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doutrina da fé biblica (vencendo pela fé)
doutrina da fé biblica (vencendo pela fé)

                     Sem Fé é Impossível Agradar a Deus 

A fé que devemos seguir e concretizar em nós mesmos, ilustrada nas pessoas de grandes homens de fé.

 

O capítulo 11 e os três primeiros versículos de Hebreus, que ora iniciamos tem sido considerado, com justiça, um dos mais importantes e eloquentes de todo o N.T.; e se este tratado aos Hebreus constasse apenas deste material, bastaria este capítulo para garantir-lhe a imortalidade. É uma obra prima da retórica, que se equipara à mais excelente literatura mundial. Embora outras passagens deste tratado sejam difíceis de apreender, este capitulo (Hb 11) fala a todos, pois ninguém, de qualquer desenvolvimento espiritual, pode deixar de reagir favoravelmente à sua comovente mensagem. Em certo sentido, este capítulo é o clímax do livro, pois contém a substância daquilo que se deve fazer para que não se afaste de Cristo e nem se caia na apostasia. É mister que o crente considere a importância do mundo superior —os lugares celestiais —, bem como dos requisitos espirituais que aquele mundo expõe aos homens. É necessário que o crente perceba claramente que o homem deve viver segundo as «dimensões eternas» da vida, o que somente a fé é capaz de perceber. Ao assim fazer, o crente verá a posição central de Cristo; e, dotado dessa visão será tão grandemente fortalecido que ficará imune à apostasia.

 Este décimo primeiro capítulo enumera grande número de homens de fé; e o início do décimo segundo capítulo mostra-nos claramente que Cristo é o objeto real da nossa fé, tal como sucedeu àqueles santos do passado, e não da mera aceitação de certo número de doutrinas ortodoxas; é algo bem diferente da «crença fácil» da igreja, que reduziu a fé a um mero credo e passou a ignorar às exigências da pessoa de Cristo às almas.

 Contudo, há certa beleza poética —como a do décimo terceiro capítulo da primeira epístola aos Coríntios —, que falta nesta passagem; há certa beleza simples — como a do Sermão da Montanha —, que também se faz ausente nesta passagem; há certa paixão espiritual dinâmica —como a do oitavo capítulo da epístola aos Romanos —que não transparece nesta passagem. Mas há nesta passagem um impacto retórico tal como não se vê no restante do N.T. O autor sagrado nos apresenta, habilissimamente, um maciço testemunho do que é a fé e do que pode fazer o indivíduo que a cultiva. A MENSAGEM É BÍBLICA; PORQUANTO aqueles que são exibidos como objetos de nossa imitação são todos personagens conhecidos nas páginas do A.T., embora alguns heróis macabeus também tenham sido inclusos. Abaixo mostramos o plano da apresentação:

 1. A definição (primeiro versículo).

2. Declaração geral de poder (versículos segundo e terceiro).

3. Sete ilustrações de fé (versículos terceiro a décimo primeiro).

4. Sumário das ideias (versículos décimo terceiro a décimo sexto).

5. Mais onze ilustrações (versículos décimo sétimo a trigésimo primeiro).

6. Um grande número de testemunhas da fé, com breves comentários (versículos trigésimo segundo a trigésimo oitavo).

7. Avaliação da fé dos gigantes espirituais nomeados, bem como da fé dos mesmos em relação à nossa (vss. trigésimo nono e quadragésimo).

 A fé é ilustrada sob todas as circunstâncias: nas perseguições, nas privações, na pobreza, em feitos poderosos, em sofrimentos diversos e no martírio. Não há situação sob a qual o homem de Deus não possa ser homem de fé; não há faceta da vida em que o crente não possa ser um herói, contanto que a fé venha enfrentar e solucionar os seus problemas.

 Em toda essa ilustração, o autor sagrado mostra-nos que não há necessidade de retrocedermos, de abandonarmos a batalha, de nos desviarmos de Cristo e de seu novo pacto; e esse é o propósito real deste capítulo, pois o autor, neste tratado inteiro, está combatendo a estagnação e as tendências para a apostasia, por meio do desvio. (Ver Hb 10:39).

 Este capítulo, em sua inteireza, é uma descrição detalhada e eloquente de como o homem espiritual deve «corresponder» ao mundo eterno e invisível. E a essa «correspondência» chamamos de «fé». Assim podemos ver, com clareza, quão errônea é aquela definição que talvez não seja expressa, mas que nem por isso deixa de ser real: a fé consiste em crer em algo que não corresponde à realidade. Segundo essa definição, qualquer absurdo pode ser concluído com base nas Escrituras e na vida cristã — os dogmas humanos têm sido adicionados à Bíblia e têm sido disfarçados, como se fossem a Palavra de Deus. Se um homem preferir não crer nas interpretações distorcidas de várias denominações evangélicas, então é reputado por elas como um «infiel». Mas, bem ao contrário disso, a fé se alicerça sobre uma autêntica sabedoria espiritual; possui um firme fundamento; seus objetos são invisíveis para nós, mas são bem reais, até mais reais do que os deste mundo material, porque, visto que pertencem ao mundo espiritual, são eternos e inabaláveis. Por conseguinte, a fé não consiste em crermos em algo, a despeito da «ausência de provas». Antes, consiste em crermos em firmes «evidências espirituais»; e essas evidências são conhecidas intuitivamente pela alma, ou então, mediante a revelação divina.

 Os homens não chegam à fé devido a dificuldade «racionais»; mas isso se deve ao fato que sua «razão» se baseia nos cinco sentidos e em provas empíricas. Porém, existe uma razão superior, despertada para as realidades do mundo espiritual. Essa razão superior não é contrária à fé, embora não possua seu vigor e sua sabedoria. Na verdade, a fé não substitui o conhecimento, mas antes, é um conteúdo indispensável de todo o conhecimento. O conhecimento da fé envolve mundos invisíveis mas perfeitamente reais. A fé sempre inclui as «crenças»; mas não pode ser equiparada a elas. É possível alguém ter mais fé e menos crenças. Podemos sobrecarregar nossa teologia com muitas «crenças» dúbias e não essenciais sobrecarregar nossa teologia com muitas «crenças» dúbias e não essenciais, dando a estas uma excessiva importância. Bem ao contrário, precisamos infundir em nossa teologia a fé firme na realidade da posição de Cristo como nosso Cabeça e Salvador, na realidade da alma e sua sobrevivência, e no destino da alma, que está ligado a «quem Cristo é e o que ele fez».

 11:1: Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.

 

NOTA GERAL SOBRE FÉ 

1. Tipos de fé, nas páginas do N.T.: 

a. A fé objetivaesse é o «objeto» da fé, aquilo «em que se crê», o «sistema de princípios religiosos», como e o caso do cristianismo. Esse tipo de fé está confinado quase inteiramente, se não mesmo exclusivamente, às epístolas pastorais, onde seu emprego é mais frequente.

 b. A fé como virtudena vida cristã podem desenvolver-se muitas «virtudes» ou qualidades espirituais. A fé é uma delas. (Ver Gl 5:22, a esse respeito). A fé, como virtude, é apenas a fé «subjetiva» em ação, na vida diária do crente. É a contínua «outorga de alma a Cristo», que é o princípio orientador da vida cristã.

 c. A fé subjetivaé o exercício da fé, por parte do homem espiritual, a crença ativa, a dependência a Cristo, em que o indivíduo deixa a sua alma aos cuidados do Senhor. É como se o crente dissesse: «Cristo é o alvo de minha vida e existência diária; quero participar de sua imagem moral e metafísica; e entrego minha alma a seus cuidados, visando esse destino». Trata-se da total dedicação da alma a Cristo, a fim de que, através do seu Santo Espírito, possa fazer de nós seres muitíssimo superiores ao que somos agora, que compartilhem de sua própria santidade, participantes de sua natureza. É desse modo que o homem passa a receber «toda a plenitude de Deus» (ver Ef 3:19 e Cl 2:10); e, desse modo, ele chega a participar do mesmo tipo de vida que Deus tem, a sua vida necessária e independente (ver Jo 5:25,26 e 6:57), bem como de sua divindade (ver II Pe 1:4). A fé subjetiva é o «meio» da justificação (ver Rm 5:1); pois quando um homem toma essa atitude de outorga a Cristo, este lhe envia o seu Santo Espírito para dar início ao processo transformador. Nesse processo estão incluídas a justificação (Rm 3:24,28), a santificação (I Tes. 4:3) e a glorificação (Rm 8:29,30). Isso também envolve a participação na «natureza» do Filho, dentro da família divina (ver Hb 2:10 e ss). A fé subjetiva é que é o tema deste capítulo.

 Ainda há outros sentidos, conferidos à palavra «fé», a saber:

1. Às vezes a fé aparece como uma capacidade espiritual (ver Gl 3:11). Nessa categoria podemos classificar o «dom da fé» (ver I Co 12:9). Trata-se de um poder especial, alicerçado sobre uma confiança incomum em Cristo: é uma das manifestações do Espírito Santo. Pode realizar grandes obras espirituais.

2. A fé aparece como uma resposta, uma faceta da fé subjetiva (ver Gl 2:20 e 3:2).

3. A fé aparece como confiança, uma outra faceta da fé subjetiva (ver Gl 2:16).

4. A fé é um pacto (ver Gl 3:15-22).

5. A fé aparece como crença, mas não meramente em algum credo, mas antes, como dependência à pessoa de Cristo (ver Gl 2:20).

