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Ética cristã (8)
Ética cristã (8)

            JESUS VALORIZOU OS DEZ MANDAMENTOS

 

 Uma questão fundamental. Um jovem judeu aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: “Bom Mestre, que farei para conseguir a vida eterna?” (Mt 19.16). A pergunta do rapaz reflete o desejo consciente ou inconsciente de todas as pessoas. O jovem pensava que podia fazer por si mesmo alguma coisa, alguma boa obra, para assim, ser salvo. E entendia que a salvação dependia de seu esforço pessoal.

 A resposta inquietadora de Jesus. Deixando de lado o lisonjeiro tratamento do jovem, Jesus lhe respondeu: “Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mt 19.17). Jesus sabia que estava diante de um moço educado sob as regras éticas do judaísmo, em que a prática de atos exteriores era mais importante do que o ser e o sentir espiritual; o formal era mais valioso do que o real; o exterior era mais valioso do que o interior.

 A guarda dos mandamentos. Indagado pelo jovem sobre quais mandamentos para se entrar na vida, Jesus disse: “Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19.18,19). O moço disse que cumpria tudo desde a sua mocidade. Jesus, conhecendo seu coração, lhe ordenou que vendesse o que tinha para dar aos pobres. Diante desse mandato, o jovem saiu triste e decepcionado. O moço não era um tão terrível pecador, mas não estava disposto a abrir mão da sua fortuna para cumprir o “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Jesus começou por Êxodo 20.13 e terminou com Levítico 19.18. À luz da ética cristã, o que importa não é só o não fazer, mas o praticar o que é justo e reto, movido pelo amor e de acordo com a vontade de Deus.

O cumprimento da lei. No Sermão da Montanha, Jesus foi categórico, ao afirmar que não veio para revogar a lei, mas para cumpri-la (Mt 5.17-19). Com tal expressão, Jesus quis mostrar que, não obstante ter Ele instaurado uma nova aliança, o essencial do decálogo não estava ab-rogado. Tão somente, Ele trouxe uma nova maneira de cumprir a Lei, valorizando o interior, muito mais do que o exterior. Tal entendimento é fundamental para a consistência e solidez da ética cristã.

 

                  UM NOVO SENTIDO PARA O DECÁLOGO

 

 “Não matarás” (Êx 20.13).

  1. a) No Antigo Testamento.O sexto mandamento da Lei de Moisés proibia tirar a vida de uma pessoa. Em Mateus 5.21, Jesus disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo”. O matar em Êxodo 20.13 refere-se, no original, a matar de modo premeditado, deliberado e doloso.
  2. b) Na ética de Cristo.“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio! e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno” (Mt 5.21,22). Na ética de Cristo, a prevenção é mais importante que a correção. Ele condena, não apenas o ato de matar, mas as causas que levaram ao crime: a ira, a cólera e a agressão verbal, entre outras. No Antigo Testamento, só era condenado quem matasse. No Novo, é condenado quem se encoleriza ou maltrata seu irmão. Veremos outras implicações éticas em lições posteriores. A reconciliação é o remédio para a ira (vv.22-26).

“Não adulterarás” (Êx 20.14; Dt 5.18). O sétimo mandamento visava valorizar e proteger a família e o casamento, livrando-o dos males funestos e destruidores da infidelidade conjugal, bem como defender a pureza sexual.

  1. a) No Antigo Testamento.“Ouviste o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério” (Mt 5.27). O adultério só era realmente condenado se ocorresse a conjunção carnal.
  2. b) Na ética de Cristo.“Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28). A exigência agora é muito maior, porque parte dos motivos, e não apenas do ato. Cristo não apenas condena o ato, mas os pensamentos impuros, as fantasias sexuais, envolvendo uma pessoa que não é o cônjuge do transgressor. É condenado o “adultério mental”. O décimo mandamento abrange esse pecado (Êx 20.17 e Dt 5.21).

O divórcio (Dt 24.1). O homem podia desquitar-se ou divorciar-se de sua esposa por motivos os mais diversos, mesmo que não houvesse infidelidade.

