CUIDADOS COM A FAMILIA
A primeira instituição criada por Deus foi a família para dar estrutura a humanidade como uma sociedade organizada. Sem dúvida fomos criados por Deus para ter comunhão com Ele, mas Deus também nos criou para sermos criaturas sociais. Gênesis 2.18 diz: “... não é bom que o homem esteja só...” O homem depende um do outro. A família é a base de todos os relacionamentos para o ser humano. Nela aprendemos a interação pessoal, formulamos as ideias sobre os limites até onde podemos ou devemos ir, a língua, os costumes, os padrões sociais; enfim, tudo o que é necessário para viver, sobreviver, agir e reagir, nós aprendemos na estrutura da família.O cristão casado deve desenvolver um papel fundamental diante de Deus, como instrumento de honra para conduzir a família constituída ao ideal planejado por Ele. Há responsabilidades que devem ser repartidas entre os cônjuges como: liderança, exemplos para os filhos e a sociedade e o cultivo do amor entre ambos. Sem dúvidas o mais importante deste é o amor, pois sem o amor verdadeiro não é praticável a vida a dois.
As responsabilidades do marido.Nas Escrituras sempre há exemplos de que o homem sempre foi o protetor, provedor e líder da família. Podemos encontrar isso bem claro na vida de Josué. Como líder da nação que entrou na terra prometida, tomou uma decisão firme e correta diante da comunidade de Israel quando disse: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” (Js 24.15). Conclui-se então, que o plano de Deus para a família cristã é que o pai além de ser protetor e provedor, exerça liderança no seio da família (Ef 5.23-28).
As responsabilidades da esposa.Uma das responsabilidades da mulher é submeter-se ao marido (Ef 5.23-28). No entanto, não se deve confundir submissão com autoritarismo masculino. É preciso entender que a diferença entre os sexos é real e natural não somente na área física, mas em outras áreas, como na área das emoções. Não há razões para haver conflitos sobre quem é superior ou quem é inferior, pois cada um deve dar o que tem e, assim, os dois vão se tornar “um”, não somente uma só carne, mas um em tudo. O que falta a um, o outro complementará. Elas também devem possuir outras qualificações, como sérias e confiáveis; não devem ser faladeiras, mas sóbrias e fiéis em tudo (I Tm 3.11).
A responsabilidade de serem exemplos.Além de liderar, prover e proteger a sua família, o homem da casa precisa ser exemplo de sabedoria. Ensinando com o diálogo, de forma didática e moderada, mas nunca esquecendo o poder do exemplo pessoal. Não adianta bons discursos diante dos familiares se não há consonância com o que se fala (Tg 3.2). As palavras só chegam até onde a vida exemplar as projeta. Palavras sem exemplos são como barcos a velas sem vento, para nada servem. A mulher casada em submissão, também ensina como os filhos podem ser obedientes a Deus. A mãe tem oportunidades de mostrar e ensinar o amor verdadeiro pelas suas atitudes, porque o amor demonstrado é mais fácil de aprender do que o amor falado.
CONSIDERAÇÕES NA VIDA DOS FILHOS.Os filhos são herança do Senhor, são a recompensa dos pais na relação conjugal (Sl 127.3). Eles são sempre apontados de forma positiva nas Escrituras, notadamente no ministério público de Jesus Cristo. Eles são destacados proeminentemente como capital espiritual e econômico do povo de Deus, uma verdadeira recompensa da parte de Deus, que nos ensina que os filhos são bens ativos e não dívidas. No entanto, o padrão dos filhos numa família cristã, é seguir o que foi estabelecido pelos pais.
A obediência, o respeito e a honra dos filhos para com os pais.Paulo diz aos filhos que façam o que seus pais mandarem, pois ele entende que esse é um dever cristão (Ef 6.1), ressaltando o que diz as Escrituras no Antigo Testamento: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolongue os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Ex 20.12). É muito provável que o relacionamento entre as pessoas da mesma família seja uma amostra da relação com Deus. Se o membro (filho) de uma família não consegue ter o mínimo de obediência aos seus pais dificilmente terá um comportamento honroso em outro lugar. Deus criou a família para que aprendêssemos com ela, pois só assim teríamos um campo de experiência.
A santidade como estilo de vida.A juventude precisa aprender que não há doutrinas diferentes para os filhos e pais. A Escritura é direcionada para todas as pessoas que já tenham entendimento sobre o certo e o errado. Pois a orientação bíblica é para que todos vivam conforme a imagem de Cristo (Rm 8.29; Cl 3.8-17). Isso não quer dizer que os seguidores de Jesus Cristo não se depararão com diversas tentações (Mt 4.1-11). Na verdade as tentações são difíceis de resistir e, com certeza, sem a ajuda inigualável do poderoso Espírito Santo morando no cristão, será impossível alguma vitória. A vida, a semelhança de Cristo, é uma vida de pureza e santidade.
Lares que ainda não são cristãos.Existem lares que infelizmente nem todos são cristãos. Com isso para muitas pessoas o viver a vida evangélica na família não é nada fácil. Mas a única decisão inteligente a tomar diante de tal situação está em ser sempre fiel a Deus na sua própria vida. Colocando em pratica todas as disciplinas espirituais aprendidas nos estudos bíblicos realizados nos templos ou fora deles. Uma vida de vigilância, de paciência, através de um viver cristão autêntico. O Senhor conhece bem os nossos problemas, nossas lutas e decepções. Ele não prometeu tirar de nosso viver diário a eles, mas prometeu dar sabedoria aqueles que o pedem, para que possam viver triunfantemente através das dificuldades (Rm 5.1-5: Tg 1.2-4: Rm 8.26-39: Fl 4.13).
CUIDADOS COM O MINISTÉRIO CRISTÃO.Há muitos ministérios na igreja, mas o de liderança é o de maior exigência. A vida do obreiro não pode ser conduzida de qualquer maneira. Suas responsabilidades e obrigações, quando bem sucedidas, influenciam positivamente na historia dos membros do corpo de Cristo. Se alguém tem o desejo de ser líder episcopal, que seja, mas há algumas condições: 1- precisa ter boa reputação; 2- ser fiel a esposa; 3- se de fácil relacionamento com os membros e não membros; 4- deve possuir entendimento no que diz; 5-não pode ser controlado por bebida forte; 6- ter autoridade sem autoritarismo; 7- ser generoso; 8- não ser ganancioso; 9- ser bom administrador; 10- deve ter atenção especial aos filhos, para que tenham respeito deles, pois quem não controla a família não terá condições reais de conduzir o rebanho de Deus; 11- não pode ser novo convertido, para que não caia no laço do diabo; e, 12- finalmente, ter bom testemunho dos de fora do Reino.
Lideranças na casa de Deus.Quem não sabe governar sua casa, como cuidará da igreja de Deus? (1Tm 3.5). Muitos pregadores, missionários (as) e cantores (as) itinerantes têm destruído os seus casamentos por passar a maior parte do tempo fora de casa, longe de seus conjugues e ainda sendo tentados por pessoas do sexo oposto e praticando defraudação sexual, contrariando 1Coríntios 7.5. A desculpa é que estão fazendo a obra de Deus, mas estão sendo negligentes com a sua própria família. Quem descuida da sua casa é um insensato. Paulo trás a casa da pessoa para dentro da igreja e compara as duas entre si.