6. A fé também figura como uma aventura (ver Gl 5:5,6).

 2. Ponto de vista distintivo da epístola aos Hebreus sobre a «fé»:

 Isso pode ser facilmente entendido quando nos lembramos da forma particular da metafísica ou «ponto de vista mundial» que era sustentado pelo autor deste tratado. Ele cria em uma realidade em «dois andares». O primeiro andar consiste no mundo físico, que é temporal e se desintegra, sujeito ao mal. O segundo andar consiste no mundo celestial, nas realidades espirituais daquelas dimensões. Entre essas realidades, Cristo aparece supremo. O andar inferior, este mundo físico, é uma «cópia» do mundo celeste; e até mesmo as formas de adoração que temos aqui, como sucedia ao culto ensinado no A.T., eram apenas imitações das realidades do mundo superior.Esse era um «ponto de vista mundial» comum nos dias do autor sagrado. Baseia-se sobre a metafísica platônica, mediada pelo judaísmo, e que chegou ao cristianismo através da influência de Filo. Os judeus levavam essa questão a extremos. Imaginavam o arcanjo Gabriel, vestido como simples operário, a trazer a Moisés os objetos que deveriam ser copiados para uso no tabernáculo. Assim, tais objetos seriam cópias daqueles existentes no templo celestial. O autor sagrado, entretanto, não tinha ideias tão materialistas sobre a questão; mas cria que o tabernáculo terreno era uma «cópia» das verdades espirituais atinentes a Deus e à sua esfera celeste.

 Portanto, há uma esfera espiritual, ou melhor, há esferas espirituais, pois os antigos nunca concebiam a criação celeste como constante de um único céu. Há muitas dimensões espirituais (ver Hb 7:6). Essas esferas celestiais são as regiões da realidade final, da verdade espiritual; e o que se sabe sobre a terra, acerca da verdade, é apenas uma «imitação» daquela verdade superior. A alma reconhece essa verdade por intuição; e o reconhecimento dessa verdade recebe o nome de «fé». Quando um homem se entrega às «realidades espirituais», particularmente a Cristo, que é a grande concretização da verdade, então está «exercendo fé». Mas esse exercício se alicerça sobre o conhecimento e sobre a apreciação da alma quanto à importância dessas realidades. A fé consiste emprestarmos lealdade ao «mundo eterno», em que o indivíduo passa a viver segundo as «dimensões eternas».

 Vários dos pais alexandrinos da igreja (de fato, a maioria dos pais gregos, como Pantaeno, Clemente de Alexandria e Orígenes) criam na preexistência da alma. A alma, segundo eles pensavam, antes da queda, que teria ocorrido por ocasião da revolta dos anjos, já tinha habitado nas regiões celestiais; portanto, a alma conheceria, em primeira mão as grandes verdades espirituais, incluindo o Senhorio e a posição de Cabeça, ocupada pelo Verbo eterno, a quem chamamos de Jesus Cristo, em sua encarnação. As almas, pois, continuamente veriam e entenderiam essas grandes verdades espirituais. Antes, a alma lhe prestara lealdade. Após a queda, essa lealdade foi interrompida. A fé, por conseguinte, seria apenas o «novo reconhecimento» dessas verdades e a «restauração» da antiga lealdade, em nova outorga aos cuidados do Verbo eterno. Segundo os pais gregos da igreja, pois, a fé seria a revivificacão da lealdade e a «restauração ao estado anterior», e não uma nova ação. Seria uma espécie de «recordação» da alma, uma ação de dedicação com base nessa memória.

 Sem importar se cremos ou não na preexistência da alma, a definição da fé, como reconhecimento do mundo superior e como dedicação ao mesmo, é uma definição válida. É precisamente essa definição que aparece no primeiro versículo deste capítulo. «A fé é a certeza das coisas pelas quais esperamos, a prova da realidade das coisas que não podemos ver» (Hb 11:1—tradução inglesa de Williams, aqui vertida para o português). A fé nos fala sobre o «mundo eterno», convencendo-nos de sua realidade; portanto, «vivemos segundo a dimensão eterna».

 A fé consiste no exercício da alma, em que esta se entrega aos cuidados do Verbo divino, para que o indivíduo seja transformado segundo a sua imagem (ver Rm 8:29 e II Co 3:28). A fé é um dos atributos da alma, é a atitude geral da alma para com as realidades espirituais; é o conhecimento da alma e a sua nova conduta, em face dessas realidades. A fé nos transforma segundo os moldes da maior de todas essas realidades, o próprio Cristo.

 A fé é um atributo da alma: É o conhecimento espiritual e íntimo das Forças Criadoras do universo. Assim como tomamos conhecimento do corpo físico, através dos sentidos, assim também podemos tomar conhecimento da alma, mediante a atividade de seus atributos. A fé pode ser negada ou repelida até deixar de existir dentro da consciência da mente física. E pode ser reconhecida e exercida até ao ponto de remover montanhas. Aquilo que é levado à consciência, através da atividade das forças espirituais, manifestando-a, através da força espiritual do indivíduo, torna-se a essência mesma da fé. Portanto, tem sido dito por muitos que a fé, a fé pura, aceita ou rejeita sem base da razão, ou além da perspicácia e escopo daquilo que é percebido—daquilo que o homem traz em sua atividade através—pelos cinco sentidos.

 A fé 'é substância das coisas esperadas, a prova das coisas invisíveis' (Hb 11:1). A fé sabe que já recebeu e age segundo isso, de nada duvidando. É a construtora do aparentemente impossível. É aquilo que trouxe à manifestação tudo quanto já existiu. Deus é, a fé é. É a evidência do cumprimento da promessa de Deus. O divino privilégio do homem é aceitar, usar, desenvolver e desfrutar os frutos da fé.

 No mundo material, com frequência confundimos confiança com fé. Inclinamo-nos por depender de nossos sentidos físicos, esquecidos que são ilusórios. Isso não é fé, mas confiança—pois a confiança vem através dos sentidos físicos. Quando surgem as provas e os desastres, que parecem fora de nosso controle, começamos a afundar e imediatamente, em desamparo e aflição, clamamos: 'Senhor, ajuda-me, que pereço! E é então que fala a Voz: 'Homem de pouca fé.' (Ver Lc 12:28).

 Examinemos a nós mesmos para ver se estamos nos apegando à fé ou à confiança.

 3. Como se Desenvolve a Fé

 fé se desenvolve mediante o uso. Não pode ser ensinada ou forçada, e nem pode ser destruída a verdadeira fé. Mediante o exercício da fé, somos capazes de dar luz a outros.

 a. Que haja em nós a mesma mente de Jesus, o Cristo; então haverá fé suficiente para cada necessidade, até mesmo aquela fé que remove montanhas, que modifica o destino das nações, sim, e que traz mundos à existência. Cremos nisso? Então, como pode isso ser realizado?

 (resposta) Abrindo nossos corações, na meditação sobre as forças invisíveis que circundam o trono da graça, da beleza e do poder, e, ao mesmo tempo, lançando ao nosso redor a proteção achada no pensamento de Cristo; assim se pode realizar isso.

 b. Acrescentemos à nossa fé as obras que mostram os atributos que são expressões do Espírito de Cristo no mundo. Assim se desenvolverá a nossa fé, tornando-se para nós a prova de coisas invisíveis. Precisamos mostrar, por nossas ações, em nossas vidas diárias, que cremos, que temos fé, e que sabemos que se usarmos a fé que possuímos, mais fé nos será dada.

 c. Somente no coração liberto de amor egoísta é que pode aninhar-se a fé que sustentará ao crente em todas as condições da vida.

 d. Quando a fé nos habita no íntimo, temos verdadeira liberdade e a certeza de que não temos outro senhor além de Jesus, o Cristo, e que somos protegidos pelo braço forte do Pai. O sentimento de segurança, de proteção e de paz que ultrapassa todo o entendimento não pode ser encontrado noutro lugar. A fé é a promessa enviada de antemão para mostrar que tudo quanto pedirmos, teremos.

 4. Significação e função da fé.

 a. A fé é um atributo da alma; não é algo que possa ser aprendido pela experiência física. Não vem mediante o exercício dos cinco sentidos. Não é algo que se aprenda na experiência humana. Por exemplo, não é fé esperar o recebimento de um cheque no mês seguinte—se estivermos trabalhando e costumamos receber nosso salário desse modo. Isso é confiança, e não fé. Confiamos que receberemos mais um cheque, e a confiança se baseia na experiência humana, através dos cinco sentidos. Um outro exemplo—não é a fé que nos faz sentar numa cadeira, sem testá-la (exemplo abusado pelos pregadores). Isso também é confiança —pois já temos aprendido pela experiência humana, através dos cinco sentidos, que as cadeiras ordinariamente aguentam o peso do corpo humano. Portanto, sentar-se em uma cadeira, sem testa-la primeiro, não é fé.

 b. A fé é, ao invés disso, um atributo da alma —que não depende da experiência física que nos vem mediante o exercício dos cinco sentidos. A fé tem sua base no conhecimento. Esse conhecimento é diretamente intuitivo, sobre as realidades espirituais, como a existência eterna da alma, a realidade de Deus, a realidade das coisas espirituais, o governo de Deus, o firme destino da alma que se acha em Deus, etc. A alma é o elo entre Deus, as coisas espirituais e a consciência humana. A alma conhece a realidade de Deus e das coisas espirituais, bem como o seu próprio destino. A alma sabe, portanto, crê. A fé, pois, é um atributo da alma. O problema consiste em como permitir que a alma entre em comunicação com a mente consciente. É neste ponto que o homem bloqueia o conhecimento natural e intuitivo de seu ser interior (a alma). Ele bloqueia esse conhecimento com pensamentos e ações carnais, enfatizando o que é físico e negligenciando as coisas do espirito. O homem perdeu o conhecimento de como entrar em contato com sua própria porção superior—ao ponto de algumas vezes negar a existência dessa porção superior, dizendo que a alma não existe.

 c. O plano de Deus na criação foi o de dar ao homem a capacidade de conhecer o seu Criador, bem como o de ser capaz de conhecer as realidades espirituais em geral. Deus criou de tal modo a alma humana que ela pode, por dotes naturais, entender tais coisas. Esse conhecimento provém da alma. A alma age como transmissor para a alma consciente. A fé não pode ser destruída, tal como não pode ser destruída a alma. A fé, porém, pode ser ocultada pela mente consciência, devido à perversão do indivíduo—ou podemos negligenciar lhe o desenvolvimento nas coisas espirituais. Tão completo pode ser esse bloqueio da fé que nenhum único raio de luz venha a iluminar a mente física, a consciência. Assim, um homem pode chegar a nem mesmo crer na existência de sua própria alma, ou na existência do seu Criador. No entanto, a alma sabe da verdade dessas coisas, a fé continua existindo—mas não pode esse conhecimento ser transmitido ao indivíduo consciente.