  1. a) No Antigo Testamento.“Também foi dito: qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite” (Mt 5.31). O marido podia repudiar sua mulher, caso não achasse “graça em seus olhos”, ou por “achar nela coisa feia”, e a mandava embora de casa.
  2. b) Na ética de Cristo.“Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério” (Mt 5.32). Na vigência da Lei, o homem podia deixar sua mulher “por qualquer motivo” (Mt 19.3); a partir de Cristo, só a infidelidade (em suas diversas formas) justifica a separação, caso não haja perdão do cônjuge ofendido. Em nossos tempos, tal caso piora em relação à mulher como transgressora, como se o homem não fosse igualmente transgressor.

Não tomar o nome do Senhor em vão (Êx 20.7 e Lv 19.12). Era o terceiro mandamento, que proibia o homem jurar falsamente em nome do Senhor.

  1. a) No Antigo Testamento.“Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor” (Mt 5.33).
  2. b) Na ética de Cristo.“Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus, nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei, nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5.34-37). Com Cristo, a integridade no falar é mais importante do que fazer juramentos formais.

Olho por olho, e dente por dente (Êx 21.24). A “pena de Talião” funcionava no Antigo Testamento.

  1. a) No Antigo Testamento.“Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente” (Mt 5.38).
  2. b) Ética de Cristo.“Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas” (Mt 5.39-41). A conduta cristã é, no Novo Testamento, mais exigente do que era no Antigo. Dar a outra face a quem lhe bater, mesmo no sentido figurado, não é comportamento comum ou fácil de praticar, mesmo pelo mais santo dos crentes. Só com a graça de Deus e o poder do Espírito Santo é possível cumprir esse preceito ético. Isso ocorre com frequência em tempos de perseguição à Igreja. Numa época como a atual em que há um endeusamento dos direitos humanos, um crente precisa ter um acurado discernimento espiritual se vier a perseguição.

O amor ao próximo. A Lei mandava amar o próximo (Lv 19.18b). Mas os religiosos acrescentavam à Lei: “Aborrecerás o teu inimigo”; algo que Deus nunca ordenou.

  1. a) No Antigo Testamento.“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo” (Mt 5.43). O “próximo” eram só os judeus, suas famílias e suas autoridades; o “inimigo”, os gentios.
  2. b) Na ética de Cristo.“Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5.44,45). Esta visão engrandece o conceito do amor, sendo também um verdadeiro teste para o cristão em todos os tempos. O Mestre não admite o sentimento do ódio, nem mesmo a um inimigo. Deus ama a todos (Jo 3.16); devemos fazê-lo também para sermos seus filhos. Ver 1 Pe 2.23. 

Vemos que os princípios espirituais e morais do Decálogo integram-se às leis do reino de Cristo, expostas no Sermão do Monte. Os antigos cumpriam os mandamentos e estatutos, em Israel, de modo formal e frio; se, para os homicidas havia condenação, os que odiavam ficavam impunes. Contudo, Jesus deu aos mandamentos um sentido muito mais elevado, aprofundando e ampliando o seu entendimento, tornando-os instrumentos da justiça, bondade e amor de Deus.

servilmente, adulador, bajulador.

 Assim, todas as normas cerimoniais, morais ou cívicas da lei mosaica, apesar do seu caráter local e transitório, não cabendo à igreja observá-las na realidade cultural contemporânea, foram embasadas nos princípios de caráter explicitamente moral e espiritual que aparecem na mesma lei, cuja universalidade está clara nas Escrituras. São válidas para ‘todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares’. São esses princípios que o Senhor reitera no Sermão do Monte e declara de maneira contundente a sua importância como marco distintivo do Reino de Deus. São referenciais permanentes e imutáveis que se aplicam em qualquer cultura e expressam não só o padrão de santidade exigido por Deus, mas também o tipo de reação que se espera do crente diante das diferentes circunstâncias da vida” (A Transparência da Vida Cristã. CPad) 