Se alguém não cuida dos seus familiares negou a fé.Principalmente, das da sua família, é considerado pior do que o do incrédulo (1Tm 5.8). Paulo compara os que não cuidam bem da família como sendo piores que os descrentes. Negou tudo quanto o cristianismo defende, pois a fé exige obras e frutos. Quem descuida dos seus; deixa faltar o essencial até para a sobrevivência não da dignidade e atenção especial a sua família é um insensato. Alguns estão largando suas famílias, seus casamentos, divorciando-se por qualquer coisa sem observar Mateus 19.1-9; Romanos 7.1-3 e 1Coríntios 7.2-5,10,11; permanecendo como se nada tivesse acontecido. Como esse cristão irá aconselhar na área matrimonial se o seu estiver falido ou confrontando a Palavra de Deus? Nenhum sucesso ministerial cobre o insucesso no lar.
O maior testemunho vem de dentro do próprio lar.O maior testemunho que um cristão pode ter é o que vem de dentro da sua própria casa (Pv 31.11,23, 28-29). Há em muitas famílias pouca ou nenhuma educação sobre esse assunto. Quando falta educação sobra ignorância; quando falta diálogo sobra estupidez; quando falta respeito sobra indignidade. O bom testemunho de um dos cônjuges a respeito do outro e dos filhos sobre os pais são as coisas mais lindas que um cristão pode obter.
Para confrontar e aproveitar a oportunidade de ministrar às famílias que por falta de vigilância, têm abandonado o sacerdócio do lar, identificando as pequenas coisas que edificam ou destroem as famílias. Que cada um possa fazer a sua parte como instrumentos de honra para conduzir a família constituída ao ideal planejado.
A família — Obra prima de Deus
Com esta lição, damos início a uma série de ensinamentos bíblicos acerca das ameaças à integridade e ao bem-estar da família. Trataremos também de conceitos e padrões bíblicos estabelecidos por Deus para a bênção e felicidade de tal instituição. A família, em síntese, como estrutura social, deve identificar-se e relacionar-se intimamente com a igreja. Na tão conhecida e instrutiva passagem sobre a família (Ef 5.28-33; 6.1-4), a Palavra de Deus cita a igreja seis vezes.
CONCEITO E ATRIBUIÇÕES DA FAMÍLIA
Conceito. Família é o sistema social básico, instituído no Éden por Deus, para a constituição da sociedade e prossecução da raça humana. Os primeiros capítulos de Gênesis revelam que a família foi a primeira das instituições divinas na terra.Jesus utilizou-se da família para ilustrar certos atributos, atos, qualidades e dádivas de Deus, como o amor, o perdão, a longanimidade, a paternidade. Vários dos milagres de Jesus estão relacionados à família, suas necessidades, provações, encargos e responsabilidades (Mt 8.5-15; 9.18-26; Jo 2.1-11; 4.46-54; 11.1-45). Isto nos leva a imaginar o grande valor que Deus confere a esta sua primeira e vital instituição humana.
Atribuições da família. Dentre as muitas atribuições da família, enumeramos algumas consideradas relevantes:
a) Vida íntima conjugal. Só o casamento justifica e legitima a união sexual marido-mulher. Logo no primeiro capítulo da Bíblia está escrito a respeito do primeiro casal, “Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (v.28). E como se dá tal multiplicação? Pela união física do casal, que deve decorrer do amor e do consenso mútuo. No capítulo seguinte (Gn 2.24) está também registrado que, após o casamento, homem e mulher “serão ambos uma carne”.
b) Propagação do gênero humano. Este foi um dos propósitos de Deus quando da instituição da família: a geração de filhos, para o povoamento da terra e a prossecução do gênero humano. Deus conferiu esta faculdade ao casal, o que constitui uma elevada responsabilidade (Gn 1.28).
c) Subsistência. Basicamente, a motivação que está subentendida no desempenho diuturno e penoso do trabalho e igualmente do exercício das profissões é o sustento, o conforto, o bem-estar; enfim, o atendimento suficiente e sensato das necessidades dos membros da família.
d) Educação. Os filhos são herança do Senhor (Sl 127.3) e não meros acidentes biológicos na vida do casal. Cada filho que nasce ou que é admitido na família importa em cinco principais responsabilidades para os pais: um corpinho para cuidar (vestuário, saúde, etc); um estômago para alimentar; uma personalidade para formar; uma mente para educar e uma pessoa completa para ser conduzida a Cristo, seu Salvador e Senhor.
e) Proteção. É responsabilidade dos pais prover no lar paz, harmonia, sossego, união, proteção e amparo. Ver as lições espirituais de Deuteronômio 22.8.
f) Afeto. As relações afetuosas, fraternas e cordiais iniciam-se na família. É nesse ambiente, propício e acolhedor, que a criança recebe afeto, cuidado amoroso dos pais e irmãos mais velhos, e aprende a praticá-lo.
A FAMÍLIA DE DEUS
Deus valoriza tanto a família que a tomou como exemplo para ilustrar o seu relacionamento com a igreja, como já mostramos na introdução desta lição.
Deus, nosso Pai. Deus é o nosso supremo exemplo quanto ao papel da paternidade. Vejamos algumas de suas características como nosso Pai celestial.
a) Pai cuidadoso e provedor que jamais falha. Ele cuida de cada um de seus filhos (Mt 10.31) e de suas necessidades (Mt 6.8). Ele, que já nos deu a suprema dádiva do céu — Jesus, não nos daria também com Ele todas as coisas? (Rm 8.32).
b) Pai amorável. Não há maior amor que o de Deus por nós (Jo 3.16; 15.13; 1 Jo 4.10,19; Rm 5.8). Ele é de igual modo compassivo e amoroso para com o filho que erra (Lc 15.20).
c) Pai que disciplina. O filho sempre está sujeito à disciplina amorosa de seu pai. A disciplina é um sinal do amor de Deus para com seus filhos, visando seu benefício (Hb 12.5ss). Mediante a disciplina, Deus visa nos tornar melhores discípulos dEle. Os termos disciplina e discípulo têm sua origem no mesmo radical latino que significa aprender.
d) Pai perdoador. Não há passagem que ilustre tão bem esta característica quanto a parábola do Filho Pródigo (Lc 15.11-32).
e) Pai conciliador. Na mesma parábola do Filho Pródigo, Jesus nos mostra que, muitas vezes, os pais são os apropriados e idôneos mediadores de conflitos na família (Lc 15.31,32).
O relacionamento entre os irmãos. Segundo a Bíblia, os filhos de Deus devem sempre se relacionar bem uns com os outros baseados no amor. O apóstolo João, em outras palavras, nos diz que Deus não habita naquele que não ama a seu irmão (1 Jo 4.11,20,21; 2.9-11; Jo 13.34), o que evidentemente não é filho de Deus! “Se amamos uns aos outros, Deus continua a habitar em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado” (Bíblia de Estudo Pentecostal).
Os crentes devem ser conhecidos pelo amor que demonstram uns aos outros, pois quando assim fazem, eles imitam a seu Senhor e Mestre (Jo 13.35).
O amor de Deus manifesto em nós é um distintivo do cristão que o leva a considerar seus semelhantes com estima, respeito, justiça e compaixão. O amor cristão é uma virtude inspirada e exemplificada por Cristo. Este amor permeia todo o evangelho (Jo 3.16; Mt 22.34-40; 1 Tm 1.5; Jo 15.12) e é, em resumo, a essência do cristianismo. Ele deve ser real no viver dos crentes para que sua vida espiritual na família de Deus — a Igreja (Ef 2.19) — seja abundante, abençoada e harmônica.