 5. Como pode ser desenvolvida a fé?

 a. Deve ter ficado claro, por meio daquilo que foi dito, que tanto o desenvolvimento como o reconhecimento e a realização da fé, devem começar pelo esforço de entrar em contato com a própria alma, que é o elo dado por Deus para entrarmos em contato com ele. O desenvolvimento da porção espiritual do homem, isto é, da alma, aumenta e torna mais agudo o conhecimento natural da alma sobre as coisas espirituais, e assim a fé aumenta e é fortalecida. Há níveis variegados da fé, pois há níveis variegados de desenvolvimento da alma.

 b. Desimpedimos o caminho da alma, para que entre em contato conosco, mediante a oração e a meditação. Através desse tipo de exercício espiritual tanto amortecemos as forças carnais como, ao mesmo tempo, salientamos as forças espirituais. Ao assim fazermos, aumenta o poder da alma de entrar em contato conosco, e as forças físicas diminuem. Ao assim fazermos, também aguçamos a capacidade da alma em receber a verdade da parte de Deus. Ao fazermos assim, pois, agradamos a Deus, o qual, portanto, torna-se mais pronto para entrar em contato com a alma. E assim aumentam o escopo e o poder da fé.

 c. O elemento principal, pois, é o desenvolvimento espiritual. Contudo, precisamos entender o que seja a oração e a meditação reais. De fato, a oração e a meditação autênticas são impossíveis enquanto estivermos frisando a porção física, em nossas vidas—enquanto usarmos todo o nosso tempo em atividades mundanas (por mais legítimas que elas sejam). A alma de Jesus com frequência entrava em contato direto com o Pai, ele conhecia o grande poder do Pai, conhecia bem as realidades das dimensões espirituais, a realidade dos seres espirituais, a realidade do poder espiritual, portanto, vivia transbordante de fé; e locomover uma montanha não era problema para ele. Jesus sabia no que consistem a oração e a meditação. Ele orava, proferindo palavras, palavras de louvor e solicitação ao Pai. Ele meditava, dando ouvidos ao Pai, ouvindo o Pai entrar em contato com sua pessoa, abrindo suas faculdades espirituais para dar acolhida à mensagem do Pai. Sua alma vivia saturada com o ser do Pai, e sua alma, portanto, era forte na fé. Jesus mantinha abertos os canais de sua mente consciente—e a essa consciência sobrevinha, em catadupas, tudo quanto a alma sabe sobre Deus e sobre as realidades espirituais. Por conseguinte, Jesus andava transbordante de fé; e sua vida e suas obras foram uma grande demonstração desse fato. Ele mostrou o caminho, além de ser esse caminho. Esse é o caminho da fé.

 d. A fé é desenvolvida pelo seu uso: Esse uso se dá entre os homens, bem como em relação para conosco mesmos. Antes de tudo, devemos eliminar os apetites carnais, pois bloqueiam a entrada da fé até à mente consciente. Devemos descontinuar o pecado que nos circunda, pois este bloqueia a concretização da fé na mente consciente, onde precisamos de tal operação. As boas obras entre os homens são uma das expressões da fé. Jesus curava e fazia muitas coisas em benefício de seus semelhantes humanos. Quando a fé é usada assim, é fortalecida; e o elemento físico do homem gradualmente deixa de ser um empecilho para a expressão da alma, isto é, da fé.

 6. Ilustração sobre a natureza da fé.

 

A fé testifica sobre essa dimensão

DIMENSÃO DAS REALIDADES ESPIRITUAIS

(Dimensão Eterna)

Como Deus, dimensões espirituais, seres espirituais, existência eterna da alma humana, conhecimento sobre a vontade e as obras de Deus; a Palavra Eterna, e a necessidade de ser transformado segundo a sua imagem.

A alma é o elemento do homem que transmite a mensagem

O ELO: A alma. A alma conhece as realidades do alto, embora talvez imperfeitamente; e é testemunha à mente física (mente consciente) acerca delas. Esse conhecimento cria a fé, pois a fé se baseia nesse conhecimento. A alma sabe, a alma crê. Deus forneceu esse elo consigo mesmo, dentro da personalidade humana. Mediante o exercício da oração e da meditação, bem como do serviço ao próximo, desenvolvemos e fortalecemos esse atributo da alma, a fé.

Os empecilhos podem impedir que qualquer raio de luz chegue à mente consciente

OS EMPECILHOS: Vidas pecaminosas, saliência demasiada a coisas físicas (mesmo que legítimas), à falta de interesse pelo próximo, egoísmo. Falta de crescimento  espiritual.   Educação proposital da mente consciente para que não creia, não se permitindo, assim, que o testemunho da alma chegue à mente consciente.

A concretização prática, e até mesmo a percepção da fé, se dão na mente consciente. A fé pode ser real, mas a mente consciente pode desconhecê-la de todo.

A MENTE CONSCIENTE: Ela receberá ou não a mensagem da alma, dependendo do desenvolvimento ou da eliminação dosempecilhos, e dependendo de como desenvolvemos nossas almas e suas qualidades espirituais.

 

7. A fé é um dom e uma operação do Espirito, 

Mas também é uma reação favorável da alma. É uma estrada com duas pistas: a humana e a divina. O poder divino é que a cria; é um dom de Deus; mas a vontade humana, no nível da alma, deve receber e apropriar-se da fé, e então aplicar a «outorga aos cuidados de Cristo». (Ver Ef 2:8; Cl 2:12 e Hb 12:2, quanto ao fato que a fé é uma operação divina. O trecho de Gl 5:22 mostra-nos que se trata de um dos aspectos do «fruto do Espírito»? Ver também Fl 1:29; II Ts 2:13 e Jo 6:29 acerca desse tema). 

8. Há ideias variegadas sobre a fé,

 

Conforme se vê no livro de Lewis Sperry Chafer, Systematic Teology, vol. VII, pág. 148. Poder-se-á notar que a maior parte do que é dito abaixo, já foi incluso nas notas anteriores; mas este sumário e digno de nossa atenção:

 «Em seu uso mais amplo, a palavra 'fé' representa pelo menos quatro ideias:

 1. Tal como acima, pode indicar a fé pessoal em Deus. Esse é o aspecto mais comum da fé, o qual pode ser subdividido em três características:

 a. A fé salvadora, que é a confiança insuflada, nas promessas e provisões de Deus, no tocante ao Salvador, o que leva o indivíduo a estribar-se e a confiar naquele que é o único capaz de salvar,

b. A fé servidora, que contempla como autêntico o fato dos dons divinamente conferidos e todos os detalhes concernentes às determinações divinas para o serviço. Essa fé é sempre uma questão pessoal, e nenhum crente deve ser o modelo para outro. A fim de que tal fé, com sua característica pessoal, possa permanecer inviolável, o apóstolo escreveu: 'A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus' (Rm 14:22). Grande prejuízo resulta quando um crente tenta imitar a outro em questões de nomeação para o serviço,

c. A fé santificadora ou sustentadora, que se apega ao poder de Deus quanto à vida diária. Trata-se da vida vivida em dependência a Deus, operando um novo principio de vida. (Ver Rm 6:4). O indivíduo justificado, que se tornou o que é, devido à fé, deve prosseguir e viver segundo o mesmo principio de total dependência a Deus.

 2. A fé também pode ser um anúncio doutrinário, na forma de credo, que algumas vezes é distinguida como 'a fé'. Cristo fez a seguinte indagação: 'Contudo, quando vier o Filho do homem, achará porventura fé na terra?' (Lc 18:7; conf. Rm 1:5; I Co 16:13; II Co 13:5; Cl1:23; 2:7; Tt 1:13 e Jd 1:3).

 3. A fé pode significar fidelidade, o que subentende que o crente é fiel para com Deus. Essa é uma característica insuflada por Deus, pois aparece como uma das nove graças que, juntas, compõem o fruto do Espírito (ver Gl 5:22,23).

 4. Pode ser também a fé um título pertencente a Cristo, conforme se vê em Gl 3:23,25, onde Cristo é visto como o objeto da fé.