 

                          O  CRISTÃO E GERRA

 

Hoje, na Dispensação da Graça, Cristo nos ordena a amar os próprios inimigos (Mt 5.44). O cristão na condição de autoridade (inclusive como militar) e, nessa condição, seus deveres e missões legais, inclusive na guerra, suscitam da parte dos que não conhecem a Palavra de Deus, discussões e opiniões divergentes, pró e contra. No campo secular, humano e temporal, a mídia e a literatura comuns e irmanadas não devem ser o guia do cristão, e sim a Palavra de Deus quando corretamente interpretada. Uma simples lição de Escola Dominical não cobre o assunto, mas sua abordagem mesmo sucinta, será proveitosa. As dúvidas em relação a esse ponto passam pela seguinte questão: A participação na guerra, levará o cristão a contrariar o sexto mandamento que diz “Não matarás”? (Êx 20.13).

 

                            A GUERRA NA BÍBLIA

 

 A causa das guerras. A multiplicação do pecado, da iniquidade, da rebeldia e da desobediência afrontosas para com Deus e suas santas leis propiciam o desentendimento e o confronto bélico entre os homens. Esse desentendimento se processa de tal forma que evolui de simples hostilidades a grandes e dolorosos confrontos, de longa duração e repletos de todo tipo de sofrimento (Tg 4.1; Mc 7.21,22; Gl 5.19,20; Lv 26.25,33; Dt 28.25; Is 48.22 e Sl 120.7). Em Gênesis 6, vemos os passos que conduzem ao conflito entre nações. Os homens, corrompidos, multiplicaram-se na face da Terra (Gn 6.1); a maldade se multiplicou grandemente (Gn 6.5); a Terra encheu-se de violência (Gn 6.11), a ponto de o Senhor promover o juízo, enviando o Dilúvio. No tempo de Abraão, quatro reis fizeram guerra contra cinco; e Ló, seu sobrinho, foi levado cativo, o que obrigou o patriarca a armar-se com seus criados e promover uma expedição militar contra os agressores (ver Gn 14.1,2; 12-17).

 Deus é o Senhor dos Exércitos. Jeová Shallom (“O Senhor é Paz”) é o mesmo Jeová Sabaote, “O Senhor dos Exércitos” (Êx 12.41 e Sl 46.10); Jeová é “Homem de Guerra” (Êx 15.3; Is 42.13). É óbvio que não se trata de guerra no sentido popular, humano, terreno; esta, Deus aborrece (Sl 68.30 e Ap 13.10).

 Guerras ordenadas por Deus. Uma infinidade de conflitos bélicos resultaram da determinação do Todo-Poderoso, de abater os inimigos do seu povo, Israel. Dentre essas campanhas, destacamos as seguintes: contra os amalequitas (Êx 17.8-16); contra Jericó (Js 6.2ss); contra Ai (Js 8.1ss); contra os filisteus (1 Sm 7.1-14); contra os amonitas (1 Sm 11.1-11) e contra os cananeus (Js 11.19,20). Eram as chamadas “guerras do Senhor”, de cujo registro se ocupa o “livro das Guerras do Senhor” (cf. Nm 21.14; Js 10.40,42; Dt 20.16,17). Examinando-se com cuidado a Bíblia no seu todo, vê-se claramente que aqueles povos e nações eram manipulados e mobilizados pelo Inimigo no sentido de impedir que o Messias Redentor da humanidade viesse ao mundo. O mundo contemporâneo, no século passado em particular, conheceu diversos conflitos armados, como o provocado pelo ditador alemão, Adolf Hitler, que queria subjugar o mundo (de 1939 a 1945), impondo sua paranóica ideia de conseguir uma “raça pura”, leia-se: a supremacia germânica sobre todo o planeta, o que levou à morte milhões de pessoas (destas, mais de 6 milhões foram judeus). Dos seus inflamados e odientos discursos, destacamos este: “Hoje a Alemanha é nossa; amanhã, o mundo inteiro”. Nesse caso, a guerra promovida contra o tirano assassino foi justa. Foi Deus que separou as nações (Dt 32.8), inclusive através dos oceanos, e só Ele pode reuni-las outra vez.