BONS EXEMPLOS DE FAMÍLIA
Da Bíblia podemos extrair bons exemplos de famílias, que devem ser imitados:
Noé. Mesmo idoso, com filhos adultos, Noé ainda liderava sua família e tinha dela o respeito e a submissão sem qualquer dificuldade. Seus filhos deixaram suas atividades e atenderam o chamado do pai (Gn 7.1-7; Hb 11.7). Como se vê, eles eram casados, cada um com sua vida doméstica independente, ainda assim, não se recusaram a aceitar os conselhos do pai. O resultado é que esta obediência redundou na benção pessoal da preservação da vida de cada um deles e, mais do que isso, foram instrumentos exclusivos de Deus na preservação da espécie humana. Outrossim, Deus os abençoou na companhia de seu pai (Gn 9.1).
Josué. Em seu último ato público, Josué, como chefe de família temente a Deus, lançou ao povo um desafio: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24.15). Ele já havia feito sua escolha, por si e por sua família. Certamente assim procedeu Josué pela fé no Senhor, pois era homem de fé como se vê em Hebreus 11.30. A afirmação pública de Josué autentica sua convicção de que, deixando este mundo, sua família sobreviveria estruturada nos princípios decorrentes dos valores que ele lhes havia passado durante toda a sua vida.
Filipe. Nas suas incessantes lides em prol da causa do Mestre, Paulo não iria se hospedar com pessoas cujas vidas não demonstrassem um elevado quilate e maturidade espiritual condizente (At 21.8,9). O relato de Atos espelha a boa estrutura espiritual existente na família de Filipe, resultante de um investimento espiritual demorado e contínuo. A princípio, como diácono da igreja em Jerusalém (At 6.5), e mais tarde, como evangelista (At 8.4-40). Filipe, apesar de sua intensa atividade ministerial, não se descuidou do exercício sacerdotal no lar. Por isso, teve a grande satisfação de contemplar suas quatro filhas servindo a Deus, sendo portadoras de dons espirituais.
A Bíblia é clara quando afirma que sem Cristo nada podemos fazer (Jo 15.15). Isto também é verdade no relacionamento familiar. O Senhor, sendo o centro do lar em tudo, concederá a sua bênção no sentido de que cada membro da família dê sua contribuição para que o relacionamento cristão ideal seja uma realidade no lar, a fim de honrar o nome do Senhor. A Palavra de Deus é um guia para tudo na nossa vida. É dela que vamos extrair o padrão de comportamento que cada membro da família deve ter, a partir da mais tenra infância. Procedendo assim, a vida de cada um de nós se aproximará bastante do ideal estabelecido por Deus.
“O que é família? A família não é um grupo de pessoas rivais, alheias aos interesses uma das outras. Em termos de unidade, é o conjunto de todas as pessoas que vivem sob o mesmo teto, proteção ou dependência do dono da casa ou chefe, que visam ao bem-estar do lar; enfim, que se comunicam, se amam, se ajudam. Essa convivência exige o uso e a aplicação de toda a capacidade de viver em conjunto, a bem do perfeito e contínuo ajustamento entre seus membros e destes para com Deus. O convívio entre os familiares indica o grau e o nível da relação com o Pai e determina o curso do sucesso na família... A despeito da desobediência de Adão e Eva, Deus não mudou seu plano quanto à instituição da família, pois era o meio lícito e puro para perpetuar a raça humana em nível de elevada moral. Eles foram castigados por sua desobediência, mas antes de expulsá-los do Éden, Deus deu-lhes sinal da sua graça e a promessa de redenção: ‘E fez o Senhor Deus para Adão e para sua mulher túnicas de peles e os vestiu’ (Gn 3.21). Portanto, logo que o primeiro casal tombou diante do combate de Satanás, o Criador manifestou a sua bondade em prol da restauração da paz e da alegria de suas preciosas criaturas.
Deus se interessa pelo bem estar e pela salvação de sua família, Ele demonstrou que não deseja vê-la despida das qualidades morais, virtudes de uma sociedade digna do Criador, próspera e feliz. Cuide de sua família! Lucas, ao encerrar a genealogia de Jesus, identifica o Mestre com toda a raça humana, dizendo: ‘E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Eli’, e conclui com: ‘E Cainã, de Enos, e Enos, de Sete, e Sete, de Adão, e Adão, de Deus’ (Lc 3.23-38).
Concluindo, a família foi criada por Deus para cumprir a sua vontade e habitar com Ele na glória eterna: ‘Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa’ (At 16.31).” (...E Fez Deus a Família. CPAD, págs. 15,16 e 30).
Família Cristã — Eu e a minha casa serviremos ao Senhor
Não há como apartar igreja e família porque esta constitui o Corpo de Cristo que é essencial para ela estar alicerçada nas Sagradas Escrituras, servir a Deus e desfrutar de todas as bênçãos divinas. É possível uma família viver sem a igreja, todavia ela será vencida por muitas dificuldades e fracassará inúmeras vezes pois não contará com o apoio daquela que é a “família de Deus”. Uma não consegue sobreviver sem a outra. A família deve cooperar para o crescimento saudável da Noiva de Cristo através do seu bom testemunho cristão, das suas contribuições e de sua frequência regular aos cultos, a outras atividades da igreja e principalmente a Escola Dominical. A Igreja pode ajudar a família por meio da oração, de palestras e eventos que abordem assuntos relacionados a esta instituição, de visitas periódicas e de aconselhamentos. Agindo desta maneira, estaremos colaborando em favor do grande projeto de Deus para a humanidade: a salvação.
Conforme vimos na primeira lição deste trimestre, a família é a obra-prima de Deus. Ele a instituiu, visando a plena execução de seu plano redentor. Todas as instituições humanas foram criadas a partir da família que, historicamente, é definida como célula-mãe da sociedade. Aliás, até mesmo o povo de Deus, quer do Antigo, quer do Novo Testamento, foi estabelecido e formado a partir da família. A Igreja existiu primeiro no eterno plano e propósito de Deus (Ef 1.4), mas na história surgiu no Dia de Pentecostes. A Igreja aqui na terra é chamada na Bíblia de “família de Deus” (Ef 2.19). Nesta lição, estaremos vendo a relação entre a família e a igreja, como esta poderá auxiliar aquela e vice-versa. Constataremos que ambas, como projetos de Deus, requerem plenamente nossa atenção.
JESUS E A FAMÍLIA
Muitas cenas do ministério de Cristo (pregação, ensino, milagres, refeições, descanso) ocorreram em lares, envolvendo a família inteira, isto é, seus membros em geral. Isto pode ser facilmente visto nos Evangelhos. Quando Ele, da destra do Pai, enviou o Espírito Santo para formar a Igreja no Dia de Pentecostes, seus discípulos estavam reunidos e assentados numa casa de família (At 1.13; 2.2).
A família cristã. Na célebre e instrutiva passagem doutrinária sobre a família (Ef 5.22-33), vemos que num lar verdadeiramente cristão, o marido e a mulher, no seu modo de viver e de agir, figuram para a própria família, para a igreja e para o mundo, a união mística, perene e profunda entre Cristo e sua Igreja. A clássica passagem trata da família cristã, entretanto, o nome Igreja é mencionado seis vezes. Isto revela que a família e a igreja são entidades não apenas associadas, mas entretecidas e interdependentes.
A importância da família nos planos divinos. Deus deu origem à raça humana mediante uma família: Adão e Eva. Ele fundou a nação escolhida utilizando uma família: Abraão e Sara. Trouxe o Salvador Jesus ao mundo através de uma família: José e Maria. O primeiro ato de Deus após criar a família foi abençoá-la: “E Deus os abençoou” (Gn 1.28). Deus continuou dispensando esta bênção à família, como é patente em Gênesis 5.2; 12.3; 28.14, e através de toda a Bíblia.
