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Lições CPAD proverbios e eclesiastes 4 tri-2013
Lições CPAD proverbios e eclesiastes 4 tri-2013

                                                           Lições Bíblicas CPAD

                                                   Jovens e Adultos   

                                               4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

Lição 1: O valor dos bons conselhos

Data: 06 de Outubro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

O temor do Senhor é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução” (Pv 1.7).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Provérbios e Eclesiastes são verdadeiras pérolas da sabedoria divina para o nosso bom viver.

 

HINOS SUGERIDOS

 

584, 629, 631.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 1.2

A sabedoria revela prudência

 

 

 

Terça - Pv 1.3

A sabedoria oferece justiça, juízo e equidade

 

 

 

Quarta - Pv 1.4

A sabedoria traz conhecimento

 

 

 

Quinta - Pv 1.5

A sabedoria gera sábios conselhos

 

 

 

Sexta - Pv 1.6

A sabedoria interpreta a vida

 

 

 

Sábado - Pv 1.7

O temor do Senhor e a sabedoria

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Provérbios 1.1-6.

 

1 - Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel.

2 - Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as palavras da prudência;

3 - para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade;

4 - para dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso;

5 - para o sábio ouvir e crescer em sabedoria, e o instruído adquirir sábios conselhos;

6 - para entender provérbios e sua interpretação, como também as palavras dos sábios e suas adivinhações.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado professor, iniciaremos mais um trimestre, o último do ano. Esta é uma excelente oportunidade para fazer uma autoanálise a respeito do seu ministério de ensino. Seus objetivos foram alcançados? Seus alunos cresceram na graça e no conhecimento de Deus? Neste trimestre estudaremos parte da literatura sapiencial judaica, isto é, os livros de sabedoria dos judeus que tratam dos conselhos divinos para a vida humana. Veremos o quanto eles são atuais e relevantes em seus ensinamentos.

O comentarista deste trimestre é o pastor José Gonçalves, professor de Teologia, filósofo, escritor e vice-presidente da Comissão de Apologética da CGADB.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conhecer o conceito geral dos livros de Provérbios e Eclesiastes.
  • Identificar as fontes da sabedoria dos sábios antigos.
  • Compreender o propósito da sabedoria ensinada em Provérbios e Eclesiastes.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Para introduzir o primeiro tópico da lição, sugerimos que você reproduza o esquema abaixo. É importante que todos os alunos tenham uma cópia do quadro. O objetivo é fazer um resumo a respeito dos elementos literários presentes nos livros dos Provérbios e do Eclesiastes. Explique aos alunos que quando estes livros foram compilados nos tempos bíblicos, a cultura, a língua e o estilo literário eram opostos aos da literatura moderna. Compreender o estilo literário usado pelo compilador antigo é essencial para entendermos o sentido real do texto e evitarmos interpretações mirabolantes.

 

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS DOS LIVROS DE:

 

PROVÉRBIOS

 

1. O estilo literário do livro dos Provérbios é pelo menos dois: Provérbio e Instrução.

2. Provérbios: A expressão é de difícil definição, mas suas características são singulares: a) concisão; b) sagacidade; c) forma memorável; d) base na experiência; e) verdade universal; f) objetivo prático e longo uso. Quase sempre, o provérbio é descrito como poético ou rítmico, com metáforas sucintas, vivazes, convincentes e admiráveis.

3. Instrução: Quase sempre articulada como o legado de um pai ao filho, ou do mestre ao discípulo, que incluem ordens de proibições e as motivações pelos quais eles devem obedecer.

 

ECLESIASTES

 

1. O livro se divide em quatro partes: a primeira, a central, a segunda e o epílogo.

2. Primeira parte [1.1 — 3.15]. Reflexões bem organizadas sobre a vida, acompanhadas de um poema enternecedor sobre o tempo.

3. Parte central [3.16 — 11.8]. Alguns provérbios aparecem. De vez em quando uma parábola e poesia também.

4. Segunda parte [11.9 — 12.8]. Há uma mudança de tom. A ideia é dar esperança ao jovem, pois a velhice chega depressa demais.

5. O epílogo [vv.9-14]. Esta seção é a justificativa de como o pregador ensinou ao povo provérbios e ensinos verdadeiros e com clareza.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Sabedoria: Grande instrução; ciência, erudição, saber.

 

Lembro-me dos ditados populares que ouvia dos meus pais: “Águas passadas não movem moinhos”; “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”; “Quem espera sempre alcança”, e muitos outros. Essas pequenas expressões contêm conselhos de uma cultura popular impregnada de valores éticos, morais e sociais, que acabam por dirigir as regras da vida em sociedade.

Mais do que qualquer outra fonte, a Bíblia está recheada dessas pérolas. São bons conselhos que revelam a sabedoria divina. Tais máximas bíblicas são expressas em linguagem figurada, das mais variadas formas (parábolas, fábulas, enigmas e provérbios). Por isso, neste trimestre, conheceremos o que a Bíblia revela sobre os conselhos divinos contidos nos livros de Provérbios e Eclesiastes. Veremos ainda como esses conselhos se revelam na vida dos que temem ao Senhor.

 

I. JOIAS DA LITERATURA SAPIENCIAL

 

1. O livro de Provérbios. A Bíblia diz que Salomão compôs “três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco” (1Rs 4.32). O texto sagra do identifica Salomão como o principal autor do livro de Provérbios (Pv 1.1), mas não o único. O próprio Salomão exorta a que se ouça “as palavras dos sábios” (Pv 22.17), e declara fazer uso de alguns dos provérbios desses sábios anônimos (Pv 24.23).

O livro revela que havia alguns provérbios de Salomão que circulavam nos dias do rei Ezequias, e que posteriormente foram compilados pelos homens deste piedoso rei (Pv 25.1).

Por último, o livro de Provérbios revela que Agur, filho de Jaque, de Massá, é o autor do capítulo 30. Já o capítulo 31 é atribuído ao rei Lemuel de Massá. O livro pertence ao gênero literário hebreu conhecido como sapiencial, isto é, literatura da sabedoria.

2. O livro de Edesiastes. Eclesiastes, juntamente com Cantares, Jó, Salmos e Provérbios, também faz parte do gênero literário conhecido como “Literatura Sapiencial”. Sua autoria é atribuída a Salomão (Ec 1.1). Embora escrito pelo filho de Davi e pertença ao mesmo gênero literário, o livro de Eclesiastes possui um estilo diferente de Provérbios. Ele se apresenta como um discurso usado em assembleias ou templos. Alguns intérpretes acreditam que se trata de uma coletânea utilizada por Salomão em seus discursos.

Ao contrário do que muitos pensam, o livro de Eclesiastes não expõe uma espécie de ceticismo ou desencanto existencial. Salomão faz um balanço da vida do ponto de vista de alguém que teve o privilégio de vivê-la com intensidade, mas que descobre ser ela totalmente vazia se não vivida em Deus. A própria sabedoria, tão celebrada nos Provérbios, quando posta a serviço de interesses pessoais e objetivos mesquinhos é tida como tola.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Provérbios e Eclesiastes são livros de sabedoria judaica que revelam os desígnios eternos para a vida.