 

   O POSICIONAMENTO DO CRISTÃO PERANTE A GUERRA

 

 O cristão e a guerra. Não podemos aceitar os argumentos filosóficos de certos ativistas pelos seguintes motivos:

  1. a) Violência.Mesmo ordenadas por governos legitimamente constituídos, na guerra, devido à maldade inerente à natureza humana, há injustiça, traições, atrocidades, vingança, ganância e perversidade (Rm 12.18,20).
  2. b) Estado absoluto.Há o perigo de se ver o Estado, ou o Governo como ente absoluto ou até de idolatrá-lo. A Bíblia diz que devemos examinar tudo, mas ficar com o bem (1 Ts 5.21); devemos fazer tudo “de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens” (Cl 3.23).

 O Seletivismo. Diferente de outras abordagens, o argumento seletivista afirma que é necessário fazer uma distinção entre “guerras justas” e “guerras injustas”, e que o cristão deve engajar-se nelas, quando justas, visto que agir de forma diferente, seria recusar-se a fazer o bem maior, ordenado pelo Senhor dos Exércitos. Segundo essa linha de pensamento, uma campanha militar, ou seja, a “guerra justa”, constituir-se-á num esforço válido para evitar que uma nação, ou mesmo o mundo, fique à mercê de tiranos, como Adolf Hitler.

O posicionamento cristão. Mesmo que o governo legalmente constituído promova uma “guerra injusta”, dela não podemos participar, por motivo de consciência. Na Bíblia, encontramos exemplos de desobediência ao poder constituído quando este age contra os princípios divinos:

  1. a) Os jovens hebreus na Babilônia.Hananias, Misael e Azarias desobedeceram a ordem de se curvarem diante da estátua de Nabucodonosor (Dn 3).
  2. b) Daniel e o decreto real.O filho de Judá, exilado na corrupta Babilônia, negou-se a cumprir uma lei arbitrária que feria os princípios religiosos e morais estabelecidos pelo Eterno ao seu povo: o decreto determinava expressamente que toda e qualquer oração e petição deveriam ser endereçadas ao rei de Babilônia. Daniel, embora cumpridor de suas obrigações no reino, recusou-se a obedecer o decreto, e continuou dirigindo suas oração ao Senhor de Israel.
  3. c) Os apóstolos e as leis proibitivas.Os apóstolos continuaram a pregar o Evangelho embora as autoridades da época o proibissem e castigassem a primeira geração da igreja cristã com açoites e prisão (At 4 e 5).
  4. d) As parteiras e a lei homicida.Faraó, embora governasse sob a permissão divina, decretou o extermínio de criancinhas hebraicas (sexo masculino). As parteiras, porém, não lhe obedeceram e foram abençoadas como está escrito: “As parteiras temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera; antes, conservavam os meninos com vida. Então, o rei do Egito chamou as parteiras e disse-lhes: Por que fizestes isto, que guardastes os meninos com vida? E as parteiras disseram a Faraó: É que as mulheres hebreias são vivas e já têm dado à luz os filhos antes que a parteira venha a elas. Portanto, Deus fez bem às parteiras. E o povo aumentou e se fortaleceu muito. E aconteceu que, como as parteiras temeram a Deus, estabeleceu-lhes casas” (Êx 1.17-21).

O que fazer. Nesse caso, mesmo podendo sofrer as consequências, o cristão não está moralmente obrigado a participar de uma guerra injusta, conforme defendem os ativistas (que são irmãos dos terroristas). Por outro lado, há guerras que podem ser consideradas justas. No Antigo Testamento o Senhor deu ordens aos israelitas para guerrear e destruir todos os seus inimigos (Js 10.40). Hoje, podemos entender que é legítima a participação do cristão em guerras; por exemplo, contra o narcotráfico, contra o crime organizado, ou, ainda, contra uma potência agressora, dirigida por um governo tirano, fratricida e genocida. 

