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lição CPAD as verdades centrais da fé 4 trim-2006
lição CPAD as verdades centrais da fé 4 trim-2006

                                                                 Lições Bíblicas CPAD

                                             Jovens e Adultos 

                                         4º Trimestre de 2006 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

Lição 1: A importância da Doutrina Bíblica para a vida cristã

Data: 1 de Outubro de 2006 

TEXTO ÁUREO

 

Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2 Jo 1.9).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O estudo da autêntica doutrina bíblica auxilia o crente a ter uma vida espiritual abundante, habilitando-o a ser uma poderosa testemunha de Cristo.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 4.2

A doutrina bíblica é boa

 

 

 

Terça - Pv 13.14

A doutrina bíblica é fonte de vida

 

 

 

Quarta - Mt 7.28

A doutrina bíblica é admirável

 

 

 

Quinta - Jo 7.16

A doutrina bíblica é divina

 

 

 

Sexta - 1 Co 14.8

A doutrina bíblica é necessária

 

 

 

Sábado - 1 Tm 6.3

A doutrina bíblica é única

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

ATOS 2.42-47.

 

42 - E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

43 - Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

44 - Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.

45 - Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.

46 - E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,

47 - louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

 

PONTO DE CONTATO

 

Caro professor, finalmente chegamos ao último trimestre de 2006. Ao longo dos três anteriores, estudamos valiosíssimas lições: Salvação e JustificaçãoHeresias e Modismos, e As Doutrinas Bíblicas Pentecostais. Para fecharmos o ano com “chave de ouro”, examinaremos As Verdades Centrais da Fé Cristã. Este grupo de assuntos, relacionado à Teologia Sistemática, será tratado de acordo com a perspectiva pentecostal-ortodoxa. As referidas lições versarão sobre: Bibliologia, Deus, Anjos, Homem, Pecado, Cristo, Espírito Santo, Salvação, Igreja, e Últimas Coisas.

Em santa oração, reverência às Escrituras, e ao excelso nome de nosso Senhor Jesus Cristo, cantemos a exemplo do salmista: “...magnificaste acima de tudo o teu nome e a tua palavra” (Sl 138.2 - ARA).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conceituar o termo doutrina de acordo com o étimo bíblico.
  • Distinguir doutrina de costumes.
  • Explicar a necessidade da doutrina.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

O termo “doutrina”, nos textos de Dt 32.2; Jó 11.4 e Pv 4.2, é a tradução do hebraico leqah, que significa “ensino”, “aprendizagem” ou “poder de persuasão” de quem ensina (Pv 16.21). Nas páginas do Novo Testamento, a palavra grega mais empregada é didachē, cujo sentido é “instrução”, “ensino” ou “doutrina” (Mc 1.22,27; 11.28; Jo 7.16,17; Mt 22.33). A igreja cristã primitiva usava o vocábulo didachē para referir-se “a doutrina dos apóstolos” (At 2.42), ou a “doutrina do Senhor” (At 13.12), que era, na verdade, a exposição do evangelho de Cristo. O apóstolo Paulo também usou o termo diversas vezes referindo-se ao conjunto de ensinos e crenças que compunham a pregação cristã primitiva (Rm 6.17; 16.17; Ef 6.4; 1 Tm 1.3; 4.16; 6.3). Essa mesma tradição, chamada posteriormente de “kerygma” pelos teólogos, é mencionada na teologia paulina como “a pregação (kerygma) de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto” (Rm 16.25; 1 Co 1.21; 2.4; 15.14). Segundo o apóstolo João, esse arcabouço de ensinos constitui a “doutrina de Cristo” (2 Jo 1.9). A doutrina, portanto, é o conjunto de ensinos e crenças que constituem o cânon de fé e prática do cristão.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Caro professor, a Teologia pode ser comparada a um edifício de cinco andares. Cada andar, por sua vez, possui suas respectivas divisões e ambientes, mas todos igualmente formam o mesmo edifício. De modo análogo, a Teologia, em sentido restrito, pode ser classificada em cinco divisões interdependentes. Assim, à medida que se conhece uma disciplina teológica, esta favorecerá a compreensão da seguinte. Portanto, apresente aos alunos o “Edifício Teologia”. Explique que no primeiro andar estuda-se os textos originais da Bíblia; no segundo, o desenvolvimento histórico das doutrinas; no terceiro, a teologia do Antigo e do Novo Testamento; no quarto, alguns dos temas tratados nesta lição; no quinto, aplica-se ao ministério cristão os resultados das investigações anteriores, como por exemplo, na pregação ou homilética. Ensine aos alunos que as lições ministradas encontram-se no 4o andar do “Edifício Teologia”, a saber: Bibliologia, Teontologia, Angelologia, Antropologia, Hamartiologia, Cristologia, Pneumagiologia, Soteriologia, Eclesiologia e Escatologia.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Doutrina: Conjunto de ensinos e crenças que constituem o cânon de fé e prática do cristão.

 

Qual o segredo do avanço irresistível da Igreja Primitiva? Já nos capítulos iniciais dos Atos dos Apóstolos, constatamos algo de suma importância. Mesmo não possuindo uma fórmula mágica de administração, a Igreja precisou de apenas três décadas para chegar aos pontos mais distantes do Império Romano.

Consolidados no ensino da Palavra de Deus, mantinham-se os cristãos firmes na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor e reverência. E muitas eram as maravilhas que o Senhor operava por intermédio deles. Ao contrário do que pensam alguns estudiosos, a Igreja do Pentecostes não era piegas nem emocional; era bíblica e teologicamente cristocêntrica.

A fim de nos alicerçarmos no ensino dos apóstolos e dos profetas, entraremos a estudar, a partir deste domingo, as doutrinas fundamentais de nossa fé. E a cada lição constataremos: sem a instrução da Palavra de Deus, o avivamento é impossível.

 

I. O QUE É A DOUTRINA BÍBLICA

 

Ao contrário da filosofia, a doutrina cristã não se perde em especulações. Se por um lado, conduz-nos a conhecer mais intimamente a Deus; por outro, constrange-nos a ter uma vida santa e irrepreensível. Andrew Bonar, ao destacar-lhe a importância em nosso cotidiano, foi enfático: “Doutrina é coisa prática, visto que desperta o coração”.

1. Definição. A doutrina é um conjunto de princípios que, tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta o nosso relacionamento com Deus, com a Igreja e com os nossos semelhantes. Ela pode ser definida, ainda, como ensino da Bíblia. Este, contudo, tem de ser persistente, sistemático e ordenado, induzindo os santos a se inteirarem de todo o conselho de Deus (At 20.27).

2. Objetivos. O principal objetivo da doutrina bíblica é aprofundar o nosso conhecimento de Deus (Os 6.3). Se não o conhecermos experimental e redentivamente, como haveremos de colocar-nos a seu serviço? (1 Sm 3.7). O Israel do Antigo Testamento caiu na apostasia por não conhecer a Jeová. Através de Oséias, lamenta o amoroso Senhor: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6).

De igual modo, visa a doutrina bíblica à perfeição moral e espiritual do ser humano. Escrevendo ao jovem pastor Timóteo, o apóstolo Paulo é mais do que claro; é incisivo: “Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm 3.17). Ideal inatingível? Se contarmos apenas com as nossas próprias forças, jamais atingiremos semelhante padrão. No entanto, se nos entregarmos à graça de Nosso Senhor, nossa vereda refulgirá de tal forma que viremos a resplandecer como os astros no firmamento (Pv 4.18; Dn 12.3).

3. Doutrina e costumes. Doutrina não são costumes. Todos já ouvimos essa frase. No entanto, a boa doutrina, quando corretamente interpretada, gera costumes bons e sadios. Conseqüentemente, um povo que ignora as verdades bíblicas com facilidade assimilará os costumes do Egito e de Canaã (Lv 18.3). Foi o que ocorreu com os israelitas: durante a peregrinação no deserto, imitaram os egípcios; na Terra Prometida, os cananeus. Eis porque somos instados a não amar o mundo (1 Jo 2.15).

Por conseguinte, quanto mais doutrinados forem os crentes, mais os seus costumes conformar-se-ão à Palavra de Deus. Al Martin é positivo: “A finalidade para a qual Deus instrui a mente é para que Ele possa transformar a vida”. No Salmo 119, pergunta Davi: “Como purificará o jovem o seu caminho?”. Responde o salmista: “Observando-o conforme a tua palavra” (Sl 119.9).

Não podemos, portanto, dissociar os bons costumes da doutrina. Como aqueles dependem desta, logo: a boa doutrina gera, necessariamente, os bons costumes.

 

II. A NECESSIDADE DA DOUTRINA

 

Há cristãos que, menosprezando a doutrina bíblica, alegam: “O importante não é a teoria; e, sim: a prática”. Entretanto, quem disse que a doutrina bíblica é meramente teórica? Ela é a vontade de Deus. E, como tal, deve ser posta em prática. Aos filhos de Israel, ordena o Senhor: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Dt 6.6-9).

Vejamos por que a doutrina bíblica é necessária.

1. A doutrina bíblica proporciona-nos a salvação em Cristo. Paulo instrui ao seu jovem filho na fé: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina: persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.16).

2. A doutrina bíblica santifica-nos. Em sua oração sacerdotal, refere-se o Cristo ao poder santificador da Palavra de Deus: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade” (Jo 17.14-17).

3. A doutrina bíblica torna-nos sábios. Timóteo, instruído por sua mãe, Eunice, e por sua avó, Lóide, veio a tornar-se um dos maiores obreiros do Novo Testamento. Jovem ainda, veio ele a ser considerado um sábio, conforme lhe escreve Paulo: “E que desde a tua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Tm 3.15).

Enfim, é a doutrina bíblica imprescindível para o nosso crescimento na vida cristã. Sua necessidade pode ser constatada tanto coletiva quanto individualmente. William S. Plumer analisa a eficácia da doutrina bíblica na vida cristã: “Doutrinas fracas não são páreo para tentações fortes”.

 

III. A DOUTRINA BÍBLICA E O SERVIÇO CRISTÃO

 

Infelizmente, há obreiros que, no ímpeto de evangelizar, não se aplicam a aprender a doutrina bíblica. Acham que o ensino sistemático das Sagradas Escrituras é perda de tempo. Deveriam eles atentar a esta recomendação de Charles Spurgeon: “Os homens, para serem verdadeiramente ganhos, precisam ser ganhos pela verdade”. Vejamos por que a doutrina bíblica é importante ao serviço cristão.

1. Na evangelização. Na divulgação do Evangelho, acha-se implícito o ensino da doutrina bíblica, conforme podemos inferir da Grande Comissão que nos confiou o Senhor Jesus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.19,20 - ARA). A evangelização pressupõe, essencialmente, a presença da doutrina bíblica.

2. Na instrução dos santos. Paulo jamais se mostrou remisso quanto à doutrinação da Igreja de Cristo. Em Trôade, ministrou aos irmãos até altas horas: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite” (At 20.7,8 - ARA). Nem o incidente com o jovem Êutico lhe arrefeceu o ardor doutrinário: “Subindo de novo, partiu o pão, e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva” (At 20.11 - ARA).

3. Na defesa da santíssima fé. Somente poderemos defender a santíssima fé se nos dedicarmos com afinco ao estudo da doutrina bíblica: “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15).

Está você preparado para defender a sua fé e a apresentar as razões da esperança que temos em Cristo?

 

CONCLUSÃO

 

Enfatizando a importância das doutrinas bíblicas, afirmou Joseph Irons: “Abracemos toda a verdade ou renunciemos totalmente ao cristianismo”. O que isto significa? Não podemos acreditar em algumas doutrinas, e desacreditar em outras. Haveremos de receber toda a verdade conforme no-la confiou o Senhor em sua Palavra: integralmente. Sem doutrina, a vida espiritual é impossível.

 

VOCABULÁRIO

 

Especulação: Ato ou efeito de especular; investigação teórica; exploração.
Cristocêntrico: Centralizado em Cristo.
Implícito: Que está envolvido, mas não de modo claro.
Incisivo: Decisivo, pronto, direto, sem rodeios.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. RJ: CPAD, 2003.
BENTHO, E. Hermenêutica fácil e descomplicada. RJ: CPAD, 2003.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é doutrina?

R. É um conjunto de princípios que, tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta o nosso relacionamento com Deus, com a Igreja e com os nossos semelhantes.

 

2. Qual o principal objetivo da doutrina bíblica?

R. Aprofundar nosso conhecimento de Deus (Os 6.3).

 

3. Por que não podem existir bons costumes sem boa doutrina?

R. Porque a boa doutrina traz, necessariamente, os bons costumes.

 

4. Por que a doutrina bíblica é necessária?

R. É necessária em função de proporcionar a salvação, santificar e tornar o crente sábio em Cristo.

 

5. Por que a doutrina bíblica é importante no serviço cristão?

R. Porque fundamenta o serviço cristão.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“A Doutrina Bíblica.

1. Advertência bíblica. A Bíblia dá grande enfoque à doutrina como a substância da fé, e dela provém o material para o seu conteúdo. Ela é enfática em sua condenação contra o que é falso. Adverte contra a ‘doutrina dos homens’ (Cl 2.2); contra a ‘doutrina dos fariseus’ (Mt 16.12); contra ‘os ensinos de demônios’ (1 Tm 4.1); contra aqueles que ensinam ‘doutrinas que são preceitos de homens’ (Mc 7.7); contra os que são ‘levados ao redor por todo vento de doutrina’ (Ef 4.14).

2. A verdadeira doutrina. Entretanto, se por um lado a Bíblia condena o que é falso, de igual modo exorta e recomenda a verdadeira doutrina. Entre outras coisas é para estabelecer a doutrina que ‘toda Escritura é... útil para o ensino’ (2 Tm 3.16). Nas Escrituras a doutrina é reputada como ‘boa’ (1 Tm 4.6); ‘sã’ (1 Tm 1.10); ‘segundo a piedade’ (1 Tm 6.3); ‘de Deus’ (Tt 2.10); e de ‘Cristo’ (2 Jo v.9).

3. Necessidade da doutrina. Em face do perigo espiritual que ronda o rebanho do Senhor na terra, hoje em dia, é mister não apenas doutrinar nossas igrejas; convém fazê-lo usando todo o potencial das Escrituras. A ausência do ensino de doutrinas específicas, têm feito as nossas igrejas espiritualmente pobres e as deixado à mercê dos falsos mestres que infestam o mundo hoje”.

(OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. 7.ed., RJ: CPAD, 2003, p.9-10.)

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 2: Deus, O Ser Supremo por excelência

Data: 8 de Outubro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Criador dos céus, da terra e do ser humano, o Senhor Deus é o Ser Supremo por excelência.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Jo 3.33

Deus é verdadeiro

 

 

 

Terça - Jo 4.24

Deus é Espírito

 

 

 

Quarta - 1 Jo 1.5

Deus é luz

 

 

 

Quinta - 1 Jo 4.8

Deus é amor

 

 

 

Sexta - Dt 32.4

Deus é a verdade

 

 

 

Sábado - 2 Co 9.8

Deus é poderoso

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Salmos 33.1-12.

 

1 - Regozijai-vos no SENHOR, vós, justos, pois aos retos convém o louvor.

2 - Louvai ao SENHOR com harpa, cantai a ele com saltério de dez cordas.

3 - Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.

4 - Porque a palavra do SENHOR é reta, e todas as suas obras são fiéis.

5 - Ele ama a justiça e o juízo; a terra está cheia da bondade do SENHOR.

6 - Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca.

7 - Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe os abismos em tesouros.

8 - Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no todos os moradores do mundo.

9 - Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu.

10 - O SENHOR desfaz o conselho das nações; quebranta os intentos dos povos.

11 - O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do seu coração, de geração em geração.

12 - Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para a sua herança.

 

PONTO DE CONTATO

 

Caro professor, é um privilégio singular estudarmos as doutrinas principais da Bíblia. No entanto, é conveniente que o mestre não abuse do “teologismo”, ou seja, da linguagem e dos princípios teológicos. O principal propósito do ensino da Teologia na Escola Dominical, não é a exibição da capacidade intelectual do educador, mas o maravilhoso encontro do educando com Cristo, “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.2,3). Assim sendo, o professor não é um mero detentor do conhecimento, mas um agente, que tanto ouve quanto fala a Palavra de Deus aos seus alunos, a fim de conduzi-los à verdade eterna.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Distinguir, dentre os atributos divinos, os morais dos naturais.
  • Classificar os atributos transcendentes de Deus.
  • Explicar a necessidade da revelação de Deus na Escritura.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

As Escrituras Sagradas afirmam que a natureza essencial de Deus não pode ser plenamente conhecida pela criatura (Êx 33.20; Jó 11.7; Is 40.28; Jo 1.18; 1 Tm 6.16; 1 Jo 3.2). No entanto, Deus se auto-revelou por meio da criação — Revelação Geral (Sl 8; 19; 148; Rm 1.19-21; 2.25,16); através do Verbo Encarnado (Jo 1.1, 14, 17, 18; 14.8,9; Hb 1.1-3) e pelas Escrituras — Revelação Especial (2 Tm 3.16; Sl 119.33-40).

A natureza e o caráter de Deus foram manifestados através dos seus nomes e atributos. Os nomes de Deus revelam a sua natureza singular, enquanto os seus atributos, o seu caráter santíssimo (Gn 22.14; Êx 15.26; Sl 139).

Quanto à natureza de Deus, a Bíblia afirma que o Senhor é “Espírito” (Jo 4.24; 2 Co 3.17; Is 31.1).

Sendo Deus espírito, dotado de todos os atributos pessoais, a Bíblia afirma que Ele: não é homem (Nm 23.19; Os 11.7; Ml 3.6; Dt 4.1); não possui “carne e ossos” (Lc 24.39; Nm 23.19; Os 11.9; Jo 5.37); e, que sua sublime glória é inacessível e insondável (1 Tm 6.16; Cl 1.15; Jo 1.18; 1 Jo 3.2). No entanto, podemos: conhecê-lo (Os 6.3); amá-lo (Lc 10.27); adorá-lo e servi-lo (Mt 4.10; Jo 4.24).

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Caro professor, na cultura hebraica, o nome revelava o caráter de quem o possuía, isto é, sua natureza íntima (1 Sm 25.25; Gn 25.26; 32.28; 35.10). Da mesma forma, os nomes de Deus encontrados nas Escrituras, confirmam seus atributos e sua natureza gloriosa. Portanto, para esta lição, elabore uma “Tabela Demonstrativa dos Nomes Divinos”. Esse recurso possibilitará ao educando uma apreciação do caráter e da natureza de Deus mediante o estudo de seus nomes. Ao apresentar os nomes divinos, não se esqueça de explicá-los de acordo com o contexto histórico, e de aplicá-los ao cotidiano dos alunos. Reproduza a tabela abaixo de acordo com os recursos disponíveis.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Atributo: Os nomes de Deus indicam a sua natureza; os atributos, o seu caráter.

 

Inimigo irreconciliável da religião, Voltaire surpreende-nos com esta afirmação: “Se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo”. O pensador francês buscou enfatizar, com o seu estilo nada reverente, que Deus é absolutamente necessário; sem Ele nada seria possível. Infelizmente, não são poucos os que, do alto de sua tolice, professam não acreditar na realidade do Todo-Poderoso.

Nesta lição, mostraremos ser a existência de Deus algo não somente provado como inerente à alma humana. Nosso objetivo não é analisar a Deus; é registrar o que a Bíblia declara acerca de sua natureza e atributos. Aliás, quem jamais poderia analisar um ser infinito, eterno e que existe por si mesmo? Por isso, todas as afirmações que fizermos concernentes a Deus terão como base não a vã filosofia; e, sim, a Bíblia Sagrada.

 

I. QUEM É DEUS

 

No Salmo 33, que nos serve de leitura bíblica em classe, o escritor sagrado discorre de um modo maravilhoso sobre os atributos e as obras de Deus. Utilizando-se de uma poesia elevadíssima, sintetiza um conhecimento essencial sobre o Todo-Poderoso; um conhecimento, aliás, que nos obrigaria a despender milhares de páginas. No entanto, o autor sagrado declara, em poucas sentenças, o que Deus é, o que Ele fez e o que continua a fazer.

1. Definição lingüística. A palavra Deus é a tradução do vocábulo hebraico ’ĕlōhim; no grego, temos a palavra theos.’Ĕlōhim é um substantivo plural que, tendo em vista determinados contextos, encerra este princípio: a existência da Santíssima Trindade.

2. Definição teológica. Em nosso Dicionário Teológico, damos a seguinte definição de Deus: “Ser Supremo, absoluto e infinito por excelência; criador dos céus e da terra (Gn 1.1); eterno e imutável (Is 26.4); onipotente, onisciente e onipresente (Jó 42.2; Sl 139). Deus é espírito (Jo 4.24). Ser incriado, é a razão primeira de tudo quanto existe”.

 

II. A EXISTÊNCIA DE DEUS

 

Alguém declarou que Deus é a melhor prova de si mesmo. Como referendar a existência de Deus se esta acha-se patente em todas as coisas? Ler Rm 1.19-21. Quando os santos escritores, inspirados pelo Espírito Santo, puseram-se a registrar a revelação divina, nenhuma preocupação tiveram eles em provar a existência de Deus. Pois o Todo-Poderoso fazia parte de seu cotidiano; era inconcebível viver sem Ele ou à parte dEle. Leia com atenção o Salmo 26.

Os que se dizem ateus, quer teóricos quer práticos, não passam de tolos conforme canta o salmista: “Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem” (Sl 14.1).

 

III. A REVELAÇÃO ESPECIAL DE DEUS

 

C. S. Lewis ao tratar da revelação especial de Deus, afirmou: “Deus nunca se faz de filósofo diante de uma lavadeira”. O que o escritor inglês busca enfatizar nessa frase tão profundamente simples? Deus deseja revelar-se ao ser humano, pois ama-o com um amor eterno. Amando-nos como nos ama, utiliza-se Ele de uma linguagem que todos podemos entender (Hb 1.1-3). Não me refiro apenas à natureza, à consciência ou à complexidade de nosso corpo que, de forma bem patente, revelam-nos a sua existência; refiro-me também às Sagradas Escrituras. Por isso, tanto o filósofo quanto à lavadeira, que se arrependem de seus pecados e lêem a Bíblia, sentem que Deus lhes fala clara, profunda e redentivamente. Vejamos, pois, o que é a revelação divina.

1. Definição lingüística. A palavra revelação provém do latim revelatione e significa: revelar, tirar o véu, descobrir (2 Co 3.16).