 

 

 

II. A SABEDORIA DOS ANTIGOS

 

1. A inteligência dos sábios. Já observamos que pelo menos duas referências do livro de Provérbios fazem citação das “Palavras dos Sábios” (Pv 22.17; 24.23). Mas quem são esses sábios? O texto não os identifica. Todavia, o Primeiro Livro dos Reis fala acerca de outros sábios, igualmente famosos, e como Salomão os sobrepujou em sabedoria (1Rs 4.29-31).

2. A sabedoria de Salomão. O escritor americano Eugene Peterson mostra a singularidade da sabedoria salomônica em diferentes áreas da vida. Mais especificamente nos Provérbios, há uma amostra de como honrar os pais, criar os filhos, lidar com o dinheiro, conduzir a sexualidade, trabalhar e exercitar liderança, usar bem as palavras, tratar os amigos com gentileza, comer e beber saudavelmente, bem como cultivar emoções e atitudes em relação aos outros de modo pacífico. Peterson ainda mostra que o princípio da sabedoria salomônica destaca que o nosso modo de pensar e corresponder-nos com Deus reflete a prática cotidiana de nossa existência. Isto significa que nada, em nossa vida, precede a Deus. Sem Ele nada podemos fazer.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A sabedoria dos antigos, e particularmente a de Salomão, versava sobre diferentes áreas da vida humana.

 

 

 

III. AS FONTES DA SABEDORIA

 

1. A sabedoria popular. Os livros poéticos mostram, entre outras coisas como louvores e orações, muito da sabedoria do povo de Israel. Ciente dessa verdade, Salomão apresenta máximas populares para compor os seus Provérbios (Pv 22.17; 24.23). Podemos entender que Deus dá inteligência aos homens para que estes possam analisar as situações da vida e tirar delas conclusões que servirão para si mesmos e para outras pessoas, em forma de conselhos e advertências, como ocorre no livro de Provérbios.

2. A sabedoria divina. O texto bíblico destaca que Salomão “falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes. E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria” (1Rs 4.33,34). De onde vinha tanta sabedoria? O texto bíblico revela que Salomão orou pedindo a Deus sabedoria (1Rs 3.9), e que o Senhor respondeu-lhe integralmente (1Rs 3.10-12). Esta é a fonte da sabedoria de Salomão e explica o porquê de ninguém conseguir superá-la.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A fonte de toda sabedoria do rei Salomão era o Senhor nosso Deus.

 

 

 

IV. O PROPÓSITO DA SABEDORIA

 

1. Valores éticos e morais. Na introdução do livro de Provérbios, encontramos um conjunto de valores éticos e morais que revelam o propósito desses conselhos. Ali, consta todo o objetivo proposto pelo livro: (1) Conhecer a sabedoria e a instrução; (2) entender as palavras da prudência; (3) receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade; (4) dar aos simples prudência e aos jovens conhecimento e sensatez; (5) ouvir e crescer em sabedoria; (6) adquirir sábios conselhos; (7) compreender provérbios e sua interpretação, bem como também as palavras dos sábios e suas metáforas (Pv 1.1-6).

2. Valores espirituais. Além de apontar valores éticos e morais, ao afirmar que o “temor do Senhor é o princípio da ciência; [e que somente] os loucos desprezam a sabedoria e a instrução” (Pv 1.7), o cronista sacro abaliza os valores espirituais que sobressaem nas palavras de Provérbios. Da mesma forma, o livro de Eclesiastes aponta para Deus como a razão de toda a existência humana. Fora dele não há base segura para uma moral social. Os livros de Provérbios e Eclesiastes formam uma tessitura milenar no contexto religioso judaico que, adaptado à nossa realidade, apresentam conselhos práticos para a vida cotidiana de todos os homens.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

O propósito da sabedoria nos livros de Provérbios e Eclesiastes é constituir um conjunto de valores éticos, morais e espirituais para a vida.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A literatura sapiencial, representada neste trimestre pelos livros de Provérbios e Eclesiastes, revela que o temor do Senhor é o fundamento de todo o saber. Ninguém pode ser considerado sábio se os seus conselhos não revelarem princípios do saber divino. Segundo a Bíblia, um sábio não se caracteriza apenas por ter muita informação ou inteligência, mas é alguém que aprendeu o temor do Senhor como a base de toda sua vida e, por isso, sabe viver e conviver (Tg 3.13-18).

 

VOCABULÁRIO

 

Desencanto Existencial: Desgosto ou decepção com a realidade vivida, isto é, com a vida.
Tessitura: Modo como estão interligadas as partes de um todo; organização, contextura.
Sétuplo: Numeral que vale sete vezes o outro.
Epítome: A síntese, o resumo.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que o livro de Provérbios revela acerca de Salomão?

R. O livro revela que havia alguns provérbios de Salomão que circulavam nos dias do rei Ezequias. Posteriormente, eles foram compilados pelos homens desse rei (Pv 25.1).

 

2. Embora pertença ao mesmo gênero literário de sabedoria judaica, qual a diferença entre Eclesiastes e Provérbios?

R. Diferentemente de Provérbios, Eclesiastes apresenta-se como um discurso usado em assembleias ou templos.

 

3. Além de louvores e orações, o que os livros poéticos mostram?

R. Muito da sabedoria do povo de Israel.

 

4. Cite pelo menos três objetivos propostos na introdução do livro de Provérbios.

R. Conhecer a sabedoria, a instrução; entender as palavras da prudência; adquirir sábios conselhos.

 

5. Os livros de Provérbios e Eclesiastes formam uma tessitura milenar no contexto religioso judaico. Para nós, o que eles falam hoje?

R. Adaptados a nossa realidade, eles apresentam conselhos práticos para a vida cotidiana.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Bibliológico

 

“Livros da Sabedoria

São considerados livros da sabedoria três dos livros poéticos: Jó, Provérbios e Eclesiastes, embora Jó seja realmente um livro de espécie única.

Essa classificação é baseada no fato de tratarem esses três livros dos problemas que mais interessam à humanidade. Jó trata do problema do sofrimento, Provérbios, do problema do dever moral, e Eclesiastes, do problema da felicidade.

Os livros chamados de Sabedoria são diferentes da literatura profética de Israel porque expressam melhor a filosofia dos pensadores do que as determinações das mensagens de Jeová. Não se encontra neles a frase: ‘Assim diz o Senhor’, quando falam dos problemas da vida e das conclusões dos homens.

Os sábios anunciaram as verdades como um tratado de filosofia moral, usando palavras de profundeza mais elevada do que seus conhecimentos, de modo que só tempos depois é que puderam ser interpretadas.

Provérbios e Eclesiastes apresentam principalmente esse fato” (MELO, J. L. Eclesiastes versículo por versículo. RJ: CPAD, 1999, p.12).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Lexicográfico

 

“Sabedoria [de Cristo]

Embora no Antigo Testamento a sabedoria seja personificada no livro de Provérbios e mostrada como tendo existido eternamente em Deus (Pv 8.22-30), ela é centrada em uma pessoa, o Senhor Jesus Cristo (1Co 1.30; Cl 2.2,3; cf. Lc 11.49).