Em nosso país, por vezes, atendendo compromissos com organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), veem-se contingentes militares brasileiros embarcarem para o exterior, em missão de paz, podendo até empreender campanhas contra milícias estrangeiras e rivais. Na guerra contra o tráfico de drogas, ou contra o “crime organizado”, que se alastra e grassa em nossa pátria, os militares crentes e autoridades civis são convocados e devem participar. Assim, em termos bíblicos, não há argumento que proíba a participação numa guerra, considerada justa e regular. 

 “Matar na guerra justa para se defender do agressor (Gn 14.14-15) e o caso de homicídio acidental (Dt 19.4-5) podem até não ser considerados como assassinato, e como tal não se enquadram no sexto mandamento do Decálogo. Do contrário, Deus estaria proibindo e permitindo uma mesma coisa na lei (Êx 17.8-16). Já vimos que o verbo hebraico usado para ‘não matarás’ nunca é usado na guerra. Um dos nomes de Deus é ‘Senhor’ ou ‘Jeová dos Exércitos’ (1 Sm 17.5) e ‘Varão de Guerra’ (Êx 15.3 e Is 42.13). O Senhor liderava essas guerras e dava vitória a seu povo (2 Cr 13.12; 20.17,22).

É verdade que estamos na Dispensação da Graça e o cristianismo é pacifista. Jesus disse: ‘Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus’, Mt 5.9. Mas, como cristãos, somos cidadãos do céu (Fp 3.20) e também da Terra (Mt 22.21). Temos compromisso com o governo (Rm 13.1-7; 1 Tm 2.2; Tt 3.1 e 1 Pe 2.13-14). Os direitos de César terminam onde começam os de Deus. Quando as normas bancadas pelo Estado se confrontarem com os princípios cristãos, nesse caso, a Palavra de Deus prevalece. Ela está acima de qualquer constituição (Dt 17.18-20 e At 4.19-20). Há guerras justas e injustas, e todo o mundo tem o direito de defender o que é seu. Nesse caso, o cristão não está pecando. Da mesma forma, também não peca se recusar ir a uma guerra injusta”. 

 

                          O ABORTO E VISÃO BIBLICA 

 

O índice de abortos no século passado foi revoltante e virulento. Só no Brasil, a Organização Mundial de Saúde calcula que houve 5 milhões de abortos. O Instituto Gallup concluiu que 58% dos brasileiros são favoráveis a ele. Em Tiago 2.13, a Bíblia diz que “o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia”. O movimento feminista, antibíblico e anticristão, alardeia o direito de a mulher usar seu corpo como ela quiser, sem levar em conta a vida do feto indefeso. E o cristão? Como deve se posicionar? Ora, nós não somos donos de nada; Deus é que é. É o que procuraremos demonstrar nesta lição.

 

                    O TERMO ABORTO E A VISÃO BÍBLICA

 

 Significado. A palavra aborto vem do latim, abortum, do verbo abortare, com o significado de “pôr-se o sol, desaparecer no horizonte e, daí, morrer, perecer”. Na Bíblia, o referido termo e seus cognatos aparecem em Jó 3.16; Sl 58.8; Ec 6.3 etc. Segundo o Grande Dicionário de Medicina, aborto “é a expulsão espontânea ou provocada do feto antes do sexto mês de gestação, isto é, antes que o feto possa sobreviver fora do organismo materno...”.

 O aborto na Bíblia. Não são muitas as referências sobre o tema. No Pentateuco, vemos uma referência sucinta sobre o caso de aborto acidental, em que uma mãe fosse ferida por alguém e viesse a morrer (Êx 21.22). Nesse caso, não haveria pena de morte, mas o causador teria que pagar uma indenização. Jó, lamentando o dia de seu nascimento, diz que preferia que não houvesse acontecido, pois seria como as crianças abortadas, que nunca viram a luz (Jó 3.16). Não há qualquer referência bíblica que dê margem ao ato do aborto provocado pois trata-se de um ato em que a vida de um ser indefeso é ceifada.