 Apesar de que a fé, basicamente considerada, deve ser divinamente insuflada, sempre vai aumentando, segundo avança para o conhecimento de Deus e a experiência da comunhão com ele. É natural que Deus não se agrade daqueles que nele não confiam (ver Hb 11:6). De fato, a fé vindica o caráter de Deus e libera o seu braço para agir em favor daqueles que nele confiam. Assim, por causa das riquezas celestiais elevadíssimas que a dependência nos garante, esta é chamada por Pedro, em certo ponto, de 'preciosa fé'».

 

9. A fé nas Escrituras: 

a. A fé é que nos leva a reconhecer a realidade das coisas espirituais, entregando nossas vidas a elas. (Ver Hb 11:1).

 b. A fé é ordenada; e isso significa que é possível para todos os homens. (Ver Mc 11:22 e I Jo 3:23).

 c. Os objetos da fé, são: o mundo eterno (ver Hb 11:1); Deus (ver Jo 14:1); Cristo (ver Jo 6:29; At 20:21 e Hb 12:2); as Escrituras (ver Jo 5:46; At 26:27); o evangelho (ver Mc 1:15); as promessas de Deus (ver Rm 4:21 e Hb 11:13).

 

d. A fé em Cristo é um dom de Deus (ver Rm 12:3; Ef 2:8; 6:23 e Fp 1:29); é operação de Deus (ver At 11:21 e I Co 2:5); é preciosa (ver II Pe 1:1); é santíssima (ver Jd 20); é frutífera (ver I Ts 1:3); é acompanhada pelo arrependimento (ver Mc 1:15 e Lc 24:47); juntamente com o arrependimento, a fé forma a «conversão» (ver At 20:21; Jo 3:3-5); é seguida pela conversão (ver At 11:21); tem a Cristo por seu objeto e autor (ver Hb 12:2).

 e. A fé é um dos aspectos do fruto do Espírito Santo (ver Gl 5:22); é dom do Espírito (ver I Co 12:9).

 f. As Escrituras visam produzir a fé nos seus leitores (ver Jo 20:31 e II Tm 3:15).

 g. A pregação da Palavra é um dos meios que produz a fé (ver Jo 17:20; At 8:12; Rm 10:14,15,17 e I Co 3:5).

 h. A fé nos traz a remissão dos pecados (ver At 10:43); a justificação (ver At 13:39; Rm 5:1 e Gl 2:16); a santificação (ver At 15:9; 26:18 e II Ts 2:13); a luz espiritual (ver Jo 12:36,46); a vida espiritual (ver Jo 20:31 e Gl 2:20); ávida eterna (ver Jo 20:31); o descanso celestial (ver Hb 4:3); a adoção (ver Jo 1:12; Gl 3:26); o acesso a Deus (ver Rm 5:2 e Ef 3:12); a herança das promessas (ver Gl 3:22 e Hb 6:12); o dom do Espírito Santo (ver At 11:15-17; Gl 3:15 e Ef 1:13).

 i. A fé é o guia da vida espiritual (ver Rm 1:17 e Hb 10:38). 

j. Sem fé é impossível agradar a Deus (ver Hb 11:6). 

l. A fé é o meio do recebimento do evangelho (ver Hb 4:2). 

m. A fé é necessária para a guerra espiritual bem-sucedida (ver I Tm 1:18,19; 6:12). 

n. A fé torna o evangelho eficaz para seus ouvintes (ver I Ts 2:13). 

o. A fé elimina a auto justificação (ver Rm 10:3,4); a jactância (ver Rm3:27).

 

p. A fé opera pelo amor (ver Gl 5:6; I Tim. 1:5; Fm 5). 

q. A fé produz a esperança (ver Rm 5:2); a alegria (ver I Pe 1:8); a paz (ver Rm 15:13); a confiança (ver Is 28:16; I Pe 2:6); a ousadia na pregação (ver Sl 116:10 com II Co 4:13).

 r. A fé é um elemento necessário para a oração eficaz (ver Mt 21:22 e Tg 1:6).

 s. Pela fé vivem os crentes (ver Gl 2:20); como também se firmam (ver Rm 11:20; II Co 1:24); andam (ver Rm 4:12 e II Co 5:7); obtêm bom testemunho (ver Hb 11:2); vencem ao mundo (ver I Jo 5:4,5); resistem ao diabo (ver I Pe 5:9); vencem a Satanás (ver Ef 6:16); são sustentados (ver Sl 27:13 e I Tm 4:10).

 t. Os crentes deveriam exibir fé sincera (ver I Tm 1:5); ser abundantes na fé (ver II Co 8:7); continuar nela (ver Cl 1:23); ser fortes na fé (ver Rm 4:20-24); estar firmados e arraigados nela (ver Cl 1:23); apegar-se à fé (ver I Tm 1:18). 

u. A verdadeira fé é demonstrada pelas suas obras (ver Ef 2:10 e o décimo primeiro capítulo da pístola aos Hebreus).

 

v. Sem as obras da fé, a fé está morta (ver Tg 2:17,20,26). 

x. A fé vence todas as dificuldades (ver Mt 17:20; 21:21 e Mc 9:23); o que é feito sem fé, é pecado (ver Rm 14:23); a prova de fé opera a paciência (ver Tg 1:3). 

z. Os ímpios podem professar fé (ver At 8:13,21); mas, na realidade, estão destituídos dela (ver Jo 10:25; 12:37; At 9:9 e II Ts 3:2). 

10. A fé e as obras:

 A fé não é alguma nova espécie de obra que agrade a Deus mais do que as obras legalistas, de tal modo a tornar-se em «mérito», sobre cuja base Deus nos daria a salvação. Pois a verdadeira base da salvação é a graça, e isso por causa da expiação pelo sangue de Cristo (ver Ef 2:8 e Rm 3:25). A fé é o instrumento que recebe tal benção, não sendo base ou mérito para tal recebimento. A fé e naturalmente produtiva de sua própria natureza inerente, pelo que produz o fruto das boas obras. Não existe tal coisa como fé sem santificação; pois a santificação é o meio mesmo da salvação (ver II Ts 2:13). A fé estéril não é a fé salvadora. A fé não é «credal», mas e operação do Espirito de Deus, feita no homem interior, mediante o que começa a ser efetuada a transformação do crente segundo a imagem de Cristo. 

Exposição do versículo:

 A palavra «fé» ocorre por duzentas e quarenta e quatro vezes nas páginas do N.T.; mas o conceito de fé, mediante o uso de outros termos, ainda é mais frequente. A fé, em seus muitos aspectos, conforme é demonstrado nas notas expositivas anteriores, é um dos princípios mais importantes do N.T. Por toda a parte se insiste sobre essa qualidade e se requer a mesma. A fé indica a apropriação de tudo quanto Deus nos oferece por meio de Cristo. É a completa outorga da alma aos cuidados do Senhor.

 «...a fé é a certeza de cousas que se esperam...» O grego, aqui traduzido por «certeza» é «upostasis», palavra grega comum para indicar a «natureza real» ou «natureza essencial» de alguma coisa, com frequência traduzida por «substância». Significa a «realidade» de algo, em contraste com seus meros «acidentes». Este último termo indica algo «não-essencial» à existência de qualquer coisa, como a cor e outros aspectos superficiais. No trecho de Hb 1:3, esse vocábulo é usado para falar sobre o ser de Cristo, que é a exata «substância» do ser do Pai, o que é indicação extremamente clara de sua divindade. O uso dessa palavra por parte do autor parece indicar que ele encarava a fé como algo que dá «substância» às realidades invisíveis, em nosso consciente. A fé «consubstancia» o mundo eterno e invisível para nós, trazendo até nós as suas realidades, como se ele realmente se fizesse presente, embora continue ausente. A fé é o meio que dispomos para «ver», «aceitar» e «aplicar» o mundo invisível; é o meio através do qual «vivemos segundo as dimensões eternas». Portanto, a fé é mais do que «certeza». Esta é um dos resultados da fé. Temos certeza e convicção sobre o mundo espiritual e suas exigências, a nós impostas; e isso nos vem pela fé; mas a fé nos traz essa «realidade», que fica «consubstanciada», ao passo que, para outras pessoas, tal realidade permanece uma teoria, ou mesmo um sonho louco.

 «A fé é o título de propriedade das coisas esperadas» (Moulton e Milligan, Vocabulary). Isso é verdade, naturalmente, e faz parte inerente deste versículo, mas não é exatamente o que se quer dizer com o uso do termo «upostasis». Antes, o «andar superior» da realidade, o «mundo superior» (ver a segunda parte da discussão anterior sobre a fé, de acordo com o «ponto de vista» mundial do autor sagrado, o que mostra qual era a sua ideia sobre a «fé») é feito real e palpável para nós, quando cremos. Desse modo podemos repelir o mundo presente, caracterizado por meras cópias e representações, vendo claramente o sentido real da vida. Uma vez que esse sentido se torne real para nós, começamos a viver segundo as dimensões eternas. Vemos, claramente, quão destrutiva é a carnalidade terrena, e como isso nos afasta dos pensamentos sobre as realidades divinas.

 «A chave dese versículo se acha no vigésimo sétimo versículo, nas palavras 'como quem vê aquele que é invisível'. A fé apreende, como fato real, o que não é revelado aos sentidos. Repousa sobre esse fato, age de acordo com o mesmo, e é sustentado por ele, em face de tudo quanto parece contradizê-lo. A fé é a verdadeira visão». (Vincent, in loc).

