DOUTRINA PENTECOSTAL PARTE N.1
O termo “pentecostes”, procede originalmente da festa judaica chamada de “festa das semanas” ou hag shābū’ôt, como descreve o Antigo Testamento (Lv 23.15-25; Dt 16.9-12). Essa festa era comemorada sete semanas depois da Páscoa. Literalmente, o termo significa “festa dos períodos de sete”, em razão de a festa ser comemorada a partir do dia seguinte ao sétimo sábado, após o dia das primícias (Lv 23.15,16). Outra expressão da qual se deriva o vocábulo “pentecostes” é hamîshîm yôn, que significa “festa dos cinqüenta dias” (Lv 23.16), termo traduzido pela versão grega do Antigo Testamento, por pentēkonta hēmeras ou “qüinquagésimo dia”. A solene festa de Pentecostes é chamada no Antigo Testamento de “Festa das Semanas”, “Festa das Primícias da sega do trigo”, “Festa da Colheita” e o “dia das primícias” — ocasião em que se apresentavam os primeiros frutos dos campos previamente plantados (Êx 23.16; 34.22; Nm 28.26-31; Dt 16.9-12).
Quanto ao passado, a Festa de Pentecostes era uma santa celebração em que o adorador oferecia ao Senhor uma oferta voluntária proporcional às bênçãos recebidas do Senhor (Dt 16.10). Mas, no contexto profético, ela é uma referência à efusão do Espírito sobre toda a carne (Jl 2.28; At 2.1-13).
O Dia de Pentecostes era celebrado por todos os judeus, tanto os que habitavam a Palestina quanto aqueles que estavam dispersos por todas as partes do mundo de então. Alguns destes judeus e prosélitos não costumavam freqüentar a Festa da Páscoa em Jerusalém, pelo fato de o clima não ser favorável para longas peregrinações. No entanto, quando as condições climáticas estavam favoráveis, ocasião que coincidia com a Festa de Pentecostes, todos convergiam à Jerusalém, capital religiosa do judaísmo.
Com base no exposto acima, e fundamentado no texto de Atos 2.7-13, apresente à classe o mapa das nações representadas no Dia de Pentecostes.
A distância entre Jerusalém e as regiões das quais os devotos procediam, demonstra a importância da festividade sagrada para eles. A festa, portanto, foi uma ocasião estratégica para manifestar o poder de Deus a todas aquelas localidades.
No ano de 2006 comemorou-se em todo o mundo o Centenário do Movimento Pentecostal, no qual situa-se a Assembléia de Deus. A comemoração presta justa homenagem aos pioneiros do Movimento Pentecostal que deixaram suas indeléveis marcas espirituais nos trabalhos que levantaram em meio a muito sofrimento e necessidades.
Que esta comemoração centenária seja uma ocasião para que a igreja, numa firme determinação diante de Deus, mantenha a pureza doutrinária, os princípios e as verdades bíblicas que norteiam o seu caminhar, inclusive, no que concerne à Pessoa, às operações e ministrações do Espírito Santo, segundo as Escrituras.
I. A PROMESSA DO PENTECOSTES E SUA GRANDEZA (vv.16-18)
Foi o profeta Joel, no Antigo Testamento, a quem Deus revelou com mais detalhes o derramamento do Espírito nos últimos tempos (Jl 2.23-32). Joel foi, talvez, o primeiro dos profetas literários (profetas que escreveram suas mensagens), o que salienta ainda mais a sua profecia sobre o Pentecostes (At 2.16-21,33). O termo “Pentecostes”, nesta lição, é uma referência ao batismo com o Espírito Santo, e não à festa judaica de mesmo nome que ocorria cinqüenta dias após a páscoa (At 2.1; 20.16; 1 Co 16.6).
1. “Derramarei o meu Espírito” (v.17). Assim diz Deus neste versículo. Isso fala de grande abundância e fartura espirituais, qual um rio que enche até transbordar em suas margens, mediante chuvas volumosas. Quando tal poder desce sobre a igreja, ela se torna como um incontável, poderoso e invencível exército, como está profetizado em Ezequiel 37.10. Os discípulos mudaram muito para melhor, após serem revestidos desse poder divino no cenáculo em Jerusalém. É só comparar o desempenho deles nos Evangelhos, como eram e o que faziam, com o relato de suas vitórias no livro de Atos, após a experiência pentecostal do capítulo 2.
2. A profecia de Joel (Jl 2.28-32). Os versículos 28 a 32 de Joel, no texto hebraico, perfazem um capítulo à parte — o 3. De fato, a grandeza e o alcance do assunto desta passagem — o futuro derramamento do Espírito sobre a igreja — requer um capítulo à parte! Esta sublimidade, pode ser relacionada ao que está revelado em 2 Coríntios 3.7-12, principalmente o v. 8, que diz: “Como não será de maior glória o ministério do Espírito?” Aleluia! Esta passagem, juntamente com Romanos 8, é uma das mais ricas de toda a Bíblia sobre o indizível e glorioso ministério do Espírito nesta era da igreja. Ler Is 55.1; 44.3.
II. A PROMESSA DO PENTECOSTES E SUA UNIVERSALIDADE (vv.17,18).
Nos tempos do Antigo Testamento, o Espírito Santo, por via de regra, permanecia entre os fiéis (Ag 2.5; Is 63.11). Há poucos casos de homens a quem Deus encheu do seu Espírito para missões específicas, como os costureiros de Êxodo 28.3; Bezalel (Êx 31.3; 35.31); e Josué (Dt 34.9).