2. Definição teológica. Ação divina que comunica aos homens os desígnios de Deus e as verdades que estes envolvem (1 Co 2.10). A Bíblia é assim considerada por conter a revelação definitiva e acabada de Deus acerca de seus planos em relação à humanidade. É através dela que passamos a conhecer redentivamente a Deus (2 Tm 3.15-17).

 

IV. NATUREZA ESSENCIAL DE DEUS

 

A natureza essencial de Deus é um assunto demasiadamente complexo (Sl 139.6). Deparando-se com tal dificuldade, confessa Tomás de Aquino: “O máximo que conhecemos de Deus é nada em relação ao que Ele é”. Vejamos, porém, o que é possível saber acerca de sua natureza essencial. Entre os seus atributos naturais ou transcedentais, podemos mencionar: asseidade, espiritualidade, imensidade, imutabilidade e eternidade.

1. Asseidade. Atributo natural, absoluto e incomunicável de Deus, segundo o qual Ele existe por si mesmo. Ele não depende de nenhum outro ser para existir ou para continuar existindo; Ele tem vida em si mesmo (Jo 5.26).

2. Espiritualidade. Deus é espírito, afirmou o Senhor Jesus à mulher samaritana (Jo 4.24). Nesta definição essencial de Deus, aprendemos algo muito importante: Deus é um espírito puro e simples. Ele é o que é. Sendo espírito, transcende o mundo material; com este, porém, mantém um relacionamento redentivo (Jo 5.37).

3. Imensidade. Atributo exclusivo de Deus, que o faz transcender a todos os limites quer do mundo físico, quer do espiritual, ou do celestial (Is 57.15).

4. Imutabilidade. Qualidade exclusiva do Supremo Ser, que o torna imune às mudanças quer de natureza qualitativa, quer de natureza moral; sua bondade é infinita (Tg 1.17). Há uma íntima relação entre a sua bondade e imutabilidade. Quando Jesus afirmou que Deus é bom, quis deixar bem claro que Ele não pode ser melhor do que é (Mc 10.18).

5. Eternidade. Como o Ser Eterno por excelência, Deus sempre existiu e sempre haverá de existir; não teve início nem terá fim (Sl 90.2).

 

V. ATRIBUTOS IMANENTES E MORAIS DE DEUS

 

No tópico anterior, estudamos os atributos naturais ou transcendentes de Deus. A seguir, veremos as qualidades através das quais entra Ele em contato com o mundo criado: os atributos imanentes e os atributos morais do Supremo Ser.

1. Atributos imanentes de Deus. Onipotência, onipresença e onisciência (Jó 42.2; Sl 139; 44.21). Isto significa que Deus pode todas as coisas, encontra-se em todos os lugares ao mesmo tempo e de tudo tem ciência. Que Deus pode todas as coisas, não há dúvidas; mas nada fará que contrarie a sua natureza justa e santa.

2. Atributos morais de Deus. Os atributos morais de Deus podem e devem ser possuídos por todos os seus servos: Santidade, justiça, misericórdia, sabedoria e amor.

Deus é santo e exige que todos os seus servos também o sejam (Lv 19.2). Ele é justo e deseja que, de igual modo, o sejamos (1 Jo 3.7). Ele é misericordioso e reivindica que assim ajamos (Cl 3.12). Deus é sábio e conosco reparte a sua sabedoria (Tg 1.5). E se Ele amou-nos com um amor eterno, devemos também nos amar uns aos outros (1 Jo 4.8).

 

CONCLUSÃO

 

No curto espaço de que dispomos, é-nos impossível explorar exaustivamente um assunto tão imensurável a nós mortais: a realidade do Supremo Ser. Acredito, porém, que todos já nos conscientiza-mos da grandeza e da infinitude de Deus. Sendo Ele, porém, o que é, não nos despreza: revelou-nos o seu grande amor, enviando o seu Filho Jesus Cristo para morrer em nosso lugar. E, assim, passamos a conhecê-lo redentivamente. Não é possível conhecer completamente a Deus; entretanto, é possível conhecê-lo verdadeiramente (Jó 42.5).

 

VOCABULÁRIO

 

Imanente: Característica divina mediante a qual Deus torna-se conhecido pelo homem mediante os atributos morais.
Transcendente: Característica divina mediante a qual o ser de Deus não é comunicável às suas criaturas morais.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Como podemos definir a Deus?

R. Ser Supremo, absoluto e infinito por excelência; criador dos céus e da terra (Gn 1.1); eterno e imutável (Is 26.4).

 

2. Qual o significado teológico da revelação de Deus?

R. Ação divina que comunica aos homens os desígnios de Deus.

 

3. Quais são os atributos naturais de Deus?

R. Asseidade, espiritualidade, imensidade, imutabilidade e eternidade.

 

4. Quais são os atributos imanentes de Deus?

R. Onipotência, onipresença e onisciência.

 

5. Quais são os atributos morais de Deus?

R. Santidade, justiça, misericórdia, sabedoria e amor.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“As Obras de Deus.

Outro aspecto da doutrina de Deus que requer a nossa atenção é o das suas obras. Este aspecto pode ser dividido em: 1) seus decretos; 2) sua providência e 3) conservação.

1. Decretos. Os decretos divinos são o seu plano eterno que, em virtude de suas características, faz parte de um só plano, que é imutável e eterno (Ef 3.11; Tg 1.17). São independentes e não podem ser condicionados de nenhuma maneira (Sl 135.6). Têm a ver com as ações de Deus, e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses decretos, há as ações praticadas por Deus, pelas quais tem Ele responsabilidade soberana; e também as ações das quais Ele, embora permitam que aconteçam, não é responsável. Baseado nessa distinção, torna-se possível concluir que Deus nem é autor do mal (embora seja o criador de todas as criaturas subalternas), nem é a causa derradeira do pecado.

2. Conservação e Providência. Deus está sustentando ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele controla todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de levar a efeito seu plano sábio e amoroso, de forma que não venha a interferir na liberdade de suas criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12; Rm 1.24)”.

(JOYNER, R. O Deus único e verdadeiro. In HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996)

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 3: Jesus Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus

Data: 15 de Outubro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu evangelho” (2 Tm 2.8).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Verdadeiro homem e verdadeiro Deus, Jesus Cristo morreu para redimir-nos do pecado, ressuscitando gloriosamente como Senhor dos senhores e Rei dos reis.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Jo 1.14

A encarnação de Cristo

 

 

 

Terça - Mt 1.23

A concepção virginal de Cristo

 

 

 

Quarta - Mt 4.1-10

A tentação de Cristo

 

 

 

Quinta - Mt 4.23

O ministério de Cristo

 

 

 

Sexta - Lc 23.26-48

A paixão de Cristo

 

 

 

Sábado - Jo 20.1-10

A ressurreição de Cristo

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

João 1.1-5,9-14.

 

1 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

2 - Ele estava no princípio com Deus.

3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;

5 - e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.

9 - Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo,

10 - estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.

11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

12 - Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome,

13 - os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.

14 - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, a Cristologia é uma das doutrinas fundamentais da Bíblia e da Teologia Cristã. A Doutrina de Cristo é o eixo pelo qual circulam as promessas messiânicas do Antigo Testamento, e seu cumprimento no Novo. Nesta lição, estudaremos temas que constituem profundos mistérios da fé cristã, tais como, a encarnação do Verbo de Deus e suas duas naturezas, divina e humana.

Esses dois assuntos foram motivos de muitos debates em diversos concílios da igreja cristã, entre os quais, o de Éfeso, em 431, e o de Calcedônia, em 451. Foi justamente em razão desses e de outras controvérsias, que muitos hereges foram exilados, e a ortodoxia cristã manteve essas doutrinas de acordo com as Sagradas Escrituras.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Distinguir a concepção virginal, do nascimento virginal de Cristo.
  • Descrever os três ofícios de Cristo.
  • Defender a ressurreição corporal de Cristo.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

O termo “Cristologia” procede de duas palavras gregas, “Christos”, que significa “Ungido”, “Messias”, e “logia”, traduzido por “estudo”, “ciência” ou “tratado”. Cristologia é o estudo da pessoa, natureza, obra e ofício de Cristo, segundo as Escrituras. No que diz respeito à natureza de Cristo, esta é singular, pois ao mesmo tempo em que Jesus Cristo é Deus, no sentido pleno e absoluto do termo, também assumiu a natureza humana, com exceção do pecado, era sua totalidade e perfeição. Jesus era, em sua encarnação, plenamente Deus e completamente humano em todas as áreas de sua vida. No entanto, duas verdades devem ser afirmadas: 1) as duas naturezas nunca se confundem; 2) as duas naturezas não implicam duas personalidades. As naturezas divina e humana coexistem com suas diferenças, mantendo suas características peculiares em uma mesma pessoa. Assim, Jesus e perfeito em divindade e perfeito em humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Os nomes e títulos concedidos pelas Escrituras ao Senhor Jesus, revelam sua natureza, ministério e ofícios. O estudo dos nomes e títulos de Cristo e tão importante para compreendermos sua natureza e ministério, que o conhecido teólogo franco-alemão, Oscar Cullmann (1902-1999), ao desenvolver o tema da cristologia em o Novo Testamento, valeu-se dos nomes e títulos de Cristo como metodologia.

Professor, ao apresentar os nomes de Cristo, não se esqueça de explicá-los de acordo com o contexto histórico, e de aplicá-los ao cotidiano dos alunos. Reproduza a tabela abaixo de acordo com os recursos disponíveis.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Esvaziamento: Do grego ekenōsen, “esvaziar”. Doutrina que trata da auto-renúncia de Jesus ao assumir a natureza humana, porém, sem deixar de ser Deus.

 

Discorrendo sobre a dupla natureza de Nosso Senhor, escreveu admiravelmente J. Blanchard: “Quando Jesus desceu à terra não deixou de ser Deus; quando voltou ao céu não deixou de ser homem”.

Se não crermos em Jesus como verdadeiro homem e verdadeiro Deus, como haveremos de recebê-lo como o Nosso Suficiente Salvador? Ver 2 Tm 2.8; Jo 1.14; Fp 2.7,8.

Nesta lição, entraremos a estudar a Cristologia: o estudo ordenado e sistemático de Cristo Jesus na Bíblia. Principiando com as profecias do Antigo Testamento, vai a nossa abordagem até ao triunfo final do Nazareno. Como não poderemos apresentar uma cristologia exaustiva, buscaremos expor essa doce e maravilhosa doutrina em sua essência.

 

I. A ENCARNAÇÃO DO VERBO DE DEUS

 

A encarnação do Verbo de Deus não é um mero conceito teológico; é um dos maiores mistérios das Sagradas Escrituras, sem a qual seria impossível a nossa redenção.

1. O Verbo de Deus. Abrindo o seu evangelho, escreve João: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Deixa o evangelista bem patente que o Filho de Deus, que se encontrava no seio do Pai, foi concebido pelo Espírito Santo para habitar entre nós (Sl 2.7; Is 7.14; Jo 1.18;3.16). Por que João denomina-o Verbo de Deus? Sendo Cristo o executivo do Pai, todas as coisas vieram à existência por intermédio dEle; sem Ele, nada do que é, existiria.

2. O esvaziamento de Cristo. Em sua encarnação, o Cristo tornou-se em tudo semelhante a nós, exceto quanto à natureza pecaminosa e ao pecado (Fp 2.7,8 - ARA).

Em que consistiu o auto-esvaziamento de Cristo? Certamente não esvaziara-se Ele de sua divindade; porquanto, em todo o seu ministério terreno, manteve-a incólume. Aliás, foi Ele, em seu estado de humilhação, reconhecido como Deus (Jo 1.49; 20.28). Consideremos, ainda, a sua oração sacerdotal no Getsêmane. Ele não reivindica ao Pai a sua divindade, porquanto esta lhe é um atributo intrínseco; reivindica, sim, aquela imarcescível e eterna glória (Jo 17.5).

3. A concepção virginal do Filho de Deus. Na concepção do Verbo de Deus, não houve o que se convencionou chamar de nascimento virginal; o que realmente se deu foi o mistério da concepção virginal, conforme profetizou Isaías: “Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is 7.14; Mt 1.25-24; Lc 1.35). Seu nascimento ocorreu em Belém conforme o registro de Lc 2.3-12.

Maria, como as demais mulheres, sentiu as dores de parto ao dar à luz a Cristo; e, Jesus, à nossa semelhança, deixou o ventre materno, natural e não sobrenaturalmente, ao nascer em Belém de Judá. Portanto, se o seu nascimento foi natural, a sua concepção, frisamos, foi um ato miraculoso operado pelo Espírito Santo, conforme registra Lucas 1.30-35.

 

II. OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO

 

Escreveu Robert Murray M. Cheyne: “Se eu pudesse ouvir Cristo intercedendo por mim no quarto ao lado, não temeria um milhão de inimigos. No entanto, a distância não faz diferença: ele está intercedendo por mim!”. Além de ser o nosso sacerdote é o Senhor Jesus o esperado profeta e o Rei dos reis. Somente Ele teve condições de exercer, concomitantemente, os três ofícios sagrados do Antigo Testamento.

1. O Profeta que havia de vir. Como profeta, Jesus não se limitou a revelar o futuro. Ele ensinou, repreendeu os soberbos e realizou sinais e maravilhas, levando a todos a uma singular admiração (Lc 7.16). Leia Deuteronômio 18.15.

2. O Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Os sumos sacerdotes, segundo a ordem de Arão, quando morriam, eram substituídos por seus filhos. O Senhor Jesus, contudo, porquanto eterno e Pai da eternidade, tem um sacerdócio eterno (Sl 110.4; Hb 5.6; 7.21). Morrendo em nosso lugar e por nós, vencendo a morte pela ressurreição, intercede ininterruptamente pelos que o recebem como Salvador, garantindo-nos, assim, eterna salvação (Hb 5.9). O que dizer da oração sacerdotal de Cristo? (Jo 17). Sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, foi o Senhor Jesus, no sacrifício vicário do Gólgota, o oficiante e a vítima ao oferecer-se, de uma vez por todas, para resgatar-nos de nossos pecados (Hb 7.26-28).

3. O Rei dos reis. Após a sua ressurreição, e já prestes a subir ao Pai, afirmou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). Naquele momento, assumia Jesus o governo não somente do mundo, como de Israel e da Igreja. Ele é o soberano dos reis da terra (Ap 1.5). É o rei de Israel e cabeça da Igreja (Jo 1.49; Cl 1.18). Como herdeiro do trono de Davi, assumirá o governo do mundo durante o Milênio, levando as nações remanescentes à plena obediência (Is 11.1-10; Ap 19.16).

 

III. A MORTE VICÁRIA E A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

 

De forma enfática asseverou Thomas Brooks: “O sangue de Cristo é a chave do céu”. Afinal, o que seria o Evangelho sem a morte de Nosso Senhor? Nem Evangelho haveria; ela é a garantia de nossa vida eterna.

1. A morte vicária de Cristo. Jesus não morreu na cruz como se fora um mártir; Ele morreu vicariamente como o único e suficiente Salvador da humanidade, a fim de garantir-nos a salvação: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1 Co 15.3). A morte de Cristo é assim descrita pelo evangelista: “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou” (Lc 23.46). Quem, assim, atesta a morte de Nosso Senhor é o evangelista Lucas, o médico amado. Jesus, portanto, não sofreu um desmaio como salientam os inimigos da fé; Ele, de fato, morreu e foi sepultado.

2. A ressurreição de Jesus. A ressurreição de Cristo é a principal doutrina do Novo Testamento. Ao expor o seu fato e historicidade, afirmou Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Co 15.14). Diante do exposto pelo apóstolo, ousamos afirmar: A ressurreição de Jesus foi completa e não meramente espiritual. Sua ressurreição física pode ser amplamente demonstrada (Jo 20.24-28).

Em 1 Coríntios 15, conhecido como o grande capítulo da ressurreição, afiança Paulo que o Senhor ressurreto, além de ser visto pelos 12 e por mais alguns discípulos, foi contemplado por mais de quinhentos irmãos. E o testemunho dos guardas romanos? E a comprovação dos próprios inimigos do Senhor que, contrariados, viram-se constrangidos a admitir o fato da ressurreição se bem que, em seguida, urdiram a grande mentira? (Mt 28.11-15).

 

CONCLUSÃO

 

Soube o apóstolo Paulo sintetizar, de maneira singular a vida de Nosso Senhor em 1 Tm 3.16. “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória”.

Esse é o Cristo que pregamos. Verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Somente nEle e através dEle pode o ser humano obter a vida eterna. Sem Cristo, ninguém chegará a Deus. Amém.

 

VOCABULÁRIO

 

Concepção: O ato ou efeito de conceber ou de gerar (no útero); geração.
Concomitante: Que se manifesta simultaneamente com outro.
Imarcescível: Que não murcha; incorruptível, inalterável.
Incólume: Livre de perigo; intacto, ileso; conservado.
Intrínseco: Que está dentro de uma coisa ou pessoa e lhe é próprio; interior, íntimo.
Urdir: Enredar, tramar, maquinar; imaginar, fantasiar.
Vicário: Aquele que se põe no lugar de outrem.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2005.
COHEN, A. C. A vida terrena de Jesus. RJ: CPAD, 2000.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que significa Cristologia?

R. Estudo ordenado e sistemático de Cristo Jesus.

 

2. O que é a encarnação de Cristo?

R. É um dos maiores mistérios das Sagradas Escrituras, sem o qual seria impossível a nossa redenção.

 

3. O que significa o esvaziamento de Cristo?

R. Que Jesus tornou-se semelhante a nós, exceto quanto á natureza pecaminosa e ao pecado, sem contudo, deixar de ser Deus.

 

4. Quais os três ofícios de Cristo?

R. Profeta, Sacerdote e Rei.

 

5. Quais as provas da ressurreição de Cristo?

R. O testemunho dos doze discípulos, dos guardas romanos, e dos quinhentos irmãos (1 Co 15.3-9).

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“Jesus uniu na sua pessoa as duas naturezas perfeitas.

1. Jesus teve, no seu nascimento, duas naturezas distintas. Pela concepção sobrenatural de Maria, Jesus herdou do seu Pai, pela operação do Espírito Santo (Lc 1.35), a natureza divina com todas as suas características. De Maria ele recebeu a natureza humana. As suas naturezas divina e humana se uniram na constituição de sua pessoa de modo perfeito. As duas naturezas não se misturam, isto é, Jesus não ficou com a sua divindade ‘humanizada’ ou com a sua natureza humana ‘divinizada’. Quando Jesus se fez homem, continuou sendo Deus verdadeiro, mesmo estando sob a forma de homem verdadeiro. As duas naturezas operavam simultâneas e separadamente na sua pessoa. Jamais houve conflito entre as duas naturezas, porque Jesus, como homem, seja nas suas determinações ou autoconsciência, sempre conforme a direção do Espírito Santo, sujeitava-se à vontade de Deus, de acordo com a sua natureza divina (Jo 4.34; 5.30; 6.38; Sl 40.8; Mt 26.39). Assim, Jesus possuía duas naturezas em uma só personalidade, as quais operavam de modo harmonioso e perfeito, em uma união indissolúvel e eterna.

2. Ouro e madeira dois símbolos de Cristo. Essa realidade tem um símbolo maravilhoso na arca do tabernáculo. A arca era feita de madeira de cetim, coberta de ouro (Êx 25.10-22). A tampa da arca, chamada de propiciatório, era o lugar onde o sangue da expiação era aspergido. A arca é um símbolo de Jesus como ‘o nosso Mediador’, que revestido de glória está no santuário do céu, onde entrou com o sangue da expiação (Hb 9.5-7,11,12,24). Assim como a madeira da arca (símbolo da humanidade de Cristo) não se misturava com o ouro (símbolo da divindade de Cristo), assim também as duas naturezas de Jesus permaneciam juntas, formando a nossa arca perfeita. Glória a Jesus!

3. As duas naturezas operavam lado a lado na vida de Jesus. Essa operação prova sempre que Ele era homem verdadeiro e também Deus verdadeiro. Vejamos aqui alguns exemplos:

a) Jesus nasceu em toda a humildade (Lc 1.12; 2 Co 8.9, natureza humana), mas o seu nascimento foi honrado por uma multidão de anjos, que o exaltaram como Messias (Lc 2.9-14; natureza divina).

b) Jesus foi batizado como outros seres humanos, sujeitando-se à justiça divina (Mt 3.15, natureza humana), porém Deus falou naquela ocasião: ‘Este é o meu Filho’ (Mt 3.17, natureza divina).

c) Jesus foi tentado, como todos os demais homens (Lc 4.1-13; Hb 4.15, natureza humana), mas, tendo Ele vencido, os anjos o serviram (Mt 4.11, natureza divina).

d) Jesus dormiu de cansaço no barco, apesar da grande tempestade (Mt 8.24, natureza humana), mas depois levantou-se e repreendeu o vento e as ondas (Mt 8.26, natureza divina). Se Ele tivesse sido só Deus, jamais ficaria cansado (Sl 121.4,5).

e) Jesus, cansado de andar, assentou-se junto à fonte para descansar (Jo 4.6, natureza humana), porém ali Ele descobriu a situação espiritual da mulher, e lhe revelou o caminho da salvação (Jo 4.7-29, natureza divina).

f) Diante da morte do seu amigo Lázaro, Jesus chorou (Jo 11.33-35, natureza humana), mas ali orou ao seu Pai, e mandou Lázaro sair da sepultura (Jo 11.32-43, natureza divina).

g) No jardim Jesus foi preso por homens ímpios (Jo 18.1-3,12,13, natureza humana). Porém, quando Ele disse: ‘Sou eu’, todos os soldados caíram por terra (Jo 18.6, natureza divina), e curou a orelha do servo do sumo sacerdote, que Pedro havia cortado (Lc 22.51, natureza divina).

4. Jesus, às vezes, deixou voluntariamente de fazer uso das virtudes da natureza divina. Para fazer a vontade de seu Pai e cumprir as Escrituras (Mt 26.54), Jesus se sujeitou à limitação humana, que havia aceitado. Por exemplo, não quis chamar 12 legiões de anjos para o livrar (Mt 26.53)”.

(BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed. RJ: CPAD, 2005, p.57-9.)

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 4: Espírito Santo, nosso Divino Consolador

Data: 22 de Outubro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Mas aquele Consolador, Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O Espírito Santo não é uma força impessoal. É a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; sua divindade não pode ser, sob hipótese alguma, contestada.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Sl 51.11

O Espírito Santo habita no crente.