 «A fé é aquele princípio, aquele exercício da mente e da alma, que tem por seu objeto as coisas invisíveis mas esperadas, e que, ao invés de afundar-se debaixo delas, como se fossem por demais vastas, devido à sua dificuldade ou devido à sua incerteza, se mantém firme sob elas—supor­tando e sustentando a sua pressão. Em outras palavras, tem certeza sobre elas, confia nelas e depende delas». (Vaughan, in loc).

 «Ela (a fé) consubstancia as promessas de Deus, o cumprimento daquilo pelo que esperamos, tornando-as realidades presentes para nós». (Faucett, in loc).

 Abaixo apresentamos as muitas interpretações que têm surgido sobre a palavra grega «upostasis», sobretudo em relação ao presente contexto:

 1. «Certeza». A fé seria a «certeza» (da realidade e da importância) das coisas esperadas. Essa é a interpretação mais comum, e naturalmente, envolve certa verdade, ainda que não a principal.

 2. «Convicção». A fé nos daria uma «convicção» íntima e espiritual da realidade das coisas que esperamos, fazendo-nos viver segundo elas. Essa posição também expressa certa verdade, inerente ao versículo, mas não ainda a ideia central.

 3. «Fundamento». A fé seria o «alicerce» sobre o qual edificamos nossas esperanças atinentes ao mundo invisível. Essa é uma verdade, mas provavelmente não é aquela que o autor sagrado queria frisar.

 4. «Representação». A fé «representaria», para nós, aquilo que o mundo eterno na realidade é, uma ideia correta, mas ainda fraca para satisfazer ao contexto.

 5. «Persuasão íntima». Isso é apenas uma modificação de termos, expressando o que já foi dito nas posições primeira e segunda.

 6. «Evidência». A fé seria uma evidência das realidades invisíveis. Isso também expressa uma verdade, mas ainda não é o sentido da palavra grega «upostasis».

 7. Antes, a fé é a «consubstanciação» das realidades espirituais; ela dá «substância», para a mente crente, sobre as coisas que, para as pessoas normalmente são «insubstanciais». A fé consiste em tornar «reais» as coisas que, para os homens, geralmente são irreais; consiste em enxergar aquilo que normalmente é invisível; consiste em tornar em vital realidade espiritual aquilo que, para outras pessoas, não passa de um sonho. Essa «substância», pois, torna-se parte da mente confiante, a qual aguarda sua concretização celestial.

 «...cousas que se esperam...» Podemos compará-las com as «coisas invisíveis». Essas duas categorias de coisas são iguais. Ambas falam das realidades celestiais—de Cristo e de sua salvação, bem como de tudo quanto está prometido na nova aliança. A esperança pode ser subjetiva, isto é, a «atitude de expectação»; ou pode ser objetiva, quando então aponta para a «coisa esperada», a saber, aquilo envolvido na filiação e na salvação. O termo «coisas» fala sobre a «esperança objetiva»; a palavra «esperança» fala sobre a «atitude de expectação».

 «...a convicção de fatos que se não veem...» O termo grego traduzido aqui por «convicção» é «elegchos», isto é, «prova», mas também usado com o sentido de «convicção». A fé é uma «demonstração convincente», para a mente espiritual, acerca das realidades e da importância do mundo eterno, sobretudo de Cristo. No dizer de von Soden (in loc) , trata se de um «ser convencido». «Portanto, não é alguma hipótese apressada e sem base, um sonho esperançoso, o fruto de um desejo». Antes, tal persuasão é interna; é um dos aspectos do fruto do Espírito; permanece de pé mesmo sem provas colhidas pelos sentidos; descobre um novo mundo sem qualquer mapa; é o meio pelo qual transcendemos à razão e aos sentidos, de modo a pensarmos pensamentos divinos.

 «...fatos que se não veem...» Temos aqui uma tradução equivocada. O grego diz «pragma», «coisas», isto é, as «coisas celestiais», os mundos celestiais e tudo quanto ali está contido, incluindo o Cristo eterno e suas exigências a nós, a vida eterna que ele nos outorga, a sua herança, as possessões e as condições de nossa filiação. Essa palavra, que é indefinida, inclui as «melhores promessas», aludidas em Hb 8:6, as bênçãos espirituais do novo pacto. Inclui tudo quanto está envolvido na realização da «grande salvação», referida em Hb 2:3. É a plenitude de Deus, que Cristo possui e no-la dá (ver Cl 2:10). Essas são as «coisas» que a fé pode perceber e que «consubstancia» para nós, e a respeito das quais ela nos dá provas plenas, ao passo que homens de menor discernimento espiritual nada veem senão o sonho desvairado de zelotes fanáticos. (Isso pode ser confrontado com o vigésimo sétimo versículo deste capítulo, que diz: «...permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível»).

 «O argumento inteiro tem por desígnio mostrar que as realidades invisíveis têm uma validade independente e objetiva, e que a vida transitória do homem, neste mundo de sombras, pode ser remida dessas irrealidades somente quando se apega a revelações da eternidade como aquelas que lhe são expostas». (Purdy, in loc).

 «A fé acredita naquilo que não vê; pois, se chegares a vê-lo, não haverá mais fé; o Senhor se foi, para não mais ser visto. Ele está oculto, para que nele se possa crer; o desejo anelante por aquele que é invisível, mediante a fé, é a preparação de uma mansão celestial para nós. Quando ele for visto, então ele nos será dado como recompensa da fé». (Agostinho, in loc, que sem dúvida usa a expressão «mansão celestial» para simbolizar tudo quanto há de inerente na salvação).

 

11:2: Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho. 

Essa expressão (pela fé) ocorre por cerca de vinte vezes neste capítulo, mostrando-nos que todo o avanço espiritual, a coragem para os empreendimentos do espírito, os exemplos de profunda dedicação, o poder de suportar o sofrimento, se alicerçam sobre a fé para com Deus, em que o indivíduo entrega sua alma ao mundo invisível e às suas realidades. No sentido cristão, isso significa que um homem pode realizar feitos espirituais ao entregar sua alma aos cuidados de Cristo, pois é desse modo que flui o poder espiritual.

 A tradução mais literal, neste ponto, diria, «Pois, nisso, os antigos», etc, isto é, na «esfera da fé» é que o poder de Deus nos é transmitido. A fé, segundo já vimos, é uma «qualidade espiritual», um dos «atributos da alma», um dos aspectos do «fruto do Espírito». É o meio de ser-nos infundido o poder espiritual que transforma, primeiramente naquilo que o homem é, e então naquilo que ele faz. A fé tem o poder de concretizar os poderes do mundo espiritual invisível, tal como possui o poder de «consubstanciar» o mundo invisível para a alma. A experiência dos antigos tem comprovado isso de antemão. Aquele que está sob os efeitos da fé nunca será tentado a afastar-se de Cristo e de apostatar dele; e essa é a lição ensinada pelo autor sagrado, em todo este capítulo, já que este tratado foi escrito para advertir os homens acerca da indiferença, da estagnação na fé, e, finalmente, da apostasia.

 «...os antigos...» Essas palavras focalizam os heróis da fé do A.T. juntamente com os gigantes macabeus, em menor número, que servem como ilustrações. O original grego diz aqui «presbuteroi», literalmente, os «anciãos», ou seja, os santos do período veto-testamentário. Esse termo é usado para indicar os «homens do passado», os «ancestrais», e é bem provável que nesse sentido é que o termo deva ser compreendido aqui. Não há qualquer alusão aos «anciãos» de Israel, os líderes do sistema religioso do judaísmo. O concílio dos setenta—o Sinédrio—se compunha dos «anciãos»; mas não é nesse sentido que o vocábulo é aqui empregado. Alguns intérpretes, contudo, creem que o sentido é «aqueles antigos a quem dignificamos, chamando-os de anciãos». Assim pensava Alford, in loc.

 «...obtiveram bom testemunho...» Bem provavelmente isso significa que os anciãos receberam a aprovação divina, devido à sua fé, porquanto o «testemunho que deram» era o testemunho divino, a aprovação do mundo invisível que buscavam; e esse é o tipo de aprovação que nos deveria interessar. No grego temos a forma passiva de «martureo», palavra que, nessa voz passiva, tem a ideia de «ser aprovado», de «ser alvo de testemunho favorável», de ter «boa fama». Essa aprovação primeiramente é divina, e então é humana. Assim é que Jesus crescia em favor, diante de Deus e dos homens. (Ver Lc 2:52). No que tange aos homens, poderíamos dizer: «Eles tinham um bom testemunho diante de si, porquanto foram aprovados por Deus». Todavia, alguns pensam que esse testemunho é a «auto aprovação no íntimo» (conferida pelo Senhor). (Ver o trecho de I Jo 5:10; mas, apesar de que certamente temos aqui um subproduto da aprovação divina, não parece que esse é o sentido que devemos entender nesta passagem particular).

 «Quando Tomé, cheio de dúvidas, juntou os assustados discípulos e lhes declarou: 'Vamos também nós para morrermos com ele' (Jo11:16), isso exibiu fé. Ao ser aprisionado Pedro, e ao replicar a seus captores: 'Antes importa obedecer a Deus do que aos homens' (At5:29), isso também foi fé... A atitude de fé é a de um filho que regressa ao lar, após muitos anos. Ele está aqui chegando. Já surgem os marcos que lhe são familiares. Basta que suba aquela elevação na estrada para que divise o antigo solar. Dentro de momentos ele estará de volta entre seus pais. Assim também um crente, ao contemplar sua futura união com Deus, fica certo de que Deus estará ali, esperando para acolhê-lo. Esse é o sentido básico que temos aqui. Essa disposição por esperar em Deus, esse anelo expectante por Deus, essa era a fé dos 'antigos'. Por meio dessa fé, receberam a aprovação divina». (Cotton, in loc).