1. Habitação do Espírito. Nesta dispensação da igreja, isto é, do corpo místico dos salvos em Cristo, o Espírito habita em toda pessoa por Ele regenerada e salva por Jesus (Jo 14.16,17; 1 Jo 4.13; Rm 8.9). Ao mesmo tempo, Jesus também quer batizar os crentes com o Espírito Santo, revestindo-os com poder para o serviço do Senhor (At 1.5; 2.1-4, 32, 33; Lc 24.49). Foi essa capacitação sobrenatural nos crentes dos primeiros tempos, o segredo do rápido e vitorioso avanço do reino de Deus, apesar das limitações, sofrimentos e perseguições. Não há outra explicação. Hoje, com tantos recursos da ciência moderna, saberes e técnicas aprendidas nas escolas, o avanço é lento e, às vezes, quase nenhum. É a diferença entre a requintada armadura de Saul sem o Espírito de Deus (1 Sm 16.14), e o jovem Davi desprovido dela, mas ungido e possuído pelo Espírito Santo (1 Sm 16.13).
2. “Sobre toda a carne” (v.17). Isso fala de algo da parte de Deus para todos, em todos os países, povos e raças do mundo. Também de imparcialidade.
a) “Vossos filhos e vossas filhas”: Para a família, o lar; também, sem distinção de sexo.
b) “Vossos jovens e vossos velhos”: Sem distinção de idade, pois Deus quer usar a todos, de um modo ou de outro.
c) “Servos e servas”: Não há discriminação social. Deus abençoa os que são pequenos em si mesmos, mas elevados no Senhor (Sl 115.13; Hb 8.11).
Este manancial está a fluir desde o Dia de Pentecostes. O v.16 afirma: “isto é o que foi dito pelo profeta”. Não é apenas para o futuro, mas também para os dias atuais.
III. A PROMESSA DO PENTECOSTES E SUA RIQUEZA (vv.17,18).
1. Os dons espirituais. Juntamente com a promessa divina está escrito: “e profetizarão” (vv.17,18).
O batismo com o Espírito Santo abre caminho para a manifestação dos dons espirituais, segundo a vontade e propósitos do Senhor. Um desses gloriosos dons é o de profetizar pelo Espírito Santo, como consta em 1 Co 12.4-11,28; 14.1-6,22,24,29-32; Rm 12.6-8; Ef 4.11.
2. Os sinais sobrenaturais (Marcos 16.17,18): Milagres, cura divina, línguas estranhas, expulsão de demônios (At 2.43b). No desempenho do ministério de Jesus a operação de “maravilhas, prodígios e sinais” (At 2.22) eram precedidos pelo ensino e pregação (Mt 4.23; 9.35). O nosso ministério hoje não deve ser diferente; para isso o Espírito Santo foi enviado por Deus para nos capacitar.
IV. A PROMESSA DO PENTECOSTES E SUA FUTURIDADE (vv.19,20).
1. Futuro profético. A vinda do Espírito Santo no Dia de Pentecostes para dotar os crentes de poder, não se limita aos tempos atuais, mas adentra o futuro profético. Os sinais sobrenaturais esboçados nos vv. 19 e 20, bem como em outras passagens correlatas, aguardam cumprimento futuro. A efusão do Espírito terá a sua plenitude durante o Milênio no reinado do Messias, como prediz Isaías 32.15-17. É justo crer que no reino do Messias, o Espírito será amplamente derramado (Zc 12.10; Ez 39.29).
2. A promessa divina do Pentecostes em Joel 2.28. Esta promessa diz “derramarei o meu Espírito”; ao passo que no cumprimento em Atos 2.17, a Palavra diz “do meu Espírito derramarei”, denotando um derramamento parcial. Certamente isso foi revelado por Deus a Paulo, quando em Rm 8.23, fala em “primícias do Espírito”.
3. A profecia pentecostal de Joel 2.23. Esta profecia prediz a chuva “temporã” e a “serôdia”. O mesmo está dito em Tiago 5.7,8.
a) Chuva temporã. Na Bíblia, “chuva temporã” é uma referência ao Oriente Médio, em se tratando de agricultura, às primeiras chuvas de outono (fins de outubro), logo após a semeadura, para a germinação das sementes e crescimento das plantinhas.
b) Chuva serôdia. São as últimas chuvas que precedem a colheita (fins de março), quando os grãos já estão amadurecidos. Profeticamente, como em Jl 2.23; Tg 5.7,8; Os 6.3, a “chuva serôdia” do Espírito Santo da promessa (Ef 1.13), precederá a superabundante colheita espiritual para o reino de Deus.
V. A PROMESSA DO PENTECOSTES ABARCA A SALVAÇÃO (v.21).
1. “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Em o nome do Senhor há poder para salvar em todo e qualquer sentido. Aqui, o original é “kyrios”, isto é, Jesus como o supremo Senhor de tudo e de todos. Ver Rm 10.9, 13; Fp 2.9-11. Este nome salva (At 4.12); protege (Sl 20.1); cura (At 3.6); expulsa demônios (Mc 16.17); socorre nas emergências e nos apertos (Sl 124.8). O Senhor Jesus reiteradamente falou sobre a vinda do Espírito Santo, o Consolador, para ficar conosco. Isto destaca a missão do Espírito na Terra (Jo 7.39; 14.16,17,26; 15.26; 16.7,13; Lc 24.49; At 1.4,5,8).