 

 

 

Terça - Is 63.10

O Espírito Santo pode ser contristado.

 

 

 

Quarta - At 1.8

O Espírito Santo reveste os crentes para o trabalho missionário.

 

 

 

Quinta - Rm 5.5

O Espírito Santo derrama o amor em nosso coração.

 

 

 

Sexta - 1 Co 2.13

O Espírito Santo nos ensina.

 

 

 

Sábado - 1 Ts 1.6

O Espírito Santo enche-nos de alegria.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

João 16.7-15.

 

7 - Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.

8 - E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo:

9 - do pecado, porque não crêem em mim;

10 - da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais;

11 - e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.

12 - Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.

13 - Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.

14 - Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.

15 - Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso, vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, a palavra “teologia” não se encontra na Bíblia. O termo era empregado pelos gregos para nomear um poeta, quando este descrevia os deuses mitológicos da Hélade. Muito tempo depois, na Idade Média, o vocábulo foi usado pelos mestres cristãos como referência ao estudo da doutrina de Deus e aos ensinos sagrados da Igreja. O teólogo era considerado um erudito, estudioso das Sagradas Escrituras e dos principais dogmas do cristianismo. A principal ocupação do teólogo cristão, portanto, é estudar a Bíblia Sagrada a fim de compreender suas doutrinas fundamentais. Ademais, o teólogo também é responsável pela comunicação da fé cristã de forma clara e objetiva aos homens da modernidade. Como professor da Escola Dominical, você é responsável pelo ensino das doutrinas bíblicas da mesma forma que foram os teólogos do passado.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Descrever os atributos pessoais do Espírito Santo.
  • Defender a divindade do Espírito Santo.
  • Explicar os pecados contra o Espírito Santo.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Na Teologia, a doutrina do Espírito Santo é conhecida como “Pneumagiologia”. Este termo procede de três palavras gregas:pneuma (espírito), hagios (santo) e logia (estudo). Porém, o termo preferido dos estudiosos da Bíblia é aquele que procede do texto de João 16.7: Paracletologia, ou a doutrina do Consolador. A palavra, paráklētos, encontrada apenas no evangelho e na epístola de João (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7; 1 Jo 2.1), procede de duas palavras gregas: pará (para o lado de), e kaléō (chamar). Literalmente significa “alguém que é chamado para estar ao lado de outro para ajudá-lo”. O termo é traduzido, em 1 João 2.1, por “Advogado”. Portanto, duas atividades divinas são atribuídas ao Espírito Santo: Consolador e Advogado. Não é sem razão que a Bíblia afirma que o Espírito ajuda-nos em nossas fraquezas e que intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). O próprio Jesus afirmou que o Espírito é allon, isto é, “outro da mesma natureza e espécie”, e não heteron, “outro de espécie e natureza diferente”; tal qual afirmou Paulo a respeito da natureza diferente do evangelho ensinado pelos judaizantes na Galácia (Gl 1.6).

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, você sabe o que é um símbolo? O símbolo é uma figura, objeto, número ou emblema, cuja imagem representa, de modo sensível, uma verdade moral ou religiosa. Através do símbolo, uma certa verdade é substituída por um sinal. Um conceito abstrato recebe correspondência material e concreta pela relação existente entre o conceito e o símbolo por ele representado. Em função de as palavras não comunicarem adequadamente a natureza das operações do Espírito Santo, muitos símbolos são usados pela Bíblia a fim de revelar a magnitude das ministrações do Espírito. Portanto, utilize-se da tabela abaixo para ilustrar a presente lição. Mas, tome cuidado para não ir além do que o símbolo representa. Caso tenha dúvida em como interpretar os símbolos, consulte a obra Hermenêutica Fácil e Descomplicada (CPAD, 2005: p.218-236).

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

João Wesley explica porque o ministério do Espírito Santo é tão importante na vida do crente: “Sem o Espírito de Deus não podemos fazer nada, a não ser acrescentar pecado sobre pecado”. O evangelista inglês buscou deixar bem claro, com essa afirmação, que o Espírito Santo não é uma influência como dizem os hereges; é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; acha-se ativo na vida da Igreja, consolando-nos e dirigindo-nos em todas as coisas.

Nesta lição, veremos o que a Bíblia ensina acerca de sua personalidade, atuação e obra. Também veremos os pecados cometidos contra Ele e o seu ministério nos dias de hoje. Tenho certeza de que, na conclusão, todos haveremos de conscientizar-nos: nossa preocupação concernente ao Espírito Santo não deve ser apossar-nos dEle; e, sim, permitir que Ele se aposse de nossa alma, de nosso coração e de nosso corpo; somos o seu templo e santuário.

 

I. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

 

A Bíblia mostra o Espírito Santo atuando como um ser divino do Gênesis ao Apocalipse.

1. A Pessoa do Espírito Santo. Não fosse o Espírito Santo uma pessoa, teria a Bíblia no-lo apresentado como tal? O que é, porém, uma pessoa? É um ser cônscio de sua existência, dotado de autodeterminação e que possui capacidade para agir. Não obstante essa definição ser mais apropriada ao ser humano, utilizemo-la a fim de compreendermos a personalidade do Espírito Santo.

2. O Espírito Santo age como uma pessoa. O Espírito Santo age e interage como uma pessoa completa e perfeita: fala (At 13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23); ensina (1 Co 2.13); testifica (Hb 10.15). Tivéssemos espaço, poderíamos citar outros versículos e passagens da Palavra de Deus, provando que o Espírito Santo é, de fato, uma pessoa. E contra a Palavra de Deus de nada valem os argumentos e sofismas humanos.

 

II. A DIVINDADE DO ESPÍRITO

 

Além de ser uma pessoa completa e perfeita, é o Espírito Santo também divino; assim no-lo apresenta a Bíblia. Não é sem razão que o identificamos, teologicamente, como a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Conforme veremos, a seguir, Ele possui os mesmos atributos existentes no Pai e no Filho, segundo as Escrituras. Além disso, atuou em todos os atos divinos, pois divino Ele é.

1. O Espírito Santo é tratado como Deus na Bíblia. As Sagradas Escrituras não se limitam a expor a personalidade do Espírito Santo; tratam-no igualmente como Deus. Observemos esta passagem de Atos: “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?... Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4).

Pode haver alguma dúvida sobre a divindade do Espírito Santo? Detenhamo-nos, pois, nos atributos divinos que lhe são conferidos.

2. Atributos naturais e imanentes. Os atributos naturais fazem de Deus o que realmente Ele é: o Ser Supremo por excelência. Sendo o Espírito Santo também Deus, possui Ele, além dos atributos naturais, os imanentes, através dos quais põe-se Ele em contato com a criação. Por conseguinte, o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14); tem vida e transmite vida (Gl 6.8). Ele é onisciente (Sl 139.7); onipotente (Lc 1.35). O que tais atributos revelam? O Espírito Santo é Deus: somente Deus é quem possui semelhantes qualidades.

 

III. A OBRA DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE

 

Ao tratar da obra do Espírito Santo na vida do ser humano, J. Blanchard é ao mesmo tempo abrangente e sintético: “O ministério do Espírito Santo é levar o impenitente ao Salvador e torná-lo parecido com Ele”. De fato, a sua principal obra é levar-nos ao ideal divino: “Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44). Por isso, Ele é denominado Espírito Santo: santifica-nos, tornando-nos semelhantes a Deus. Sua obra tem início, em nós, ao convencer-nos do pecado.

1. A convicção de pecados. Ignorando o homem natural as demandas bíblicas quanto a uma vida piedosa e reta diante de Deus, o Espírito Santo convence-o do pecado, da justiça e do juízo, constrangendo-o a receber a Cristo Jesus como Salvador e Redentor (Jo 16.8). No entanto, conforme ensina a Bíblia, é possível resistir ao chamamento do Espírito Santo (Mc 16.16; At 7.51).

2. A santificação. Conforme já ressaltamos, a santificação do crente é a principal obra do Espírito Santo que, neste processo, nos constrange a sermos como a luz da aurora (Pv 4.18). Conhecido também como o Espírito de Santificação (Rm 1.4), tem Ele como propósito santificar-nos e dar-nos poder sobre o pecado.

3. A plenitude de poder. Como pentecostais, cremos na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.

O batismo no Espírito Santo é o revestimento que nos concede poder não apenas sobre o pecado, mas também para testemunhar de Cristo (At 1.8). O sinal que evidencia o batismo no Espírito Santo é o falar novas línguas (At 2.4; At 10.46; At 19.6).

A função dos dons espirituais, que o crente recebe no ato do batismo, ou depois deste, é dotar a Igreja de poderes sobrenaturais, para que ela seja edificada e cumpra a sua missão de forma eficaz (At 19.6; 1 Co 12.7; 14.12).

 

IV. PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

 

Além da blasfêmia contra o Espírito Santo, considerado o mais grave dos pecados, há outras ofensas, igualmente graves e seriíssimas, que podem condenar-nos à perdição eterna. Vejamos, em primeiro lugar, por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável.

1. A blasfêmia contra o Espírito Santo. Os fariseus diziam grosseiramente, que Jesus expulsava os demônios com o poder de Belzebu. A advertência que lhes dirigiu o Senhor foi mais do que enérgica; foi sentencial: “Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens” (Mt 12.31).

Afinal, em que consiste esse pecado? Em palavras ofensivas e desrespeitosas ao Espírito Santo. Mas por que é um pecado imperdoável? Vejamos a explicação do sumo sacerdote, Eli, ao repreender os seus filhos profanos: “Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele?” (1 Sm 2.25).

2. Resistência contra o Espírito Santo. Este foi o pecado que caracterizou os filhos de Israel quer no Antigo, quer no Novo Testamento (At 7.51). O que significa resistir ao Espírito Santo? Significa opor-se, consciente e premeditadamente, contra a ação regeneradora e santificadora do Espírito. Os que assim procedem correm o risco de serem condenados ao lago de fogo, a menos que se arrependam.

3. Entristecer o Espírito Santo. Entristecer o Espírito Santo é opor-se a Ele; é ignorar-lhe a vontade e adotar o mundanismo como norma de vida. Aos irmãos de Éfeso, exorta Paulo: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção” (Ef 4.30).

O selo a que se refere o apóstolo não é o batismo no Espírito Santo; é a garantia de vida eterna que temos nos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Caso contrário, apenas os batizados no Espírito Santo entrariam no céu. Em Efésios 1.13, ressalta Paulo, que o selo é-nos concedido no ato de crer e não no ato do batismo no Espírito Santo.

 

CONCLUSÃO

 

Nesta lição, não tivemos condições de fazer um estudo mais exaustivo sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo. Poderíamos falar, por exemplo, sobre os seus nomes, acerca de sua atuação no Antigo e no Novo Testamento e a respeito de sua presença na Igreja. E os dons ministeriais?

O Espírito Santo continua a operar na Igreja de Cristo tanto coletiva como individualmente. Ele atua na regeneração do ser humano, na santificação do crente, revestindo-o de poder, objetivando levá-lo a um trabalho eficiente no Reino de Deus. Assim, estaremos preparando-nos para o arrebatamento da Igreja que, segundo os sinais, em breve acontecerá.

 

VOCABULÁRIO

 

Cônscio: Que sabe bem o que faz ou o que deve fazer; ciente, consciente.
Hélade: Helênico; relativo ou pertencente à Grécia antiga.
Herege: Que professa doutrina contrária a Bíblia.
Impenitente: Que persiste no erro ou no crime; relapso, contumaz.
Sintético: Resumido; síntese; esboço.
Sofisma: Argumento contraditório, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta; erro; engano.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

BENTHO, E. C. Hermenêutica, fácil e descomplicada. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1996.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quem é o Espírito Santo?

R. A Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

 

2. Quais os atributos pessoais do Espírito Santo na Bíblia?

R. Fala (At 13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23); ensina (1 Co 2.13).

 

3. Quais os principais atributos naturais do Espírito Santo?

R. Eterno (Hb 9.14); onisciente (Sl 139.7); onipotente (Lc 1.35).

 

4. Quais os principais pecados contra o Espírito Santo?

R. Blasfêmia (Mt 12.31), resistência (At 7.51), entristecer (Ef4.30).

 

5. Como podemos definir o batismo no Espírito Santo?

R. É o revestimento que nos concede poder não apenas sobre o pecado, mas também para testemunhar de Cristo (At 1.8).

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“A Existência do Espírito Santo

1. Quem é o Espírito Santo. O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele aparece pela primeira vez nas Escrituras em Gênesis 1.2, e daí em diante sua presença é proeminente em ambos os Testamentos. O vocábulo que dá sentido ao seu nome é o grego pneuma, vindo da raiz hebraica ruach. Ambos os termos, quando aplicados para dar significação divina é sem igual, denotam o infinito Espírito de Deus.

2. Sua Preexistência. A natureza e os atributos do Espírito Santo caracterizam-no como o ‘Espírito Eterno’, não tendo princípio e nem fim de existência (Hb 9.14). Uma vez que o Espírito Santo tem a mesma natureza de Deus, o tempo não se aplica a Ele - já que existe por si mesmo. Ele é um Ser vivo, dotado de personalidade, não sendo uma mera influência ou emanação de Deus. Pelo contrário, o Espírito Santo e uma Pessoa divina, que faz parte da Trindade.

3. Sua Natureza. A terceira Pessoa da Trindade é Espírito por natureza! Ou seja, tal qual Ele e, tanto o seu Ser como o seu caráter, assim são também o Pai e o Filho: iguais em aspecto, poder e glória. O fato de o Espírito Santo ser Deus fica provado não somente por identificação com o Pai e o Filho, nas fórmulas do batismo e da bênção apostólica, mas também pelos atributos divinos que possui. Em outros aspectos, o Espírito Santo é co-participante dos atos de Deus, especialmente pela sua maneira tríplice de agir, como por exemplo: 1) na bênção das tribos (Nm 6.24-26); 2) na bênção apostólica (2 Co 13.13); 3) no perdão (Dn 9.19); 4) no louvor (Is 6.3); 5) no batismo (Mt 28.19); 6) nos dons (1 Co 12.4-6); 7) na unidade da fé (Ef 4.4-6).”.

(SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1996, p.11-16.)

 

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 5: A Santíssima Trindade – Uma verdade incontestável

Data: 29 de Outubro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!” (2 Co 13.13).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A doutrina da Santíssima Trindade é uma verdade bíblica fundamental e não pode ser ignorada nem desprezada por aqueles que aceitaram a Cristo como Salvador.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Gn 1.2

A Trindade na criação do Universo.

 

 

 

Terça - Gn 1.26

A Trindade na criação do homem.

 

 

 

Quarta - 2 Co 13.13

A Trindade na bênção apostólica.

 

 

 

Quinta - Mt 3.13-17

A Trindade no batismo de Cristo.

 

 

 

Sexta - Jo 1.32-34

A Trindade no testemunho de João Batista.

 

 

 

Sábado - Jo 14.16,26

A Trindade testemunhada pelo próprio Cristo.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

MATEUS 3.13-17.

 

13- Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele.

14 - Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?

15 - Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.

16 - E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.

17 - E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, o termo “trindade” foi empregado por Teófilo de Antioquia, no século II d.C. Entretanto, é possível que essa expressão tenha sido usada pelos cristãos nos primórdios da igreja. Esse vocábulo era usado para designar o mistério de uma só divindade coexistindo em três Pessoas absolutamente distintas e co-iguais. Todavia, o estabelecimento do termo é atribuído ao apologista cristão, Tertuliano de Cartago. Coube ao bispo de Alexandria, Atanásio, a elaboração do credo que sedimentou a ortodoxia trinitária.

Nesta lição, evite tropeçar em questões básicas a respeito dessa doutrina. Não se precipite nas questões cujas respostas você não tenha firmeza. Sobre esse tema, portemo-nos como o salmista: “Tal ciência é para mim maravilhosíssima, tão alta que não posso atingir” (Sl 139.6).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir o termo Trindade.
  • Descrever a Trindade no Antigo e Novo Testamento.
  • Defender a doutrina da Trindade.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Entendemos, mediante a Doutrina da Trindade, que a divindade subsiste eterna e plenamente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não são três deuses como falsamente afirmam os hereges, mas um só Deus. Uma é a pessoa do Pai, outra, a do Filho, e outra, a do Espírito Santo. O Pai não é maior do que o Filho. O Filho não é maior do que o Espírito Santo, e assim respectivamente. O Pai não é o Filho. O Filho não é o Espírito Santo. E o Espírito Santo não é nenhuma das Pessoas anteriores. Todavia, a divindade pertence a cada uma das três pessoas, constituindo um só Deus. Conforme afirmou Atanásio de Alexandria: “Adoramos um só Deus na Trindade, a Trindade na Unidade, sem confusão de pessoas, e sem separação de substância”.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Prezado professor, a doutrina da Santíssima Trindade é uma verdade incontestável. As Sagradas Escrituras, tanto no Antigo quanto em o Novo Testamento, atestam a veracidade desse ensinamento. No estudo desta semana, devemos evitar dois erros: 1 ) o erro do modalismo - afirma que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são a manifestação da mesma pessoa; 2) o erro do subordinacionismo - afirma que o Pai é maior do que o Filho e o Espírito Santo, e que tanto o Filho quanto o Espírito Santo, estão subordinados ao Pai. Todavia, sabemos que a Trindade é Una, pois só há uma deidade: e Trina, pois são três distintas pessoas que participam da mesma deidade.

O triângulo equilátero é uma excelente figura para facilitar a compreensão da Trindade. Reproduza-o conforme os recursos disponíveis.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Nesta lição, estudaremos um dos capítulos mais importantes da teologia. Se para constatar a existência de Deus, é-nos suficiente a fé e a razão; para compreender a Trindade, carecemos, conjuntamente, da revelação divina que só encontramos na Bíblia Sagrada. Não é algo que se aprende através da luz natural da razão; e, sim, da iluminação espiritual que nos proporciona o Espírito Santo na Palavra de Deus.

 

I. O QUE É A SANTÍSSIMA TRINDADE

 

Nossa mente jamais conseguirá explicar adequadamente, o que é a Santíssima Trindade. Aliás, foi o que certa vez confessou Agostinho, um dos maiores teólogos do Ocidente. Todavia, contamos nós com a assistência do Espírito Santo que, por intermédio das Sagradas Escrituras, revela-nos o necessário para aceitarmos a beleza dessa verdade.

1. Definição. Doutrina segundo a qual a Divindade, embora una em sua essência, subsiste eternamente nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As três Pessoas são iguais na substância e nos atributos absolutos e morais. Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a doutrina são, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, incontestáveis.

2. A origem do termo. A palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e, em sua forma latina, por Tertuliano.

3. O Credo Atanasiano. Com toda a razão, Atanásio é considerado o pai da ortodoxia, em virtude de seu redobrado zelo em prol da pureza doutrinária das Sagradas Escrituras. No Credo que elaborou, assim professa sobre a Trindade: “Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância”.

 

II. A SANTÍSSIMA TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

 

A doutrina da Santíssima Trindade não é exclusiva do Novo Testamento; é uma ampliação de uma verdade que se acha desde o Gênesis ao profeta Malaquias. Então, por que a rejeitam os judeus? Pelas mesmas razões que os levaram a repudiar a messianidade de Jesus de Nazaré: cegueira espiritual e dureza de coração (2 Co 3.14-16). A Trindade é claramente apresentada tanto na criação do Universo, como na expectativa messiânica da alma hebréia e em cada episódio da História Sagrada.

1. A Trindade na criação do Universo. Se levarmos em conta que a palavra hebraica ’ĕlōhim (Gn 1.1) é um substantivo plural, concluiremos: a Santíssima Trindade encontrava-se ativa na criação do Universo. Por conseguinte, quando a Bíblia afirma que no princípio Deus criou os céus e a terra, atesta: no ato da criação, estiveram presentes Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. O Pai criou o Universo por intermédio do Filho (Jo 1.3), enquanto o Espírito Santo transmitia vida a tudo quanto era criado (Gn 1.2).

2. A Trindade na expectativa messiânica da alma hebréia. A expectativa messiânica, que sempre foi um fator de consolação à alma hebréia, também revela a presença da Santíssima Trindade no Antigo Testamento. Ler Sl 110.1,4.

Em ambas as passagens, o autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, mostra o Pai referindo-se ao Filho - Jesus Cristo (Mc 12.36; Hb 5.6).

Um trecho que mostra, de maneira explícita e clara, a presença da Santíssima Trindade no Antigo Testamento é Daniel 7.13-14.

Eis mais algumas passagens que demonstram a Trindade no Antigo Testamento: Is 6.8; 7.14; 9.6.

 

III. A SANTÍSSIMA TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO

 

É no Novo Testamento que encontramos as mais claras e explícitas manifestações da Santíssima Trindade: no batismo de Jesus, em seu ministério e em sua ressurreição e ascensão e, de forma abundante, na vida da Igreja Primitiva.

1. No batismo de Jesus (Mt 3.16,17). Nessa clássica manifestação da Trindade, vemos a Segunda Pessoa (o Filho) submeter-se ao batismo, a Terceira Pessoa (o Espírito Santo) descer como pomba sobre a Segunda Pessoa e a Primeira Pessoa declarar o seu amor à Segunda Pessoa.

2. No ministério de Jesus (Lc 4.18,19). Nesta passagem de Isaías (61.1), é impossível não ver a manifestação da Santíssima Trindade.

3. Na ressurreição e na ascensão de Jesus. Já prestes a ser assunto ao céu, o Senhor Jesus Cristo, ao dar últimas instruções aos discípulos, declarou: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Pode ainda restar mais alguma dúvida acerca da Trindade?

4. Na vida da Igreja Primitiva. Nos Atos dos Apóstolos, a Santíssima Trindade aparece operando ativamente, desde os primeiros versículos (At 1.1,2). Nesse livro, encontramos a Trindade na proclamação do Evangelho (At 5.32; At 10.38); no testemunho eficaz da fé cristã (At 7.55); no chamamento de obreiros (At 9.17); no Concílio de Jerusalém (At 15.1-35).

Nas epístolas, muitas são as passagens sobre a Trindade (Rm 14.17; 15.16; 2 Co 13.13; Ef 4.30; Hb 2.3,4; 2 Pe 1.16-21; 1 Jo 5.7). No Apocalipse, a Santíssima Trindade encontra-se do princípio ao fim: 1.1,2; 2.8,11, etc.