A igreja do lar. Em termos humanos e terrenos, a igreja depende do lar, assim como o lar é dependente da igreja. Uma igreja não pode ser forte, viva e santa com famílias fracas na fé, amortecidas espiritualmente e sem santificação, por adotar o modo de viver do mundo.
Cada lar cristão uma igreja. “Lar” vem do latim “lare” que significa parte da cozinha onde se acendia fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente; daí vem o termo “lareira”. O lar, pois, é o ambiente onde vive a família; ele deve ser aquecido não só pelo “amor do Espírito”, mas também do coração humano — o “calor humano”, hoje tão raro, e que tanto ameaça a família. Cada lar cristão deve ser aqui e agora uma igreja do Senhor em miniatura, onde Deus seja conhecido, refletido, visto, obedecido e amado, a piedade seja cultivada e o cristianismo bíblico, praticado.
A FAMÍLIA NA IGREJA PRIMITIVA
A Igreja nasceu em um lar. A igreja na sua expressão visível e local nasceu em um lar, como já vimos em Atos 1.13; 2.2 (o cenáculo era um compartimento amplo, acolhedor, mobiliado e arrumado para a ceia). Nos três primeiros séculos da era cristã, provavelmente por razões financeiras, já que era difícil comunidades pequenas e pobres — que normalmente compunham as igrejas locais — construírem templos, os irmãos reuniam-se nas casas particulares para partir o pão e comê-lo com alegria e singeleza de coração (At 2.46). Um exemplo disso era a Igreja em Roma: os crentes romanos congregavam-se em casas espalhadas pela cidade, por isso a expressão “a igreja que está em sua casa” (Rm 16.5; 1Co 16.19; Cl 4.15; Fm v.2).
A família no Novo Testamento: quase sinônimo de Igreja. Havia uma perfeita integração entre a família e a igreja. Tão perfeita, que era difícil saber onde terminava a igreja e começava a família. Ambas achavam-se engajadas na expansão do Reino de Deus. E, assim, a igreja caía na graça do povo e crescia diariamente (At 2.47). Não fosse tal integração, a Igreja não teria chegado tão cedo à capital do Império Romano. Além do livro de Cantares de Salomão, que aborda o relacionamento conjugal, a Bíblia não contém mais livros completos sobre a família porque, como já vimos no Novo Testamento, tal instituição é quase sinônimo de igreja, e nos primeiros séculos, as igrejas não tinham templos; congregavam-se em casas de famílias abastadas. A doutrina da família não era apenas ouvida; era vista ao vivo, no lar.
Que este exemplo possa ser seguido rigorosamente! Só pode haver uma igreja forte espiritualmente se as famílias também estiverem fortes, e entre ambas houver perfeita harmonia. Se é verdade que a igreja local e visível procede do lar, logo, o que ocorre diuturnamente na família refletirá na igreja.
A FAMÍLIA COOPERANDO COM A IGREJA
A família coopera eficazmente com a igreja: através do seu bom testemunho perante o mundo, de uma vida no santo temor de Deus, da obediência às doutrinas bíblicas e observância das normas da igreja local através do seu pastor, uma vez que tudo esteja “conforme a sã doutrina”.
A frequência normal e regular da família aos cultos e a outras atividades da igreja. A família deve apoiar os projetos e trabalhos da igreja não só orando e jejuando, mas também de várias outras formas, de acordo com o que for estabelecido pelo pastor.
A família contribuindo para a igreja. Os dízimos e ofertas da família devem ser entregues à igreja como expressão da sua adoração, do seu amor e gratidão a Deus.
A frequência normal e regular à Escola Bíblica Dominical. A principal agência de ensino da igreja é fundamental para toda a família: da criança ao idoso.
A IGREJA COOPERANDO COM A FAMÍLIA
No capítulo 16 de sua Epístola aos Romanos, Paulo cita diversas famílias que muito o ajudaram em seu ministério. O apóstolo deixa bem patente que sem elas o seu trabalho seria infrutífero. Aliás, a mesma preocupação é manifestada em suas outras epístolas. Por isto, deve a igreja ter um cuidado especial com as famílias, porque se estas forem bem constituídas, aquela também o será; se as segundas forem avivadas, a primeira haverá de experimentar um grande crescimento.
A igreja, por conseguinte, pode ajudar:
Orando pelas famílias. A família sofre os mais impiedosos ataques de Satanás. Por isto devem as igrejas estabelecer cultos de oração e intercessão pelos lares, a fim de que estes sejam fortes e espiritualmente sadios.
Aconselhando as famílias. É urgente que as igrejas, através de seu ministério, se dediquem ao aconselhamento das famílias. Desta forma, estaremos evitando conflitos e separações entre os cônjuges.
Visitando as famílias. As famílias devem ser visitadas regularmente por seus pastores, para que elas se sintam inseridas e engajadas no Reino de Deus. Receber o anjo da igreja, em casa, é sempre uma bênção.
. Marcando reuniões específicas para as famílias. Nessas reuniões, o pastor da igreja terá oportunidade de dispensar um tratamento especial às famílias, ajudando-as a superar dificuldades e a solucionar problemas. Os temas serão específicos: conflitos conjugais, criação de filhos, finanças, etc. Não podemos separar a igreja da família, nem esta daquela; ambas fazem parte do grande projeto de Deus para a humanidade. Estava tão consciente disso o apóstolo Paulo que, em sua Epístola aos Efésios, explica ele o mistério da Igreja, fazendo uma belíssima alegoria com o casamento (Ef 5.22-32).
Esforcemo-nos, pois, a fim de que o nosso lar seja realmente uma perfeita simbologia da Igreja. Somente assim, haveremos de glorificar a Deus através de nossa piedosa atitude. “Alguns casais sabem como tirar maior proveito da vida. Complementam um ao outro, fortalecem-se e tiram proveito dos pontos fortes de cada um, formando uma dupla imbatível. Seus esforços unidos afetam aqueles que estão ao seu redor. Áquila e Priscila eram um casal assim. Eles nunca foram mencionados separadamente na Bíblia. No casamento e no ministério cristão, trabalharam como uma só pessoa.
Priscila e Áquila conheceram Paulo em Corinto durante a segunda viagem missionária do apóstolo. Tinham acabado de ser expulsos de Roma por um decreto do imperador Cláudio contra os judeus. A casa em que viviam era tão móvel quanto as tendas que faziam para se sustentar. Abriram-na para Paulo, e este se uniu a eles na fabricação de tendas, para obter o sustento. Paulo compartilhou com o casal sua rica sabedoria espiritual.Priscila e Áquila tiraram o maior proveito possível de sua educação espiritual. Ouviram cuidadosamente os sermões de Paulo e avaliaram o que ouviram. O resultado foi que, quando Apolo falou, Priscila e Áquila ficaram impressionados com a habilidade dele, mas perceberam que suas informações não estavam completas. Em vez de confronto aberto, o casal levou Apolo para sua casa e compartilhou com ele o que era necessário conhecer. Até então, Apolo conhecia apenas a mensagem de João Batista a respeito de Cristo. Priscila e Áquila lhe falaram sobre a vida, a morte e a ressurreição de Jesus, e também da realidade de que o Espírito de Deus habita o interior de cada um de nós. Apolo continuou a pregar poderosamente, mas agora conhecia a história completa.
Quanto a Priscila e Áquila, continuaram usando sua casa como um lugar terno para o ensino dos cristãos e para a adoração a Deus. De volta a Roma, anos mais tarde, foram os anfitriões de uma das igrejas que se desenvolveu em casa.