2. Fonte de Vida. Em João 7.38, 39, Jesus falou do Espírito Santo sobre o crente, como um rio caudaloso e transbordante, o que fala de vida, subsistência, movimento, ruído, energia, destinação e renovação. Assim deve ser uma igreja realmente avivada pelo Espírito.
3. Trajetória de poder. Na história da igreja no livro de Atos, ela inicia sua trajetória com “grande poder” (4.33), e, encerra com “grande contenda” (28.29). O poder procede de Deus; a contenda dos homens. A origem do poder está em Deus (Sl 62.11); da contenda, no orgulho humano (Pv 13.10). Que Deus nos guarde e nos livre disso. Um povo avivado pelo Espírito, deve, pela vigilância, evitar dissensões em qualquer lugar, e por onde andar.
Como é notório, muitas inovações, modismos e práticas descabidas e antibíblicas vêm afetando o genuíno Movimento Pentecostal, inclusive a Assembléia de Deus. Precisamos voltar sempre ao cenáculo para receber mais poder (Ef 5.18), mas igualmente, manter a “sã doutrina” do Senhor (Tt 2.1,7; 1 Tm 4.16). Busquemos um maior e contínuo avivamento espiritual, segundo a doutrina bíblica, como fez o salmista: “Vivifica-me segundo a tua Palavra” (Sl 119.25,154).
ARRINGTON, F.L.; STRONTAD, R. Comentário bíblico pentecostal: Novo Testamento. RJ: CPAD, 2003.
SOUZA, E. A. Nos domínios do Espírito. RJ: CPAD, 1998.
“1. O Pentecostes Judaico (At 2.1-41). Atos 2 faz uma narrativa do primeiro Dia de Pentecostes depois da ressurreição de Cristo. O Dia de Pentecostes (hēmeras tēs pentēkostēs — ‘o qüinquagésimo dia’) se dava cinqüenta dias depois de 16 de Nisã, o dia seguinte à Páscoa. Também era chamado ‘Festa das Semanas’, porque ocorria sete semanas depois da Páscoa. Por causa da colheita de trigo que acontecia naquele período, era uma celebração da colheita de grãos (Êx 23.16; 34.22; Lv 23.15-21).
2. O Pentecostes Cristão. A festividade judaica do Dia de Pentecostes assume novo significado em Atos 2, pois é o dia no qual o Espírito prometido desce em poder e torna possível o avanço do evangelho até aos confins da Terra. O batismo dos apóstolos com o Espírito Santo no Dia de Pentecostes serve de fundação da missão da Igreja aos gentios. Essa experiência corresponde à unção de Jesus com o Espírito no rio Jordão (Lc 3.21,22).
3. Semelhanças entre a Unção de Jesus e o Pentecostes. O Espírito desceu sobre Jesus depois que ele orou (Lc 3.22); no Dia de Pentecostes, os discípulos também são cheios com o Espírito Santo depois que oram (At 2.14). Manifestações físicas acompanharam ambos os eventos. No rio Jordão, o Espírito Santo desceu em forma corpórea de pomba, e no Dia de Pentecostes a presença do Espírito está evidente na divisão de línguas de fogo e no fato de os discípulos falarem em outras línguas. A experiência de Jesus enfatizava uma unção messiânica para seu ministério público pelo qual Ele pregou o Evangelho, curou os doentes e expulsou demônios; os apóstolos agora recebem o mesmo poder do Espírito. Derramamentos subseqüentes do Espírito em Atos são semelhantes à experiência dos discípulos em Jerusalém. Da mesma maneira que a unção de Jesus (Lc 3.22; 4.18) é um paradigma para o subseqüente batismo dos discípulos com o Espírito (At 1.5; 2.4), assim, o dom do Espírito aos discípulos é um paradigma para o povo de Deus em todos os ‘últimos dias’ de uma comunidade pentecostal do Espírito e da condição de profeta de todos os crentes (At 2.16-21)”.
(ARRINGTON, F. L.; STRONTAD, R. Comentário bíblico pentecostal: Novo Testamento. RJ: CPAD, 2003, p.631.)
A efusão do Espírito Santo sobre os crentes da Rua Azusa foi o centro irradiador do avivamento que se espalhou por todo o mundo do nosso tempo. Foi mediante a liderança do pastor Seymour que fiéis de diversos lugares reuniram-se em um antigo galpão para buscar a presença de Deus e orar pela conversão dos ímpios. O pastor Seymour não era pregador eloqüente, mas anunciava a promessa pentecostal do batismo no Espírito Santo com a evidência física inicial de falar noutras línguas. Depois, assentava-se no púlpito, colocava o rosto entre as mãos e não parava de interceder, suplicando a Deus que operasse no coração dos ouvintes. Enquanto orava, o poder de Deus manifestava-se; os crentes eram batizados com o Espírito Santo; a convicção das verdades divinas transbordava a alma, e um veemente desejo de viver em santidade era experimentado por todos.