 

                 O FETO EM SEU COMEÇO É UMA PESSOA

 

 A infusão da alma no ser gerado. Entendemos que a alma e o espírito são colocados por Deus no embrião, com a concepção. É oportuno dizer aqui que a vida humana, do seu início ao fim, está em grande parte encoberta por um véu de mistério que só o próprio Criador e Sustentador conhece. “Peso da Palavra do Senhor sobre Israel. Fala o Senhor, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele” (Zacarias 12.1); e mais, “Porque para sempre não contenderei, nem continuamente me indignarei; porque o espírito perante mim se enfraqueceria, e as almas que eu fiz” (Isaías 57.16).

 O exemplo de João Batista e de Jesus. Ao que tudo indica, Maria, a mãe de Jesus, já o tinha no ventre há um mês (quatro semanas), quando foi visitar Isabel, sua prima. Esta já estava com seis meses de grávida de João Batista (Lc 1.36), tendo, nela, um feto de vinte e quatro semanas. A Bíblia nos mostra que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, “a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo” (Lc 1.41). No ventre de Maria, não estava “uma coisa”, mas o Salvador do Mundo; no ventre de Isabel não estava um ser desprovido de alma, mas uma “criancinha” que pulou de alegria ao ouvir a bendita saudação. O Espírito Santo agiu ali através de uma “criancinha” ainda em formação (v.41).

 O embrião é uma pessoa. Mesmo sem ser uma pessoa completa, não é subumano. É uma pessoa em formação, em potencial. Da primeira à oitava semana (2 meses), completam-se todos os órgãos, apresentando inclusive as impressões digitais. Aos três meses, no útero, o bebê já está formado esperando crescer para vir à luz. Mesmo como ovo, ou feto, desde a concepção, cremos que o bebê não só tem vida, mas possui alma e espírito dentro dele (ver Zc 12.1b).

 

 TIPOS DE ABORTO E SUAS IMPLICAÇÕES ÉTICAS PARA O                                                                CRISTÃO. 

 Aborto natural. Ocorre por motivos ou circunstâncias naturais, implicando na morte do feto. Segundo a Medicina, pode haver aborto por várias causas. Dentre elas, destacam-se as seguintes: “Insuficiente vitalidade do espermatozóide; afecções da placenta; infecções sanguíneas; inflamações uterinas; grave exaustão, diabetes e algumas desconhecidas” (Reifler, p.131). Não há incriminação bíblica quanto a esse caso, pois, não havendo pecado, não há condenação. Em Deuteronômio 24.16b, diz-se que “cada qual morrerá pelo seu pecado”.

 Aborto acidental. É resultado de um problema alheio à vontade da gestante. Uma queda, ou um susto acidental, inesperado e intenso podem provocar abortamento. Não há implicação ética quanto a isso. A referência de Deuteronômio 24.16b aplica-se a esse caso.

 Aborto por razões eugênicas. É o aborto por eugenia, isto é, para evitar o nascimento de crianças deformadas ou retardadas. Nós cristãos, segundo os princípios bíblicos, não acatamos tal conceituação, puramente humanista. Pessoas retardadas ou deformadas, ao nascerem, têm personalidade e características verdadeiramente humanas. E, por conseguinte, têm direito à vida. Abortá-las é assassinato. A Bíblia diz: “...e não matarás o inocente...” (Êx 23.7).

 “Mataram” Beethoven! Já é conhecido um texto em que um professor, desejando mostrar aos alunos como é falha a lógica humana, propõe o seguinte caso: “Baseados nas circunstâncias que mencionarei a seguir, que conselho dariam a uma certa senhora, grávida do quinto filho? O marido sofre de sífilis; ela, de tuberculose. Seu primeiro filho nasceu cego. O segundo, morreu. O terceiro nasceu surdo, e o quarto é tuberculoso. Ela está pensando seriamente em abortar a quinta gravidez. Que caminho vocês lhe aconselhariam?”. Os alunos pensaram e, diante das circunstâncias, sugeriram que o aborto seria aconselhável para que não nascesse mais um filho defeituoso. O professor, então, lhe respondeu: “Se vocês disseram sim à ideia do aborto, acabaram de matar o grande compositor Ludwig van Beethoven”. 