Em uma época em que o foco estava principalmente no que acontece entre o marido e a esposa, Áquila e Priscila são um exemplo do que pode acontecer por intermédio de um marido e sua esposa. A efetividade que apresentaram para trabalharem juntos é o resultado de um bom relacionamento conjugal. A hospitalidade deles abriu a porta da salvação para muitas pessoas. O lar cristão ainda é uma das melhores ferramentas para a divulgação do evangelho. Seus convidados encontram Cristo em sua casa?”(Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD, pág.1525).
O princípio da autoridade paterna
De acordo com a Bíblia, a legítima autoridade exercida pelos pais é um ingrediente indispensável na formação dos filhos, desenvolvendo neles a capacidade de entender os limites estabelecidos dentro e fora do lar.Mais adiante, estudaremos como e quando esses limites devem ser estabelecidos, visando sempre o aperfeiçoamento do caráter dos filhos. Tudo isso na perspectiva cristã. Veremos, também, que nem tudo está perdido quando se falhou em algo. Se os filhos ainda estiverem sob a responsabilidade dos pais, devem estes se mostrar dispostos a resgatar, com sabedoria e temor de Deus, a autoridade que Deus lhes confiou.
O QUE LEVA À FALTA DE AUTORIDADE
Pouca ou nenhuma presença do pai no processo formativo dos filhos. O mundo ocidental vem observando uma acentuada omissão do pai na formação dos filhos. Os estudiosos têm se preocupado com este fenômeno, e comprovam que a ausência da figura do pai é a principal causa da crise de autoridade no lar. É urgente, por conseguinte, que o homem exerça seu papel na família, pois é incalculável o número de crianças que já não possuem o referencial paterno como fator de educação. Isto certamente provocará, num futuro próximo, a dissolução de milhões de famílias. Portanto, compete ao chefe da casa, sempre apoiado pela esposa, o estabelecimento de limites justos, necessários e cristãos na vida dos filhos.
Ausência de limites. A responsabilidade por um filho não se limita a mantê-lo alimentado, vestido e abrigado. Os pais, que estão cientes de suas obrigações, sabem que uma criança sem limites éticos, cabíveis e lógicos, não é realmente livre e, muito menos, feliz. Todavia, a que aprendeu a observar os limites impostos pelos genitores, sentir-se-á segura, visto que tais medidas proporcionam-lhe um comportamento mais saudável e produtivo (Pv 20.11).
Negar o pedido de um filho não é tarefa fácil. Entretanto, o “não” dito na hora certa, e de maneira correta, gera um fator positivo na formação do caráter da criança, levando-a a compreender qual o seu papel na vida. Com o passar dos anos, o filho aprenderá a caminhar por si só; o que lhe valerá, no futuro, não é a presença constante dos pais, nem tampouco os muitos presentes que deles recebeu, mas os valores que lhe transmitiram os genitores (Pv 6.20-24). Assim educada, a criança acaba por entender que, por não ser adulta, não tem condições de dirigir a si mesma e, muito menos, a seus pais.
A AUTORIDADE PATERNAL E A IGREJA
Em nossas igrejas, vê-se pais impotentes diante de seus filhos, principalmente nos cultos, quando se espera um comportamento adequado inclusive das crianças. Isto demonstra falta de autoridade dos pais.
Filhos procedentes de lares onde nãohá limites crescem desajustados. Muitos deles estão nas penitenciárias e outros não vivem mais (Dt 5.16). A fim de que os filhos honrem aos pais, assimilem os seus justos valores e aceitem os limites por eles estabelecidos, faz-se necessário que lhes sejamos referenciais exemplares (Dt 6.6,7; Tt 2.7a). Nossa missão é de primeira grandeza: repassar aos filhos os verdadeiros conceitos de uma vida feliz e espiritualmente próspera.
Ao procurar o pai, o Filho Pródigo pediu a sua parte na herança, para gozar da liberdade mundana. Depois de experimentá-la e desperdiçar o que recebera, caiu em si e sentiu-se compungido a voltar para o aconchego do lar, concluindo que, sob os limites do pai, gozava de segurança, carinho e conforto (Lc 15.11-25). Conclui-se, por conseguinte, que um lar, onde os limites são justa e biblicamente estabelecidos, conforme recomenda a Palavra de Deus, faz com que as crianças sintam-se realmente felizes.
RECUPERANDO A AUTORIDADE PERDIDA
Filhos sob autoridade de outras pessoas. Nenhum motivo, que não seja a morte, justifica os filhos estarem afastados da autoridade dos pais. Quando Deus confiou aos pais a educação e a formação de seus filhos, embutiu, nesta demanda, o exercício da autoridade como algo indispensável.
Quem tem de cuidar de nossos filhos somos nós. Por que impor sobre os outros uma responsabilidade que é prioritariamente nossa? Pouquíssimos são os avós em condições físicas e psicológicas para educar os netos. Portanto, os pais que se encontram fora dos padrões estabelecidos por Deus, devem retomar o seu papel de educadores de seus filhos enquanto é tempo. E Deus, certamente, os ajudará nesta sublime tarefa (Dt 4.40).
Filhos adolescentes. Quando duas ou mais pessoas se conhecem, conceitos, valores e informações são intercambiados. Daí o motivo de Jesus ter-nos considerado sal da terra (Mt 5.13ss). Quando aumenta o relacionamento dessas pessoas, este fenômeno é observado numa escala muito maior. É aí que entra a questão de nossos filhos adolescentes.
Eles são muito permeáveis à influência do grupo. Por isto, devem os pais estar bem atentos para, além de estar perto deles, conhecer o grupo do qual eles fazem parte. Aproxime-se, pois, desse grupo, a fim de poder administrar a amizade de seu filho, principalmente se os limites devidos não foram bem estabelecidos em sua primeira infância.
Resgatando a autoridade. Considerando que a autoridade paterna é um instrumento divino a nós confiado para garantir a qualidade da formação de nossos filhos, é imprescindível que todo o pai tenha consciência desta verdade explicitada em Gênesis 18.19, quando Deus fala a respeito de Abraão: “Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele... para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado”. De Abraão se esperava que governasse de modo tal seus filhos que estes e os filhos destes pusessem em prática a vontade revelada de Deus.
Quando o pai se conscientiza de que a autoridade é necessária para que os seus deveres sejam cumpridos, deve:
a) Quando errar, reconhecer e assumir seu erro (Pv 28.13);
b) Orar muito a Deus especificamente sobre o assunto (Mc 11.24);
c) Aconselhar-se com líderes sábios, conhecedores do assunto (Pv 11.14);
d) Reunir a família, tratar dos assuntos domésticos à luz da Bíblia, e pôr “ordem na casa” (Mt 12.25).
A falta de autoridade por parte dos pais não só traz desordem ao lar e vexame no convívio social, como gera indivíduos irresponsáveis, contraventores e despreparados para enfrentar a realidade da vida.
Recomendamos tanto aos pais quanto aos filhos a leitura reflexiva de Efésios 6.1-4. Neste texto, encontramos tanto o princípio da obediência que os filhos devem ter em relação aos pais, como a autoridade que deve ser exercida com sabedoria e discernimento pelos pais em relação aos filhos.