A pobre cidade rica de Laodicéia localizava-se no vale do rio Lico, próximo a Colossos e Hierápolis, na interseção de duas importantes estradas comerciais (Cl 2.1; 4.12-16). Originalmente era chamada de Diósopolis — cidade de Zeus —, mas, após a reforma urbana feita por Antíoco II, recebeu o nome de Laodicéia, em homenagem a Laodice, esposa do soberano. A riqueza da cidade procedia do comércio de lã (tecidos, tapetes), dos bancos, de suas águas termais e da produção de bálsamo para os olhos. E, quando a cidade foi destruída por um terremoto em 60 d.C, os habitantes recusaram ajuda imperial e reconstruíram a cidade com suas próprias riquezas a fim de mostrarem a sua auto-suficiência. No entanto, segundo Jesus, eram miseráveis, desgraçados, cegos e nus. Necessitavam de um avivamento bíblico, uma vez que a igreja era indiferente espiritualmente (vv.15-16).
A carta aos laodicenses em Apocalipse segue a presente estrutura: Remetente e Destinatário (v.14); Repreensão (vv.15-17); Exortação (vv.18-20); Promessa (vv.21,22).
Como recurso didático para esta aula, utilize o gráfico “Síntese Histórica dos Avivamentos”. Sabemos que os crentes laodicenses são exemplos históricos e proféticos de uma comunidade cristã sem vida e dinamismo espiritual. Quanto ao aspecto histórico, a igreja de Laodicéia circunscreve-se ao período do Novo Testamento, mas quanto ao profético, atravessa os séculos. No entanto, na história da igreja cristã, muitos reformadores ansiaram por uma igreja avivada, comprometida com as Escrituras, a evangelização, adoração e a santificação. Por isso, reproduza o gráfico a seguir e o incremente com novas informações. Apresente o gráfico no início do tópico V, uma vez que as “Características do Real Avivamento” estão relacionadas aos ideais dos movimentos avivalistas.
Laodicéia era uma cidade rica e soberba, da província romana da Ásia (hoje, Turquia). Profeticamente, figura a igreja dos “tempos trabalhosos” que precedem a volta de Cristo, conforme descreve 2 Timóteo 3.1-9. Laodicéia é um nome composto que, numa tradução livre, significa “direitos humanos”; “o povo mandando”; “democracia”. Os direitos de Cristo são ignorados pelo crente e igreja. Biblicamente, a igreja deve ser teocrática: “minha igreja”, diz o Senhor (Mt 16.18; Is 43.1).
I. CRISTO E O SEU CARÁTER
A igreja de Laodicéia era material e socialmente próspera, por situar-se em uma cidade muito rica. A Bíblia e a história mostram que, quase sempre, quando um povo ou indivíduo prospera, costumam dar as costas para Deus. Israel fez isso (Dt 32.15). A igreja de Laodicéia também. Neste particular, a Palavra de Deus adverte a todos: “se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração” (Sl 62.10; Dt 6.10-12; Jr 17.11; Lc 12.15,20,21; 1 Tm 6.6-10).
1. Cristo, o “Amém” (v.14). Ele chama a Si mesmo “o Amém” (2 Co 1.20). Deste modo, identifica-se como Deus, que assim também é chamado no original (Is 65.16). O termo significa “firmeza”, “certeza”, “estabilidade”, “imutabilidade”, e daí, “verdade” absoluta. Jesus ao declarar “Eu sou a Verdade”, usou o termo “amém”. A expressão “em verdade, em verdade” empregada por Jesus, no original, é “amém, amém”.
2. Cristo, a testemunha fiel e verdadeira (v.14). É uma extensão do sentido do nome divino “Amém”. Ele veio a este mundo para dar o perfeito testemunho da Verdade (Jo 18.37). Numa igreja avivada pelo Espírito, o testemunho de Jesus é manifesto e notório de muitas maneiras, enquanto na que se distancia de Cristo, nada há que atraia os pecadores para serem salvos.
3. Cristo, “o princípio” da criação de Deus (v.14). Ele é o Criador, a fonte, a origem, a razão de ser de tudo o que existe (Jo 1.3; Cl 1.16). Esta preeminência de Cristo é uma reprimenda ao orgulho dos laodicenses de então, e de hoje. É também a maneira graciosa do Senhor Jesus assegurar a igreja, que Ele pode recriar e fazer novas todas as coisas (Ap 21.5; Jó 14.7-9).
4. O proceder dos crentes laodicenses. “Eu sei as tuas obras” (v.15). Antes da conversão, as obras são nulas para Deus (Ef 2.8-10; Tt 3.5), mas como efeito da salvação, agradáveis a Deus (Ef 2.10; Tt 3.8; Mt 5.16; Ap 14.13). O Senhor sabia tudo o que os crentes de Laodicéia praticavam, a partir do seu pastor (v.14).
II. A CONDIÇÃO DA IGREJA EM LAODICÉIA (vv.15-17)
Não há qualquer elogio do Senhor à igreja em Laodicéia e Sardes (v.1). Laodicéia não foi censurada por heresia, facções ou imoralidade. O problema daquela congregação é o mesmo de inúmeros crentes da atualidade: autojustiça, indolência, duplicidade religiosa, transigência com o erro e auto-engano (vv.16,17).
1. A duplicidade religiosa (vv.15,16). Era uma igreja espiritualmente morna e que agradava a todos. O estado espiritual de Laodicéia era deplorável. É evidente que essa igreja era morna porque o seu pastor também o era (v.14). O rebanho, até certo ponto, é o reflexo de seu pastor ou dirigente. Mornidão fala de duplicidade, hipocrisia, fingimento — coisas que Deus abomina. “Aborreço a duplicidade”, diz o Salmo 119.113. A Palavra condena a duplicidade de coração (Tg 1.8; 4.8); de ânimo (1 Tm 3.8); de linguagem (Pv 17.20; Mt 5.37); e de senhores (Mt 6.24).