 

CONCLUSÃO

 

A doutrina da Santíssima Trindade não é um mero exercício intelectual; é uma verdade consoladora: ensina-nos diversas coisas vitais para a nossa vida cristã. Em primeiro lugar, com a ascensão de Nosso Senhor, não fomos deixados órfãos. Ele rogou ao Pai que, amorosa e prontamente, enviou-nos o Consolador. E este, com inexprimíveis gemidos, intercede por nós e testifica que somos filhos de Deus através dos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quão consoladora é a doutrina da Santíssima Trindade.

 

VOCABULÁRIO

 

Alucinado: iludido, arrebatado, por efeito de alucinação.
Incontestável: Que não pode sofrer contestação; indiscutível.
Mero: Simples, comum, vulgar.
Ortodoxo: Absoluta conformidade com um princípio ou doutrina.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

SILVA, S. P. A doutrina de Deus. RJ: CPAD, 2002.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Defina a doutrina da Santíssima Trindade.

R. Doutrina segundo a qual a Divindade, embora una em sua essência, subsiste nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As três Pessoas são iguais na substância e nos atributos absolutos e morais.

 

2. Como o Credo Atanasiano define a Trindade?

R. Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância.

 

3. Cite três passagens do Antigo Testamento que falam sobre a Trindade.

R. Gn 1.1; Sl 110.1,4; Dn 7.13,14.

 

4. Cite três passagens do Novo Testamento que falam sobre a Trindade.

R. Mt 3.16,17; 28.29; 2 Co 13.13.

 

5. Por que a doutrina da Santíssima Trindade é um ensino consolador?

R. Porque por meio dela, sabemos que Jesus ascendeu ao Pai para interceder por nós, e enviou o Consolador.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“A Santíssima Trindade

1. Doutrina revelada. A doutrina da Santíssima Trindade é verdade revelada para o coração. Falando sobre isso declarou Anselmo: ‘O amor e a fé estão em seu ambiente no ministério da Divindade. Que a razão se ajoelhe, reverente, do lado de fora’.

Uma crença popular entre os cristãos divide a obra de Deus entre as três pessoas, dando uma tarefa específica a cada uma delas; como por exemplo, a criação ao Pai, a redenção ao Filho e a regeneração ao Espírito Santo. Isto, porém, é parcialmente verdade, mas não de todo, pois Deus não pode dividir-se de forma que apenas uma pessoa trabalhe isolada, enquanto às outras, Jesus e o Espírito Santo, permanecem inativas.

2. O argumento em si. As Escrituras mostram as três pessoas da Divindade agindo em perfeita unidade, em todas as obras poderosas operadas no Universo e na redenção humana. Nas Escrituras Sagradas a obra da criação é atribuída ao Pai (Gn 1.1), ao Filho (Cl 1.16), e ao Espírito Santo (Jó 26.13; Sl 104.30). A encarnação é mostrada como tendo sido realizada pelas três pessoas (Lc 1.35), embora apenas o Filho tenha se tornado carne e habitado entre nós. No batismo de Jesus, o Filho saiu da água, o Espírito pairou sobre Ele e a voz do Pai falou do Céu (Mt 3.16,17)”.

(SILVA, S. P. A doutrina de Deus. 5.ed. RJ: CPAD, 2002, p.109-10.)

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 6: Anjos, ministros enviados por Deus

Data: 05 de Novembro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Embora magníficos em poder, os anjos não devem nem podem ser adorados. Sua missão é exaltar a Deus e trabalhar em prol dos que hão de herdar a vida eterna.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Lc 9.26

Os anjos são seres gloriosos.

 

 

 

Terça - Sl 103.20

Os anjos são magníficos em poder.

 

 

 

Quarta - Mt 4.11

Os anjos ministram a Cristo.

 

 

 

Quinta - Hb 1.14

Os anjos são enviados para servir aos santos.

 

 

 

Sexta - Mt 16.27

Os anjos compõem o exército de Cristo.

 

 

 

Sábado - Mt 24.31

Os anjos no final dos tempos.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Hebreus 1.1-8.

 

1 - Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho,

2 - a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.

3 - O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas;

4 - feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.

5 - Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?

6 - E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.

7 - E, quanto aos anjos: O que de seus anjos faz ventos e de seus ministros, labareda de fogo.

8 - Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, alguns teólogos liberais acreditam que os anjos são apenas “essências platônicas” ou “emanações da parte de Deus”. Segundo eles, crer na existência dos anjos como seres racionais é “grosseira mitologia”. Essa posição, ajusta-se à crença racionalista assumida pelos saduceus no tempo de Cristo (At 23.8). Em outro extremo estão os místicos, os cabalistas, os ufologistas, que acreditam e adoram irracionalmente os seres celestiais, à semelhança dos antigos membros das religiões gnósticas (Cl 2.18). Somente o ensino das Escrituras é capaz de contestar o misticismo e o racionalismo desenfreado que têm invadido a sociedade, e até muitas igrejas.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir o termo anjo.
  • Descrever a missão dos anjos.
  • Contestar a adoração aos anjos.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

O vocábulo “angelologia” procede de dois termos gregos: angelos, traduzido por “mensageiro” ou “enviado”, e logia, “discurso” ou “tratado”. Angelologia, portanto, é a doutrina que estuda a natureza, o caráter, e a missão dos anjos, conforme as Escrituras. No Antigo Testamento, os anjos são chamados de mal’āk, isto é, “mensageiro ou representante”. Enquanto no grego e no hebraico, os anjos são denominados pela função (mensageiro), na língua aramaica, eram chamados de qaddîsh, isto é, “santos”, descrevendo-lhes o caráter e não apenas o ofício. Quanto ao caráter, a Bíblia afirma que os anjos são mansos (2 Pe 2.11), obedientes e poderosos (Sl 103.20), sábios (2 Sm 14.17), e reverentes (Is 6.2,3). A respeito do ministério angélico, a Escritura declara que: adoram a Deus (Sl 103.20; 148.2), protegem os servos de Deus (Sl 34.7), e executam juízos divinos (2 Rs 19.25).

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Esta lição trata de diversos assuntos pertinentes à doutrina dos anjos. A fim de corrigirmos alguns erros concernentes à natureza desses seres, é conveniente que o caro professor exponha esse tema com bastante objetividade. Apesar de os vocábulosmal’āk e angelos designarem a função dos anjos e não a sua natureza, as expressões “anjos do Senhor” ou “anjos de Deus”, descrevem claramente os anjos como seres morais procedentes de Deus. Isto é, possuem natureza espiritual singular. Apresente aos alunos a tabela “Aspectos da Natureza dos Anjos” a fim de reforçar a aprendizagem.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

A angelologia bíblica é uma doutrina que nos leva a uma dupla reflexão. Se por um lado, somos confortados, sabendo que os anjos de Deus acham-se à disposição dos que hão de herdar a vida eterna (Hb 1.14); por outro, apesar de sua capacidade e poderio que lhes conferiu o Senhor, não devem nem podem ser adorados (Ap 19.10; 22.9).

Nesta lição, veremos o que a Bíblia ensina acerca dos anjos.

 

 

I. QUEM SÃO OS ANJOS

 

1. Os anjos são criaturas morais. O Senhor Deus criou os anjos não para que fossem meros autômatos; criou-os dotados de livre-arbítrio, a fim de que o servissem amorosa e voluntariamente.

Eles são tratados por qualificativos que lhes ressaltam a responsabilidade moral: ministros e servos de Deus (Hb 1.7; Ap 19.10).

2. A criação dos anjos. Canta o salmista terem sido os seres angélicos criados pela Palavra de Deus: “Mandou, e logo foram criados” (Sl 148.5; 33.6; Ne 9.6).

 

 

II. OS ANJOS NA BÍBLIA

 

1. Os anjos no Antigo Testamento. A presença dos anjos, no Antigo Testamento, pode ser facilmente detectada nas seguintes passagens:

a) Na era patriarcal. Abraão e Jacó tiveram várias experiências com os anjos de Deus. Abraão encontrou-os em, pelo menos, duas ocasiões (Gn 18.1-33; 22.1-17); Jacó, em três (Gn 28.12; 32.1,24).

b) Na peregrinação de Israel a Canaã. A assistência dos anjos na peregrinação israelita rumo à Terra Prometida é claramente observada na chamada de Moisés (Êx 3.2), na proteção de Israel quando da travessia do Mar Vermelho (Êx 14.19) e em sua condução pelo deserto (Êx 23.23).

c) Na vida dos hebreus em Israel. Vejamos algumas: na época dos juízes (Jz 2.4; 6.11; 13.3); na época dos reis (2 Sm 24.16; Is 37.36); na atividade profética (Is 6.1-3; Dn 6.22). Aliás, é no profeta Daniel que encontramos a mais desenvolvida angelologia do Antigo Testamento. Pela primeira vez, na Bíblia, são os anjos chamados por seus respectivos nomes: Gabriel (Dn 8.16) e Miguel (Dn 10.13; 12.1).

2. Os anjos no Novo Testamento. Eles podem ser encontrados tanto no ministério de Cristo quanto no avanço da Igreja.

a) No ministério de Cristo. No anúncio do nascimento de Cristo (Lc 1.26). Na proclamação de seu nascimento aos pastores (Lc 2.9-11). Na tentação do deserto (Mt 4.11). Em sua paixão e morte (Lc 22.43). E em sua ressurreição (Lc 24.1-12).

b) Na Igreja Primitiva. No conforto dos discípulos após a ascensão de Cristo (At 1.10,11). No livramento dos apóstolos (At 5.19,20; 12.7,8; 27.23,24). No auxílio à proclamação do Evangelho (At 8.26; At 10.3).

 

 

III. O CARÁTER DOS ANJOS

 

1. Os anjos como seres eleitos. Os anjos bons são assim classificados não por que hajam sido criados para serem eleitos (1 Tm 5.21); classifica-os dessa maneira a Bíblia devido à escolha que fizeram em servir ao Senhor dos Exércitos. Os que optaram em seguir a Lúcifer foram chamados de anjos das trevas. Demonstra-nos isso que, à nossa semelhança, são os anjos também dotados de livre-arbítrio.

2. Os anjos são santos. Por que os anjos de Deus são dessa forma considerados? Em primeiro lugar, por haverem escolhido obedecer-lhe as ordens. Quanto aos outros, optaram por seguir a Satanás em sua rebelião contra o Senhor. Ler Mt 25.31,41 e Ap 14.10.

3. Os anjos são sábios. São os anjos também considerados sábios em virtude de seu temor a Deus (Pv 1.7). No Antigo Testamento, eles são vistos como sinônimo de sabedoria (2 Sm 14.20). E esta não é meramente intelectual; é essencialmente amorosa tanto para servir e adorar a Deus como para auxiliar os que hão de herdar a vida eterna. Os anjos são sábios porque sabem fazer o bem e o fazem.

4. Os anjos são obedientes. Na Oração Dominical, o Senhor Jesus mostra, de modo implícito, serem os anjos piedosamente submissos à vontade divina (Mt 6.10). Como se pode deduzir dessa passagem, são os anjos eficazes na execução das ordens que recebem do Senhor.

 

 

IV. A CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS

 

1. Anjo do Senhor. Este é o mais especial dos anjos. Em nome de Deus, aceitava adoração (Êx 3.1-6; Js 5.13-15), executava juízos (Nm 22.22), intercedia pelo povo escolhido (Zc 1.12). A ciência de Deus encontra-se em seus lábios como nos lábios do sacerdote se achava a lei e o conselho (Ml 2.7).

A expressão “o anjo do Senhor”, dependendo da passagem, pode referir-se profeticamente ao Senhor Jesus em sua pré-encarnação. Em Ml 3.1b, “o anjo do concerto” é uma alusão a Ele. O “concerto” é certamente o de Mt 26.28.

2. Arcanjo Miguel. Único arcanjo citado nas Sagradas Escrituras. Sua missão: conduzir os exércitos de Deus (Ap 12.7) e lutar em prol dos filhos de Israel (Dn 12.1). Foi ele quem sepultou o corpo de Moisés (Jd v.9). Ele é conhecido também como um dos primeiros príncipes (Dn 10.13). Arcanjo significa, literalmente, principal entre os anjos.

3. Gabriel. Conhecido como varão, ou herói de Deus, aparece Gabriel como intérprete dos arcanos divinos. É ele quem explicou a Daniel o mistério das setenta semanas (Dn 9.20-27). Assistindo diante do trono de Deus (Lc 1.19), anunciou a encarnação do Verbo de Deus (Lc 1.26,27). Apesar de sua importância, a Bíblia não o menciona como arcanjo.

4. Querubins. São os querubins responsáveis por sustentar o trono divino e por reivindicar seja o nome Todo-Poderoso constantemente santificado pelos homens (Gn 3.24; Sl 99.1; Ez 10.1). Pertencia Satanás à classe dos querubins (Ez 28.14). Dos textos bíblicos, inferimos serem os querubins uma das mais elevadas classes de seres angélicos.

5. Serafins. A missão dos serafins que, em hebraico, significam ardentes, é magnificar o nome de Deus, louvando-o constantemente e exaltando a santidade divina (Is 6.1-6). Esta é a única passagem bíblica que os menciona.

6. Outras classes angélicas. São também tidas como classes angélicas estas categorias mencionadas por Paulo: Jesus “é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.15,16).

 

 

V. A MISSÃO DOS ANJOS

 

1. Enaltecer a Deus. Em Isaías lemos que os anjos não cessam de clamar dia e noite: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos” (Is 6.3). Quando do nascimento de Cristo, os anjos formaram corais que magnificaram o nome de Deus (Lc 2.13,14).

2. Trabalhar em prol dos que hão de herdar a vida eterna. O autor da Epístola aos Hebreus descreve a missão dos anjos entre os santos em Hb 1.14. No livro de Atos, são os anjos enviados em diversas ocasiões para socorrer os discípulos de Cristo (At 5.19; 12.7; 27.23).

3. Proteger a nação de Israel. Em Daniel 12.1, lemos que, nos últimos dias, levantar-se-á Miguel, o grande príncipe, para proteger a nação hebréia. Não fosse a intervenção divina, certamente Israel não mais existiria, pois muitos são os seus inimigos. Acontece que Israel é ainda povo de Deus, alvo de seus cuidados; aguarda-o um futuro promissor.

 

 

VI. O CULTO AOS ANJOS

 

Embora poderosos em obras, não podem os anjos ser adorados: são criaturas de Deus, nossos conservos e também comprometidos com a glória de Deus. Vejamos por que os anjos não devem ser objetos de nosso culto.

1. Os anjos são criaturas de Deus. Somente o Criador é digno de toda a honra e de todo o louvor; sendo os anjos criaturas (Sl 33.6), têm como missão louvar a Deus.

2. Os anjos são nossos conservos. Sendo eles criados por Deus, consideram-se nossos conservos (Ap 19.10).

3. Os anjos são comprometidos com a glória de Deus. Esta é recomendação dos anjos: “Adora a Deus” (Ap 22.9). Erram, portanto, aqueles que, menosprezando o Criador de todas as coisas, buscam adorar a criatura (Rm 1.25). O culto aos anjos é uma perigosa idolatria, na qual muitos têm naufragado. Ler também Cl 2.18.

 

 

CONCLUSÃO

 

É reconfortante saber que o Senhor nos colocou à disposição um exército eficiente que nos ajuda em todas as instâncias. Embora seja-lhes proibido anunciar o Evangelho, assistem-nos nesta gloriosa tarefa. Todavia, não podemos, sob hipótese alguma, adorá-los. Eles não são deuses; são servos de Deus e conservos nossos; servimos ao mesmo Senhor.

Devemos todos sempre dar graças a Deus pelo ministério providente e protetor dos seus anjos em nosso favor.

 

VOCABULÁRIO

 

Arcano: Segredo, mistério, oculto, encoberto.
Autômato: Pessoa que age como máquina, sem raciocínio.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HORTON, S. M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996.
FRANCISCO, V. A doutrina dos anjos e demônios. RJ: CPAD, 2005.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quem são os anjos?

R. São criaturas morais, ministros e servos de Deus (Hb 1.7; Ap 19.10).

 

2. Onde, na Bíblia, encontramos a mais desenvolvida angelologia?

R. No livro do profeta Daniel.

 

3. Como é o caráter dos anjos?

R. Seres eleitos, santos, sábios, obedientes.

 

4. Qual a missão dos anjos?

R. Enaltecer a Deus, trabalhar a favor dos salvos, proteger a nação de Israel.

 

5. Por que os anjos não devem ser adorados?

R. Pois são criaturas, nossos conservos, e estão comprometidos com a glória de Deus (Ap 22.9).

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“As Evidências Bíblicas

Os anjos têm uma natureza incomparável; são superiores aos seres humanos (Sl 8.5), mas inferiores ao Jesus encarnado (Hb 1.6). A Bíblia ressalta os seguintes fatos a respeito deles:

1. Os anjos são reais, mas nem sempre visíveis (Hb 12.22). Embora Deus ocasionalmente lhes conceda a visibilidade (Gn 19.1-22), são espíritos (Sl 104.4; Hb 1.7,14). Nos tempos bíblicos, seres humanos experimentavam, às vezes, efeitos da presença de um anjo, mas não viam ninguém (Nm 22.21-35). Às vezes, viam o anjo (Gn 19.1-22; Jz 2.1-4; Mt 1.20-25; Lc 24.4-6; At 5.19-20). Além disso, os anjos podem ser vistos sem serem reconhecidos como anjos (Hb 13.2).

2. Os anjos adoram, mas não devem ser adorados. São incomparáveis entre as criaturas, mas nem por isso deixam de ser criaturas. Correspondem com adoração e louvor a Deus (Sl 148.2; Is 6.1-3; Lc 2.13-15; Ap 4.6-11) e a Cristo (Hb 1.6). Como conseqüência, os cristãos não devem exaltá-los (Ap 22.8,9); os que fazem, perdem a sua recompensa futura (Cl 2.18).

3. Os anjos servem, mas não devem ser servidos. Deus os envia como agentes para ajudar os seres humanos, especialmente os fiéis (Êx 14.19; 23.23; Nm 20.16; 22.22-25; Jz 6.11-22; Sl 34.7; 91.11; At 27.23-25; Hb 13.2). Os anjos também mediam os juízos de Deus (Gn 19.22,24; At 12.23) e suas mensagens (Jz 2.1-5; Mt 1.20-24). Mas eles nunca devem ser servidos, pois assemelham-se aos cristãos num aspecto muito importante: são também servos de Deus (Ap 22.9).

4. Os anjos acompanham a revelação, mas não a substituem total ou parcialmente. Deus os emprega, mas não são o alvo da revelação divina (Hb 2.2s). No século I, surgiu uma heresia que se constituiu num ‘pretexto de humildade e culto aos anjos’ (Cl 2.18). Envolvia dura disciplina do corpo sem nada fazer para refrear a indulgência sensual (Cl 2.23 - NVI). Sua filosofia enfatizava as idéias falsas de que: (a) os cristãos são inferiores na sua capacidade de abordarem pessoalmente a Deus; (b) os anjos têm capacidade superior nesse sentido; (c) a adoração lhes é devida por causa da sua intervenção em nosso favor. Paulo respondeu a essa heresia com um hino que glorifica a Cristo, que é a fonte da nossa glória futura (Cl 3.1-4).

5. Os anjos sabem muitas coisas, mas não tudo. O discernimento que têm foi-lhes concedido por Deus; não é inato nem infinito. Sua sabedoria talvez seja vasta (2 Sm 14.20), mas seus conhecimentos, limitados: Não sabem o dia da segunda vinda de nosso Senhor (Mt 24.36) nem a plena magnitude da salvação dos seres humanos (1 Pe 1.12)”.

(BAKER, C. D.; MACCHIA, F. D. Seres espirituais criados. In HORTON, S. M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.196-8.)

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 7: O Homem, coroa da Criação

Data: 12 de Novembro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

SENHOR, que é o homem, para que o conheças, e o filho do homem, para que o estimes?” (Sl 144.3).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Obra-prima de Deus, tem o homem como dever glorificar-lhe o nome e voluntariamente honrá-lo em todas as suas atividades.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Gn 1.26

O homem é produto de um ato criativo de Deus.

 

 

 

Terça - Gn 3.22-24

O homem expulso do paraíso por causa do pecado.

 

 

 

Quarta - Gn 6.3

A limitação biológica do homem.

 

 

 

Quinta - Sl 103.15

A brevidade da vida humana.

 

 

 

Sexta - Pv 3.13

A verdadeira sabedoria do homem vem de Deus.

 

 

 

Sábado - Ec 12.13

O dever de todo homem é guardar a Palavra de Deus.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Salmos 8.1-9.

 

1 - Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!

2 - Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres calar o inimigo e vingativo.

3 - Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;

4 - que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?

5 - Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.

6 - Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés:

7 - todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo;

8 - as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares.

9 - Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!

 

PONTO DE CONTATO

 

Estimado professor, a doutrina do homem é um assunto oportuno e necessário aos dias hodiernos. A lição, composta de seis tópicos, faz uma síntese dos principais temas discutidos a respeito da Antropologia Teológica. O primeiro tópico, responde, de acordo com a Bíblia, uma inquietante pergunta: O que é o Homem? Pergunta atualíssima e indispensável à teologia, à filosofia, à educação e à sociologia. A obra “O Homem, esse Desconhecido”, do filósofo Aléxis Carrel, provoca ainda mais o debate à medida que o título sugere a incapacidade de chegarmos a uma resposta satisfatória. Devemos lembrar que as Escrituras perguntam sete vezes: “Que é o homem?” (Jó 7.17; 15.14; Sl 8.9; 144.3; Hb 2.6). Portanto, estude a lição, faça suas pesquisas pessoais, ore ao Senhor, e lecione com alegria.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Descrever os objetivos da criação do homem.
  • Explicar a tricotomia do homem.
  • Contestar a teoria evolucionista.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Antropologia Teológica é o ramo da Teologia Sistemática que estuda a criação, a imagem divina, constituição da natureza e destino final do homem, de acordo com as Escrituras. Concernente ao estudo da imagem divina no homem (Gn 1.26,27), é necessário reafirmar duas verdades fundamentais: 1) a “imagem divina” não quer dizer que o homem foi criado representando a forma física de Deus, pois o Senhor é espírito, eterno e imutável (Jo 4.23,24; Lc 24.39); 2) a “imagem divina” não equivale a uma participação essencial na divindade, pois “imagem” e “semelhança” não significam “divinização”. Portanto, deve-se evitar dois sérios equívocos: atribuir a Deus corpo físico, e elevar o homem à classe divina. Entretanto, a imagem de Deus está dividida em duas categorias: natural e moral. A natural representa a personalidade com todos os atributos. A moral, por sua vez, diz respeito à constituição moral do homem.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, a natureza humana é constituída, segundo os textos de 1 Ts 5.23 e Hb 4.12, por espírito, alma e corpo. O espírito e a alma compõem a parte imaterial, invisível e substancial do homem, enquanto o corpo, a parte material e visível. Isto não quer dizer que o homem é um ser tripartido, isto é, composto por três partes independentes uma das outras. Pelo contrário, espírito, alma e corpo (tricotomia), se distinguem, mas compõem apenas um ser — o homem. O corpo relaciona o ser com o mundo material e concreto, a alma, sede da personalidade humana, relaciona o ser consigo mesmo e dá vida ao corpo, o espírito, elemento singular do homem, relaciona o ser com Deus. Portanto, o relacionamento do homem é tríplice: horizontal, central e vertical. No horizontal, o corpo relaciona-se com o mundo físico; no central, a alma relaciona-se consigo mesma; no vertical, o espírito, com Deus. Ensine esses conceitos teológicos com o auxílio do gráfico abaixo.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Big-bang (Grande explosão): Teoria segundo a qual o Universo, em seu estado inicial, se formou a partir de uma grande explosão.