Cristo, em sua natureza humana, cresceu em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens (Lc 2.52), mas em sua natureza divina, repousava sobre ele o Espírito sétuplo cujo principal atributo é a sabedoria (Is 11.2). Como resultado os homens perguntaram, ‘Donde veio a este a sabedoria’ (Mt 13.54; Mc 6.2), não percebendo que alguém maior que Salomão estava ali (Mt 12.42). O apóstolo Paulo escreve que Ele é o poder e a sabedoria de Deus, destacando que a vida e a morte de Cristo eram o sábio plano de salvação de Deus (1Co 1.24).

Os gregos, com sua filosofia, buscavam a sabedoria (1Co 1.22) e produziram grandes homens como Platão e Aristóteles, mas não vieram a conhecer a Deus. Em contraste, Deus, em sua infinita sabedoria, usou a Palavra da cruz para revelar o modo como o homem pode ser salvo. O evangelho provou ser um tropeço para os judeus, que estavam tentando obter a salvação através das boas obras (Rm 9.30-33); e ‘uma loucura ou insensatez’ (gr. moria, os pensamentos de um simplório, simples demais para ser aceito como o verdadeiro conhecimento da salvação) para os gregos cultos. Os judeus ficavam ofendidos com o pensamento da crucificação, e por serem tão impotentes a ponto de precisarem que alguém morresse pelos seus pecados. Os gregos consideravam a simples fé em uma expiação substitutiva um modo fácil demais para a salvação. Contudo, a morte expiatória do Senhor Jesus Cristo é o epítome de toda a sabedoria (Ef 3.10), uma vez que ela resolve o maior problema do mundo e do homem, isto é, o pecado” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p.1712).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

O valor dos bons conselhos

 

Neste trimestre, teremos a oportunidade ímpar de estudar os livros de Provérbios e Eclesiastes. São duas pérolas das Sagradas Escrituras. Provérbios nos ensina a viver de modo sábio e Eclesiastes nos mostra o verdadeiro sentido da vida.

 

O livro de Provérbios

O livro de Provérbios é um verdadeiro compêndio de sabedoria em forma de parábolas. São sentenças curtas, porém carregadas de significados e verdades que foram aprendidas e ensinadas no dia-a-dia dos israelitas. Ao estudar este livro, precisamos observar algumas particularidades importantes:

1. Salomão não foi o único autor dos provérbios, embora ele tenha escrito uma grande parte (cf. 1.1; 10.1; 25.1). O próprio Salomão declara: “... também estes são provérbios dos sábios” (Pv 24.23). Não podemos negar que Salomão foi um dos homens mais sábios do seu tempo e que proferiu 3 mil provérbios (1Rs 4.32), todavia há outros autores das citações, como Agur (Pv 30.1) e o rei Lemuel (Pv 31.1). É importante também observar que seus autores pertenceram a épocas distintas.

2. Os provérbios têm a sua origem nos ditos populares. Todavia, os provérbios bíblicos são breves declarações que expressam os conselhos divinos para nós. Podemos afirmar que cada provérbio é uma parábola resumida e o livro todo é a Palavra de Deus. É Deus falando por intermédio das circunstâncias da vida.

3. Existem várias formas literárias dentro do livro, como, por exemplo, parábolas, poemas, antíteses e comparações.

O propósito do livro é ensinar os leitores a viverem de forma justa, correta e ética. O objetivo é levar as pessoas a expressarem, no seu dia-a-dia, a sabedoria de Deus. Embora o livro também trate das questões corriqueiras da vida, ele é um convite à busca da sabedoria que vem do Alto, a sabedoria divina.

 

O livro de Eclesiastes

Ao ler Eclesiastes 1.1 e o capítulo 2, não temos dúvida de que Salomão é seu autor. Além disso, tanto a tradição judaica quanto a cristã conferem a autoria do livro a Salomão.

Eclesiastes é um livro biográfico e durante a sua leitura percebemos que não existe uma sequência lógica. A impressão que temos é que os textos foram surgindo de tempos em tempos, como em um diário. É o relato triste de um homem que, embora sábio, viveu parte da sua vida longe de Deus. O propósito é mostrar, e em especial aos jovens, que o sentido da vida não está nos bens materiais, no conhecimento, no prazer, na fama. O verdadeiro sentido da vida está em Deus, o Criador.

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 2: Advertências contra o adultério

Data: 13 de Outubro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço. [...] Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade” (Pv 5.15,18).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A melhor prevenção contra o adultério é temer ao Senhor e estreitar os laços do amor conjugal.

 

HINOS SUGERIDOS

 

75, 386, 388.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 5.3,4

A ilusão do adultério

 

 

 

Terça - Pv 5.7,8

Prevenção contra o adultério

 

 

 

Quarta - Pv 5.9-12

As consequências do adultério

 

 

 

Quinta - Pv 7.13

A falsa delicadeza da adúltera

 

 

 

Sexta - Pv 5.1; 6.20; 7.1

O conselho previne o adultério

 

 

 

Sábado - Pv 5.15-19

A saudável intimidade do casal

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Provérbios 5.1-6.

 

1 - Filho meu, atende à minha sabedoria: à minha razão inclina o teu ouvido;

2 - para que conserves os meus avisos, e os teus lábios guardem o conhecimento.

3 - Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite;

4 - mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios.

5 - Os seus pés descem à morte; os seus passos firmam-se no inferno.

6 - Ela não pondera a vereda da vida; as suas carreiras são variáveis, e não as conhece.

 

INTERAÇÃO

 

O livro dos Provérbios, talvez, seja o principal dos livros bíblicos a falar sobre o adultério, os seus caminhos e suas artimanhas destruidoras. O sábio não economiza palavras e ironias ao denunciar a pessoa que adere essa prática como um estilo de vida: ela não passa de um jovem displicente (Pv 7). Displicência, imaturidade e fraqueza são palavras que denotam o perfil do homem que, inexplicavelmente, deixa a casa da sua esposa a fim de unir-se com uma estranha. Esta não é a mãe dos seus filhos, a mulher que, juntamente com ele, conquistou tudo o que tem. Não! A estranha é a mulher que deseja tirar tudo o quanto ele construiu: a sua família e a sua vida.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conhecer os conselhos do sábio sobre a sexualidade humana.
  • Identificar as causas da infidelidade conjugal e suas consequências.
  • Previnir-se da infidelidade conjugal.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, é importante relembrar as características literárias apresentadas no livro dos Provérbios. Por isso, para introduzir a aula desta semana sugerimos que você utilize o quadro de Orientação Pedagógica da lição anterior. Em seguida, utilize o esquema abaixo (reproduza-o de acordo com as suas possibilidades). A partir dele, a classe conhecerá o esboço temário de Provérbios. O objetivo é fazer com que os alunos apreciem o panorama do livro, facilitando assim, a assimilação do assunto da aula de hoje.