 Este versículo é como que confirmação do primeiro versículo. A fé é a «consubstanciação» das realidades celestes; e também é a prova delas. Os antigos demonstraram isso em suas vidas. Para eles, o céu foi «consubstanciado»; e as coisas espirituais ficaram assim comprovadas para eles; e desse modo Deus lhes assegurou a sua aprovação. Mas este versículo também serve de introdução aos muitos exemplos que seguem, e nos quais se mostra de que modo os antigos exibiram a sua fé.

 11:3: Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê. 

«...pela fé...» Ver notas sobre esta expressão em Vs. 2. 

«...foi o universo formado pela palavra de Deus...». O autor tinha em mente o relato do livro de Gênesis (em seus capítulos primeiro e segundo), onde se vê que bastou o Verbo divino falar para que viesse à existência a criação inteira. Embora seja verdade que o Verbo eterno (o «Logos, chamado Cristo em sua encarnação) seja a «Palavra de Deus», e ele seja apresentado como o Criador de tudo (ver Jo 1:3), não parece haver aqui qualquer alusão direta a ele. Antes, foi através da «fala de Deus» que toda a criação veio à existência. Usualmente, nos idiomas modernos, o ato criador é atribuído à energia do ser divino, concentrado na forma de matéria; pois sabemos que da matéria se pode extrair energia, e que da energia é que se forma a matéria. Estritamente falando, pois, a criação ex-nihilo(criação tirada do nada), não expressa uma verdade autêntica; pois ela não foi tirada do nada, mas antes, mediante a energia do ser divino. De alguma forma misteriosa, que continua desafiando a nossa compreensão, na «palavra falada de Deus» houve certa concentração de energia que serviu de base para a criação da matéria.

 Ideias sobre as origens. 

1. O elemento ou substância original, do que tudo o mais proveio, é indefinido e desconhecido. Desse elemento indefinido surgiram os quatro elementos principais: a terra, o ar, o fogo e a água. Toda a vida se originou da água, ao ser esta evaporada pelo sol. A vida humana começou no mar, entre os peixes. A vida humana, conforme é conhecida agora, veio por um processo evolutivo que começou com as primitivas formas de peixes. Assim pensava o antigo filósofo grego, Anaximandro, em 546 A. C, pelo que se pode dizer que foi ele o progenitor da teoria evolucionista.

 2. A eternidade da matéria: A maioria dos filósofos gregos, até aos tempos cristãos, ensinavam a eternidade da matéria, isto é, que nunca houve tempo em que a matéria não existiu. Para os estóicos (como Zeno), o elemento original teria sido o fogo; e, através de várias modificações, todos os outros elementos foram criados. A vida humana começou na forma de «alma», e uma outra emanação do «fogo» também criou as formas materiais ou corpóreas.

 3. Haveria a eternidade de alguma substância sobrenatural, chamada universal. Essa substância eterna teria sido usada por uma força cósmica, denominada «demiurgo», a fim de criar tudo quanto se conhece no mundo físico; e este tipo de existência é inferior à outra forma. Assim ensinava Platão (450 A.C.). Essa teoria não difere muito da doutrina cristã de uma criação feita por Deus, o poder sobrenatural que produziu nosso mundo físico.

 4. Criação como ato eterno de Deus. Não podemos imaginar um tempo em que não existia a criação, pois então o que fazia Deus, quando somente ele existia? Assim pensava Orígenes, um dos pais da igreja (cerca de 225 D.C.), ensinando que a criação, e toda a vida agora existente, fazem parte de um ato criativo eterno e contínuo de Deus, a fonte de toda a existência. A vida humana não começou, portanto, com a vida física, mas começou com a existência da alma ou espírito, antes de qualquer forma humana animal vir à existência. A forma humana animal foi uma criação especial de Deus, que veio a ser possuída pela alma já existente.

 5. Criação como pensamento eterno de Deus. Nunca houve um tempo em que a criação não existiu, embora houvesse tempo em que tudo se resumia a um pensamento na mente de Deus. Com o tempo, mediante um ato criador especial, Deus trouxe sua ideia à concretização. Assim pensava Clemente, um dos primeiros pais da igreja (cerca de 250 D.C.).

 6. Criação ex-nihilo, ou seja, tirada do nada. Houve um tempo quando somente Deus existia. Quando ele resolveu criar os mundos, meramente proferiu a palavra, e tudo veio à existência. A vida humana foi criada do já existente pó da terra, por um ato especial de Deus.

 7. Criação ex-nihilo, mas entendida como feita através da energia divina. Deus transformou sua própria energia em matéria, e a criação física veio à existência. Agora o homem pode transformar a energia em matéria, ou a matéria em energia, em imitação a Deus, mas não pode fazer a existência física assumir vida. A sexta e a sétima posições têm sido as ideias mais comumente defendidas pela igreja cristã através dos séculos.

 8. Panteísmo: Tudo quanto existe é Deus ou energia divina. Os mundos, segundo os conhecemos, são meras modificações dessa energia, pelo que todas as coisas trazem, em si mesmas, a natureza de Deus. Deus seria o cabeça do mundo, e o mundo seria o corpo de Deus. Tudo quanto se conhece é apenas uma «emanação» de Deus, e não uma criação. Deus emana a sua criação, tal como o sol emana os seus raios, e estes fazem parte daquele. O panteísmo moderno tem certo caráter evolutivo, isto é, envolve um processo evolutivo que, segundo pensam, produziria as várias modificações na substância divina que forma os mundos. Assim pensava BaruqueSpinoza, em termos gerais.

 9. A eternidade da matéria e sua organização por parte de um Deus inteligente: A matéria seria eterna, mas a vida feita dessa matéria foi um ato de um Ser inteligente ao qual chamamos Deus. Assim ensina a igreja Mórmom. A «matéria não-criada» existia no estado de «caos». O ato de Deus não teria sido «criador», mas antes, organizacional.

 «...visível...» Essa palavra indica o mundo físico, a matéria, as coisas que se evidenciam para os cinco sentidos; o termo focaliza a criação segundo a conhecemos pelos cinco sentidos.

 «...cousas que não aparecem...» Consideremos aqui os pontos abaixo:

 1. Essas palavras são entendidas por alguns estudiosos como declaração que a criação, segundo a conhecemos, «...não se desenvolveu da mera matéria» (tradução inglesa de Williams, aqui vertida para o português). Isso deixa em dúvida a questão da «origem»; mas, pelo menos, afirma que a noção da «eternidade da matéria» é uma ideia falsa.

 2. A ideia da criação extraída da «energia divina», que foi transformada em matéria, é uma maneira possível de entender essas palavras.

 3. A ideia de criação «ex-nihilo» tem sido comumente vinculada a este versículo; e se for compreendida no sentido moderno de «do absolutamente nada», mas da energia divina, então tal ideia concorda com a metafísica do autor sagrado.

 4. O autor sagrado pelo menos dá a entender o «mundo invisível», o «segundo andar» de sua metafísica em dois andares. Em outras palavras, em consonância com Filo e Platão, o autor sagrado pensava que a realidade se assemelha a um edifício de dois pisos. Há aquilo que pertence a este mundo material. Mas também há o mundo «superior», das realidades espirituais. Este mundo inferior seria apenas uma «cópia» do mundo superior. Portanto, o mundo material teve sua origem no mundo das realidades espirituais; e Deus, em particular, e a energia de sua palavra, estão aqui em pauta.

 5. Cristo é o agente da criação divina (ver Hb 1:3); por conseguinte, a sua energia é a energia criadora. Ele pertence ao mundo espiritual; mas, através de seu poder, trouxe à existência o mundo da matéria. Portanto, de acordo com vários pontos de vista, podemos ver como as «coisas que aparecem» (a matéria) tiveram origem nas «coisas invisíveis», isto é, no mundo espiritual superior, no mundo invisível.

 Este versículo adverte-nos contra a «filosofia materialista», que pensa estar na matéria a origem e o significado das coisas.

 Este versículo também ensina a atividade divina em todo o universo; e, por igual modo, que tudo depende dele para continuar em existência. Isso é o teísmo, em contraste com o deísmo. O teísmo ensina que Deus criou tudo e mantém contato interessado com a sua criação: ele guia, intervém, recompensa e pune. Já o deísmo ensina que apesar de haver um criador, ele não se interessa mais por sua própria criação, mas antes, deixou a direção de tudo entregue aos cuidados de leis naturais. Por isso mesmo, não intervém, nem castiga e nem galardoa. Está divorciado do universo.

 Este versículo também mostra que existe um poder sem limites no «mundo invisível», do que também se originou a criação inteira. Sendo esse o caso, não admira que certos homens, por estarem vinculados àquele poder, mediante a «fé», sejam capazes de realizar feitos maravilhosos.

 «...entendemos...», mas não apenas intelectualmente, como que através de noções organizadas em forma de um credo, e, sim, «espiritualmente». Pela fé obtemos o verdadeiro «ponto de vista mundial». A palavra grega «noeo», aqui utilizada, no grego helenista podia ter o sentido de «apreensão», neste caso, da «natureza divina» ou das «realidades divinas», ou seja, uma «compreensão espiritual». (Comparar com Rm 1:20; que expressa ideia similar, com o uso do mesmo vocábulo). Essa palavra com frequência indicava apenas a «compreensão da mente», em distinção a imagens visuais, vistas com os olhos.