 

Com o fervor que lhe era tão peculiar, expressa Agostinho toda a sua esperança na redenção humana: “A essência mais profunda da minha natureza é que sou capaz de receber Deus em mim”. Mostra o teólogo africano, de forma despretensiosa, mas profunda, por que o nosso espírito anseia por receber a Deus: fomos por Ele criados, e a nossa alma só descansará quando repousar em sua paz.

Nesta lição, faremos uma abordagem do que a Bíblia ensina a respeito do homem: sua criação, queda, redenção e glorificação. E, assim, haveremos de constatar: o ser humano não é produto de um processo evolucionário; é o resultado de um ato criativo do Todo-Poderoso. Eis por que somos considerados a coroa de sua criação.

 

 

I. O QUE É O HOMEM

 

Neste tópico, entraremos a ver alguns fatos a respeito do homem que, feito à imagem e à semelhança do Criador, é a principal de suas criaturas.

1. Criatura de Deus. Na Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo censura os gentios por honrarem mais a criatura do que o Criador (Rm 1.25). E assim, atolados em idolatrias e abominações, menosprezavam-lhe a glória, a fim de adorar coisas vãs. O que é isto senão apequenar-lhe o senhorio? Como feituras de Deus, temos por obrigação honrá-lo, porque Ele nos fez e dEle somos (Jó 4.17; Ec 12.1).

2. Imagem e semelhança de Deus. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). Devemos, por conseguinte, agir como Deus age (Ef 5.1). Exorta-nos o Mestre: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).

3. Coroa da criação divina. Criado por Deus, destaca-se o homem como a coroa da criação (1 Co 11.7), pois tem, como missão, governar tudo quanto o Senhor fizera (Gn 1.28). Mas, devido à sua queda deliberada no Éden, transgredindo à vontade divina (1 Tm 2.14), a criação ficou submissa à vaidade (Rm 8.20-22).

 

 

II. A CRIAÇÃO DO HOMEM

 

1. O pacto solene da criação do homem. No sexto dia da criação, assim o Senhor Deus estabeleceu o pacto quanto à criação do ser humano: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn 1.26).

2. A criação do homem foi um ato criativo. Ao contrário do que imaginam os evolucionistas, não é o homem o subproduto de um processo evolutivo que, tendo início no hipotético big-bang, arrastou-se por milhões de anos até que o ser humano aparecesse sobre a terra.

Apesar de sua linguagem científica, não passa o evolucionismo de uma loucura: ignora a Deus e ao seu infinito poder. Trata-se, como diz a Bíblia, de uma falsa ciência (1 Tm 6.20).

 

 

III. OBJETIVOS DA CRIAÇÃO DO HOMEM

 

Vejamos por que o homem foi criado. Sua primeira tarefa é glorificar o nome do Criador.

1. Glorificar o nome de Deus. Lemos em Primeiro aos Coríntios 11.7, que Deus formou o homem do pó da terra para que este lhe refulgisse a glória. No Éden, Adão não era um mero adorno; era o instrumento da majestade divina.

2. Cultivar a terra. Não são poucos os que imaginam seja o trabalho a maldição que nos adveio por causa do pecado. Nada mais antibíblico. Muito antes de o homem cair em transgressão (Gn 3), Deus já o havia encarregado de fazer o plantio da terra e guardar o jardim do Éden. Além disso, o próprio Deus “trabalha até agora” (Jo 5.17). O trabalho é uma das maiores bênçãos na vida do ser humano.

3. Reinar, em nome de Deus, sobre a criação. Deus criou Adão para que reinasse sobre toda a terra (Gn 1.28). Ele, no entanto, perdeu tal domínio ao se fazer servo do pecado (Rm 8.18-20; 3.9).

 

 

IV. UNIDADE RACIAL DO HOMEM

 

O monogenismo é a doutrina que ensina serem todos os homens provenientes de um único tronco genético. Apesar da variedade da cor de nossa pele, todos somos descendentes de Adão e Eva.

1. O monogenismo bíblico. Em seu discurso no Areópago, em Atenas, realça o apóstolo Paulo: “Pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; e de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação” (At 17.25,26).

2. A variedade lingüística revela unidade. Se todos proviemos de um mesmo tronco genético, por que falamos tantas línguas diferentes? No princípio, toda a humanidade comunicava-se num único idioma (Gn 11.1). Todavia, por haver se concentrado num só lugar para formar um super-império em rebelião contra Deus, resolveu o Senhor confundir ali, em Sinear, a língua de nossos ancestrais. Não obstante, os lingüistas detectam, através de um exame nos idiomas atuais, os vestígios de uma língua comum, ressaltando, uma vez mais, a verdade bíblica.

 

 

V. A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM

 

De acordo com as Sagradas Escrituras, o ser humano é desta forma composto: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23). Embora não seja fácil explicar a tricotomia humana, ela, todavia, é uma realidade.

1. Espírito. Por intermédio do espírito, entramos em contato com Deus. Por isso, deve o nosso espírito ser quebrantado (Sl 51.17), voluntário (Sl 51.12) e reto (Sl 51.10). Testemunha o apóstolo Paulo que servia a Deus em seu espírito (Rm 1.9). Quando de nossa morte, entregamos a Deus o espírito (Lc 23.46; At 7.59). O espírito dos ímpios, Deus o lança no inferno (Lc 16.19-31; Sl 9.17; Mt 13.40-42; 25.41,46). Não podemos separar a alma do espírito, pois ambos formam uma unidade indivisível.

2. Alma. Através da alma, é-nos possível, utilizando-nos de nossos sentidos, entrar em contato com o mundo exterior. Não podemos esquecer-nos de que, na Bíblia, a palavra alma aparece como sinônimo de espírito (Gn 2.19; Sl 42.2).

3. Corpo. Nosso corpo não é a realidade final de nosso ser. O seu movimento é proveniente do sopro que do Criador recebemos (Gn 2.7). Através dele, cabe-nos glorificar a Deus, pois não é instrumento de imundície, mas de santificação (1 Co 6.18-20).

 

 

VI. O FUTURO GLORIOSO DO HOMEM EM CRISTO

 

Dotado de livre-arbítrio, o homem pecou contra o seu Deus (Gn 3). A sua transgressão, porém, não pegou a Deus de surpresa (Ap 13.8). Através de Cristo, provê-nos eterna e suficiente redenção, dispensando-nos um tratamento tão especial. Somos, portanto, conhecidos como:

1. Filho de Deus. Aceitando a Cristo, o homem não é apenas criatura de Deus, mas filho de Deus (Jo 1.14). Nessa condição, temos livre acesso ao Pai Celeste a quem, amorosa e intimamente, clamamos “Aba, Pai ”(Rm 8.15; Gl 4.6).

2. Co-herdeiro de Cristo. Sendo o homem filho de Deus, torna-se imediatamente co-herdeiro de Cristo (Gl 4.7; Rm 8.17), com livre acesso a todos os bens espirituais.

3. Templo do Espírito Santo. Nosso corpo é o templo e habitação do Espírito Santo (1 Co 6.19). Conforme já frisamos, é um instrumento de santificação.

4. A glorificação final. Como se não bastara todas essas bênçãos, os que recebemos a Cristo aguardamos a bem-aventurada esperança — a vinda de Cristo (Tt 2.13). Nossos corpos serão, num abrir e fechar de olhos, gloriosamente transformados. Quanto à morte, não mais terá poder sobre nós. Aleluia!

 

 

CONCLUSÃO

 

Embora o pecado tenha-o destituído da glória divina, o homem não ficou abandonado à própria sorte. O Pai Celeste providenciou-lhe eficaz redenção por intermédio de Cristo Jesus. Hoje, somos chamados filhos de Deus, apesar de não ter se manifestado ainda a plenitude de nosso ser (1 Jo 3.2). Mas quando Cristo voltar, seremos tomados por Ele e, assim, estaremos para sempre em sua companhia.

 

VOCABULÁRIO

 

Despretensioso: Modesto; franco; sem afetação.
Hodierno: Relativo aos dias de hoje; atual.
Monogenismo: Doutrina segundo a qual as raças humanas procedem de um tipo primitivo único.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

MENZIES, W. W., HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: os fundamentos da nossa fé. RJ: CPAD, 2005.
SILVA, S. P. O homem: corpo, alma e espírito. 12.ed., RJ: CPAD, 2004.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é o homem?

R. Criatura de Deus, imagem e semelhança de Deus e coroa da criação divina.

 

2. Como foi a criação do homem?

R. Foi um ato criativo.

 

3. Quais os objetivos da criação do homem?

R. Glorificar o nome de Deus, cultivar a terra, e reinar em nome de Deus sobre a criação.

 

4. De que forma é o homem constituído?

R. De espírito, alma e corpo.

 

5. Qual o futuro glorioso do homem em Cristo?

R. A glorificação final.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“A Imagem de Deus

1. Tselem e demuth. O trecho de Gênesis 1.26,27 fala sobre o homem (incluindo o macho e a fêmea) como criado à imagem e semelhança de Deus. ‘Imagem’ (no hebraico, tselem) é palavra usada para indicar estátuas e modelo de trabalho. No ser humano, implica num reflexo de algo existente na natureza de Deus. ‘Semelhança’ (no hebraico, demuth) é palavra usada para indicar padrões e formas, que se parecem um tanto com o que retratam. Indica que existe em nós algo parecido com Deus.

2. Natural e moral. A imagem de Deus em nós consiste em uma imagem tanto natural quanto moral — e não no sentido físico. Nossos corpos foram feitos de pó. Jesus não tinha a forma externa de um homem, antes da encarnação (Fp 2.5-7).

a) A imagem natural inclui elementos da personalidade ou do próprio ‘eu’, comuns a todas as pessoas, quer humanas quer divinas. Intelecto, sensibilidade, vontade — estas são as categorias que compõem a personalidade e formam uma clara linha de separação entre os seres humanos e os animais irracionais.

b) A imagem moral inclui a vontade e a esfera da liberdade, onde podemos exercer nossos poderes de autodeterminação. Ela torna possível nossa comunhão e comunicação com Deus”.

(MENZIES, W. W., HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: os fundamentos da nossa fé. 5.ed., RJ: CPAD, 2005, p.69-70.)

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 8: O pecado, a transgressão da Lei Divina

Data: 19 de Novembro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade, porque o pecado é iniqüidade” (1 Jo 3.4).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Só existe um antídoto eficaz contra o pecado: o sangue de Cristo Jesus derramado na cruz do Calvário.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - 1 Jo 3.8

O Diabo peca desde o princípio.

 

 

 

Terça - Tg 1.15

O pecado gera a morte.

 

 

 

Quarta - 1 Co 15.56

O aguilhão da morte é o pecado.

 

 

 

Quinta - Rm 6.23

O salário do pecado é a morte.

 

 

 

Sexta - Rm 6.14

O pecado não terá domínio sobre os que estão sob a graça.

 

 

 

Sábado - Jo 16.8

Somente o Espírito Santo pode convencer-nos do pecado.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 João 3.1-7.

 

1 - Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele.

2 - Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.

3 - E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.

4 - Qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade, porque o pecado é iniqüidade.

5 - E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado.

6 - Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu.

7 - Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como ele é justo.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, a doutrina do pecado encontra-se claramente exposta em toda a Bíblia. O pecado não é apenas um coadjuvante na história da vida humana, mas, uma de suas personagens principais. A Bíblia, em nenhuma hipótese, lhe nega a força, a sutileza tentadora que, no interior do homem é uma inclinação para o mal, e no exterior, uma sedução para a prática das concupiscências da carne. Trata-se de uma luta renhida entre a carne e o Espírito: de um lado, a consciência e o dever de fazer o bem; de outro, a convicção de que o mal está sempre presente (Rm 7.21; Gl 5.17). O apóstolo Paulo foi incisivo ao tentar descrever esta angustiante batalha: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24).

Leia com seus alunos, Romanos 8.1-29, para que eles possam compreender o final glorioso desse drama encenado pelo homem, o pecado, o amor e a graça de Cristo.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conceituar a doutrina do pecado.
  • Explicar as conseqüências do pecado.
  • Descrever a universalidade do pecado.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

A doutrina do pecado, chamada de Hamartiologia, se ocupa do estudo da origem, natureza e universalidade do pecado, conforme as Escrituras. O termo procede de duas palavras gregas: hamartia, traduzida por “pecado”, em At 3.19 e 1 Co 15.17, elogia, que significa em At 7.38 e Rm 3.2, “palavra”, “oráculo” ou “declaração”. Em sua origem, o pecado manifestou-se na criatura moral celeste, conforme Ez 28.1-19; Is 14.12-15; Jo 8.44; 1 Jo 3.8,12. Mais tarde, Adão, como representante da raça humana, também sucumbiu diante do pecado, sujeitando todos os seus descendentes aos aguilhões do mal moral; tornando-o, portanto, universal a todas criaturas racionais, e afetando até mesmo a criação (Gn 3; Sl 14; Rm 1. 18-32; 3.23; 5.12-21; Rm 8.20-23). A natureza do pecado é descrita mediante diversos vocábulos hebraicos e gregos designados pelas Escrituras: hattā’â — pecado; errar o alvo (Gn 4.7); pesha‘ — revolta contra o padrão; transgredir (Gn 50.17); anomia — pecado; sem lei (Rm 6.19); asebeia — impiedade; falta de reverência (Rm 1.18).

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, a Bíblia usa diversas palavras para descrever a natureza do pecado. Tanto no hebraico quanto no grego, os vocábulos são usados em textos que revelam a sutileza e a variedade de atos considerados pecados pela Escritura. O emprego de vários termos para descrever o pecado e a natureza do mesmo, revela não apenas a multiplicidade de pecados existentes, mas também a universalidade deles, pois mesmo àqueles que se consideram moral ou socialmente bons, cometem outros tipos de pecados, às vezes, tolerado pela sociedade, mas condenados pela Escritura. Portanto, usaremos como recurso para esta lição, uma tabela com alguns termos hebraicos e gregos que descrevem a natureza do pecado. Esta tabela pode ser usada no tópico I, subtópico 3: “Definição bíblica”.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

“O pecado não é um brinquedo — é um tirano”. A afirmação de J. Blanchard, além de explicitar a natureza do pecado, adverte-nos severamente: embora o pecado seja considerado um mero folguedo pelos que zombam de Deus e de sua Palavra, pode lançar-nos no inferno se não o vencermos pelo sangue de Cristo.

Nesta lição, estudaremos a doutrina do pecado: origem, natureza, conseqüências. Mostraremos ainda que, apesar de seu império, curva-se ele ante o sacrifício do Calvário.

 

 

I. O QUE É O PECADO

 

1. Definição etimológica. Tanto em hebraico como no grego, a palavra pecado traz esta conotação: errar o alvo. Veio o Todo-Poderoso e ordenou ao homem: “Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda” (Is 30.21). Mas o ser humano, ao desprezar a recomendação divina, pôs-se a trilhar a senda da rebelião, errando assim o alvo que lhe propusera o Criador: servi-lo na beleza de sua santidade.

2. Definição teológica. O pecado pode ser definido, teologicamente, como a transgressão deliberada e voluntária das leis estabelecidas por Deus.

3. Definição bíblica. Em 1 João 3.4, temos uma definição, embora pequena, essencial e completa: “O pecado é iniqüidade”.

 

 

II. A POSSIBILIDADE DO PECADO

 

1. O pecado de Satanás. Em 1 João 3.8, escreve João que o Diabo peca desde o início; ele jamais se firmou na verdade (Jo 8.44). Dotado de livre-arbítrio, o mais excelso e maravilhoso dos anjos, conhecido também como querubim ungido, envaideceu-se até que, em si, foi achada iniqüidade (Ez 28.15). Seu pecado é conhecido também como a “condenação do diabo” (1 Tm 3.6).

2. O livre-arbítrio do homem. Dotado de livre-arbítrio e menosprezando a recomendação divina, o homem apostatou-se contra o seu Criador, pensando que, assim, seria tão sábio e perfeito quando Deus. Todavia, ao invés da onisciência, veio a adquirir uma consciência culpada e envergonhada pelo pecado (Gn 3.9-11).

3. A tentação. Foram nossos primeiros genitores tentados pela concupiscência dos olhos, pela concupiscência da carne e pela soberba da vida (1 Jo 2.16). Eva, vendo que o fruto da árvore era bom para se comer (concupiscência da carne), agradável aos olhos (concupiscência dos olhos) e desejável para dar entendimento (soberba da vida), o tomou, o comeu e ainda ofereceu ao seu marido (Gn 3.6). O ciclo da queda estava completo. O que era tentação torna-se, agora, transgressão da Lei de Deus.

4. O agente tentador. Por que Satanás tentou Adão e Eva? Por devotar-lhes intenso e implacável ódio. Assevera o Senhor Jesus que o Diabo é homicida desde o princípio (Jo 8.44). Tivera ele permissão, mataria o homem ali mesmo, no Éden. Como não pôde fazê-lo, induziu Adão a revoltar-se contra o Senhor. Nesta sanha, não mediu esforços para arruinar nossos pais. Usando a serpente para levar Eva ao pecado (2 Co 11.3), ato contínuo, induziu a esta a instigar o homem à rebelião contra o Criador (1 Tm 2.14). Leia com atenção Gênesis 3.

 

 

III. A UNIVERSALIDADE DO PECADO

 

1. Os gentios. Paulo enfoca a universalidade do pecado no mundo greco-romano, garantindo que a mais brilhante civilização da história era, na verdade, uma abominação contra o Senhor (Rm 1.23-27).

2. Os judeus. Em seguida, o apóstolo trata da apostasia dos judeus, mostrando estarem eles tão comprometidos com o pecado quanto os gentios (Rm 2.17-23).

3. A universalidade do pecado. No capítulo três, o apóstolo é obrigado a concluir: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Por conseguinte, não há nação, por mais adiantada ou por mais atrasada, que não possua uma clara noção de pecado.

 

 

IV. AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO

 

Vejamos, pois, as conseqüências do pecado.

1. No homem. Colocado por Deus no Éden para que o lavrasse, o homem não pode considerar o trabalho como se fora uma maldição. Devido ao pecado, porém, tornar-se-lhe-ia o trabalho mui penoso (Gn 3.17-19).

2. Na mulher. Por causa de sua desobediência, a mulher muito sofreria em sua mais sublime missão: dar à luz filhos (Gn 3.16).

3. Na natureza. Não fora o pecado, a natureza seria harmônica e benfazeja em todos os sentidos. Assevera Paulo que a criação geme em conseqüência da transgressão adâmica (Rm 8.20-22).

4. No relacionamento com Deus. Em conseqüência do pecado, foi o homem expulso do Éden e perdeu a comunhão que desfrutava com o Senhor (Is 59.2). Sem Cristo, não passamos de filhos da ira (Ef 2.3).

5. O salário do pecado é a morte. Além de causar a morte espiritual, o pecado leva à morte física (Gn 2.17; Rm 6.23); e caso persista o homem em seus delitos, haverá de experimentar a segunda morte: o lago de fogo (Ap 21.8).

 

 

CONCLUSÃO

 

Na Bíblia, encontramos não poucos exemplos de homens que conheciam a Deus e com Ele andavam. No entanto, por falta de vigilância, acabaram por pecar contra o Senhor. Haja vista Davi. Tais exemplos nulificam o que João escreveu? De forma alguma. O que o apóstolo procura mostrar é que, na vida de quem ama a Deus, o pecado não é um hábito; é um lamentável e triste acidente. O versículo 6 poderia ser também assim traduzido: “O que nEle permanece, não vive na prática do pecado”.

 

VOCABULÁRIO

 

Antídoto: Medicamento usado para frustrar a ação de um veneno.
Asseverar: Afirmar com certeza, segurança; assegurar; dar como certo; certificar; atestar.
Benfazejo: Que faz o bem; caritativo.
Hipótese: Suposição, conjetura; Suposição duvidosa, mas não improvável, relativa a fenômenos naturais, pela qual se antecipa um conhecimento, e que poderá ser posteriormente confirmada direta ou indiretamente.
Nulificar: Anular; tornar nulo; invalidar.
Sanha: Ira, ódio, rancor, fúria.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

LEITE FILHO, T. G. O homem em três tempos. RJ: CPAD, 1997.
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2005.
HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996.
OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. RJ: CPAD, 2003.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é o pecado de acordo com 1 Jo 3.4?

R. O pecado é iniqüidade.

 

2. Quais os três tipos de pecados mencionados em 1 Jo 2.16?

R. Concupiscência da carne, dos olhos e soberba da vida.

 

3. O que você entende por universalidade do pecado?

R. Que todos os homens são pecadores.

 

4. Quais as conseqüências do pecado?

R. Morte, trabalho penoso, multiplicação da dor no parto, etc.

 

5. Quem foi o agente tentador no Éden?

R. Satanás.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“Classes de Pecado

Diante do perdão de Deus, não podemos dizer que os pecados estão divididos em classes. No entanto, para nossa própria compreensão deles, podemos admitir que, assim como todos os edifícios e casas não são do mesmo tamanho, assim também os nossos pecados são de diferentes tipos.