2. A condição final de Laodicéia (v.17). “Um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”. “De nada tenho falta”, diziam. “Desgraçado”, por estar arruinado. “Miserável”; porque perdeu o que tinha. “Pobre”, por ter regredido. “Cego”, por estar em trevas. “Nu”, por não andar em retidão.
3. O engano da auto-suficiência humana. “De nada tenho falta” (v.17). Este é o princípio de nossa queda. O crente avivado em Deus, nunca estará satisfeito no sentido de não precisar mais das coisas do Senhor. Jesus disse: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mt 5.6).
III. CRISTO, A SOLUÇÃO PARA A IGREJA (vv.18,10)
1. O conselho amoroso do Senhor. Um sábio e santo conselho deve ser acatado e posto em prática. Trata-se de um conselho do divino Conselheiro (Is 9.6). Uma igreja sem Cristo, luz e santidade (v.20), pode ainda reconciliar-se com o Senhor e obter tudo o que perdeu ao deixá-Lo.
2. “Ouro provado no fogo” (v.18). Corresponde a fé em Cristo (1 Pe 1.7). Essa fé não é apenas necessária à vida cristã, mas vital e essencial: “pois o justo viverá da fé” (Rm 1.17). O profeta do avivamento, Habacuque, já apregoara esta verdade (Hc 2.4). Sem fé não há relacionamento com Deus (Hb 11.6).
3. “Vestidos brancos” (v.18). É símbolo da justiça e santidade (Sl 132.9; Is 61.10; Ap 19.8). São dois lados do mesmo assunto. Justiça é a santidade vista do lado humano. Santidade é esse estado do ponto de vista de Deus. Ler Ap 19.8; 2 Co 5.21; Fp 3.9.
4. “Colírio” (v.18). Corresponde a restauração da visão espiritual que vem pelo Espírito.
5. “Eu repreendo e castigo” (v.19). Castigo não é o mesmo que punição, pois visa a correção (Pv 15.31). O aço e o ouro, tão necessários e úteis, são fabricados e purificados por meio do fogo. As operações são diferentes, mas o fogo é um só. O mesmo pode ocorrer a uma igreja desobediente como Laodicéia.
6. “Arrepende-te” (v.19). Não há sincero arrependimento, sem que haja mudança. Arrepender-se é voltar para Deus (Mt 21.29). O incrédulo arrepende-se para a salvação, enquanto o crente, para endireitar a sua vida com Deus. Esse arrependimento é precedido de “tristeza segundo Deus” (2 Co 7.10).
IV. CRISTO, O SEU CONVITE E PROMESSA (vv.20-22)
1. “Estou à porta e bato” (v.20). Neste texto, temos uma cena triste e, ao mesmo tempo, a mais confortante do mundo! Cristo do lado de fora, rejeitado pelos crentes e ansioso para entrar. Uma expulsão tríplice:
a) Expulso da nação israelita — pela rejeição;
b) Expulso pelo mundo — por meio da crucificação;
c) Expulso da igreja — mediante a insatisfação e o mundanismo.
Mesmo assim, vemos o insondável amor de Cristo por sua igreja nos vv. 19 e 20.
2. “Se alguém” (v.20). Jesus não se dirige à igreja, mas a cada indivíduo. Ele não força a conversão do incrédulo, nem a reconciliação do desviado. Ele aguarda com paciência, pois somente o dono da casa pode abrir-Lhe a porta do coração.
3. A promessa de Cristo (v.21). A promessa está restrita aos vencedores:
a) “Ao que vencer”. A vida cristã autêntica está situada em um campo de batalha contra as forças do Mal. Brincar de religião, de ser crente, de igreja, é comprometer o destino eterno de si mesmo.
b) “Sentar-se comigo no meu trono”. Graça Maravilhosa! A maior promessa dentre as sete feitas às igrejas do Apocalipse.
V. CARACTERÍSTICAS DE UM REAL AVIVAMENTO
O avivamento espiritual de que precisamos, como no princípio, tem como características as seguintes expressões:
1. Contrição total pelo Espírito Santo. É neste contexto espiritual que o avivamento se instala e o Espírito assume a primazia e predomina.
2. Amplo perdão e reconciliação (At 4.32). No primeiro avivamento da igreja, a Bíblia diz: “Era um o coração e a alma da multidão dos que criam”.
3. Santidade de vida, dentro e fora da igreja. Se um avivamento não resultar nessa mudança de vida, tudo não passará de mero entusiasmo, artificialismo e emoção.
4. Renovação espiritual. Batismo com o Espírito Santo acompanhado de línguas estranhas e manifestação dos dons espirituais.
5. Segundo o modelo da Palavra de Deus (Sl 119.25,154). Sem inovações descabidas; distorções ou manipulação humana.
6. Amor, zelo e freqüência à Casa do Senhor. A Casa de Deus vem sofrendo por falta de avivamento dos que a freqüentam.
Quando ou em que situação a igreja carece de um avivamento do Espírito? Decerto, quando nela prevalecer o comodismo e a indiferença (Ez 37.9); a sonolência espiritual (Ef 5.14); a insensibilidade (Cl 4.17; 2 Tm 1.6); o secularismo (Rm 12.2), e, quando passa somente a defender-se do mal, em vez de atacá-lo. Não queres hoje mesmo ser renovado pelo Espírito Santo?