 

ESBOÇO DO LIVRO DOS PROVÉRBIOS

 

I. Prólogo: Propósito e Temas de Provérbios (1.1-7)

 

II. Treze Discursos à Juventude sobre a sabedoria (1.8-9.18)

A) Obedece a Teus Pais e Segue Seus Conselhos (1.8,9)

B) Recuse Todas as Tentações dos Incrédulos (1.10-19)

C) Submeta-se à Sabedoria e ao Temor do Senhor (1.20-33)

D) Busque a sabedoria e Seu Discernimento e Virtude (2.1-22)

E) Características e Benefícios da Verdadeira Sabedoria (3.1-35)

F) A Sabedoria Como Tesouro da Família (4.1-13,20-27)

G) A Sabedoria e os Dois Caminhos da Vida (4.14-19)

H) A Tentação e Loucura da Impureza Sexual (5.1-14)

I) Exortação à Fidelidade Conjugal (5.15-23)

J) Evite Ser Fiador, Preguiçoso e Enganador (6.1-19)

K) A Loucura Inominável da Impureza Sexual a Qualquer Pretexto (6.20-7.27)

L) O Convite da Sabedoria (8.1-36)

M) Contraste entre a Sabedoria e a Insensatez (9.1-18)

 

III. A Compilação Principal dos Provérbios de Salomão (10.1-22.16)

A) Provérbios Contrastantes sobre o Justo e o Ímpio (10.1-15.33)

B) Provérbios de Incentivo à Vida de Retidão (16.1-22.16)

 

IV. Outros Provérbios dos Sábios (22.17-24.34)

 

V. Provérbios de Salomão Registrados pelos homens de Ezequias (25.1-29.27)

A) Provérbios sobre Vários Tipos de Pessoas (25.1-26.28)

B) Provérbios sobre Vários Tipos de Procedimentos (27.1-29.27)

 

VI. Palavras Finais de Sabedoria (30.1-31.31)

A) De Agur (30.1-33)

B) De Lemuel (31.1-9)

C) Acerca da Esposa sábia (31.10-31)

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Adultério: Violação, transgressão da regra de fidelidade conjugal imposta aos cônjuges pelo contrato matrimonial.

 

O advento das mídias eletrônicas, e de forma mais específica as redes sociais, facilitou muito para a possibilidade de alguém vir a ter um “caso” extraconjugal. As estatísticas demonstram essa triste realidade. A cada dia, cresce o número de lares desfeitos e, juntamente com este fenômeno, as consequências nefastas para a sociedade. E as igrejas? Estas também têm sofrido o efeito de tais males.

Apesar de a infidelidade conjugal ser uma prática pecaminosa antiga, é preciso entender que a sexualidade é algo intrínseco ao ser humano. Logo, o desejo por satisfação sexual acompanha tanto o homem como a mulher desde sempre. O problema está na forma de expressão do desejo e em como é satisfeito. Segundo o entendimento mundano, não há regras para o homem e a mulher viverem a sua sexualidade. No entanto, as Escrituras demarcam um limite bem preciso: o casamento legitimamente instituído por Deus. Aqui, encontraremos os conselhos da sabedoria bíblica para orientar-nos contra as ilusões e as artimanhas do adultério.

 

I. CONSELHOS SOBRE A SEXUALIDADE HUMANA

 

1. Uma dádiva divina. Boa parte dos conselhos de Salomão diz respeito à sexualidade humana. Ele dedicou quase três capítulos do livro de Provérbios para falar sobre o sexo e seus desvios (Pv 5.1-23; 6.20-35; 7.1-27). Nesses provérbios, há dezenas de máximas que nos ensinam muito sobre como estabelecer o parâmetro de um relacionamento saudável.

Quando ainda discorria sobre os perigos da infidelidade conjugal, o sábio advertiu: “Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele aplana todas as suas carreiras” (Pv 5.21). Isto é, Deus considera os caminhos do homem e a forma deste conduzir até mesmo a sua sexualidade, pois se trata de uma criação divina e como tal é uma dádiva do Criador à humanidade. Se o Senhor “aplana todas as nossas carreiras”, demonstrando cuidado pelo exercício correto da sexualidade, concluímos não ser o sexo algo mau ou maligno, mas algo honroso e nobre (Hb 13.4; 1Pe 3.7).

2. Uma predisposição humana. Ao iniciar a sua coletânea de conselhos sobre como evitar os laços do adultério, Salomão chama a atenção do seu “filho” para que ouças os seus conselhos e aja em conformidade com estes (Pv 5.1,2). O texto hebraico de Provérbios, nesse versículo, apresenta a palavra ben traduzida em nossas Bíblias como “filho”. O mesmo termo ocorre também nas advertências contra o adultério em Provérbios 6.20 e 7.1. A palavra ben pode se referir tanto a um filho biológico quanto a um discípulo. Em todos os casos, a admoestação é dirigida a um ser humano que, como todos nós, está sujeito à tentação! Portanto, a fim de vivermos o gozo da nossa sexualidade nos parâmetros estabelecidos pelo Criador, que é o casamento, ouçamos o conselho do sábio. O sexo, portanto, foi criado por Deus para ser praticado entre um homem e uma mulher, mas somente no casamento. Antes do casamento e fora do casamento é pecado.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A sexualidade humana é uma dádiva de Deus ao ser humano. Ela se manifesta na predisposição do indivíduo em vivê-la no parâmetro do casamento.

 

 

 

II. AS CAUSAS DA INFIDELIDADE

 

1. Concupiscência. Um fato interessante salta aos olhos de quem lê os conselhos de Salomão contra a mulher adúltera em Provérbios: não há referência ao Diabo em suas advertências! O sábio não responsabiliza o anjo caído pelo fracasso moral dos homens, mas responsabiliza aquele a quem chama de “filho meu”. Somos agentes morais livres e temos a liberdade de escolher entre o bem ou o mal. Desejos bons e ruins são inerentes ao ser humano. Não os subestimemos! Por isso, o sábio aconselha: “Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te prendas com os seus olhos” (Pv 6.25; cf. Gl 5.16).

2. Carências. Em Provérbios 5.15-17, o sábio lança mão de algumas metáforas para aconselhar como deve ser a vida íntima do casal. A frase “bebe a água da tua própria cisterna” mostra que o sexo não deve ser praticado apenas como um dever de um cônjuge para com o outro (1Co 7.3), mas como algo prazeroso, assim como o é beber água! Se esse princípio não for observado, um dos cônjuges ficará com a sensação de que lhe falta alguma coisa! Desgraçadamente, muitos vão saciar-se noutra fonte (Pv 7.18), daí o desastre em muitas famílias.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A concupiscência e as carências não supridas na vida do ser humano são algumas das muitas causas da infidelidade conjugal.

 

 

 

III. AS CONSEQUÊNCIAS DA INFIDELIDADE

 

1. Perda da comunhão familiar. Uma das primeiras consequências da infidelidade conjugal é a desonra da família. O sábio avisa que o “seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios” (Pv 5.4). Esse fim amargo respingará nas famílias envolvidas (Pv 6.33). O sentimento de vingança estará presente na consciência do cônjuge traído (Pv 6.34). Se pensássemos na mancha que a infidelidade conjugal produz teríamos mais cuidado quando lidássemos com o sexo oposto. A pergunta inevitável é: “Deus perdoa quem cometeu tal ato?” Não há dúvida que perdoa. Mas apesar do perdão divino, as consequências ficam (Pv 5.9-14).