1. Pecados de debilidade e de presunção. Pecados de debilidade são aqueles que têm a atenuante de serem produtos da precipitação no juízo, ou de pouca energia na vontade, apesar de revelarem corrupção e desordem. Os de presunção são os que resultam da premeditação e de uma vontade a serviço da injustiça (Sl 19.12,13; Is 5.18; Ml 7.2,3; Gl 3.1; Ef 4.14).

2. Pecados de comissão e de omissão. É comum a pessoa se preocupar mais em não fazer o mal do que em fazer o bem. No entanto, para Deus os dois pecados têm a mesma implicação. Observemos, no entanto, que, enquanto no Decálogo a maior parte das proibições começa com um não, no Novo Testamento a ênfase é a de fazer o bem: Jo 13.34,35; 15.17. Em Mateus 25.41-46, no grande julgamento, são mencionados cinco pecados de omissão.

3. Pecados sociais. O pecado é a infidelidade no cumprimento de nossas responsabilidades diante de Deus, e uma das que as Escrituras apresentam é a que se refere à prática da justiça e retidão entre os homens: Gn 39.9; Dt 24.15; 2 Rs 18.14; Êx 23.7. Também os profetas denunciavam a falta de justiça e a opressão que havia entre o povo, que significavam rebelião contra Deus.

4. Pecados contra o Espírito Santo. Em Mateus 12.32 e Lucas 12.10, temos referências ao pecado contra o Espírito Santo. É imperdoável porque não significa apenas falar contra o Espírito Santo (Hb 6.4-6; 10.26-29), mas também atribuir maliciosamente a poderes malignos o que é realizado pelo poder do Espírito Santo. É uma obstinada resistência à clara manifestação do Espírito da graça”.

(LEITE FILHO, T. G. O homem em três tempos. 3.ed., RJ: CPAD, 1997, p.114-5.)

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 9: Salvação, o plano de Deus para a redenção humana

Data: 26 de Novembro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A salvação oferecida por Deus, através de Cristo, é amorosamente inclusiva: contempla todos os seres humanos e não apenas um grupo ou nação.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - At 4.12

A salvação é obtida somente em nome de Jesus.

 

 

 

Terça - Rm 1.16

O Evangelho é poder de Deus para a salvação.

 

 

 

Quarta - Rm 13.11

A salvação está mais perto de nós do que quando aceitamos a fé.

 

 

 

Quinta - 2 Co 6.2

Eis o tempo aceitável, eis o tempo de salvação.

 

 

 

Sexta - 1 Ts 5.9

Deus não nos destinou para a ira, mas para a salvação.

 

 

 

Sábado - 2 Tm 3.15

Sábios para a salvação.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

João 3.14-21.

 

14 - E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,

15 - para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

17 - Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

18 - Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

19 - E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.

20 - Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.

21 - Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, a doutrina da salvação não deve ser apenas compreendida. É necessário que seja experimentada pelos seus alunos. Conhecer os profundos e confortadores ensinos concernentes à redenção é um bálsamo para o peregrino cristão. No entanto, o conhecimento teórico de pouco adianta se a obra salvífica de Cristo não for experimentada. Portanto, ministre a lição com objetividade, conhecimento da doutrina e amor pela conversão e salvação de seus alunos.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conceituar a doutrina da salvação.
  • Descrever os objetivos da graça.
  • Explicar a predestinação bíblica.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

A doutrina da salvação, chamada de Soteriologia, ocupa-se do estudo do plano salvífico (Ef 1.3-14), da obra de Cristo (Rm 3.24-26), e da aplicação da salvação ao homem (Ef 2.8-10), de acordo com a Escritura. O termo procede do grego sōtēria, traduzido por “salvação”, “libertação” e “preservação”. Nos textos de Lc 1.69,71 e Hb 11.7, o vocábulo é usado com o sentido de “livrar ou preservar de um perigo eminente”. A palavra equivalente usada no Antigo Testamento é yeshû‘â (o nome Jesus no grego, procede desse termo hebraico, Mt 1.21), isto é, “salvação”, “livramento”. O termo hebraico é usado, em Gn 49.18, como referência à salvação do Senhor (ver Dt 32.15; 1 Sm 12.1), e, em Ez 37.23, com o significado de “livrar” dos pecados. Portanto, salvação, quer no Antigo ou Novo Testamento, significa libertação, livramento ou preservação de um perigo eminente.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, antes que o homem pudesse pensar em Deus, ele já estava presente no pensamento de Deus. A Escritura em inúmeras passagens atribui a salvação a uma ação e iniciativa completamente divina: Deus elege, predestina e chama (Ef 1.4,5,18; 2.8-10; Rm 8.28-30; Fp 2.15,16; 2 Ts 1.11; Hb 3.1; 2 Pe 1.10). No entanto, é necessário que o homem responda positivamente a vocação celeste: recebendo-o (Jo 1.12), crendo (Jo 3.16), indo ao encontro dEle (Jo 6.37), invocando-o (Rm 10.13), entre outros. A obra inicial do Espírito Santo, a fim de que o pecador seja salvo, é convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Portanto, há um completo envolvimento da deidade e do homem na salvação. O gráfico a seguir representa esses conceitos. Apresente aos alunos após o tópico III.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Afirma Matthew Henry que a nossa “salvação é tão bem projetada, tão bem harmonizada, que Deus pode ter misericórdia dos pobres pecadores e estar em paz com eles, sem nenhum prejuízo de sua verdade e justiça”. Quem há de contestar o irmão Henry? Certo teólogo, aliás, chegou a declarar que o Plano de Salvação é tão eterno quanto o próprio Deus.

Neste domingo, veremos o que a Bíblia ensina acerca da salvação; é um tema que se estende do Gênesis ao Apocalipse.

 

 

I. O QUE É A SALVAÇÃO

 

1. Definição etimológica. Na língua original do Novo Testamento, a palavra sōtēria, além de salvação, traz as seguintes significações: “libertação de um perigo eminente. Livramento do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com Deus” (Dicionário Teológico).

2. Definição teológica. Doutrina segundo a qual, Deus, em seu insondável amor, ofereceu o seu Unigênito para salvar pela graça, por intermédio da fé, os que o aceitam como o único e suficiente Salvador (Ef 2.8-10). A salvação é amorosamente inclusiva; contempla a humanidade por inteiro, visto que todos nós, em Adão, caímos no pecado pela transgressão da Lei de Deus; logo: todos precisamos ser resgatados por Cristo. Ler Rm 5.12,17,18; Gl 4.4,5; Is 43.27.

 

 

II. A GRAÇA DE DEUS NA SALVAÇÃO DO HOMEM

 

Agostinho realça a doutrina da graça divina: “A graça de Deus não encontra homens aptos para a salvação, mas torna-os aptos a recebê-la”. Nesta admirável definição, temos a essência do que é e do que representa a graça de Deus.

1. Definição etimológica.Tanto a palavra hebraica hessed, quanto a grega charis, trazem a idéia de favor imerecido. Esta é a mais universal e clássica definição de graça.

2. Definição teológica. A graça, portanto, é o favor imerecido que Deus, gratuitamente, concede à raça humana, capacitando-nos a compreender, a aceitar e a usufruir, de imediato, das bênçãos do Plano de Salvação (Ef 2.8,9).

3. Objetivos da graça de Deus. A graça tem por objetivos: 1) salvar o homem da condenação do pecado; e 2) restringir a ação deste, levando o ser humano a viver nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Rm 5.2; Ef 2.8). A graça é operada mediante a fé.

 

 

III. ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO

 

Conforme Efésios 1.4,5, a eleição (v.4) precede a predestinação (v.5) que, embora infinita e insondável, não é a salvação em si. A predestinação é “para a salvação” (2 Ts 2.13), a fim de sermos filhos de adoção (Ef 1.5)

1. Eleição (Ef 1.4,5). Antes mesmo de o Universo ter sido criado, nós já havíamos sido eleitos por Deus para usufruir plenamente da salvação. Leia também 1 Pe 1.1,2.

2. Predestinação. O apóstolo afirma que fomos não somente eleitos, mas igualmente predestinados à vida eterna (Ef 1.5).

Isto não significa, porém, que Deus tenha amado apenas uma parte da raça humana; amou-a por completo. Pois a promessa do Salvador foi feita em primeiro lugar a Adão — o pai de todas as famílias da Terra e representante de toda a humanidade (Gn 3.15). Portanto, basta o homem receber a Cristo para desfrutar, de imediato, dos benefícios da eleição e da predestinação. Em sua presciência, Deus elegeu, em seu Filho, aqueles que, aceitando o Evangelho, experimentam o milagre da regeneração.

 

 

IV. A REGENERAÇÃO

 

Neste tópico, entraremos a ver por que a regeneração é tão importante à união do ser humano com Deus. Vejamos, pois, o que é a regeneração?

1. Definição etimológica. A palavra regeneração significa gerar de novo, nascer outra vez.

2. Definição teológica. A regeneração é a obra fundamental e instantânea de Deus que concede gratuitamente ao pecador uma nova vida espiritual através dos méritos de Cristo. É a natureza divina operando no crente por intermédio da ação do Espírito Santo (2 Pe 1.1-5).

3. A necessidade da regeneração. É necessária para se entrar no céu (Jo 3.3); para se resistir ao pecado (1 Jo 3.9); para se ter uma vida de retidão (1 Jo 2.29).

 

 

V. A JUSTIFICAÇÃO

 

1. Definição etimológica. A palavra justificação é oriunda do hebraico tsādēq e do grego dikaios. Significa, declarar justo pelos méritos de Cristo.

2. Definição teológica. Justificação é um termo forense e traz esta rica conotação: declarar alguém justo, como se este jamais houvera cometido quaisquer iniqüidades. Logo: é mais do que absolvição; é colocar o pecador arrependido no lugar de justo.

3. Benefícios da justificação. Estes são alguns dos benefícios da justificação: 1) um novo relacionamento com a Lei (At 13.39); 2) um novo relacionamento com Deus (Rm 5.1,9); uma nova concepção sobre a própria culpa (Rm 8.33); uma nova perspectiva quanto ao futuro (Tt 3.7).

 

 

VI. A ADOÇÃO

 

Antes de aceitarmos a Cristo, éramos apenas criaturas; agora, co-herdeiros de Cristo Jesus com pleno acesso a todas as bênçãos que, nEle, reservou-nos o Pai Celeste (Ef 1.13; 1 Co 3.21). A adoção, portanto, é uma das mais belas e confortadoras doutrinas da Bíblia.

1. Definição etimológica. A palavra adoção, considerada literalmente, significa colocar na posição de filho.

2. Definição teológica. No Novo Testamento, o vocábulo descreve o ato pelo qual Deus recebe, como filho, alguém que, legal e espiritualmente, não desfruta do direito de tê-lo como Pai. A partir desse momento, passa esse alguém, mediante o sacrifício de Cristo no Calvário, a desfrutar de todos os privilégios que Deus preparou àqueles que aceitam a Cristo como único e suficiente Salvador. O termo adoção encontra-se apenas nas epístolas paulinas (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5).

3. Os privilégios da adoção. Adotado por Deus, o crente é considerado como filho do Pai Celeste (1 Jo 3.2); como irmão de Jesus (Hb 2.11); como herdeiro dos céus (Rm 8.17). De igual modo, é libertado do medo (Rm 8.15) e desfruta de segurança e certeza de vida eterna (Gl 4.5,6).

 

 

VII. A SANTIFICAÇÃO

 

A doutrina da santificação é uma das mais negligenciadas de nosso púlpito. Apesar disso, sua validade e reivindicações continuam tão eloqüentes hoje como nos tempos bíblicos. O que é, todavia, a santificação?

1. Definição etimológica. A palavra santificação, nos seus dois principais termos das Sagradas Escrituras (qōdesh, no A.T., e hagiazō, no N.T.), significam: separação do mundo e consagração a Deus.

2. Definição teológica. Tendo por base a graça divina, a santificação leva o crente a separar-se do mundo, de sua filosofia de vida e de suas vis concupiscências, a fim de consagrar-se totalmente a Deus e ao serviço de seu Reino.

3. A santificação é um processo. Se a regeneração é um ato instantâneo, a santificação é um processo, através do qual o homem, continuamente, torna-se, pela ação do Espírito Santo, mais parecido com Deus (Pv 4.18; Fp 3.12-14; 2 Co 3.18).

4. Os propósitos da santificação. Levar o homem a identificar-se com o seu Criador (Lv 19.2; Gl 2.19) e constranger o homem a dedicar-se ao serviço de Deus (Êx 19.6).

5. Os meios da santificação. Estes são os meios através dos quais Deus opera, em nós, a santificação: a Palavra (Jo 17.17); o sangue de Jesus (Hb 13.12); o Espírito Santo (2 Ts 2.13); a fé em Deus (At 26.18).

 

 

CONCLUSÃO

 

Como é maravilhoso experimentar a salvação em Cristo Jesus! Todavia, o melhor está por vir. Quando Ele voltar para buscar a sua Igreja, haveremos de experimentar a salvação em toda a sua plenitude. Conforme ensina o apóstolo Paulo, os salvos seremos transformados num abrir e fechar de olhos ante o toque da última trombeta. E, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Aleluia! Você já experimentou a salvação? Aceite a Cristo imediatamente.

 

VOCABULÁRIO

 

Depositário: Aquele que recebe em depósito.
Forense: Respeitante ao foro judicial; judicial.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. 7.ed., RJ: CPAD, 2003.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é a doutrina da salvação?

R. Doutrina segundo a qual Deus ofereceu o seu Unigênito para salvar os que o aceitam como o único e suficiente Salvador.

 

2. Qual a definição teológica do termo graça?

R. O favor imerecido que Deus concede à raça humana.

 

3. O que é a regeneração?

R. Obra instantânea de Deus que concede ao pecador uma nova vida espiritual.

 

4. O que é a justificação?

R. Declarar alguém justo, como se este jamais houvera pecado.

 

5. O que é a adoção?

R. Ato pelo qual Deus recebe, como filho, alguém que, legal e espiritualmente, não desfruta do direito de tê-lo como Pai.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

O Alcance da Salvação

1. A salvação é para o mundo inteiro. Através do sacrifício perfeito de Cristo, todos os habitantes da Terra foram representados, e os seus pecados foram potencialmente perdoados. Cristo ‘é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro’ (1 Jo 2.2).

2. A salvação é para os que crêem. Apesar de Cristo haver morrido pelos pecados do mundo inteiro, há um sentido em que a expiação é uma provisão divina feita especialmente por aqueles que crêem. Paulo apresenta Jesus Cristo como o ‘Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis’ (1 Tm 4.10). Deste modo, apesar de a salvação estar à disposição de toda a humanidade, de forma experimental ela se aplica exclusivamente àqueles que crêem.

3. Alguns abandonarão a salvação. A Bíblia dá a entender que muitos daqueles pelos quais Cristo morreu, aceitarão a sua provisão salvadora, mas depois abandonarão, perdendo com isto o direito à vida eterna [...]”.

(OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. 7.ed., RJ: CPAD, 2003, p.217-8.)

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 10: Igreja, o corpo espiritual de Cristo

Data: 03 de Dezembro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos, à universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus” (Hb 12.22,23).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A Igreja de Cristo não é uma simples organização; e, sim: um organismo vivo que, no poder do Espírito Santo, manifesta o Reino de Deus a um mundo que jaz no maligno.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Mt 16.18

Cristo anuncia a fundação da Igreja.

 

 

 

Terça - Ef 1.22

Cristo é o cabeça da Igreja.

 

 

 

Quarta - Ef 3.10

A Igreja revela agora a multiforme sabedoria de Deus.

 

 

 

Quinta - 1 Tm 3.15

A Igreja é a coluna e firmeza da verdade.

 

 

 

Sexta - Hb 12.23

A Igreja é a universal assembléia dos santos.

 

 

 

Sábado - Ap 3.20

A Igreja é o castiçal de Deus.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

MATEUS 18.13-20.

 

13 - E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?

14 - E eles disseram: Uns, João Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas.

15 - Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?

16 - E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.

17 - E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.

18 - Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

19 - E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

20 - Então, mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.

 

PONTO DE CONTATO

 

Prezado professor, o termo “igreja” na Antigüidade, referia-se a um grupo de pessoas que se reuniam para deliberar a respeito dos assuntos legislativos e políticos das cidades. Geralmente, essas assembléias eram abertas com orações e sacrifícios às divindades locais. Era concedido, a cada cidadão que desejasse, o direito de se pronunciar ou propor assuntos para o debate. No entanto, o termo era comum entre os gregos para designar qualquer reunião ou assembléia. Com a ascensão do cristianismo, a palavra começou a ser empregada em sentido mais específico, isto é, a igreja do Deus vivo.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conceituar a doutrina da igreja.
  • Descrever a missão da igreja.
  • Distinguir a igreja universal da igreja local.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Eclesiologia é a disciplina da Teologia que estuda a igreja, sua fundação, símbolos e missão, conforme as Escrituras. O vocábulo igreja é formado por duas palavras gregas: pelo prefixo ek, isto é, “a partir de”, “de dentro de” ou “para fora de”; e,klēsis, que significa “chamada”, “convocação”, “convite”. Literalmente quer dizer “chamados para fora”. Em Atos 19.39, ekklēsia é uma “assembléia reunida para fins políticos”; em Atos 7.38 é a congregação ou assembléias dos israelitas, mas em 1 Co 11.18, uma congregação cristã. O termo ainda é usado para designar um “grupo local de cristãos” (Mt 18.17; At 5.11; Rm 16.1,5); a Igreja universal à qual todos os servos de Cristo estão ligados (Mt 16.18; At 9.31; 1 Co 12.28; Ef 1.22); e a Igreja de Deus ou de Cristo (1 Co 10.32; 1 Ts 2.14; Rm 16.16).

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, a Igreja é um organismo vivo, santo, dinâmico e ligado à cabeça, Cristo (Ef 1.22,23). A igreja, portanto, vive em duas dimensões: espiritual e social. Na dimensão espiritual, a igreja é universal, um organismo vivo, o corpo místico de Cristo; mas na esfera social, ela é local, uma organização, uma agremiação de pessoas ligadas a um sistema de crenças. Como recurso didático para esta lição, use a tabela que distingue a igreja universal da igreja local. Reproduza a tabela e a use no tópico V.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

“A Igreja é a herdeira da cruz”. Esta declaração de Thomas Adams, além de realçar a importância e a natureza da Igreja de Cristo, deixa bem claro: a Igreja não surgiu de um projeto humano, mas do próprio Senhor.

 

I. O QUE É A IGREJA

 

Como definir a Igreja? William Gurnall assim o faz: “A Igreja não é nada mais do que Cristo manifestado”. Como seus representantes, devemos nos empenhar em ter uma vida santa e irrepreensível, a fim de que os homens, ao ver a nossa conduta, venham a glorificar a Cristo — o cabeça da Igreja.

1. Definição etimológica. A palavra igreja vem do hebraico qāhāl; e do grego ekklēsia. Ambas as palavras, do texto sagrado, carregam o mesmo significado: reunião pública, ou assembléia regularmente convocada, cujo objetivo é congregar-se para deliberar sobre o bem comum.

2. Definição teológica. Igreja é o conjunto daqueles que, aceitando a Cristo pela fé, são imediatamente agregados em seu corpo espiritual como sua possessão, a fim de testemunhar acerca do Evangelho.

O mesmo termo é aplicado ao ajuntamento dos fiéis num determinado lugar para adorar a Deus. Com o tempo, a palavra passou a designar o lugar de reunião dos crentes.

 

II. A FUNDAÇÃO DA IGREJA

 

Quando exatamente foi a Igreja fundada? Com o nascimento de Cristo? Com a declaração de Pedro em Cesaréia? Ou com a ressurreição de Nosso Senhor? Embora a Igreja sempre houvesse sido uma realidade na presciência de Deus, ela só passou a existir com o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes (Ef 3.8-11).

 

III. OS FUNDAMENTOS DA IGREJA

 

1. A Palavra de Deus. Solidamente fundamentada na Palavra de Deus, a Igreja não é uma invenção dos discípulos, mas o maior projeto de Deus. O Antigo Testamento revela que, em Cristo, todas as nações haveriam de se congregar em Deus (Gn 12.1-3; Ag 2.7). O fundamento maior da Igreja é, sem dúvida alguma, a Palavra de Deus (1 Co 3.10; Ef 3.5; 2 Pe 3.15-17).

2. A Declaração de Cesaréia. Em Mateus 16, deparamo-nos com uma das mais concorridas passagens da Bíblia. Os católicos, buscando alicerçar a autoridade papal, afirmam ser Pedro a pedra a que se refere o Senhor Jesus. Já os protestantes asseveram: a pedra em questão não é o apóstolo, mas a declaração que este, inspirado pelo Espírito Santo, fez a respeito da messianidade do Nazareno. Aliás, o próprio apóstolo Pedro afirma que a pedra é Cristo (1 Pe 2.4-8).

 

IV. A MISSÃO DA IGREJA

 

1. Glorificar a Deus. No Sermão da Montanha, exorta-nos o Cristo a agirmos de tal forma, a fim de que os homens glorifiquem ao Pai Celeste (Mt 5.16).

2. Ser habitação do Espírito Santo (1 Co 6.19). A Igreja é o templo espiritual de Deus; nela habita o Espírito de Deus. Os que a procuram, têm de saber que Deus, de fato, está entre nós (1 Co 14.25).

3. Tornar conhecida a sabedoria de Deus. Através da exposição das Sagradas Escrituras, pode a Igreja demonstrar quão superior é a sabedoria divina (Ef 3.10,11).

4. Proclamar o Evangelho. A principal missão da Igreja acha-se mui clara no texto da Grande Comissão (Mt 28.18,19).

5. Edificar seus membros na Palavra. Através da Palavra de Deus vai a Igreja edificando os seus membros (Ef 4.11-13).

 

V. OS MEMBROS DA IGREJA

 

A Igreja é composta pelos salvos por Cristo oriundos de todas as nacionalidades.

1. Os judeus. Embora os primeiros cristãos fossem de origem judaica, não tiveram estes a primazia absoluta na Igreja, conforme o demonstra Pedro (At 10.34).

2. Os gentios. Considerados pelos judeus como cachorrinhos (Mt 15.26), por estarem alijados da comunidade de Israel (Ef 2.12), foram os gentios admitidos à família dos santos com pleno acesso às bênçãos espirituais.

3. A Igreja de Deus. Formada por judeus e gentios, a Igreja de Deus é vista como a Universal Assembléia dos Santos (Hb 12.22-24).