“Todos nós lutamos com o dilema de estabelecer firmes limites e ainda tememos conduzir nossos filhos à rebeldia. Como podemos caminhar nesta tênue linha?Acho que meus pais fizeram um excelente trabalho nesta área. Eles nunca foram muito severos (na verdade, tive mais liberdade que muitos de meus amigos); as expectativas eram expostas tão claramente, que disciplinei a mim mesma para não ultrapassar o limite. Ao fazer más escolhas, sentia-me triste por ter falhado para com meus pais. Eles não costumavam dizer qualquer palavra; apenas me olhavam, eu percebia e me desculpava com eles. É difícil dizer com exatidão como podemos andar nesta linha entre a autoridade e a severidade. Isto varia de lar para lar e depende muito da personalidade da criança. Alguns filhos necessitam de mais limites que outros. Porém, um princípio básico é comum a todos: ao treinar seus filhos para autodisciplina, é necessário afrouxar as rédeas e permitir que sejam responsáveis por seu próprio comportamento. Este processo é mais conhecido como ‘tornar-se independente’.
A ‘liberação’ paternal acontece gradativamente, de acordo com a idade e o nível de maturidade da criança. Para ser eficiente, a autodisciplina da criança necessita ser desenvolvida corretamente. A medida que a criança torna-se mais responsável, recebe menos restrições.A chave que possibilita esta transição é um relacionamento paternal aberto, que permite exemplo, ensinamento e correção. A criança precisa desenvolver um limite interior que seja repleto de amor” (Criando os Filhos no Caminho de Deus. CPAD, pp.273,274).
A criança e a família
“Instrui a criança” (Pv 22.6) é um imperativo bíblico. Os pais têm uma oportunidade única, seguidos da igreja, de ensinarem e educarem os pequeninos. A infância, a partir do nascimento, é o alicerce da vida inteira que a criança terá. Que alicerce ou base as nossas crianças dispõem para a construção do edifício da sua existência? Em duas ocasiões, Jesus dando-nos o exemplo, priorizou manifestamente o atendimento das necessidades da criança (Mc 10.14,16). Em João 21.16, Jesus, depois de haver ressuscitado, ordenou a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”, isto é, “meus pequeninos” (de acordo com o original). Este pastoreio da criança, visto como prioridade, só será possível através do amor de Deus para com elas. O prévio requisito da parte de Deus para os pais é pôr as palavras dEle no coração dos filhos (Dt 11.18). O versículo 19 confirma isso. Os pais cristãos precisam não apenas conhecer a Palavra de Deus, tendo-a na mente, mas também necessitam guardá-la no coração com amor.
PAIS E FILHOS
Ensinando os filhos pelo exemplo (Dt 11.18). O exemplo de amor pela Palavra de Deus que os pais demonstram aos filhos — falando dela com amor, lendo-a e ouvindo-a com sede, prazer, atenção e reverência — perdurará neles por toda a vida, estimulando-os a também amá-la e deste modo serem igualmente abençoados. A Bíblia é a mensagem de Deus para nós, e nos transmite o conhecimento e a sabedoria de Deus.
Ensinando a criança com amor (Dt 11.18). Os termos “coração” e “amor” são interligados e semelhantes. O ensino dos pais à criança deve ser de coração para coração, e não simplesmente de cabeça para cabeça, como se a Palavra de Deus fosse uma matéria secular — português ou matemática — que aprendemos e depois esquecemos. O amor à criança precisa ser dosado com firmeza de atitudes para que haja equilíbrio na formação de uma personalidade cristã ideal. Psicólogos e pedagogos modernos e distanciados da Palavra de Deus estão propagando que basta cuidar da criança com amor e esquecer da firmeza, correção e disciplina. Eles acham que sabem educar mais do que Deus e afirmam que a correção da criança pelos pais prejudica o desenvolvimento da sua personalidade. A Bíblia ensina diferente (Pv 29.15,17). Amor sem disciplina é sentimentalismo; torna-se vulnerável e fenece.
Ensinando pelo falar (Dt 11.19). A criança enquanto pequenina vive em casa e nas imediações. Vemos aí o lar como a primeira escola da criança e os pais como seus primeiros mestres. Os anos da infância passam rápido e os pais precisam de conhecimento, sabedoria e preparo para aproveitarem todas as oportunidades e ensinar a seus filhos o que é necessário. A fala continua sendo o maior meio de comunicação no ensino. Os pais devem utilizá-la bem no lar.
Ensinando a criança pela visão (Dt 11.20). A escrita é um tipo de código visual linguístico para a comunicação no ensino. Nos primórdios da Lei, a escrita era limitada. A página impressa com sua imensa riqueza de imagem visual era desconhecida. O desenho e outras artes similares eram raros e primitivos.
Deus ordenou aos pais que escrevessem a lei divina primeiro em suas casas; mas também disse: “e nas tuas portas”, isto é, nos portões das cidades. Naqueles tempos, era um local único de entrada e saída, de atos sociais e legais, e transações comerciais. A lei divina não era somente ensinada em casa — às crianças pelos pais — mas também em público, o que incluía os estrangeiros, nos portões da cidade.
Os pais ensinando sempre aos filhos (Dt 11.19). Noutras palavras, ensinando em todo o tempo; aproveitando todas as oportunidades. Esta mensagem também foi dirigida aos pais concernente aos filhos. Os pais devem estar bem conscientes e apercebidos de que os anos da infância não voltam mais. Lembre-se: o que for aprendido nessa fase, durará por toda a vida.
PROMESSAS DE DEUS AOS PAIS
Em Deuteronômio 11.21, Deus faz promessas aos pais, porém promessas sob condições evidenciadas nas palavras “para que”. São condições embutidas na obediência dos pais às instruções dadas nos versículos anteriores (vv.18-20).
A condição da doutrina do Senhor (vv.18-20). A doutrina conhecida e semeada na mente dos pequeninos, com amor e perseverança, e exemplificada na vida dos pais.
Vida longa para todos da família (v.21a). O sentido do vocábulo “filhos” nesta passagem vai além dos membros atuais da família, e inclui os demais descendentes. Uma cena dolorosa e difícil na família é quando a morte ceifa a vida de alguém, e pior ainda quando isso acontece prematura e inesperadamente. No entanto, temos neste verso uma promessa de vida longa, dada por Deus, relacionada à sua Palavra.
Bênçãos dos céus pela Palavra (v.21b). Bênçãos não apenas terrenas, seculares, materiais, mas também bênçãos que comunicam as maravilhas dos altos céus. É, pois, compensador lidar com a Palavra de Deus a partir do lar. Isso redunda em bênçãos a curto, a médio e a longo prazo.
ENSINANDO NO LAR PELA DISCIPLINA
No grandioso e celebrado texto de Provérbios 22.6, um dos sentidos no original da expressão — “instrui o menino” — é treinamento prático, metódico, seguido e crescente, como o de uma tropa militar. A palavra “disciplina” é de raiz latina e quer dizer “ensinar”. O dicionário define que disciplinar é controlar a vontade; é moldar o “eu”; é ensinar a obedecer conscientemente, para os devidos fins. O termo “discípulo” (que vem do mesmo vocábulo latino) quer dizer “aprendiz”, “aluno”. Disciplinar a criança não é primeiramente castigá-la por algum motivo, mas ensinar-lhe algo metódica e gradualmente; inclusive a cuidar da sua formação e conservação de bons hábitos. Amar os filhos sem discipliná-los é sentimentalismo aliado à ignorância dos pais e não amor real, pois quem ama sinceramente não despreza a disciplina. Por outro lado, disciplinar os filhos sem amá-los de verdade é tirania, prepotência e ignorância. Todos os pais devem estudar na Bíblia o ensino da criança pela disciplina e também a puericultura de base cristã.
O EFEITO DO ENSINO DA PALAVRA DE DEUS
No final do último livro da Lei — Deuteronômio — o ensino aos filhos é reiterado (31.12,13).