Há ainda outros casos em que a sociedade alega razões para a prática do aborto, mas sem qualquer respaldo bíblico. O cristão tem a ver com Cristo e a Bíblia, e não com o mundo e o seu modo de viver e agir. Com exceção do caso em que a vida não totalmente desenvolvida do bebê constituísse uma ameaça de morte para a vida plenamente desenvolvida da mãe, não há motivo justificável à luz da Bíblia para a realização do abortamento. Todavia, lembremo-nos de uma coisa: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Coríntios 5.10). Por isto, devemos agir de acordo com a ética cristã, levando-se em consideração, sempre, a santidade da vida. 

 “A guerra à vida no ventre materno provoca aproximadamente 40 milhões de abortos a cada ano, número deveras impressionante, comparável mesmo ao total dos que tombaram durante toda a Segunda Guerra. Mas há, contudo, diferenças fundamentais: enquanto nos campos de batalha os soldados abrigam-se e lutam por ideal, no aborto as vítimas inocentes não têm a mínima chance de se defenderem e são assassinadas por quem deveria dedicar-lhes o mais perfeito amor conhecido entre os humanos — o amor de mãe!(...)

Em 1977, de cada 100 nascimentos na Alemanha Ocidental, ocorria 10 abortos. No Uruguai, em 1978, verificaram-se 150 mil abortos, reforçando a luta pró-legalização dessa prática naquele país, por sinal o primeiro da América do Sul a legalizar o divórcio.

Na Finlândia, país com menos de cinco milhões de habitantes, o número de abortos já chegava, em 1971, a perto de 20 mil por ano. Em protesto realizado em fins daquele ano, 150 evangélicos desfilaram pelas ruas de Helsinque carregando nos braços pequenos caixões brancos, ao som de uma marcha fúnebre. Em frente ao Parlamento, onde terminou a manifestação, um dos caixões foi colocado na escadaria de acesso ao mesmo, com uma coroa de flores e os seguintes dizeres: ‘A esperança da Finlândia. Cidadão de luto!’.

Na Itália, sede do Papado, o Parlamento aprovou, em 19 de maio de 1978, um texto legislativo que facultava a qualquer mulher maior de dezoito anos o direito de submeter-se ao aborto intencionalmente provocado, até o final dos primeiros noventa dias de gravidez. A mesma lei instituiu consultórios mantidos pelo Estado, onde também as menores de dezoito anos podem, sem prévia autorização paterna, requerer o direito de abortar, passando a decisão sobre o assunto a foro judicial.

De acordo com essa lei, o aborto é feito gratuitamente nos hospitais do governo ou por clínicas privadas que mantenham convênios com órgãos assistenciais do Estado (...).Na França, segundo o Instituto Nacional de Estudos Demográficos, ocorrem anualmente de 250 a 300 mil abortos, dos quais apenas 140 mil são recenseados pelo Ministério da Saúde. A diferença entre as duas cifras corresponde às intervenções ‘ilegais’. O arcebispo de Strasburgo, Monsenhor Eichinger, afirmou que somente na Alsácia o aborto fazia um número anual de vítimas equivalente as cidadezinhas que os alemães destruíram em 1870 e nas duas últimas guerras mundiais” (Desafios da Nossa Época. CPAD, pp.186,187). 

 

                           CONTROLE DE NATALIDADE

 

Há opiniões radicais dos que se opõem tenazmente a qualquer método ou tipo de limitação de filhos por um casal crente. De outro lado, há os liberalistas temerários, que não veem qualquer restrição ética concernente ao dito assunto. Os moderados procuram com humildade e temor de Deus aprender a discernir o certo e o errado sobre o assunto pela Bíblia e a busca da vontade específica do Senhor. Com muito respeito, santo temor e sinceridade, desejamos abordar o tema, esperando contribuir para o alargamento da visão sobre esse tão necessário e pouco estudado tema da ética cristã. 