2. Perda da comunhão com Deus. É trágico quando alguém perde a comunhão familiar por conta de um relacionamento extraconjugal. Todavia, mais trágico ainda é perder a comunhão com Deus. Salomão sabia desse fato e por isso advertiu: “Mas não sabem que ali estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do inferno” (Pv 9.18). A palavra hebraica usada aqui para inferno é sheol, e esta designa o mundo dos mortos. De fato a expressão “ali estão os mortos”, no hebraico, significa:espíritos dos mortos ou região das sombras. O Novo Testamento alerta que os adúlteros ficarão de fora do Reino de Deus (1Co 6.10). O que tudo isso quer dizer? Que essa é a consequência de quem cometeu esse pecado, mas não se arrependeu! Por isso, não flerte com a (o) adúltera (o). Seu caminho pode até parecer prazeroso, mas inevitavelmente o levará à morte (Pv 9.17,18).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Além de perder a comunhão da família, o cônjuge adúltero quebra a sua comunhão com Deus.

 

 

 

IV. CONSELHOS DE COMO SE PREVENIR CONTRA A INFIDELIDADE

 

1. Sexo com intimidade. A intimidade sexual (ou a falta dela) é um dos fatores que influenciam a vida conjugal. Há casais na igreja que tem relações sexuais com relativa frequência, mas sem intimidade! Há sexo na relação, mas não há amor nem intimidade! Observe o conselho de Salomão: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, como cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente. E por que, filho meu, andarias atraído pela estranha e abraçarias o seio da estrangeira?” (Pv 5.18-20).

Há maridos que não demonstram o mínimo afeto à esposa e o oposto também é verdadeiro. Mas Deus criou o sexo para ser desfrutado com afeto, amor e intimidade. Do contrário, o relacionamento sexual não atenderá aos propósitos divinos e nem às expectativas do cônjuge.

2. Apego à Palavra de Deus e à disciplina. Como antídoto e forma de prevenção contra a infidelidade, Salomão aconselha o apego à Palavra de Deus e à disciplina. Para não cairmos na cilada da infidelidade conjugal, devemos guardar a instrução do Senhor, guardando-a em nosso coração. A Palavra do Senhor é luz que ilumina a nossa vida (Pv 6.20-24). O homem e a mulher só estarão livres do perigo da infidelidade conjugal quando a Palavra estiver impregnada em suas mentes e corações. Para isto, o crente deve meditar nela dia e noite. Por isso, seja disciplinado.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

Um conselho importante para prevenir-se contra a infidelidade conjugal é apegar-se a Palavra de Deus, à disciplina e relacionar-se intimamente com o cônjuge.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A fidelidade conjugal é o que Deus idealizou aos seus filhos. Sabemos que a tentação é uma realidade, que vem acompanhada da natureza adâmica que herdamos, e ambas pressionam-nos a desprezar o santo ideal da fidelidade. Todavia, o Senhor deixou-nos a sua Palavra com dezenas de conselhos, a fim de prevenir-nos quanto ao abismo chamado adultério.

 

VOCABULÁRIO

 

Nefasta: Nociva, danosa, prejudicial.
Coletânea: Conjunto de várias obras ou coisas.
Flerte: Relação amorosa mais ou menos casta, leve e inconsequente, geralmente, destituída de sentimentos profundos.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

CRUZ, E. Sócios, Amigos & Amados: Os Três Pilares do Casamento. 1 ed., RJaneiro: CPAD, 2005.
MILLER, M. A. Meu Marido Tem Um Segredo: Encontrando a Libertação para o Vício Sexual. 1 ed., RJ, 2010.
PARROT, L. A Batalha Pela Sua Mente: Entendendo a Personalidade Santificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.

 

EXERCÍCIOS

 

1. A quem é dirigida a admoestação contra o adultério no livro de Provérbios?

R. A admoestação é dirigida a um ser humano que, como todos nós, está sujeito à tentação.

 

2. Qual fato interessante salta aos olhos de quem lê os conselhos de Salomão contra a mulher adúltera em Provérbios?

R. Que não há referência ao Diabo em suas advertências contra a mulher adúltera. O sábio não responsabiliza o anjo caído pelo fracasso moral dos homens, mas responsabiliza aquele a quem chama de “filho meu”.

 

3. O que a frase “bebe a água da tua própria cisterna” mostra?

R. Ela mostra que o sexo não deve ser praticado apenas como um dever de um cônjuge para com o outro (1Co 7.3), mas como algo prazeroso, assim como o é beber água!

 

4. Qual é uma das primeiras consequências da infidelidade conjugal?

R. A desonra da família.

 

5. Com suas próprias palavras, liste outras consequências igualmente destruidoras para a família vítima da infidelidade conjugal.

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Vida Cristã

 

“Sexo promove comunhão

A Bíblia afirma que ser dois é melhor do que ser um, e que onde estiverem dois ou três reunidos, Deus ali estaria (Ec 4.9-12; Mt 18.20). E em 1 Pedro lemos que quando um casal precisa coabitar (verbo que significa relacionar-se sexualmente) com entendimento para que as suas orações sejam respondidas. Ora, isto significa que sexo tem a ver com vida espiritual, e que o casal, sendo dois, têm a possibilidade de serem mais fortes quando unidos, além da promessa da presença de Deus com eles no cotidiano da vida e na oração conjunta.

Não tenho medo de afirmar que muitos casais estão com problemas pessoais, financeiros, profissionais, de saúde, e até ministeriais, porque não estão se entendendo na vida sexual. Por mais que orem suas orações estão impedidas [...]. Outros há que até se acertam na cama, mas vivem às turras e perdem a bênção de Deus pois se magoam mutuamente. Sem falar em casais que não oram juntos, que não fazem cultos domésticos, e que não dividem o sacerdócio do lar. Estes perdem a chance de serem dois, e de vivenciarem uma vida conjugal, profissional, financeira, familiar, ministerial e sexual prazerosa e sadia” (CRUZ, E.Sócios, Amigos & Amados: Os Três Pilares do Casamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2005, p.241).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Vida Cristã

 

“FUGIRÁS DA TENTAÇÃO — ON LINE E DE OUTRAS FORMAS

 

CORRA DA TENTAÇÃO

O Antigo Testamento não é o único que trata do assunto ‘fugir da tentação sexual’. Em sua primeira carta aos coríntios, Paulo chama nossos corpos de templos do Espírito Santo. Qualquer outro pecado, ele diz, cometemos contra Deus, mas a imoralidade sexual é um pecado tanto contra Deus quanto contra nossos próprios corpos. O povo de Corinto conhecia bem a imoralidade sexual; muitos juntavam-se a ela em vez de fugir dela. Mas Paulo os instruiu a fugir (1Co 16.18).

O apóstolo repetiu essa ordem ao jovem pastor chamado Timóteo. Como a maioria dos jovens, Timóteo lutava com os desejos. Então Paulo instruiu a seu jovem amigo a ‘fugir das paixões da mocidade’ (2Tm 2.22). Essa instrução reporta-se não apenas a maridos e esposas, mas também àqueles que estão para se casar. A Bíblia ensina que nossos corpos são presentes reservados para nossos futuros cônjuges. Que presente de casamento maravilhoso para se trazer ao seu próprio casamento!

A Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, nunca nos encoraja a tentar enfrentar a tentação sexual. Mas insiste em que saiamos completamente do caminho dela.

 

TRATE A TENTAÇÃO SEXUAL COMO UMA DOENÇA MORTAL

Imagine que você tenha ouvido a respeito de um surto de uma doença mortal em uma área remota. Apenas profissionais médicos treinados ousaram viajar até a área onde houve o surto, e você ficou sabendo que se contrair a doença provavelmente morrerá. Você também sabe que apenas aqueles que viajam para o local da epidemia estão vulneráveis à doença.