ANDRADE, C. C. Fundamentos bíblicos de um autêntico avivamento. RJ: CPAD, 2004.
COLEMAN, R. Como avivar a sua igreja. 15.ed. RJ: CPAD, 2005.
HORTON, S. M. O avivamento Pentecostal. RJ: CPAD, 1997.
PETHRUS, L. O vento sopra onde quer. 3.ed., RJ: CPAD, 1999.
“As Características do Verdadeiro Avivamento.
1. O verdadeiro avivamento tem a Bíblia Sagrada como a inspirada, infalível, inerrante e completa Palavra de Deus.
2. O verdadeiro avivamento não admite qualquer outra revelação que venha contrariar as Sagradas Escrituras, pois estas são soberanas e irrecorríveis.
3. O verdadeiro avivamento prima pela ortodoxia bíblica e pela sã doutrina.
4. O verdadeiro avivamento é espiritual, mas não admite o misticismo herético e apóstata que, sob a capa da humildade, busca desviar os fiéis das recomendações dos profetas do Antigo Testamento e dos apóstolos do Novo Testamento.
5. O verdadeiro avivamento prega o Evangelho completo de Nosso Senhor, anunciando que Jesus salva, batiza no Espírito Santo, cura os enfermos, opera maravilhas e que, em breve, haverá de nos buscar, a fim de que estejamos para sempre ao seu lado.
6. O verdadeiro avivamento enfatiza a salvação pela graça através do sacrifício vicário do Filho de Deus.
7. O verdadeiro avivamento é pentecostal; realça a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.
8. O verdadeiro avivamento tem um firme compromisso com o imperioso ide de Nosso Senhor Jesus Cristo, por isto não poupa recursos humanos e financeiros na evangelização local, nacional e transcultural.
9. O verdadeiro avivamento acredita na necessidade e possibilidade de todos os crentes viverem uma vida de santidade e inteira consagração a Deus.
10. O verdadeiro avivamento é intercessor. Leva os crentes a rogar ao Pai Celeste por aqueles que ainda não foram alcançados pelo Evangelho.”
(ANDRADE, C. C. Fundamentos bíblicos de um autêntico avivamento. RJ: CPAD, 2004, p. 187-8.)
Antes de William Seymour chegar a Los Angeles em 1906, fora evangelista no Mississipi e pastor da igreja da Santidade, na cidade de Houston, Texas. Enquanto esteve no Mississipi conheceu diversas pessoas que foram influenciadas pelo ministério de Charles Fox Parham (1873-1929), ministro em Topeka, Kansas. Parham dirigia a Escola Bíblica Betel, quando às 19h do dia 1 de Janeiro de 1901, a senhora Agnes Ozman, recebeu o Batismo com o Espírito Santo com a evidência física de falar em outras línguas conforme Atos 2.4. Durante aquela reunião, Jesus batizou todos os presentes com o Espírito Santo, inclusive o professor Parham. O avivamento em Topeka espalhou-se por todo o país, de modo que, no Mississipi, Seymour foi profundamente influenciado pelos testemunhos daqueles que experimentaram a renovação espiritual mediante o poder pentecostal.
A doutrina do Espírito Santo é chamada nos estudos teológicos de “pneumagiologia”; procedente de três termos gregos:pneuma (espírito), hagios (santo) e logia (estudo, ciência). Esta definição é mais precisa do que “pneumatologia” (lit. estudo do espírito) que se refere ao estudo teológico de fatos relacionados ao espírito de modo geral, sejam anjos, ou a parte imaterial do homem.
Ao investigarmos a doutrina da deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento ensina a unicidade da divindade (1 Co 8.4; Tg 2.19) e, no entanto, revela a distinção de pessoas na divindade: o Pai é Deus (Mt 11.25; Jo 17.3; Rm 15.6; Ef 4.6); o Filho é Deus (Jo 1.1,18; 20.28; Rm 9.5; Hb 1.8; Cl 2.9; Fp 2.6; 2 Pe 2.11); o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Ef 2.22). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos outros na Bíblia (Jo 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13), de tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras. São três benditas e santíssimas pessoas que compõem apenas uma divindade. Portanto, na unidade da divindade há uma trindade de pessoas, da qual o Espírito Santo é o Executivo.
Como recurso didático para esta lição, utilize mais uma vez o gráfico “Síntese Histórica dos Avivamentos II”, que inclui os morávios, wesleianos, os movimentos de tradição de fronteira, e o pentecostalismo da Rua Azusa. Trata-se de um resumo que se propõe a contextualizar o movimento pentecostal de Los Angeles, dentro dos periódicos avivamentos na História da Igreja. É claro que não foram mencionados os nomes de extraordinários servos de Deus como Jonatas Edwards (1703-1758), George Whitefield (1714-1770), Charles Finney (1792-1875) entre outros, pois o objetivo é concentrar-se nos movimentos avivalistas e não, exclusivamente, nas pessoas. No entanto, basta relacionar a data do ministério destes intrépidos avivalistas aos movimentos citados. Reproduza o gráfico abaixo de acordo com os recursos disponíveis.