 

VI. AS ORDENANÇAS DA IGREJA

 

1. Definição teológica. Por constituírem em ordenações explícitas de Nosso Senhor à sua Igreja, assim são denominados o batismo em água e a santa ceia.

2. O batismo. Constitui o batismo um símbolo da morte e ressurreição de Cristo. Através do batismo, realizado por imersão e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.18,19), o novo convertido declara publicamente haver aceitado de forma plena, pela fé, o sacrifício de Cristo. De igual modo, testemunha já haver morrido para o mundo e, agora, ressuscitado espiritualmente, vive em novidade de vida (Rm 6.4).

3. Santa Ceia. É a Santa Ceia a segunda ordenança observada pela Igreja (Mc 14.12-26). Seus elementos: o pão e o vinho, simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Cristo oferecidos em resgate da humanidade (1 Co 11.24,25).

Contém a Santa Ceia duas mensagens centrais:

a) Memorial: leva-nos a recordar o sacrifício vicário de Cristo.

b) Profética: alerta-nos quanto à vinda de Nosso Senhor Jesus para buscar a sua Igreja (1 Co 11.26).

 

CONCLUSÃO

 

O destino da Igreja é mui glorioso, conforme as Sagradas Escrituras. Ler Jo 14.2,3; Ef 5.27. Além de sua beleza e distinção no presente, será ela, quando da volta do Senhor, revestida de inefável glória, uma glória, aliás, que somente Jesus pode conceder-nos. Se lermos com atenção os dois últimos capítulos de Apocalipse, seremos constrangidos a orar e a jejuar, a fim de que venhamos desfrutar de tudo quanto Ele preparou-nos na cruz. Se com o Senhor, hoje sofremos; com o mesmo Senhor haveremos de ser glorificados. Resta-nos, pois, suplicar: Maranata: “Ora vem, Senhor Jesus”.

 

VOCABULÁRIO

 

Alijar: Apartar de si; desembaraçar-se, desobrigar-se.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2005.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é a Igreja?

R. É o conjunto daqueles que, aceitando a Cristo, são agregados em seu corpo espiritual.

 

2. Quem pode fazer parte da Igreja?

R. Todos os salvos por Cristo.

 

3. Quais as duas ordenanças da igreja?

R. O batismo e a Santa Ceia.

 

4. Quando a Igreja foi fundada?

R. Com o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes.

 

5. Quais as duas mensagens centrais da Santa Ceia?

R. Recordar o sacrifício de Cristo e alertar quanto à vinda de Jesus.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsidio Teológico

 

“A Igreja (Ekklēsia) de Deus é um povo tirado do mundo.

O mais importante na estrutura da Igreja e que lhe dá a razão de ser e de existir é que ela seja realmente constituída de um povo que, de acordo com as palavras de Jesus, tenha sido tirado do mundo (Jo 15.19). Essa realidade é evidenciada, de modo claro, pela própria palavra que o Novo Testamento usa, em sua língua original (grego), ‘para igreja’ — ekklēsia. Essa palavra é composta de duas outras: ek e klēsisEk significa ‘para fora’, e klēsis, ‘chamado’. Ekklēsia e usada no Novo Testamento 115 vezes [...].

1) Comunidade grega. É usada três vezes para expressar uma assembléia de comunidade grega, tanto legal (At 19.39), como ilegal (At 19.32,40) [...].

2) Israel. É usada duas vezes para designar o Israel de Deus no Antigo Testamento (At 7.38; Hb 2.12), exprimindo, assim, como Deus chamou a Israel dentre os povos para ser um povo seu (Dt 7.6-8)”.

(BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005, p.214.)

 

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 11: A Bíblia, a inspirada e inerrante Palavra de Deus

Data: 10 de Dezembro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Tm 3.16,17).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A Bíblia é a inspirada, inerrante, infalível, completa e soberana Palavra de Deus.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - 2 Tm 3.16,17

A Bíblia é divinamente inspirada.

 

 

 

Terça - Pv 30.5

A Bíblia é absolutamente inerrante.

 

 

 

Quarta - Mc 13.31

A Bíblia é infalível.

 

 

 

Quinta - Is 8.20

A Bíblia é soberana.

 

 

 

Sexta - Sl 19.7

A Bíblia é perfeita.

 

 

 

Sábado - 2 Tm 3.15

A Bíblia é suficiente em si mesma.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

2 Timóteo 3.10-17.

 

10 - Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência,

11 - perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou.

12 - E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.

13 - Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.

14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.

15 - E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.

16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça,

17 - para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, você sabe quando surgiu o Dia da Bíblia? Acredita-se que tenha surgido na Grã Bretanha, em 1549. Atribui-se ao Bispo Cranmer, o estabelecimento de um dia especial para leitura e intercessão em favor da Bíblia. Esse bispo incluiu, no livro de orações do Rei Eduardo VI, um dia em que o povo pudesse interceder pela Escritura. O dia escolhido foi o segundo domingo do mês de dezembro. No Brasil, somente após a chegada dos missionários europeus e americanos, em 1859, é que o Dia da Bíblia começou a ser celebrado pelos evangélicos. Em 1948, com a criação da SBB, ocorreu a primeira manifestação pública concernente ao Dia da Bíblia, no Monumento do Ipiranga, SP. Mas somente a partir do dia 19 de dezembro de 2001 é que o Dia da Bíblia tornou-se uma celebração oficial brasileira, em função da Lei n° 10.335, sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que instituiu a comemoração em todo o território nacional. Alguns países e seguimentos religiosos cristãos no Brasil, costumam celebrar a data no segundo domingo de setembro, referindo-se ao trabalho do exegeta e tradutor da Bíblia, Jerônimo, tradutor da famosa Vulgata.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir o termo Bíblia.
  • Explicar a inspiração divina da Bíblia.
  • Distinguir, concernente a Bíblia, a posição liberal da ortodoxa.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Bibliologia é a disciplina teológica que estuda o cânon, a formação, preservação, estrutura, inspiração e inerrância da Sagrada Escritura. O nome Bíblia, foi empregado pela primeira vez pelo patriarca de Constantinopla, João Crisóstomo (344-420), para indicar uma coleção de Livros Sagrados. No entanto, ha muitos outros nomes que encontramos no volume sagrado que designam a inspiração e origem divina desse livro: Lei do Senhor (Sl 1.1,2; Ed 7.10); Palavra de Deus (Mt 15.6; At 6.7); Livro do Senhor (Is 34.16); Oráculo de Deus (Rm 3.2; 1 Pe 4.11); Sagradas Letras ou Sagrada Escritura (2 Tm 3.16); Escritura (Mc 15.28; Lc 4.21). Esses e outros nomes são chamados de “nomes canônicos das Escrituras”.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, o atual formato da Bíblia, deve-se ao progresso da imprensa iniciada por Johann Gutemberg. No entanto, antes da evolução da imprensa, a Bíblia foi escrita em diversos materiais. Apresente aos alunos a tabela “Evolução da Bíblia”, logo abaixo.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Afirmou Thomas Browne que a Bíblia Sagrada, além de ser a Palavra de Deus, é a mais sublime obra literária já produzida. Somos constrangidos a concordar com Browne. Tudo nela é singular: estilo, correção, graça e proposta. Sua singularidade, porém, acha-se no fato de ela ser a Palavra de Deus. Que outro livro pode fazer semelhante reivindicação?

Embora produzida no contexto histórico e cultural judaico, ninguém haverá de negar-lhe a universalidade. É o único livro contemporâneo de toda a humanidade; sua mensagem não se perde com o tempo.

Nesta lição, estudaremos a Bíblia não propriamente como obra literária; estudá-la-emos como a Palavra de Deus. Se assim não a acolhermos, de nada nos adiantará exaltar-lhe as qualidades artísticas. Foi-nos ela entregue, a fim de que reconheçamos a Deus como o Ser Supremo por excelência e a seu Filho Unigênito como o nosso Salvador.

 

I. O QUE É A BÍBLIA

 

Neste tópico, veremos o que é a Bíblia Sagrada. Em primeiro lugar, buscaremos uma definição etimológica à palavra Bíblia. Em seguida, constataremos o que pensam os liberais, os neo-ortodoxos e os teologicamente conservadores acerca das Sagradas Escrituras.

1. Definição etimológica. Originária do grego, a palavra Bíblia significa livros ou coleção de pequenos livros. Atribui-se a João Crisóstomo a disseminação desse vocábulo.

2. Posição liberal. Os teólogos liberais, contaminados por um racionalismo incrédulo e pernicioso, não reconhecem a Bíblia como a Palavra de Deus. Perdendo-se em especulações, asseveram que ela apenas a contém. Infelizmente, muitos desses mestres e doutores têm-se infiltrado em seminários dantes conservadores e vêm, de maneira sutil, desviando os alunos da verdade.

3. Posição neo-ortodoxa. Reagindo contra o liberalismo teológico, ensinam os neo-ortodoxos que a Bíblia torna-se a Palavra de Deus à medida que alguém, ao lê-la, tem um encontro experimental com o Senhor. Apesar das aparências, tal posicionamento fere a santíssima fé (Jd v.20). A Bíblia não se torna a Palavra a Deus; ela é a Palavra de Deus.

Portanto, erram aqueles que afirmam: “A Bíblia fechada é um simples livro; aberta, é a boca de Deus falando”. Nada mais errado; aberta ou fechada, a Bíblia é a Palavra de Deus inspirada e inerrante.

4. Posição ortodoxa. Nós ortodoxos afirmamos que a Bíblia é a Palavra de Deus. Dessa forma, colocamo-la no lugar em que ela tem de estar: como a nossa suprema e inquestionável árbitra em matéria de fé e prática. Se a Bíblia o diz, é a nossa obrigação obedecê-la sem quaisquer questionamentos. Ela é soberana!

 

II. A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA

 

Matthew Henry, um dos maiores expositores das Sagradas Escrituras, é categórico ao referir-se à inspiração da Bíblia: “As palavras das Escrituras devem ser consideradas palavras do Espírito Santo”. Como não concordar com Henry? Basta ler a Bíblia para sentir, logo em suas palavras iniciais, a presença do Espírito Santo.

1. Definição etimológica. A palavra inspiração vem de dois vocábulos gregos: Theos, Deus; e pneustos, sopro. Literalmente significa: aquilo que é dado pelo sopro de Deus.

2. Definição teológica. “Ação sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores sagrados, que os levou a produzir, de maneira inerrante, infalível, única e sobrenatural, a Palavra de Deus — a Bíblia Sagrada” (Dicionário Teológico — CPAD).

3. Inspiração verbal e plenária da Bíblia. Doutrina que assegura ser a Bíblia, em sua totalidade, produto da inspiração divina. Plenária: todos os livros da Bíblia, sem qualquer exceção, foram igualmente inspirados por Deus. Verbal: o Espírito Santo guiou os autores não somente quanto às idéias, mas também quanto às palavras dos mistérios e concertos do Altíssimo (2 Tm 3.16).

A inspiração plenária e verbal, todavia, não eliminou a participação dos autores humanos na produção da Bíblia. Pelo contrário: foram eles usados de acordo com seus traços personais, experiências e estilos literários (2 Pe 1.21).

4. A inspiração da Bíblia é única. Além da Bíblia, nenhum outro livro foi produzido de igual forma; a Palavra de Deus é a obra-prima por excelência da raça humana.

 

III. A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

 

A melhor maneira de se compreender uma doutrina é buscar-lhe uma definição adequada. Sua conceituação, a partir daí, torna-se mais fácil e não pecará pela falta de clareza e objetividade. Vejamos, pois, de que forma haveremos de definir a doutrina da inerrância bíblica.

1. Definição etimológica. A palavra inerrância vem do vocábulo latino inerrantia e significa, literalmente, qualidade daquilo que não tem erro.

2. Definição teológica. A inerrância bíblica é a doutrina, segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de Deus (Sl 119.140). A Bíblia é inerrante tanto nas informações que nos transmite como nos propósitos que expõe e nas reivindicações que apresenta. Sua inerrância é plena e absoluta. Isenta de erros doutrinários, culturais e científicos, inspira-nos ela confiança plena em seu conteúdo (Sl 19.7).

 

IV. A INFALIBILIDADE DA BÍBLIA

 

Ao tratar da infalibilidade da Palavra de Deus, ousadamente expressou-se Carl F. Henry: “Há apenas uma única coisa realmente inevitável: é necessário que as Escrituras se cumpram”. O que isto significa? Simplesmente, que a Bíblia é infalível.

1. O que é a infalibilidade. É a qualidade, ou virtude, do que é infalível; é algo que jamais poderá falhar.

2. Definição teológica. Doutrina que ensina ser a Bíblia infalível em tudo o que diz. Eis porque a Palavra de Deus pode ser assim considerada: 1) Suas promessas são rigorosamente observadas; 2) Suas profecias cumprem-se de forma detalhada e clara (haja vista as Setenta Semanas de Daniel); 3) O Plano de Salvação é executado apesar das oposições satânicas. Nenhuma de suas palavras jamais caiu, nem cairá, por terra.

3. A Bíblia dá testemunho de sua infalibilidade. Leia com atenção as seguintes passagens: Dt 18.22; Dn 9.2; Mt 1.22; Mc 13.31; At 1.3.

 

V. A SUPREMACIA DA BÍBLIA EM MATÉRIA DE FÉ E PRÁTICA

 

“A autoridade da Bíblia não provém da capacidade de seus autores humanos, mas do caráter de seu Autor”. Foi o que afirmou J. Blanchard. Ora, se a autoridade da Bíblia é absoluta, como haveremos de questioná-la? Vejamos, em primeiro lugar, o que é a autoridade.

1. Definição etimológica. Oriunda do vocábulo latino autoritatem, esta palavra significa: Direito absoluto e inquestionável de se fazer obedecer, de dar ordens, de estabelecer decretos e, de acordo com estes, tomar decisões e agir a fim de que cada decreto seja rigorosamente observado.

2. Definição teológica. Poder absoluto e inquestionável reivindicado, demonstrado e sustentado pela Bíblia em matéria de fé e prática. Tal autoridade advém-lhe do fato de ela ser a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus.

3. Testemunho da Bíblia a respeito de sua autoridade. Leia as seguintes passagens: Is 8.20; 30.21; 1 Co 14.37.

 

CONCLUSÃO

 

Como filhos de Deus, não podemos afastar-nos jamais das Sagradas Escrituras; destas, todos dependemos vitalmente. Quanto mais as lermos, mais íntimos seremos de seu Autor. Tem você lido regularmente a Bíblia? Tem-na estudado todos os dias? Se você realmente deseja um avivamento, comece a ler com redobrado fervor o Livro dos livros. Sem a Bíblia não pode haver avivamento.

 

VOCABULÁRIO

 

Disseminação: Difusão, propagação, vulgarização.
Especulação: Investigação teórica; exploração.
Etimologia: Parte da gramática que trata da origem das palavras.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

CONFORT, P. W. (ed.) A origem da Bíblia. RJ: CPAD, 1998.
GILBERTO, A. A Bíblia através dos séculos. 14.ed., RJ: CPAD, 2003.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Qual o significado da palavra Bíblia?

R. Livros ou coleção de pequenos livros.

 

2. O que é a inspiração da Bíblia?

R. Ação sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores sagrados, que os levou a produzir de maneira inerrante, a Palavra de Deus.

 

3. O que é a inerrância da Bíblia?

R. Doutrina segundo a qual a Bíblia não contém quaisquer erros.

 

4. O que é a infalibilidade da Bíblia?

R. Doutrina que ensina ser a Bíblia infalível em tudo o que diz.

 

5. O que é a autoridade da Bíblia?

R. Poder absoluto e inquestionável reivindicado e sustentado pela Bíblia em matéria de fé e prática.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“A Bíblia.

A palavra ‘bíblia’ é derivada do latim, proveniente da palavra grega bíblia (livros), que diz respeito especificamente aos livros que são reconhecidos como canônicos pela Igreja cristã. Nesse sentido, acredita-se estar o uso cristão mais antigo da expressão ta bíblia (os livros) na epístola de 2 Clemente 2.14 (c.150 d.C). O vocábulo grego biblion (do qual bíblia é o plural) é o diminutivo debiblos, que na prática denota qualquer tipo de documento escrito, mas originalmente aquele que foi escrito em papiro.

Um termo sinônimo de ‘a Bíblia’ é ‘os escritos’ ou ‘as Escrituras’ (em grego hais graphaita grammata), freqüentemente usado no Novo Testamento para designar, no todo ou em parte, os documentos do Antigo Testamento. Por exemplo, Mateus 21.42 diz: ‘Nunca lestes nas Escrituras?’ (em tais graphais). A passagem paralela, Marcos 12.10, traz o singular, referindo-se ao particular texto citado: ‘Ainda não lestes esta Escritura’ (tem graphen tauten). Em 2 Timóteo 3.15, temos ‘as sagradas letras’ (ta hiera grammata), e o versículo seguinte (ARA) diz: ‘Toda Escritura é inspirada por Deus’ (pasa graphe theopneustos)” (BRUCE, F.F. A Bíblia. In CONFORT, P. W. (ed.) A origem da Bíblia. RJ: CPAD, 1998, p.13-4).

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 12: O arrebatamento da Igreja e as últimas coisas

Data: 17 de Dezembro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Sede vós também pacientes, fortalecei o vosso coração, porque já a vinda do Senhor está próxima... Eis que o juiz está à porta” (Tg 5.8,9).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A volta de Jesus não é uma hipótese teológica; é uma verdade bíblica inquestionável e infalível.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Ap 16.15

Jesus virá como o ladrão

 

 

 

Terça - Mc 13.35

Jesus virá inesperadamente

 

 

 

Quarta - Lc 18.8

Jesus virá num tempo de incredulidade

 

 

 

Quinta - Mt 25.5

Jesus virá quando muitos estiverem dormindo

 

 

 

Sexta - Lc 21.34

Jesus virá de improviso

 

 

 

Sábado - 1 Ts 4.16

Jesus virá ante o toque da última trombeta

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 Tessalonicenses 4.13-18.

 

13 - Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.

14 - Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele.

15 - Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.

16 - Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro;

17 - depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

18 - Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, Escatologia é a disciplina da Teologia que estuda os eventos futuros narrados nas Escrituras. O termo é proveniente de duas palavras gregas: eschatos, que tem o sentido de “último” numa sucessão, e, logia, “estudo” ou “tratado”. Como você já percebeu, o tema das últimas coisas é recorrente em Lições Bíblicas. Não se trata de mera repetição, mas de proclamação insistente e contínua de que Jesus breve virá.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir o termo arrebatamento.
  • Explicar como será o arrebatamento.
  • Distinguir o pré-milenismo do pré-tribulacionismo.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

O termo “arrebatado”, em 1 Tessalonicenses 4.17, refere-se ao supremo evento da primeira fase da segunda vinda de Cristo. A expressão “a encontrar o Senhor”, pode também ser traduzido “para um encontro com o Senhor”. “Encontro” era um termo técnico freqüentemente usado para descrever o encontro dos cidadãos com os reis ou generais, nalguma distância fora da cidade, a fim de os escoltarem a esta. Esse conceito nistonco descreve com muita propriedade o “encontro de Cristo com os santos”. No entanto, é o Rei que nos conduzirá à cidade celestial, para lá vivermos para todo o sempre.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, para esta lição, recomendamos um recurso didático denominado “Linha do Tempo ou da História”. Esse auxílio tem por objetivo principal, sintetizar fatos históricos relevantes. Ele indica passado, presente e futuro; tempo histórico e profético. Através de retas, intenta-se mostrar a relação de seqüência, causa e efeito de determinados eventos significativos. Com esse gráfico os alunos poderão visualizar os principais conceitos da lição.

Por isso, observe atentamente os ícones do gráfico e a relação destes com os textos que representam ou ilustram. Preste atenção nos fatos passados e sua relação de causa e efeito com o presente -tempo histórico. Concernente ao tempo profético, futuro, descreva os principais fatos representados no gráfico abaixo com fundamentação histórica e bíblica.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Sendo o Cristianismo um relacionamento amoroso e vital com o Cristo de Deus (Jo 15.4), leva-nos a aguardar ansiosamente por sua volta.

Nesta lição, veremos o que a Palavra de Deus ensina sobre o arrebatamento da Igreja.

Está você preparado para esse grande dia? Jesus está às portas! Em breve a trombeta soará.

 

I. A IGREJA SERÁ ARREBATADA ANTES DA GRANDE TRIBULAÇÃO

 

Não são poucos os que confundem o pré-milenismo com o pré-tribulacionismo. Vejamos as diferenças entre ambas as posições.

1. Pré-milenismo. Como o próprio nome o indica, o pré-milenismo ensina que a Igreja passará pela Grande Tribulação, mas será arrebatada antes do estabelecimento do Milênio.

2. Pré-tribulacionismo. O pré-tribulacionismo afirma que Jesus arrebatará a Igreja antes da Grande Tribulação. Esta posição acha-se em perfeita harmonia com as Sagradas Escrituras (Ap 3.10). Examinar também Lc 21.35,36; 1 Ts 1.10; 5.9.

O arrebatamento tem a ver com a Igreja; a manifestação visível de Jesus em glória tem a ver: 1) com o livramento de Israel do poder do Anticristo, e 2) com o julgamento das nações. Jesus, por conseguinte, virá buscar a sua Igreja antes da Grande Tribulação. A seguir, veremos o que é o arrebatamento dos santos.

 

II. O ARREBATAMENTO DA IGREJA

 

Consideremos o arrebatamento da Igreja em dois sentidos: etimológico e bíblico-teológico. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, encontramos centenas de passagens sobre essa doutrina.

1. Sentido etimológico. A palavra arrebatamento, no contexto da escatologia bíblica significa tirar com rapidez e de forma inesperada. Quando o Novo Testamento foi traduzido para o latim, optou-se pelo vocábulo raptus que, originando-se do verboraptare, comporta os seguintes significados: tirar, arrancar, tomar das mãos alguma coisa de forma violenta.

2. Definição bíblico-teológica. O arrebatamento é a retirada imprevista e repentina da Igreja deste mundo, pelo poder de Deus, para que, trasladada às regiões celestes, esteja para sempre com o Senhor Jesus. O Novo Testamento dedica duas passagens ao arrebatamento da Igreja: 1 Co 15 e 1 Ts 4. Nesta, Paulo descreve o rapto dos santos; naquela, mostra como nossos corpos serão glorificados.