Seria um ato de bravura ou de plena estupidez viajar até a área afetada apenas para provar quão ‘resistente’ à bactéria mortal você é? Nenhuma pessoa em sã consciência se poria em tamanho perigo sem uma boa razão. Mas é exatamente isso que muitos cristãos fazem em relação à tentação sexual. Antes e depois do casamento, dedicam-se a ela, flertam com ela e entretêm-se com ela — acreditando que no último instante serão capazes de pisar nos freios e evitar a colisão.

Isso não funciona desse jeito. Deus nos conhece. Ele nos criou, então sabe o quanto a tentação sexual pode arrastar seus filhos. É por isso que Ele nos instrui a fugir. Se tratássemos a tentação sexual como uma doença mortal e altamente contagiosa, entenderíamos melhor e obedeceríamos à admoestação da Bíblia a fugir” (YOUNG, E. Os Dez Mandamentos do Casamento.1 ed., RJ: CPAD, pp.123-24)

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

Advertência contra o adultério

 

Em Provérbios, encontramos uma série de exortações quanto à infidelidade conjugal (Pv 5.7-15). A infidelidade é tida como falta de sabedoria (Pv 6.32). Sabemos que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria. Quando se perde a reverência a Deus, a insensatez toma conta do coração do homem.

Atualmente, muitos veem a infidelidade conjugal como uma prática normal, porém os princípios de Deus são eternos e imutáveis. Na Bíblia, o adultério é, e continuará sendo, pecado. Encontramos tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos sérias advertências contra a infidelidade conjugal (Êx 20.14; Dt 5.18; Rm 13.9; Gl 5.19).

Como servos de Deus, precisamos estar atentos, pois “os lábios da mulher estranha destilam favos de mel”. A princípio, a infidelidade pode parecer doce e prazerosa, mas o seu fim é amargoso como o absinto (Pv 5.4). Com a infidelidade, vem a disfunção familiar. Ela é perigosa, é destrutiva para toda família, para a Igreja do Senhor e para a sociedade de um modo geral.

Uma vida conjugal feliz

O capítulo 5 de Provérbios tem início com uma série de conselhos contra o sexo ilícito. A partir do versículo 15, o autor inicia uma seção para falar a respeito do relacionamento íntimo entre marido e mulher. “Bebe a água da sua cisterna” (Pv 5.15). Água é símbolo de vida. O ser humano não pode viver sem ela. Assim também é o relacionamento sexual no casamento. Ele é importante e traz vida aos cônjuges. Um casamento não pode subsistir sem ele. “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Tudo que o Pai criou é bom e isso inclui a sexualidade. E importante ressaltar que o sexo nunca foi, em si mesmo, pecaminoso. Deus o estabeleceu para ser desfrutado no casamento antes que o pecado entrasse no mundo (Gn 2.21-25).

Ao nascer, fomos dotados de instintos (tendência natural) específicos sem os quais nossa sobrevivência seria impossível. O impulso sexual caracteriza o instinto de preservação da espécie. Depois da Queda, no Jardim do Éden, o homem pecador passou a deturpar esse impulso divino, gerando as muitas aberrações que sabemos existir hoje, mas isso não invalida a intenção de Deus de abençoar o homem e perpetuar a espécie através da relação sexual sadia. Provérbio 5.18 diz: “Bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade”. A vida sexual saudável dentro do casamento tem a bênção de Deus, além de dar alegria e prazer ao homem (Hb 13.4).

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 3: Trabalho e Prosperidade

Data: 20 de Outubro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10.22).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A Bíblia condena a inércia e a preguiça, pois é através do trabalho e da bênção de Deus que prosperamos.

 

HINOS SUGERIDOS

 

77, 104, 294.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 10.22

A bênção do Senhor prospera

 

 

 

Terça - Pv 3.9,10

A generosidade gera prosperidade

 

 

 

Quarta - Pv 3.13-15

O conhecimento gera prosperidade

 

 

 

Quinta - Pv 22.13; 24.34

A preguiça afasta a prosperidade

 

 

 

Sexta - Pv 24.30

A preguiça gera displicência

 

 

 

Sábado - Pv 30.25

Poupar também é prosperar

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Provérbios 3.9,10; 22.13; 24.30-34.

 

Provérbios 3

9 - Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda;

10 - e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares.

 

Provérbios 22

13 - Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.

 

Provérbios 24

30 - Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento;

31 - e eis que toda estava cheia de cardos, e a sua superfície, coberta de urtigas, e a sua parede de pedra estava derribada.

32 - O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução.

33 - Um pouco de sono, adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado,

34 - assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

 

INTERAÇÃO

 

O trabalho é um dom de Deus para a humanidade. Ele eleva a dignidade do homem e a da mulher. Esta, no entanto, conquistou um papel de destaque no mercado profissional. Não se pode ignorar o advento da mulher no mercado de trabalho como elemento revolucionário para o modelo tradicional da família. Hoje, na maioria dos casos, mesmo que a mulher opte por não mais trabalhar fora, o homem não consegue prover a família com o próprio salário. O custo de vida é caro, o salário é pequeno, fazendo com que até os aposentados retornem ao mercado formal do trabalho. O fato é que para prosperarem na vida, tanto o homem quanto a mulher devem trabalhar, trabalhar... É através do trabalho que prosperamos.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Compreender as quatro metáforas da lição (do celeiro e do lagar, da formiga, do leão e do espinheiro).
  • Reconhecer a importância e o valor do trabalho.
  • Saber que a prosperidade é fruto da bênção de Deus, mas de muito trabalho também.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, reproduza o esquema abaixo na lousa ou tire cópias. Ao concluir a lição de hoje faça uma síntese das metáforas estudadas usando o auxílio do respectivo esquema. Em seguida, afirme à classe que essas metáforas são símbolos linguísticos empregados pela Bíblia para demonstrar a importância e o valor do trabalho na vida do ser humano.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Trabalho: Conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim.

 

Nas lições anteriores, aprendemos que um provérbio bíblico utiliza a linguagem metafórica para expressar o seu real significado. De fato a palavra hebraica machal traduzida em nossas Bíblias como provérbio, possui um leque de significados: parábola, comparação, alegoria, fábula, provérbio, dito enigmático, símbolo, argumentação ou apologia. Tais recursos linguísticos permeiam todo o livro dos Provérbios.

Na lição de hoje, veremos algumas das metáforas usadas pelos sábios para tratar da natureza do trabalho e sua importância. Elas revelam que o labor é uma condição necessária à expressão humana. Ao observarmos o campo, a imagem de um animal ou mesmo a atividade dos insetos, aprenderemos acerca da grandeza do trabalho. Era dessa forma que os sábios da antiguidade ensinavam, pois quando se entende tais metáforas, compreende-se melhor a natureza do trabalho.

 

I. A METÁFORA DO CELEIRO E DO LAGAR (Pv 3.9,10)

 

1. A dádiva que faz prosperar. Em Provérbios 3.9,10, está escrito que devemos honrar ao Senhor com nossas posses e com o melhor de nossa renda. Tal atitude, segundo o sábio, fará com que os nossos “celeiros” se encham abundantemente e que trasbordem de mosto os nossos “lagares”. O celeiro e o lagar transbordantes são metáforas que representam uma vida abundante! O celeiro, tradução do hebraico asam, é o lugar onde se deposita a produção de grãos. Quando transbordava era sinal de casa farta! Vemos isso nas bênçãos decorrentes da obediência (Dt 28.8). Mas o conselho do sábio mostra que isso só é possível quando há generosidade em fazermos a vontade de Deus.