Trindade: Mistério da fé cristã segundo o qual, existe um só Deus que subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Nesta lição estudaremos sobre o Espírito Santo no tocante a sua natureza divina. O eterno Deus revela muito de Si mesmo na Bíblia e, de igual modo, o Filho, mas o Espírito Santo não, pois não fala de Si mesmo, como disse Jesus em João 16.13. Outrossim, Ele não aparece com nomes revelados como o Pai e o Filho e, sim, com títulos descritivos da sua natureza e missão entre os homens. “Espírito Santo”, por exemplo, não é rigorosamente um nome apelativo, mas um título descritivo. Ele habita em nós; portanto, suas operações são invisíveis, nas profundezas do nosso ser interior.
I. O PODER EFICAZ DO ESPÍRITO SANTO (vv.4,5)
1. Demonstração de poder (v.4). É do Espírito Santo que flui a vida, bem como o poder de Deus (Sl 104.30; Ef 3.16; At 1.8). Esta é uma evidência da deidade do Espírito Santo: Ele tem autoridade e poder inerentes. Em todo o Novo Testamento, o versículo 4 é a única referência em que aparece no original o termo traduzido por “demonstração” do Espírito Santo. Literalmente, o termo designa uma demonstração operacional, prática e imediata do Espírito Santo na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo (vv.4,5).
Isso contrasta nitidamente com os métodos repetitivos dos mestres e filósofos gregos da época, que tentavam conseguir discípulos mediante recursos retóricos e argumentação filosófica (v.5). Que diferença faz o evangelho de poder do Senhor Jesus Cristo! A oratória desses mestres era somente um espetáculo teatral vazio, que atingia apenas os sentidos dos espectadores. Em Paulo, ao contrário, operava o poder de Deus (vv.4,5; Cl 1.29; 1 Ts 1.5; 2 Co 13.10).
2. O poder de Deus mediante o Espírito (v.5). Esse divino poder é manifestado através da pregação do evangelho de Cristo em cinco ocasiões específicas: a) na conversão dos ouvintes (At 2.37,38); b) no batismo com o Espírito Santo (At 10.44); c) na expulsão de espíritos malignos (At 8.6,7; Lc 11.20); d) na cura divina dos enfermos (At 3.6-8); e) na obediência dos crentes ao Senhor (Rm 16.19).
II. A ONISCIÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO (vv.10,11)
O Espírito Santo conhece todas as coisas. Este é um fato solene, mormente se considerarmos que Ele habita em nós: “porque habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17). A primeira declaração denota a permanência do Espírito em nós; a segunda, sua presença dentro de nós.
1. O Espírito Santo revela (vv.9,10). Aos que amam a Deus, o Espírito Santo revela, já nesta vida, as infinitas e indizíveis bênçãos preparadas para os salvos e muito mais na outra. O profeta Isaías, pelo Espírito, profetizou essas maravilhas (Is 64.4; 52.15). Os demais profetas também tiveram a revelação divina dessas coisas admiráveis que os santos desfrutarão na glória (1 Pe 1.10-12). O Espírito também revelou aos escritores do Novo Testamento essas maravilhas consoladoras, inclusive a Paulo (v.10).
2. O Espírito Santo como Mestre (v.13). Ele é o nosso divino Mestre na presente dispensação da Igreja, como já estava predito em Provérbios 1.23. Concernente a esta missão, Jesus declarou: “o Espírito Santo... vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.26; Lc 12.12).
3. Diferentes espíritos mencionados (vv.4-12). O “Espírito de Deus” é mencionado nos vv.4,10-14. O Espírito de Deus deve ter toda primazia em nossas vidas. O “espírito do homem” é mencionado no v.11. Ele só entende as coisas humanas e naturais (Pv 20.27; 27.29; Jr 17.9). A passagem em apreço também alude ao “espírito do mundo” (v.12), que é pecaminoso e nocivo ao cristão (1 Jo 2.15-17; 5.19; Jo 14.30; 17.14,16).
4. Diferentes coisas mencionadas (vv.9-13). Seis diferentes “coisas” são aqui mencionadas. Uma dessas, refere-se à esfera humana; as demais são da parte de Deus: a) “Coisas que Deus preparou para os que O amam” (v.9); b) “Coisas das profundezas de Deus” (v.10); c) “Coisas do homem” (v.11); d) “Coisas de Deus” (v.11); e) “Coisas espirituais” (v.13); f) “Coisas do Espírito de Deus” (v.14).
5. Diferentes homens mencionados (vv.14,15). A Palavra de Deus divide a humanidade em três grupos de pessoas, isto no sentido espiritual:
a) O homem natural — literalmente “homem controlado pela alma” (v.14). Este não é salvo e vive de acordo com a natureza adâmica, por isso, é chamado natural.
b) O homem espiritual — isto é, “homem controlado pelo Espírito” (v.15). Este é aquele que o Espírito Santo governa e rege seu espírito, alma e corpo. Nele, o “eu”, pela fé em Cristo, está crucificado (Rm 6.11; Gl 2.19,20).
c) O homem carnal — ou seja, “homem controlado pela natureza carnal” (3.3). Trata-se do crente espiritualmente imaturo e que assim continua através da vida — menino em Cristo (3.1). A vida do crente carnal é mista, dividida. Esse crente vive um conflito interior entre a natureza humana e a divina, sendo a sua alma o campo de batalha (Gl 5.13-26).