 

III. QUANDO SE DARÁ O ARREBATAMENTO?

 

Embora o arrebatamento esteja mui próximo, ninguém sabe, nem pode afirmar, quando ele se dará. Aliás, a Bíblia adverte para ninguém especular quanto à data do arrebatamento. Tudo o que sabemos é que Jesus está às portas.

1. O tempo do arrebatamento. O arrebatamento dar-se-á a qualquer instante. Jesus Cristo virá como o ladrão (1 Ts 5.4; 2 Pe 3.10). Vigiemos para que este dia não nos surpreenda. A exortação é do próprio Cristo: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas” (Ap 16.15).

2. Prenúncios do arrebatamento. A maioria dos sinais e das profecias, prenunciando o retorno de Cristo, já é uma realidade. O que dizer da criação do Estado de Israel? E as guerras e rumores de guerra? E as fomes? E as pestes? E as sucessivas catástrofes? Permaneceremos indiferentes à imoralidade que vai enlameando os lares? Não reagiremos à apostasia que ameaça a Igreja de Cristo? Leia com atenção todo o capítulo 24 de Mateus. É impossível não ver os sinais da vinda de Cristo.

As advertências aí estão; não podemos brincar de crentes; temos de levar a sério nossa vida espiritual.

 

IV. COMO SE DARÁ O ARREBATAMENTO?

 

O apóstolo Paulo assim descreve o arrebatamento da Igreja de Cristo aos irmãos de Tessalônica:

1. Ressoada a trombeta de Deus, descerá o Senhor Jesus dos céus com alarido e voz de arcanjo (1 Ts 4.16).

2. Ato contínuo, os que dormem em Cristo ressuscitarão e, imediatamente, serão trasladados às regiões celestes para encontrar o Senhor nos ares (1 Ts 4.16).

3. Quanto aos que estiverem vivos, seremos transformados, arrebatados e levados ao encontro do Senhor (1 Ts 4.17).

A glorificação dos santos, quer vivos quer mortos, ocorrerá num momento (1 Co 15.52). A palavra no original grego, para “momento”, é mui expressiva: atomō. Trata-se de uma fração de tempo tão ínfima que não comporta nenhuma divisão. Ao exemplificar tal fração, Paulo traz à tona uma imagem comum a todos nós: o abrir e fechar de olhos; um instante pequeno demais para ser mesurado segundo a noção de tempo do ser humano.

Afinal, o que temos aqui? Um ato ou um processo? Sem dúvida, um ato repentino; um milagre. É algo que desafia as leis da física.

 

CONCLUSÃO

 

A qualquer momento, virá o Senhor Jesus arrebatar a sua Igreja. Esta é a nossa bendita esperança (Tt 2.13). Não fora este lenitivo, nossa vida seria insuportável. Como, porém, nossa existência não se acha circunscrita a este mundo, em breve, ante o estrugir da última trombeta, seremos tomados pelo Senhor e, com o Cordeiro de Deus, estaremos para sempre.

“Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1 Ts 4.18).

Está você preparado para o arrebatamento? Como está a sua vida espiritual? Tem orado regularmente? Tem guardado o seu coração do mal? Que o Senhor não nos encontre despercebidos.

 

VOCABULÁRIO

 

Estrugir: Fazer estremecer com estrondo; estrondear.
Indizível: Que não se pode dizer; inefável.
Ínfimo: O mais baixo de todos; pequeno.
Lenitivo: Alívio, conforto, consolação.
Mesurado: Comedido, medido.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: Os fundamentos da nossa fé. RJ: CPAD, 2005.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é o arrebatamento da Igreja?

R. É a retirada imprevista e repentina da Igreja deste mundo, pelo poder de Deus.

 

2.Como se dará o arrebatamento da Igreja?

R. Ressoada a trombeta de Deus, o Senhor descerá dos céus, os mortos em Cristo ressuscitarão, e os vivos serão arrebatados juntamente com eles às nuvens a encontrar o Senhor nos ares.

 

3. O que afirma o pré-tribulacionismo?

R. Que Jesus arrebatará a Igreja antes da Grande Tribulação.

 

4. Quais as duas principais passagens do Novo Testamento acerca do arrebatamento?

R. 1 Coríntios 15 e 1 Tessalonicenses 4.

 

5. Você está preparado para o arrebatamento?

R. (Resposta pessoal).

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“O Arrebatamento

A definição da ‘segunda vinda de Cristo’ é bastante ampla; é vista pelo menos de duas maneiras diferentes. É localizada, às vezes, para indicar o drama dos tempos do fim, abrangendo tanto o arrebatamento da Igreja quanto a revelação de Cristo em glória no monte das Oliveiras (Zc 14.4). Outras vezes, é enfocada especificamente para diferençar a revelação de Cristo do arrebatamento da Igreja que a antecederá.

A primeira fase da segunda vinda de Cristo, tomada em sentido mais amplo, refere-se ao arrebatamento da Igreja. Abruptamente, e sem aviso prévio, Jesus levará os que se acharem preparados à sua vinda (1 Ts 4.16-18; 2 Ts 2.1). Os que estiverem ‘em Cristo’, tanto os ressuscitados quanto os que se encontram vivos, serão conjuntamente ‘arrebatados’. O vocábulo grego harpagesometha significa ‘arrebatados poderosamente’ às nuvens (possivelmente nuvens de glória) para se encontrarem com Ele nos ares.

Em harpazo, há um tempo verbal futuro passivo usado para descrever a ação dos ladrões e das águias: ambos, furtivamente, apropriam-se de seus despojos. É o caso de Paulo que foi levado de repente e com grande poder ao terceiro céu (2 Co 12.2). O latim traduziu esse termo por raptus, que é a raiz da palavra portuguesa ‘arrebatamento’, mostrando que essa palavra torna-se um termo legítimo para designar este tão maravilhoso evento previsto tantas vezes pela Bíblia”. (MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: Os fundamentos da nossa fé. RJ: CPAD, 2005, p.179.)

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 13: A doutrina produz avivamento

Data: 24 de Dezembro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O avivamento só é possível através do estudo amoroso, persistente e sistemático da Bíblia Sagrada.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - 2 Rs 23.2,3

O avivamento e a Palavra de Deus.

 

 

 

Terça - Ne 8.1-9

O avivamento e o ensino da Palavra de Deus.

 

 

 

Quarta - 2 Cr 7.14

O avivamento e a oração.

 

 

 

Quinta - Jn 3.1-10

O avivamento e o arrependimento nacional.

 

 

 

Sexta - At 5.1-16

O avivamento e o temor a Deus.

 

 

 

Sábado - 1 Co 13

O avivamento e o amor.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Neemias 8.2,3,5,6.

 

2 - E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e de todos os entendidos para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês.

3 - E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei.

5 - E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.

6 - E Esdras louvou o SENHOR, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! -, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, a doutrina bíblica deve ser contemplada pelos fiéis (Sl 119.18); desejada piedosamente (Sl 119.29,174); amada (Sl 119.97); obedecida (Sl 119.34); e não deve ser esquecida no momento da perseguição (Sl 119.61).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir o termo avivamento.
  • Explicar a relação entre avivamento e Escritura.
  • Distinguir o verdadeiro avivamento do falso.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

O termo hebraico traduzido por “avivar” em Hc 3.2, aparece em diversos textos do Antigo Testamento com o sentido de “viver”, “ter vida”, “ser vivificado”, “restaurar”, “curar”, entre outros importantes sentidos — todos traduzem o verbo hāya, “viver” ou “ter vida”. Portanto, avivamento, no contexto de Habacuque, contempla tanto o sentido imediato de reviver, renovar; quanto o sentido escatológico de pôr em execução o programa salvífico de Deus (Hc 1.5-2; At 2.16-21).

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, para a presente lição faça uma brincadeira didática chamada “sacola de perguntas”. Consiste em fazer previamente perguntas sobre um determinado tema e colocá-las em uma sacola, a fim de que um dos alunos sorteados retire a questão e a responda. Use as perguntas do questionário da lição. Esse recurso deve ser usado ao término da lição.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Certa feita, declarou Charles Finney: “Todos os ministros devem ser ministros de avivamento, e toda pregação deve ser pregação de avivamento”. Um ministro de avivamento é um obreiro comprometido com o ensino sistemático da Bíblia.

 

I. O QUE É O AVIVAMENTO

 

O avivamento pode ser definido como o retorno aos princípios que caracterizavam a Igreja Primitiva. É o retorno à Bíblia como a nossa única regra de fé e prática. É a retomada da oração como a mais bela expressão do sacerdócio universal do crente. É o regresso à Grande Comissão, cujo lema continua a ser: Até aos confins da Terra.

 

II. HABACUQUE E O AVIVAMENTO (Hc 3.2)

 

O profeta roga ao Senhor que desperte os judeus a reerguerem-se como sua particular herança, a fim de que proclamem o seu conhecimento entre as nações.

 

III. O AVIVAMENTO E A PALAVRA DE DEUS

 

O avivamento promovido pelo bom rei Josias teve início com a descoberta do Livro da Lei na Casa do Senhor (2 Rs 22.8).

1. Um avivamento superficial (2 Rs 23.25). Infelizmente, não teve esse avivamento resultados permanentes; morrendo o rei, morreu o avivamento (2 Rs 23.31-37). Em menos de vinte anos, voltava Judá aos antigos pecados, forçando o Senhor a entregá-lo nas mãos dos babilônios (2 Rs 24.1-7).

2. Um avivamento mais duradouro. Depois de um exílio de setenta anos, voltaram os filhos de Judá à sua herdade (Ed 1.1-11). E sob a liderança de homens como Zorobabel e Neemias, começaram a ser instruídos por Esdras na Lei de Deus. Leia Neemias 8.

Revendo a História Sagrada, constatamos: o avivamento foi mais do que suficiente para conduzir os judeus por todos aqueles anos de silêncio profético até que, no deserto da Judéia, fosse ouvida a voz de João Batista, anunciando a chegada do Reino de Deus com a vinda de Jesus Cristo (Mt 3.1-11).

 

IV. O ESTUDO DA PALAVRA DE DEUS

 

Do capítulo oito de Neemias, concluímos: o que se deu em Judá, após o cativeiro e depois de reconstruído o Santo Templo, foi um grande avivamento espiritual. Os judeus foram despertados pelo ensino amoroso e persistente da Palavra de Deus.

1. O anseio do povo pelo ensino da Palavra. O povo ansiava por ser instruído na Palavra de Deus (Ne 8.1).

2. O compromisso de Esdras com a Palavra. Se por um lado, ansiava a nação pelo ensino da Palavra de Deus; por outro, os seus líderes, tendo à frente Neemias, o governador, e Esdras, um sacerdote e escriba versado na Lei de Deus, achavam-se comprometidos com a Palavra. Observemos o compromisso de Esdras com o ensino das Sagradas Escrituras (Ne 8.2).

3. O ensino persistente da Palavra. A carência espiritual do povo era tão flagrante, que a instrução bíblica estendeu-se da alva ao meio dia (Ne 8.3).

4. A explicação da Palavra. Embora erudito, Esdras não se estendeu à erudição; através de sua didática magna, tornava o ensino da Palavra de Deus inteligível e claro para toda a nação (Ne 8.8).

5. O avivamento que vem do ensino da Palavra. Já devidamente instruído na Palavra de Deus, o povo pôs-se a chorar; a Palavra de Deus era irresistível; o avivamento havia chegado. Entretanto, o que era choro, converteu-se em júbilo (Ne 8.12).

 

CONCLUSÃO

 

De acordo com Arthur Wallis, o avivamento é a intervenção divina no curso normal das coisas.

No tempo de Esdras, o avivamento veio através do ensino das Sagradas Escrituras. Portanto, se quisermos igrejas avivadas, comecemos pela Palavra de Deus. Sem ela, não pode haver avivamento.

 

VOCABULÁRIO

 

Flagrante: Ardente, acalorado, inflamado.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é o avivamento espiritual?

R. O retorno aos princípios que caracterizavam a Igreja Primitiva.

 

2. Quando teve início o avivamento promovido por Josias?

R. Com a descoberta do Livro da Lei na Casa do Senhor (2 Rs 22.8).

 

3. Qual o resultado do avivamento impulsionado por Esdras?

R. Choro e júbilo.

 

4. Como Esdras explicava a Palavra de Deus?

R. De modo inteligível para toda a nação.

 

5. Qual o fundamento do verdadeiro avivamento?

R. A Palavra de Deus.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Devocional

 

“Aviva, ó Senhor

O profeta sabia que o povo não sobreviveria se o Senhor não intervisse com uma nova manifestação do seu Espírito. Somente assim a vida espiritual dos fiéis seria preservada, por isso o clamor. Tal fato fica ainda mais evidente quando Habacuque diz para que Deus, na ira, em meio à aplicação do seu juízo, não se esqueça da misericórdia. Ele está querendo dizer com isso que só a misericórdia divina poderá preservar o justo em tempos de aflição e angústia. Sem a Sua misericórdia, o povo haveria de perecer.”(DANIEL, S. Habacuque. RJ: CPAD, 2005, p.143.)

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2006

 

Título: As verdades centrais da Fé Cristã

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

 

Lição 14: A importância da leitura na vida do cristão

Data: 31 de Dezembro de 2006

 

TEXTO ÁUREO

 

Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (1 Tm 4.13).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Se quisermos, de fato, estudar as doutrinas bíblicas, temos de persistir em ler, estudar e pesquisar as Sagradas Escrituras, a fim de compreendermos toda a mensagem de Deus aos seus filhos amados.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Sl 119.24

A Palavra de Deus é conselho.

 

 

 

Terça - Sl 119.47

A Palavra de Deus produz alegria.

 

 

 

Quarta - Sl 119.105

A Palavra de Deus é luz.

 

 

 

Quinta - Sl 119.137

A Palavra de Deus é justa.

 

 

 

Sexta - Sl 119.199

A Palavra de Deus é a verdade.

 

 

 

Sábado - Sl 119.99

A Palavra de Deus é eterna.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 Timóteo 4.12-15.

 

12 - Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza.

13 - Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.

14 - Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério.

15 - Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, quantos livros você lê por ano? E seus alunos? É de responsabilidade daquele que exerce a docência cristã ler as Escrituras, comentários bíblicos, além de periódicos cristãos em geral.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Aplicar-se ao estudo contínuo da Bíblia.
  • Estudar a Bíblia com métodos adequados.
  • Selecionar obras para a biblioteca pessoal.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Ler é chegar à compreensão de um texto escrito. Há muitos tipos de leitura, das quais iremos citar apenas três: leitura devocional — aquela que o leitor realiza a fim de se aperfeiçoar espiritual, moral e pessoalmente (o leitor é introspectivo);leitura exegética — é a leitura técnica de um texto; aquela que o leitor realiza a fim de entender a estrutura do texto, seus objetivos, sua mensagem (o leitor é analítico); leitura didática — também chamada de catequética, pois o objetivo primário é conhecer os fundamentos doutrinários da Bíblia (o leitor é receptivo).

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, o conto, a história e a crônica sempre estiveram presentes no imaginário da humanidade. Os primeiros registros foram crônicas ou histórias orais passadas de uma geração a outra. Com o surgimento da escrita, os contos tomaram formas, assumiram padrões, mas continuaram sendo narrados. Observe que as Escrituras compõem-se de histórias. Portanto, para esta aula, escolha uma historieta, treine a leitura e a respectiva representação, e reviva a história com seus alunos.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Até esta lição, vimos estudando as verdades centrais de nossa fé como as encontramos na Bíblia Sagrada. É um estudo que, apesar do espaço de que dispomos, procurou ser ordenado, lógico e sistemático.

Nesta lição, buscaremos apresentar as razões pelas quais devemos nos aprofundar nos estudos. Em primeiro lugar, vejamos como se deve estudar a Bíblia.

 

I. ATITUDE ESPIRITUAL AO LER A BÍBLIA

 

A leitura da Bíblia não é um ato mecânico. Ela exige de quem dela se aproxima uma atitude de amor e dedicação a Deus. Por esse motivo, devemos procurá-la com:

1. Sede de conhecer o seu autor. No Salmo 42.1,2 Davi expressa todo o seu amor e sede para com Deus e a sua Palavra. Tem você sede de Deus? Busca a sua Palavra todos os dias? Ou já se acostumou a uma vida espiritual seca e sem vida?

2. Amor à Palavra de Deus. Por que tinha Davi tantos êxitos em sua vida? Ele não somente buscava a Palavra, como demonstrava por ela um grande e aprofundado amor: “Quanto amo a tua lei!” (Sl 119.97a).

3. Dedicação à Palavra de Deus. “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (1 Tm 4.13). Tem você persistido na leitura?

 

II. COMO ESTUDAR A PALAVRA DE DEUS

 

Já que sabemos da importância da leitura da Bíblia Sagrada e de que forma devemos aproximar-nos dela, vejamos neste tópico como devemos estudá-la.

1. Ler a Bíblia todos os dias. “É a minha meditação, em todo o dia!” (Sl 119.97b). Seja disciplinado na leitura da Palavra de Deus. Leia-a todos os dias. Se você ler o equivalente a três capítulos por dia, conseguirá ler a Bíblia uma vez por ano.

Adquira Bíblias de Estudo que sejam realmente conservadoras e ortodoxas. Além disso, tenha sempre em mãos as principais versões da Bíblia em português, tendo o cuidado, é claro, de averiguar a procedência das traduções.

2. Ler a Bíblia, conhecendo o seu real significado. Esta é a regra áurea de interpretação das Sagradas Escrituras: A Bíblia interpreta-se a si mesma. Procure adquirir livros de autores comprometidos com a sã doutrina, e que sejam mestres na interpretação da Bíblia. Uma das preocupações de Esdras, conforme já vimos, era explicar o real significado do Santo Livro. Ler Neemias 8.8.

3. Ler a Bíblia, conhecendo suas doutrinas. Precisamos conhecer as doutrinas fundamentais da fé cristã. Caso contrário, jamais nos firmaremos nos caminhos do Senhor. O Evangelho de Lucas foi escrito e dedicado a um nobre, a fim de que este se inteirasse das revelações concernentes ao Cristo de Deus (Lc 1.1-4).

 

III. MONTANDO UMA BIBLIOTECA

 

Em 2 Tm 4.13, demonstra o apóstolo que o obreiro, além de se dedicar à leitura da Palavra de Deus, que tem de ser a nossa prioridade máxima, deve cultivar os seus conhecimentos nas diversas áreas do saber humano.

1. O aprendizado da língua materna. Você consegue falar e escrever corretamente o seu idioma. O salmista era um profundo conhecedor do idioma pátrio (Sl 45.1).

2. O aprendizado de outros idiomas. O aprendizado de outros idiomas nos abre novos horizontes culturais e ministeriais conforme demonstra a biografia de Paulo, que dominava tanto o grego como o hebraico (At 21.37-40). Certamente, ele conhecia também o latim, tendo em vista o seu ministério em Roma.

3. A importância da cultura geral. A cultura geral ajuda-nos a entender o mundo e principalmente a sociedade na qual vivemos. Por isso, é imprescindível que tenhamos sólidas noções de diversas disciplinas (At 7.22).

 

CONCLUSÃO

 

Há os que alegam que não podemos dedicar-nos ao estudo, porque a letra mata (2 Co 3.6). Ora, o apóstolo, nesta passagem, não se refere ao estudo e, sim, à letra da Lei de Moisés que, em relação ao pecador, agia de forma rigorosa.

Dediquemo-nos, pois, à leitura. Formemos a nossa biblioteca. Afinal, como disse Salomão, não há limites para se fazer livros.

 

VOCABULÁRIO

 

SEM OCORRÊNCIAS

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

BENTHO, E. C. Hermenêutica fácil e descomplicada. RJ: CPAD, 2005.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Qual deve ser a nossa atitude diante da Bíblia?

R. Sede de conhecer o seu autor; amor e dedicação à Palavra de Deus.

 

2. Como se deve ler a Bíblia?

R. Todos os dias, conhecendo o seu significado e suas doutrinas.

 

3. Qual a regra áurea na interpretação da Bíblia?

R. Ler a Bíblia conhecendo o seu real significado.

 

4. Como podemos ler a Bíblia toda em um ano?

R. Lendo três capítulos por dia.

 

5. Por que é importante possuir cultura geral?

R. Pois ajuda-nos a entender o mundo e principalmente a sociedade na qual vivemos.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“Hermenêutica Material.

A hermenêutica como disciplina teológica continua árdua e espinhosa. Todos os docentes e alunos que se prestam a essa íngreme e escarpa trilha precisam a todo tempo de auxílios exegéticos dos mais substanciais, e que perfilem sobre a moderna e clássica literatura auxiliar à interpretação bíblica. Na falta de saber qual é o caminho, percorrer por trilhas seguras ainda continua sendo a melhor forma de se seguir à frente. Portanto, a biblioteca do ensinador cristão deve conter:

1. Chaves e Concordâncias Bíblicas — Chama-se concordância porque as passagens bíblicas que contém a mesma palavra ou idéia são ‘concordantes entre si’, e porque a concordância ajuda a encontrá-las, e mesmo já as aduz reunidas [.,.] Os principais objetivos das concordâncias bíblicas são: localizar passagens e auxiliar o leitor da Bíblia no estudo de assuntos ou tópicos bíblicos [...] Há dois tipos de concordâncias: as verbais — relacionam palavras (verbum), são chamadas também de Chaves Bíblicas; e as concordâncias reais — estas ao contrário de apenas palavras arrolam também idéias, são em sentido estrito, listas de idéias ou assuntos que remetem aos textos bíblicos.

2. Dicionários e Enciclopédias - Não devemos confundir dicionários com concordâncias, e estas com enciclopédias ou vice-versa [...] Os dicionários bíblicos não se propõem, como as concordâncias, a reproduzir os textos, e sim, oferecer a cada assunto uma exposição mais ampla. As enciclopédias bíblicas, não se propõem a verificar o significado dos termos, ainda que muitos se achem nela, mas abranger todos os ramos do conhecimento bíblico e teológico.

3. Versões Bíblicas - São diversas traduções da Bíblia existentes no Brasil — muitas baseadas na tradução de João Ferreira de Almeida [...].

4. Comentários Bíblicos – São classificados de acordo com o seu planejamento: sermonário; exegéticos; devocionais.

5. Títulos Históricos-culturais — São livros que auxiliam o estudante no conhecimento da cultura, história, antropologia e sociologia do mundo bíblico [...]” (BENTHO, E. C. Hermenêutica fácil e descomplicada. 3.ed., RJ: CPAD, 2005, p.93-121.)

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net