2. A bênção que enriquece. No mesmo texto, Salomão fala dos bens e da renda adquiridos como fruto do trabalho. Mas a verdadeira prosperidade não vem apenas de nosso esforço, mas principalmente do resultado direto da bênção do Senhor. É exatamente isso o que diz o sábio em Provérbios 10.22.

O celeiro e o lagar somente se encherão e trasbordarão quando a bênção de Deus estiver neles. É a bênção divina que faz a distinção entre ter posses e ser verdadeiramente próspero, pois é possível ser rico, mas não ser feliz. A prosperidade integral só é possível com a presença de Deus em nossa vida.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

O celeiro e o lagar transbordantes são metáforas que representam uma vida abundante.

 

 

 

II. A METÁFORA DA FORMIGA (Pv 6.6-11)

 

1. As formigas sabem poupar. Na metáfora da formiga, o sábio nos exorta a tomarmos uma atitude prudente diante da realidade da vida: “Vai ter com a formiga”. A palavra hebraica usada aqui é yalak, e possui o sentido de “mover-se”, tomar uma atitude na vida (Pv 6.6)! Até os insetos podem nos dar lições sobre o trabalho! Mas não é apenas isso que aprendemos com as formigas. Ainda em Provérbios, o sábio Agur invoca o exemplo desses pequenos insetos (Pv 30.25). As formigas possuem uma noção sofisticada de trabalho — “no verão [elas] preparam a sua comida”. Isto é, as formigas sabem poupar! Elas não apenas trabalham, mas também poupam. O cristão deve aprender igualmente a poupar recursos para eventualidades futuras.

2. As formigas sabem ser autônomas. O texto de Provérbios diz que a formiga, mesmo “não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento” (Pv 6.7,8).

As formigas também são responsáveis e trabalham sem serem vigiadas. O erudito Derek Kidner observa o contraste entre elas e o preguiçoso, quando informa que a formiga não precisa de fiscal, enquanto o preguiçoso precisa ser advertido o tempo todo. A formiga discerne os tempos, o preguiçoso não!

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Na metáfora da formiga o sábio nos exorta a tomarmos uma atitude prudente diante da realidade da vida: trabalhar.

 

 

 

III. A METÁFORA DO LEÃO (Pv 22.13; 26.13)

 

1. Conhecendo o leão. A metáfora do leão se encontra em duas passagens do livro de Provérbios (22.13 e 26.13). Há uma pequena variante nesses provérbios, mas o sentido é o mesmo — o preguiçoso sempre arranja uma desculpa para fugir do trabalho! Ora o leão está “lá fora”, ora está “no caminho” e ora está “nas ruas!”. O leão é o mais forte dos animais, e a sua presença causa medo. O fato de o preguiçoso ver o trabalho como um leão significa que ele o encara como uma realidade difícil de ser enfrentada. Tem medo do trabalho, assim como tem medo do leão! É desnecessário dizer que essa é uma visão completamente equivocada do labor.

2. Matando o leão. Há alguns provérbios populares que expressam um sentido semelhante aos provérbios estudados acima. Por exemplo: “a vida é dura para quem é mole”; “matando um leão por dia”. Tais ditos populares revelam que a vida pode ser difícil, dura, mas tem de ser enfrentada.

Não adianta ficar com medo do leão! O pastor Matthew Henry observa que esse “leão” é fruto da imaginação do preguiçoso e só serve para reforçar a sua inércia. Se há um leão lá fora, é o leão do qual falou o apóstolo Pedro, e ele está rugindo em busca de quem possa devorar (1Pe 5.8). O preguiçoso será a sua principal presa!

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A metáfora do leão torna-se fruto da imaginação do homem, quando este busca um álibi para reforçar a sua inércia.

 

 

 

IV. O TRABALHO E A METÁFORA DOS ESPINHEIROS (Pv 24.30-34)

 

1. Trabalho, prosperidade e espiritualidade! Já vimos que o trabalho possui também uma dimensão espiritual (Pv 3.9). Isso vai de encontro àquilo que pensa o senso comum acerca do trabalho. A ideia que ficou associada ao trabalho é a de que ele é algo meramente material e totalmente destituído de valor espiritual. Mas não é assim que pensa o sábio (Pv 24.30). Quando ele viu o campo do preguiçoso totalmente abandonado, cheio de espinheiros, a primeira sensação que teve foi de um “homem falto de entendimento”.

É interessante observarmos que, no hebraico, essa expressão vem carregada de valores espirituais. A palavra hebraica usada para “entendimento” é leb, significando coração, entendimento e mente. A ideia é mostrar o que há no interior do homem — a espiritualidade. Andrew Bowling, especialista em hebraico bíblico, destaca que esse vocábulo é usado para indicar as funções imateriais da personalidade humana. Portanto, o trabalho é algo extremamente espiritual. Ninguém será menos crente porque trabalha, aliás, a verdade é justamente o contrário (Ef 4.28; 2Ts 3.10)!

2. Trabalho, ócio e lazer! A análise do sábio sobre a inércia do preguiçoso, que favoreceu o nascimento de espinheiros dentro da plantação, é uma forma de ironizar o ócio dele (Pv 24.33,34). Não dá para prosperar mantendo-se de braços cruzados, e muito menos ficando eternamente em repouso! É preciso se mexer. Todavia, esse é apenas um aspecto da questão, pois quem trabalha precisa de descanso e também de lazer! Deus criou o princípio do descanso semanal (Gn 2.2). Precisamos, inclusive, de tempo livre para estarmos a sós com Deus e com a nossa família.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

O trabalho dignifica o homem e é por isso que devemos levá-lo a sério. Trabalhando, alcançaremos a verdadeira e bíblica prosperidade. Essa recomendação é válida também para os obreiros, pois se não tiverem cuidado, acabarão por mergulhar numa inércia pecaminosa.

Não devemos, todavia, nos fazer escravos do trabalho. Devemos estar disponíveis também a cultuar a Deus, cuidar de nossa família e, com ela, recrear-nos. Enfim, se nos dedicarmos ao trabalho, conforme recomenda-nos a Bíblia, teremos uma vida digna e tranquila na presença de Deus.

 

VOCABULÁRIO

 

Alegoria: Modo de expressão ou interpretação que consiste em representar pensamentos, ideias, qualidades sob forma figurada.
Fábula: Narrativa curta, em prosa ou verso, com personagens animais que agem como seres humanos, e que ilustra um preceito moral.
Estrênuo: Que é valente ou que age com valentia; destemido, corajoso.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que representam as metáforas do lagar e do celeiro?