Ninguém pode escapar dessa classificação. Todos nós somos um desses “homens” diante de Deus. Identifique-se, você, homem ou mulher!
III. A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1. O Espírito Santo e seus atributos divinos. Na Leitura Bíblica em Classe, o Espírito Santo (vv.4,10-14) é mencionado juntamente com o Senhor Deus (vv.5,7,9-12,14) e o Senhor Jesus Cristo (vv.2,8,16). Isto denota a divindade do Espírito Santo. A Bíblia afirma que Ele é:
a) Eterno. Eterno significa infinito em existência; sem princípio; sem fim; sem limitação de tempo.
b) Onipotente. Ele tem pleno poder sobre todas as coisas (Sl 104.30). É denominado Senhor (2 Co 3.16-18); Criador (Jó 26.13; 33.4; Sl 33.6; 104.3; Gn 1.1,2; Ez 37.9,10).
c) Onisciente. Tudo é do seu pleno conhecimento.
2. O Espírito Santo é mencionado com o Pai e o Filho. É uma das evidências da sua divindade, senão vejamos:
a) Na fórmula doutrinária do batismo (Mt 28.19). A Bíblia não diz “nos nomes”, como se as três Pessoas da Santíssima Trindade fossem uma só; mas “em nome”, singular, distinguindo cada Pessoa: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.
b) Na invocação da bênção tríplice sobre a igreja (2 Co 13.13).
c) Na doutrina da habitação do Espírito no crente (Rm 8.9).
d) Na descrição bíblica do estado do crente diante de Deus (1 Pe 1.2).
e) Na diretriz ao povo de Deus (Jd vv.20,21). Neste texto, o Espírito Santo é mencionado primeiro; em seguida o Pai e, por fim, o Filho. Semelhante ocorre na doutrina da unidade da fé cristã (Ef 4.4-6), em que o Espírito é mencionado primeiro, seguido do Senhor Jesus e do Pai.
f) Na saudação bíblica às sete igrejas da Ásia (Ap 1.4,5).
IV. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO (v.11)
Personalidade é o conjunto de atributos de várias categorias que caracterizam uma pessoa. No seu aspecto psíquico, a personalidade consiste de intelecto, sensibilidade e vontade. Os três são chamados também de inteligência, afetividade e autodeterminação.
1. Atributos de personalidade. No Espírito Santo, vemos esta triplicidade de atributos, a saber: intelecto (v.11); sensibilidade (Ef 4.30); vontade (1 Co 12.11; Rm 8.27). Como membro da unidade trina de Deus, o Espírito Santo é uma Pessoa.
2. Unidade e distinção. O fato de o Espírito Santo ser um com Deus e com Cristo e, ao mesmo tempo, distinto dEles, é parte do grande mistério da Trindade Santa. Portanto, o Espírito Santo não é uma influência, poder, energia ou unção, como os heréticos concluem e ensinam, mas uma Pessoa divina e real. Em João 14.26; 15.26; 16.8,13,14, Jesus refere-se ao Espírito Santo empregando o pronome pessoal “Ele” (“ekeinos”), pronome pessoal e determinativo no original. Por sua vez, o divino Espírito chama a Si mesmo “Eu”, em Atos 10.19,20. Esta é uma inegável evidência da sua personalidade.
Deus é uno e ao mesmo tempo triúno (Gn 1.1, 26; 3.22; 11.7; Dt 6.4; 1 Jo 5.7). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três divinas e distintas Pessoas. São verdades bíblicas que transcendem a razão humana e as aceitamos alegremente pela fé. A fé precede a doutrina (1 Tm 4.6).
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2005.
SOUZA, E. A. Nos domínios do Espírito. RJ: CPAD, 1998.
“O Espírito Santo é Deus.
O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são.
1. O Espírito Santo é chamado Deus (At 5.3,4) e Senhor (2 Co 3.18). Quando Isaías viu a glória de Deus (Is 6.1-3), escreveu: ‘Ouvi a voz do Senhor...vai e diz a este povo’ (Is 6.8-9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: ‘Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo’ (Cf. At 28.25, 26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus.
2. O Espírito Santo faz parte da Santíssima Trindade. Ele é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2 Co 13.13) e, a Bíblia afirma que os três são um (1 Jo 5.7). Assim, há ‘um só Espírito’ (Ef 4.4); ‘um só Senhor’ (Ef 4.5); e ‘um só Deus e Pai de todos’ (Ef 4.6). O Espírito é chamado ‘Espírito de Deus’ (Rm 8.9); ‘Espírito do Pai’ (Mt 10.20); ‘o Espírito de Cristo’ (Rm 8.9; 1 Pe 1.11); ‘o Espírito de Jesus’ (At 16.7), indicando assim que Ele os representa e também age por Eles; quando o Espírito Santo opera, o Cristo vivo está presente (Jo 14.18).
3. Ao Espírito Santo são atribuídas obras exclusivas da divindade. Ele tomou parte ativa na criação em geral (Sl 104.30), na criação do mundo (Gn 1.2) e na criação especial do homem (Jó 33.4). Ele inspirou a Palavra de Deus (1 Pe 1.11; 2 Pe 1.21).
4. Ao Espírito Santo são atribuídas as características essenciais da divindade. Ele possui eternidade (Hb 9.14), é onisciente (1 Co 2.10,11), onipresente (Sl 139.7-10) e onipotente (Lc 1.35; 1 Co 12.11)”.
(BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005, p.82-3.)