No versículo 12, vemos o ensino coletivo, conjunto, público da criança. Não é uma ideia, sugestão ou pedido. É um imperativo divino. Se os pais muito cedo não instilarem o ensino da lei divina na alma da criancinha, o mundo ímpio logo o fará com os numerosos e atraentes recursos da mídia, tendo o Diabo, “o príncipe deste mundo”, ocultamente como mentor.
No versículo 12, percebemos que a Palavra ouvida e vista ainda é o mais eficiente canal de aprendizado.Nem sempre os meios visuais estão disponíveis por serem dependentes de outros recursos materiais, mas o canal da fala é universal e sempre presente em qualquer lugar.
O temor de Deus não é só comunicado pelo efeito da Palavra; é também aprendido através do ensino ministrado com oração e a graça do Senhor (v.12).
O temor a Deus e a obediência à Palavra (vv.12,13). A obediência à Palavra é uma consequência do temor a Deus. O povo desobedece aos ensinos da Bíblia por falta desse temor. Muitos alegam ignorância, mas isso é hipocrisia, porque o temor ao Senhor dá-nos sabedoria (Jó 28.28) e faz-nos obedientes (Ne 5.15).
A CRIANÇA NO ENFOQUE GERAL
1. A formação da personalidade na criança é quádrupla.
a) Formação cristã. Concerne à doutrina cristã (Ef 6.4);
b) Formação social. Concerne à disciplina cristã;
c) Formação moral. Concerne ao caráter cristão;
d) Formação intelectual. Concerne à escolarização.
2. A mãe e a criança. É a mãe quem mais influi na formação do caráter dos filhos; por ficar mais tempo com eles e consequentemente cuidar deles.
3. Jesus e a criança.
a) Jesus veio ao mundo como criança (isso dignifica-a);
b) Jesus e seu exemplo de obediência aos pais (Lc 2.41,51);
c) Jesus destacou publicamente a criança (Mc 9.36; 10.13-16; Mt 18.2,10).
4. A igreja e a criança. Se a igreja (além do lar) não cuidar da criança hoje, para ensinar-lhe as bênçãos que o Senhor tem para dar-nos, amanhã a igreja não terá adolescentes, jovens, nem adultos para executar a sua missão. Não podemos esperar para colher frutos de plantas de que não cuidamos (Pv 28.19). A ordem de Jesus para a igreja é “apascenta os meus cordeirinhos” (Jo 21.16 — literalmente).
O dever essencial dos filhos é obedecer aos pais “no Senhor”. Não à moda dos pais, mas segundo o ensino do Senhor nas Escrituras. (Ler Efésios 6.23 e Colossenses 3.20.) Obedecer não é uma opção dos filhos; é uma ordem de Deus. Muitos filhos hoje sofrem, inclusive de maneira misteriosa e inexplicável, por ter quebrado esse preceito divino (Êx 20.12). A má sementeira da desobediência e rebeldia dos filhos trará logo mais a sua colheita de males (Gl 6.7).
“A habilidade de ler é essencial ao aprendizado e um importante ingrediente para uma vida de sucesso. Desse modo, para alcançarmos a vontade de Deus e sermos bem-sucedidos precisamos obedecer-lhe através da leitura da Bíblia. Como pais cristãos, nosso principal objetivo é treinar nossos filhos e desenvolver-lhe esta capacidade.
A Bíblia nos instrui repetidamente a lê-la, enfatizando o valor da leitura: ‘Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia’ (Ap 1.3). ‘E leram o livro, na lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse’ (Ne 8.8).
Várias questões vêm à tona quando discutimos a importância da leitura. Em primeiro lugar, nossos filhos estão aptos a ler bem? Será que estamos alertas para os chocantes índices de ignorância entre os adultos, resultado das inabilidades de leituras desenvolvidas na escola?
Para que nossos filhos sejam bem-sucedidos em cada área de suas vidas, eles precisam ser hábeis leitores. Apenas uma pequena porcentagem de estudantes em qualquer nível escolar americano — entre dois a quatro por cento — lê em nível ‘avançado’. Esta habilidade é vital tanto para o estudo das Escrituras, bem como para o sucesso em qualquer tipo de trabalho especializado, segurança ou informação do cidadão que deseja verdadeiramente viver uma vida de qualidade. A leitura é importante para o aprendizado, entretenimento e funções básicas de atuação social.
Você pode ajudar seu filho a tornar-se um leitor exemplar...
... A melhor maneira de os pais ajudarem seus filhos mais novos a tornarem-se leitores é lendo para eles. Você pode começar a ler para seu filho tão logo comece a falar com ele — desde o nascimento (algumas pessoas o fazem durante a gestação!). E você nunca deveria parar” (Criando os Filhos no Caminho de Deus. Kathi Hudson, CPAD).
A família e a Terceira Idade
Em alguns períodos da história, chegar aos 60 anos era uma façanha reservada às classes privilegiadas. Houve um tempo, em Roma, que as mulheres dificilmente conseguiam ultrapassar a terceira década de sua existência. Aliás, até o século XIX, a expectativa de vida, na Europa, não ia além dos 45 anos. Portanto, raramente se falava em menopausa e em especialidades médicas como a geriatria. Naquele tempo, pouco se falava acerca da Terceira Idade. Hoje, porém, com o significativo aumento da expectativa de vida, há que se encarar, amorosa e otimisticamente, esta fase tão importante da existência humana.
Como temos agido em relação aos nossos familiares da Terceira Idade? Nesta lição, aproveitemos a oportunidade para repensar nossas atitudes em relação aos idosos. Afinal, como todos desejamos ser bem tratados nessa fase da vida, que levemos em conta o princípio da semeadura e da colheita (Gl 6.7).
O QUE É A TERCEIRA IDADE
Via de regra, a Terceira Idade é a faixa etária da vida humana que começa a partir dos 60 anos. O salmista refere-se a esta fase de nossa vida: “A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90.10).
Como se vê, nessa passagem, a Terceira Idade, para os judeus, começava aos 70 anos. De qualquer forma, eis um problema que requer pronta solução de uma sociedade que, contaminada pelo imediatismo, não está disposta a amparar os que a ajudaram a construí-la.
AS LIMITAÇÕES DA TERCEIRA IDADE
Não são poucas as limitações em decorrência da Terceira Idade: sociais, econômicas, físicas, psicológicas e até espirituais. Por isto, devem os ministérios de nossa igreja, voltados para a Terceira Idade, estar atentos a todas elas, objetivando proporcionar aos idosos uma melhor condição para se viver.
Limitações sociais. Achegada da Terceira Idade coincide, geralmente, com a aposentadoria, período em que tanto o homem quanto a mulher, por mais importantes que tenham sido, podem cair numa profunda depressão em virtude da sensação de inutilidade. Haja vista o que aconteceu com o profeta Samuel. Rejeitado em sua velhice, foi tomado por uma profunda tristeza. Deus, entretanto, como o Psicólogo dos psicólogos, soube como tratar o seu servo, dando-lhe uma nova perspectiva de vida (1Sm 8.1-9).
Limitações econômicas. A Terceira Idade representa também uma significativa queda no poder aquisitivo. Ciente disto, o salmista ora ao Senhor: “Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força” (Sl 71.9).
Limitações físicas. Por mais robusto que seja o ser humano, não poderá escapar às limitações físicas que lhe impõem a Terceira Idade (Ec 12.1-9). Aparecem a canseira e o enfado (Sl 90.10). A visão perde a sua força (Gn 27.1). 0 vigor vai desaparecendo (Gn 17.17).