 

                                       CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 

Controle da natalidade. “É o conjunto de medidas limitadoras, de emergência, incluindo legislações específicas, que o governo de um determinado país adota para atingir metas demográficas restritivas, (isto é, populacionais) consideradas indispensáveis ao desenvolvimento socioeconômico. Isso ocorre por exemplo, na China e na Índia, onde a população é excessiva em relação aos recursos econômicos”.

 Planejamento familiar. É o exercício da paternidade responsável, e a utilização voluntária e consciente por parte do casal, do instrumento necessário ao planejamento do número de filhos e espaçamento entre uma gestação e outra.

 

                       VISÃO GERAL À LUZ DA BÍBLIA

 

 Determinação divina (Gn 1.28). Deus criou o homem de modo especial dizendo: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1.26,27). “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a” (Gn 1.27,28). Este foi o primeiro mandamento dado ao homem pelo Criador após criar o ser humano, masculino e feminino. Entretanto, Deus não deu um multiplicador. Logo, ter um filho ou dois já é multiplicação. No Antigo Testamento, não ter filhos era constrangedor (1 Sm 20).

 A natalidade no Antigo Testamento.

  1. a) Filhos, uma bênção de Deus.No Antigo Testamento, ter filhos era algo sagrado, uma bênção de Deus. Sara, esposa do patriarca Abraão, sendo estéril, sentiu-se frustrada, recorreu a um ato desesperado oferecendo sua serva ao marido para que este tivesse um filho com ela, como sendo esse filho do casal. Isso resultou em sérias e perpétuas complicações, quando se considera que em Abraão e Sara estava implícita a linhagem do futuro Messias (Mt 1.1). Abraão, sentindo-se infrutífero quanto à sua descendência, disse ao Senhor: “Senhor Jeová, o que me hás de dar, pois ando sem filhos...” (Gn 15.2). Em resposta, o Senhor mandou que ele olhasse para as estrelas e lhe disse: “Assim será a tua semente...” (Gn 15.5; Ler Gn 17.15,16).
  2. b) Não ter filhos era sinal de infelicidade.Sendo Raquel estéril, disse a seu marido: “Dá-me filhos, senão morro” (Gn 30.1). Quando Deus abriu sua madre, ela exclamou: “Tirou-me Deus a minha vergonha” (Gn 30.23). Ana, mulher de Elcana, também é exemplo do sofrimento e amargura de uma mulher estéril (Ler 1 Sm 1.7,10,11,20).
  3. c) Ter família numerosa era sinal de bênção.Ana teve Samuel e mais cinco filhos (1 Sm 2.21). Os filhos eram considerados presentes ou prêmios da parte do Senhor, como diz o salmista: “Eis que os filhos são herança do Senhor e o fruto do ventre o seu galardão” (Sl 127.3).

 A natalidade no Novo Testamento.

  1. a) A natalidade enaltecida.“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher...”. Maria ouviu do anjo: “Salve, agraciada! O Senhor é contigo! Bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1.28); “Eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filha, e por-lhe-ás o nome de Jesus” (Lc 1.31). Que mistério tão grande! “O plano da salvação, previsto antes da fundação do mundo, incluía uma mulher, uma mãe, um ventre, um seio materno” (Lima, p.158).
  2. b) Ter filhos, uma bênção de Deus.Zacarias, esposo de Isabel, não tinha filhos, pois sua mulher era estéril. Deus enviou o anjo Gabriel para informar a este sacerdote de avançada idade que ele seria pai: “Terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento” (Lc 1.14). As crianças foram abençoadas por Jesus. Ele colocou um menino no meio das atenções (Mt 18.2,4); recebeu crianças trazidas pelos pais, toucou-lhes brandamente, abençoando-as (Lc 18.15-17).fonte CPAD 
  3. fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net