 «...universo...» O grego diz aqui, literalmente, «eras», mas o termo grego «aion» é usado para falar sobre os «mundos físicos», e não apenas sobre períodos de tempo. Talvez pudéssemos dizer «todas as eras do tempo, e tudo quanto há nelas»; mas a alusão especial é à «criação material».

 «...formado...» No grego é usado o termo «katartidzo», que significa «pôr em ordem», «preparar», «fazer», «criar». A ideia do termo é «reunir as partes», formando assim um todo.

 Por conseguinte, a fé começa com a aceitação de que Deus é o poder que há por detrás da criação inteira. Em casos particulares, a fé, que chega a realizar certos feitos notáveis, é apenas a aplicação dessa mesma certeza. Kant falava sobre o «mundo noumental», isto é, o «mundo mental» ou «mundo espiritual», em contraste com o «mundo fenomenal», ou seja, o mundo apreendido pelos sentidos físicos. A filosofia grega, começando antes mesmo de Platão, mas já com Paermênides, que viveu no século V A.C., imaginava uma «realidade espiritual» que transcenderia ao mundo físico, e do qual este mundo físico seria dependente. A revelação bíblica confirmou a verdade geral dessas ideias, que tiveram origem na razão e na intuição.

 «Nossas percepções sensíveis é que fazem parte aqui da ideia do autor sagrado; e isso nos leva a considerar tudo quanto vemos como algo que não têm origem mais profunda do que as coisas palpáveis para os sentidos—coisas materiais e sensuais, originadas do que é material; mas a fé nos capacita a perceber a ligação de tudo com a agência invisível mas onipotente de Deus». (Kendrick, no Comentário de Lange).

 fonte Bibliografia O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo

 

 

ENCORAJAMENTO PELAS VITÓRIAS DA FÉ (HB 11)

 

O autor, neste capítulo, destaca a fé como sendo a grande característica e o denominador comum do verda­deiro povo de Deus em todos os tempos (cf. 10.38,39). Ele menciona detalhadamente os heróis da fé que viviam sob a Antiga Aliança e cujos exemplos nos incentivam a sermos leais a Deus, hoje.

 O versículo 1 é muitas vezes citado como uma definição de fé, porém na realidade é mais uma explicação das carac­terísticas da fé. Em poucas palavras, a fé é simplesmente confiança em Deus e na sua Palavra (cf. Rm 10.17). Para­fraseando o versículo, poderíamos dizer: "A fé significa que somos confiantes; temos a certeza (algo que serve de base ou apoio a qualquer coisa, como um alicerce, um funda­mento, uma promessa ou contrato) daquilo que esperamos receber, a convicção da realidade das coisas invisíveis".

 Foi com essa atitude de fé que, naquele tempo, os heróis enfrentaram o futuro e aprenderam as coisas invi­síveis. Os antigos alcançaram testemunho e o próprio Deus também testificou da fé que possuíam, a qual supe­rou todos os obstáculos, sendo seus feitos registrados na Bíblia como homens de fé (v. 2).

 A crença em Deus como Criador de todas as coisas do Universo é imprescindível para a vida de fé, qualquer que seja sua manifestação (v. 3). "Por isso, em primeiro lugar, o autor declara essa ação primária da fé, pela qual chegamos à plena certeza de que o mundo - a História e as eras - não resultou do acaso; é uma resposta à expres­são da vontade de Deus" (Westcott).

 Três grandes heróis da fé dos primórdios da história bíblica encabeçam a lista:

 1. Abel (Gn 4.2-7)

 Abel ofereceu a Deus literalmente "mais" sacrifício do que Caim. Aos olhos de Deus teve maior valor (v. 4). A interpretação geral sobre a razão da aceitação dessa oferta é que Abel sacrificou os primogênitos do rebanho, reconhecendo dessa forma o princípio revelado por Deus a seus pais, de que para estar na sua presença era preciso o sacrifício de uma vida.

 As Escrituras não especificam de que maneira Deus revelou o seu agrado pela oferta de Abel e o desagrado pela de Caim. Uma lenda, até hoje corrente entre os muçulmanos, relata que fogo desceu do céu e consumiu o sacrifício. Sabemos que, na ocasião da inauguração do Tabernáculo no deserto e do Templo de Salomão, Deus mandou fogo sobre o altar.

 2. Enoque (Gn 5.22-24)

 Enoque destaca-se como exemplo do verdadeiro des­tino do homem, que é ter comunhão com Deus. Ele viveu em meio a uma civilização que materialmente se desen­volvia muito, o que geralmente resulta na perda da pers­pectiva eterna, mas ele agradou a Deus por seu "andar" espiritual diante dEle. E, em determinado dia, Deus o conduziu diretamente à sua presença, sem que experi­mentasse a morte (v. 5).

 A fé é a condição essencial para agradar a Deus ou ter comunhão com Ele. O homem que se aproxima de Deus como adorador terá de "crer" (isto é, ter fé) que Deus existe e exerce o governo moral do Universo (v. 6).

 3. Noé (Gn 6.14,22)

 Noé recebeu uma revelação especial de Deus relativa ao dilúvio que se avizinhava e, pela fé, esse "pregador da justiça" alertou os antediluvianos da iminência duma fa­talidade tão inexorável. A própria arca, construída longe do mar, sem dúvida despertou muitos comentários joco­sos, mas ao mesmo tempo destacou a fé impávida desse homem de Deus. Assim ele, "divinamente avisado" acer­ca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé (v. 7).

 Num estudo resumido como o nosso, é impossível fazer uma exposição mais completa das experiências des­ses grandes vultos da fé. Portanto, examinaremos apenas algumas das várias características desses homens, que ajudarão na nossa 13 lição.

 4. Os patriarcas (vv. 8-22)

 4.1. Abraão (vv. 8-19). A vida de Abraão destaca a fé caracterizada pela obediência. Foi um homem que con­fiou plenamente em Deus, saindo de sua terra (Ur dos caldeus) para um lugar desconhecido. Sua fé demonstrou muita renúncia. Como peregrino em Canaã, esperou com paciência no Senhor, na expectativa de residir permanen­temente numa cidade que Deus lhe daria. Demonstrou, assim, apaciência da fé (vv. 9,10). Mas não guardou a fé só para si - comunicou-a à esposa incrédula, Sara. Desse casal saiu uma posteridade inumerável (vv. 11,12). Por tais atitudes ele demonstrou a influência da fé sobre outrem.

 Os patriarcas viveram vidas de fé e confiança nas promessas de Deus até o fim, fé que descansava na obe­diência integral ao Senhor e olhava para além das coisas terrenas, aguardando a realização das promessas (vv. 13,14).

 A fé de Abraão foi duramente provada pelo Senhor, quando, em aparente contradição com sua promessa de lhe dar através do seu filho Isaque (Gn 21.12) uma se­mente inumerável, o mesmo Senhor lhe exige sacrificá-lo como holocausto, aquele a quem tanto Abraão amava. Abraão não vacilou em obedecer, superou a prova e rece­beu de volta o seu filho, agora amado mais do que nunca, como se tivesse "ressuscitado dentre os mortos". Foi a fé da entrega total (vv. 17-19).

 4.2. Isaque (v. 20). Isaque contemplava pela fé even­tos de um remoto porvir, segundo as palavras da bênção de Jacó (cf. Gn 27.28,29). Ele por fim aceitou (Gn 27.33) a substituição do seu propósito pessoal pelo de Deus porque, julgando conferir a "bênção da primogenitura" a Esaú, contrariava a predição divina que dizia: "O mais velho servirá ao mais moço" (Gn 25.21-23). Jacó era o mais moço; Esaú, o mais velho.

 4.3. Jacó (v. 21). A bênção de Jacó marcou época no cumprimento da promessa divina. José, seu filho, pela justa providência ocupou, quanto à bênção da primogeni­tura, a posição de Ruben, que profanara o leito de seu pai (Gn 35.22; 49.3,4). Deliberadamente, Jacó abençoou o filho mais moço de José, Efraim, antecipando a grande nação posteriormente conhecida como o Reino do Norte, que herdou coletivamente o seu nome: Israel (Gn 48.14).

 4.4. José (v. 22). O juramento que José exigiu de seus filhos por ocasião de sua morte (Gn 50.24,25), concernente à remoção dos seus ossos para Canaã, evidencia sua fé na promessa de Deus a Abraão, Isaque, e Jacó, seu pai. Era uma fé de âmbito tanto pessoal quanto nacional. Ele contemplava pela fé a independência política do seu povo e reivindicava para si a participação no seu futuro.

 4.5. Moisés e seus pais (vv. 23-29). Moisés, o primei­ro redentor, assim como Abraão, o pai dos fiéis, ocupa lugar de destaque na lista dos heróis da fé. Não sabemos se seus pais receberam qualquer revelação de Deus a respeito do futuro do filho, mas sabemos que eram piedo­sos. Alguém já sugeriu que algo em sua fisionomia des­pertara a esperança de seus pais quanto ao seu destino. Estes, pedindo de Deus a proteção, não temeram as or­dens do ímpio Faraó (v. 23).

