dt 23.24,25). Em geral, a pobreza resultava das invasões e das guerras, das secas e de colheitas insuficientes, da preguiça ou da escravidão. Numerosos escritos retratam Deus ao lado dos pobres (Pv 14.21) e também mostram o dever cristão de cuidar deles (Mt 6.2-4)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed., RJ: CPAD, 2009, p.157

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net