Limitações psicológicas. É necessário compreender que as motivações psicológicas de um idoso não são as mesmas de um jovem. Leia com atenção 2 Samuel 19.34-37. Por isto ajamos com discernimento para oferecer-lhes algo que realmente os ajude nesta tão importante fase da vida.
Salomão discorre sobre os problemas psicológicos enfrentados na Terceira Idade: “como também quando temerem o que está no alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão rodeando pela praça” (Ec 12.5).
Limitações espirituais. Há idosos que apresentam uma significativa queda em sua vida espiritual, principalmente quando deixam a liderança de um ministério. Vimos o que aconteceu ao profeta Samuel.
A família e a igreja, portanto, devem estar atentas e preparadas para ajudar os seus idosos a superar as suas limitações, porque grandes são as possibilidades encontradas na Terceira Idade.
AS POSSIBILIDADES DA TERCEIRA IDADE
Vejamos como poderemos aproveitar melhor nossos idosos. Podem eles atuar como:
Auxiliar na educação dos netos. Neste caso, não devemos sobrecarregá-los com uma obrigação que é prioritariamente nossa. Todavia, mostram-se eles excelentes pedagogos na condução dos netos: transmitem a estes não somente deveres, mas também sublimes lições de vida. Lembra-se de Noemi? Ela foi consolada com a chegada de seu neto do coração (Rt 4.13-17).
Conselheiros dos mais jovens. Mostra-nos a história que desprezar o conselho dos mais velhos não é um bom negócio. Por não ouvi-los, Roboão perdeu boa parte de seu reino (1Rs 12.1-15). Se a idade não lhes permite dirigir, autoriza-os a aconselhar. E os anciãos que, tanto em Israel quanto na Igreja Primitiva, ajudavam na orientação dos negócios do Reino de Deus? (Êx 4.29; 19.7; At 15.2).
Intercessores. Ai de nós se não fosse a intercessão da Terceira Idade! Os idosos permanecem de joelhos para que o mais jovem nos mantenha de pé. A idosa Ana não deixava o templo; em jejuns e orações, esperava ela a consolação de Israel (Lc 2.36-38). E foi em sua avançada idade que contemplou a consolação do povo de Deus — Jesus de Nazaré.
Voluntários. É importante saber que os anciãos buscam algo para fazer, quer em casa quer na igreja, não pela remuneração financeira. O que eles querem é ser úteis. Portanto, preparemo-los para que executem funções de acordo com sua faixa etária; por menores que sejam, haverão de trazer-lhes grandes expectativas quanto ao futuro. Aliás, não pense você que o futuro é propriedade exclusiva dos mais novos; é uma herança que o bondoso Deus concede a cada um de seus filhos (Pv 23.18).
AS OBRIGAÇÕES DA FAMÍLIA E DA IGREJA COM A TERCEIRA IDADE
Tanto a família quanto a igreja, tudo devem fazer para proporcionar aos idosos uma ótima qualidade de vida.
Obrigações da família. Levando sempre em consideração a Bíblia Sagrada, nossa única regra de fé e prática, estas são as obrigações da família em relação aos seus idosos:
a) Tributar-lhes as devidas honras. Este mandamento, entregue por Moisés a Israel, foi prontamente referendada no Novo Testamento: “Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa” (Ef 6.2). Atentemos a mais esta demanda da Palavra de Deus: “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19.32).
b) Não roubar os velhos. Há filhos e netos que, aproveitando-se das limitações de seus idosos, apropriam-se de suas senhas bancárias e de documentos para roubar as suas economias. Este comportamento é abominável diante de Deus: “O que rouba a seu pai ou a sua mãe e diz: Não há transgressão, companheiro é do destruidor” (Pv 28.24).
c) Não impedir-lhes as segundas núpcias. Cabe aos filhos orientar os pais viúvos na realização de segundas núpcias, e não causar-lhes embaraços, visando apenas a completa posse de seus bens.
Amor e romantismo não são monopólios dos jovens; os idosos também possuem as suas expectativas e necessidades. Que haja orientação e conselho, e não impedimentos injustificáveis.
d) Sustentar os idosos. Como seria triste se um crente fosse constrangido, pela lei secular, a sustentar seus idosos. Que exemplo nos dá José! Ele sustentou a seu velho pai com toda a sua casa (Gn 45.1-5; 1Tm 5.4).
e) Proporcionar-lhes acompanhamento médico. Que os idosos recebam tratamento médico adequado, para que possam desfrutar, com saúde, as grandes possibilidades de sua faixa etária.
Obrigações da igreja. Deve a igreja, o mais depressa possível, organizar um ministério voltado exclusivamente à Terceira Idade. Eis algumas sugestões:
a) A classe da Escola Dominical voltada à Terceira Idade. Como possuem eles interesses (e problemas) comuns, poderão compartilhar suas experiências, ajudando uns aos outros.
b) Cursos para a Terceira Idade. Durante a semana, poderão os idosos frequentar um curso, nas dependências da igreja, que muito os ajudarão a remir o tempo.
c) Trabalho espiritual. Os idosos muito poderão ajudar a igreja, intercedendo, evangelizando, visitando e aconselhando.
d) Mantendo os idosos amparados. Como povo de Deus, nossos asilos e lares têm de ser um modelo de tratamento, asseio e cuidado com os integrantes da Terceira Idade.
Enfim, que cada igreja faça um levantamento consciente das condições de seus idosos, tendo em vista proporcionar-lhes um modo de vida consoante às recomendações bíblicas. falamos que o aumento da expectativa de vida trouxe muitos problemas aos idosos; tais dificuldades requerem pronta solução. Mas a questão toda não deve residir na expectativa de vida, e sim na perspectiva que podemos, com a ajuda de Deus, proporcionar-lhes.
Voltemo-nos com mais amor e atenção à Terceira Idade, sabendo que esta é a vontade de Deus.“O salmista estava velho e via sua vida como um ‘exemplo’, um sinal, uma prova de tudo o que Deus fez por ele (Sl 71.7,18). Lembrarmo-nos das bênçãos recebidas em nossa vida nos ajuda a enxergar a consistência da graça de Deus ao longo dos anos, incentiva-nos a confiar nEle quanto ao futuro e a falar aos outros sobre os benefícios de segui-lo.
Se olharmos para trás, reconheceremos que Deus foi a nossa ajuda constante. À medida que a força física diminui, precisamos ainda mais de Deus, e percebemos que Ele ainda é a nossa ajuda constante. Nunca devemos desesperar, mas continuar a esperar por sua ajuda. Não importa quão severas sejam as nossas limitações. A esperança nEle nos ajuda a seguir adiante e a servi-lo.
Uma pessoa nunca é idosa demais para servir a Deus, e nunca é idosa demais para orar. Embora a idade possa nos impedir de realizar certas atividades físicas, não é necessário que acabe com o nosso desejo de falar aos outros (especialmente às crianças e jovens) sobre tudo o que vimos e ouvimos Deus fazer durante nossos muitos anos de vida...
A atitude de honrar a Deus não está limitada aos jovens, que parecem ter força e energia limitadas. Até na velhice, os crentes podem produzir frutos espirituais. Existem muitos idosos que continuam a ter uma perspectiva atual e podem transmitir-nos grandes experiências por servirem a Deus durante tanto tempo. Procure um amigo ou parente de idade avançada que possa contar-lhe a respeito de suas experiências com o Senhor e desafiá-lo a alcançar padrões mais altos em seu crescimento espiritual” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD, pp.783,784,798).