 Quando chegou o tempo, a fé dos pais evidenciou-se no filho, a quem Deus chamou para libertar seu povo. Sob o favor especial e pessoal da ilustre princesa Hatsepsute, filha de Tutmose I, mulher que na realidade dominou o trono durante os reinados de TutmoseII e Tutmose III, Moisés foi educado "em toda a ciência dos egípcios", tornando-se "poderoso em suas palavras e obras" (At 7.22). O historiador judeu Josefo informa que Moisés comandou um exército egípcio e sitiou a cidade de Meroé nas proximidades da junção do rio Nilo Azul com o rio Nilo Branco (Marston). A princesa Hatsepsute adotou Moisés como seu próprio filho e sem dúvida planejou para ele a sucessão ao trono. Porém Moisés, "quando grande", deliberadamente escolheu recusar to­das as honras de sua benfeitora, identificando-se com o destino do seu próprio povo. Ele conhecia as promessas divinas concernentes ao destino do seu povo e contem­plou com confiança o futuro, aguardando seu cumpri­mento (vv. 24-26).

 O versículo não se refere ao êxodo do Egito, mas sim à fuga de Moisés à terra de Midiã depois de matar o feitor egípcio. Alguém entendeu que Êxodo 2.14, onde está dito que Moisés "temeu", constitui uma contradição à fé que ele sempre demonstrou. A interpretação válida é que, no interesse do seu povo, Moisés enfrentaria a própria morte; na verdade, ele não temia o rei (v. 27). Foi afalta de fé do seu povo, a quem ele queria libertar, que o obrigou a retirar-se. Quando saiu do Egito, ele não estava "temendo a ira do rei". Assim procedeu pela fé no Deus invisível (mas sempre presente), aguardando o momento oportuno de agir (v. 27).

 "Pela fé ele tem instituído a Páscoa" (literal). O tempo perfeito do verbo grego denota uma cerimônia ou ato contínuo. O sacrifício do cordeiro e a aspersão do sangue constituíram uma grande prova de fé e ao mesmo tempo um golpe decisivo nas superstições dos egípcios (v. 28).

 A fé do líder foi comunicada aos israelitas, e estes obedeceram à ordem de "avançar"! Atravessaram o mar Vermelho a pé enxuto! Os egípcios, ao tentarem fazer o mesmo, morreram afogados (v. 29).

 4.6. Josué (v. 30). A destruição de Jericó demonstra a persistência da fé. Investir contra a cidade-fortaleza pa­recia a maior loucura. A marcha em volta dela, realizada diariamente, pressupunha um fracasso. Bem poderiam ter desistido, mas persistiram até que se cumpriu a Pala­vra do Senhor. Jericó caiu! (v. 30).

 4.7. Raabe (v. 31). Os habitantes de Jericó e toda a região em volta ouviram falar dos feitos do Deus de Israel (Js 5.1), mas somenteRaabe, a meretriz, aguardou confiante a vitória de Israel e obteve para si um lugar entre o povo de Deus. Ela demonstrou a presciência da fé (v. 31).

 4.8. A fé demonstrada na vida nacional (v. 32). A entrada em Canaã encerrou um ciclo de disciplina na história de Israel. O autor apresenta agora, em resumo, os nomes e proezas de outros grandes heróis da fé. A rela­ção apresentada estende-se até ao tempo dosmacabeus (175 a 164 a.C), quando se deu a última luta nacional decisiva dos judeus antes do nascimento de Jesus.

 

5. Esboço dos eventos (v. 32) 

5.1. Gideão (Jz 7). O relato do triunfo glorioso daque­les trezentos escolhidos sobre uma multidão imensa de midianitas. Gideão fez prova de Deus, e uma vez obtida a resposta não temeu, mas foi avante e derrotou os inimi­gos.

 5.2. Baraque (Jz 4). Orientado por Débora, a profetisa, Baraque subiu à peleja com dez mil homens e impôs fragorosa derrota às hostes de Jabim, o opressor de Isra­el, cujo ponto culminante foi a morte do famoso general Sísera pelas mãos duma mulher de fibra chamada Jael.

 5.3. Sansão (Jz 13-16). As frequentes derrotas dos filisteus, tanto na vida quanto na morte deste nazireu, testifica do cuidado de Deus em prover ao povo juízes que pudessem livrá-los dos inimigos (geralmente identi­ficados com os povos pagãos dos arredores). Apesar de se deixar vencer pela sensualidade, Sansão arrependeu-se e voltou a ser usado por Deus.

 5.4. Jefté (Jz 11). Jefté, "o gileadita, valente e valoro­so, porém filho duma prostituta" (Jz 11.1), que obteve vitória sobre os amonitas, é conhecido também por um voto precipitado que recaiu sobre sua filha única, e do qual não pôde se furtar (Jz 11.30-40).

 5.5. DaviO relato das vitórias que Deus deu a Davi, homem segundo o seu coração, rei de cuja casa viria o Messias, é longo demais, pelo que nos limitaremos em trazê-lo à memória. O autor da epístola, igualmente, se limita a citá-lo.

 5.6. SamuelA vida deste homem, profeta e sacerdote de Deus desde a juventude até a velhice, é uma história impressionante de intimidade e fiel obediência a Deus. Note o significado de 1 Samuel 3.10: "Fala, porque o teu servo ouve" e 1 Samuel 9.15: "Porque o Senhor o revela­ra aos ouvidos de Samuel, um dia antes que Saul viesse". Samuel usufruía de uma intimidade ímpar com Deus, que se comprazia em lhe revelar seus desígnios e o fazia de forma audível, diretamente.

 5.7. Os profetasExemplos vivos, ainda que mortos às vezes por causa de sua fidelidade à voz de Deus, das múltiplas operações da fé (em cumprimento ao propósito divino). Estes podem ser chamados de cooperadores de Deus, em tudo obedientes.

 Nos versículos que se seguem, 33-38, podemos iden­tificar certos personagens bem como eventos específicos registrados na história sacra, marcados pela vitória obti­da mediante a fé. Esta fé resultou em grandes vitórias materiais, sucesso no exercício de governos, recompensas espirituais, libertações diversas, demonstrações de força e coragem e, inclusive, triunfo sobre a morte.

 No versículo 33 identificamos Daniel (Dn 6). No ver­sículo 34, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Dn 3) e os príncipes macabeus. No versículo 35, podemos contem­plar a insistência da mulher sunamita (2 Rs 4) e a coragem de uma mãe e seus sete filhos, mortos um após o outro, na presença dela, pelos agentes do rei Antíoco Epifânio, da Síria (cf. o livro apócrifo de 2 Macabeus, cap. 7).

 Nota: Embora não consideremos os "livros apócrifos" como divinamente inspirados ou como parte do cânon das Escrituras, contudo são muito valiosos como fonte histórica, pois relatam acontecimentos ocorridos nos "qua­trocentos anos de silêncio" entre o Antigo e o Novo Testamento, principalmente relacionados ao povo de Deus nessa época.

 6. Conclusão geral do capítulo 11 (vv. 39,40) 

Todos os eventos registrados na história bíblica reve­lam que a prova da fé dependia da vontade de Deus. Ele é quem, desde o passado, pode ver o fim de todas as coisas. Deus está constantemente realizando seu propósito de estabelecer uma família redimida naquela "cidade cujos fundamentos" Abraão contemplava. Assim, em cada dispensação concedeu a seu povo luz suficiente para man­ter-se íntegro e permanecer firme no caminho do Senhor.

 Dentre os santos, tanto da Antiga como da Nova Ali­ança, Ele está constituindo a grande família da fé, que é primeiro provada. Os santos da Antiga Aliança não vi­ram realizados em seus dias todas as promessas de Deus. E mesmo nós, apesar dos privilégios exclusivos (v. 40), ainda aguardamos o cumprimento de muitas promessas. Mas, enquanto estivermos aqui, Deus permanecerá nos orientando para a perfeição, mediante as maravilhas de sua divina presença e comunhão.

 No nosso texto áureo o grande exemplo HB 12.1-4

 Os cristãos hebreus tinham à sua disposição muito mais vantagens que as permitidas aos heróis que os ante­cederam. O autor se compara, juntamente com seus ir­mãos em Cristo, a atletas disputando uma corrida, ao redor dos quais está aquela numerosa plateia enfileirada, como nas arquibancadas de um grande estádio. As teste­munhas da grande prova são justamente os heróis da fé cujos feitos estão registrados no capítulo 11. Tomando o exemplo desses homens das gerações anteriores, o autor procura nos encorajar a correr a boa corrida da fé e ganhar, pela resistência e coragem, o prêmio que nos é oferecido (vv. 1-4).

 O encorajamento está no contemplar o próprio Se­nhor. Novamente (v. 3) entra a solene admoestação para "considerar" a Jesus Cristo, exposta em 3.1. Ele "correu" a carreira que lhe estava proposta e ganhou o prêmio, servindo agora como grande exemplo e incentivo à fé. Daí o dever de "considerar", levar em conta, estimar, atentar para Jesus, "autor e consumador da fé" (v. 2).

 Portanto, tal como a Cristo, há uma carreira proposta ao povo de Deus, um alvo a ser alcançado, um caminho a ser percorrido. Jesus Cristo é o Príncipe, o Líder e o Aperfeiçoador da fé; aquEle que não se embaraçou com as coisas materiais e visíveis desta vida, pois contempla­va a eternidade, sabendo discernir o valor das coisas que se não viam. Tal deve ser a nossa paciência. A luta de Cristo foi até à morte, e ele a venceu. Animados por seu exemplo poderemos fazer o mesmo.

 

Fonte Bibliografia Frank M. Boyd

FONTE VEJA  www.pentecostalteologia.blogspot.com.br