R. Representa uma vida abundante.

 

2. Qual a exortação do sábio na metáfora da formiga?

R. Termos uma atitude prudente diante da realidade da vida.

 

3. Segundo o erudito Derek Kidner, qual o contraste entre as formigas e o preguiçoso?

R. A formiga não precisa de fiscal, enquanto o preguiçoso precisa ser advertido o tempo todo.

 

4. Segundo Matthew Henry, por que não devemos temer “o leão do trabalho”?

R. Esse “leão” é fruto da imaginação do preguiçoso e só serve para reforçar a sua inércia.

 

5. De acordo com a conclusão da lição, elabore uma frase ressaltando a visão bíblica e equilibrada entre o trabalho, Deus, a família e o lazer.

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“O Lazer e o Renascimento da Vida Sabática

Os teólogos cristãos há muito têm afirmado que para que a vida atinja seu potencial espiritual pleno, deve ser vivida de maneira dialética e rítmica. O lazer e o trabalho merecem quantidades proporcionadas de tempo e energia. Deste modo a alma pode ser nutrida na contemplação e o corpo ocupado no trabalho. O trabalho não é o inimigo. O inimigo é um estilo de vida que revolve-se exclusivamente em torno do trabalho. A inteireza na vida vem de reconhecer e experimentar a interação dos ritmos de trabalho, descanso, adoração e divertimento. Surge o reconhecimento da capacidade deles revitalizarem-se uns aos outros quando lhes é dado o devido lugar. Uma volta aos ritmos do sábado tem implicações refrescantes para indivíduos, famílias e a sociedade, embora integrá-los com os padrões de vida agitados e destrutivos de fins do século XX venha a testar a resolução até do mais devoto” (VOLF, M. Trabalho in PALMER, M. D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1 ed.; RJ: CPAD, 2001, p.272).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“O que é Trabalho?

‘Se ninguém me perguntasse, eu saberia; se quero explicar a quem me pergunta, não sei’. Era assim que Agostinho expressava sua dificuldade em definir ‘tempo’. O mesmo parece verdade com ‘trabalho’. Pensamos que sabemos o que é trabalho, mas, quando tentamos pôr em palavras o que pensamos que sabemos o que é trabalho, gaguejamos.

Começarei explicando o que é trabalho destacando algumas coisas. Primeiro, embora muito estrênuo, trabalho não é simplesmente labuta e fadiga, como alguns tendem a pensar, interpretando Gênesis 3 em parte incorretamente. Na verdade, muitos gozam do trabalho que fazem e os que fazem são os melhores trabalhadores. Não seria estranho dizer que os melhores trabalhadores não trabalham? Segundo, trabalho não é simplesmente emprego remunerado. Embora a maioria das pessoas nas sociedades industrializadas esteja empregada pela remuneração que percebem, muitos trabalham duro sem receber pagamento. Pegue, por exemplo, as donas de casa (raramente donos de casa) que gastam quase todas as horas em que estão acordadas mantendo uma casa em ordem e criando os filhos. Muitas delas com razão se ressentem quando as pessoas insinuam que não trabalham; isto é acrescentar um insulto (‘você não trabalha’) a uma injúria (elas não recebem pagamento).

Precisamos de uma definição abrangente de trabalho, uma que inclua o trabalho desfrutado e o trabalho sofrido, o trabalho remunerado e o trabalho voluntário. Uma definição muito simples de trabalho seria ‘uma atividade que serve para satisfazer as necessidades humanas’: Você prepara uma refeição para ter algo que comer; você digita manuscritos para receber um cheque. Em contraste, o propósito de jogar é jogar: Você joga futebol, porque gosta de jogar futebol; você lê um livro, porque gosta de ler livros. Claro que cozinhar pode ser seu passatempo, então você cozinha, porque você gosta de cozinhar, e encher estômagos vazios é, nesse caso, um benefício colateral. Semelhantemente, jogar futebol (se você é jogador profissional) ou ler livros (se você é aluno ou professor) pode ser seu trabalho; então você joga, porque precisa de dinheiro ou reconhecimento, e lê livros, porque precisa passar nos exames ou preparar uma conferência; a pura diversão de jogar ou ler é, então, uma coincidência feliz. Portanto, trabalhar é uma atividade instrumental: Não é feito para o seu próprio bem, mas para satisfazer necessidades humanas” (VOLF, M. Trabalho in PALMER, M. D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1 ed., RJ: CPAD, 2001, pp.225-26).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

Trabalho e Prosperidade

 

Quem não deseja ter uma vida próspera e abençoada? E o desejo de todo ser humano e não há nada de errado em ser bem-sucedido. Mas, o que é ser próspero? Embora cada um tenha uma definição própria, para respondermos a essa questão temos que recorrer às Escrituras Sagradas e observar o que é ser bem-sucedido à luz da Palavra.

A prosperidade em Provérbios está diretamente relacionada à obediência à Bíblia e à dedicação ao trabalho. No Antigo Testamento, a verdadeira prosperidade é primeiramente espiritual — bem diferente do que os admiradores da teologia da prosperidade têm pregado e ensinado.

Uma vida bem-sucedida não é somente resultado do sucesso financeiro, mas, sim, da obediência a Deus, da fidelidade e da santidade (Pv 3.3,4).

Como cristãos, podemos afirmar que nossas riquezas são e serão sempre intangíveis e nunca somente monetárias. Atualmente, os crentes têm sido iludidos quando o assunto é prosperidade. Eles tendem a relacionar o ser bem-sucedido ao dinheiro e bens materiais. Muitos estão buscando desesperadamente os bens materiais. Querem ser ricos a todo o custo e acabam desprezando a Deus, tropeçando e perdendo o nosso bem precioso, a nossa salvação. Por isso Jesus a adverte em Mateus 16.26. Não podemos ser influenciados pela maneira de pensar deste mundo (Rm 12.2). Para alguns, o “ter” passou a ser mais importante que o “ser”. Pertencer ao Reino de Deus está diretamente ligado ao “ser” — ser benigno, ético, compassivo, etc.

Sabemos que a prosperidade não é somente resultado direto do trabalho e do esforço do homem, todavia sem trabalho não há prosperidade. A preguiça impede o homem de prosperar. O preguiçoso sonha, deseja, mas dificilmente alcança seus objetivos (Pv 13.4; 20.13; 23.21). Precisamos nos dedicar ao trabalho, pois este dignifica o homem. Em Provérbios, encontramos uma série de exortações ao trabalho. O indolente é seriamente advertido (Pv 10.26; 19.15; 24.30-34). Muitos oram a Deus, mas não agem, não fazem a sua parte. Deus não vai fazer o nosso trabalho. A Palavra de Deus relata que Jesus era um homem de dores e trabalho (Jo 5.17). Sigamos os passos do Mestre.

Além da preguiça, vejamos alguns outros obstáculos que impedem a prosperidade:

       Falta de comprometimento, de inteireza de coração (2Cr 25.2);

       Infidelidade a Deus. Não honra ao Senhor com as nossas primícias (Pv 3.9,10);

       Desobediência deliberada a Deus (Dt 28.15);

       Falta de confiança no Todo-Poderoso.

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 4: Lidando de forma correta com o dinheiro

Data: 27 de Outubro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência” (Pv 23.23).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Quando o dinheiro não é dominado como servo, mas domina como senhor, transforma-se num grande e terrível tirano.

 

HINOS SUGERIDOS

 

20, 47, 247.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 11.15

Advertência contra a fiança

 

 

 

Terça - Pv 22.26,27

Advertência acerca do crédito

 

 

 

Quarta - Pv 28.8

Advertência contra a usura

 

 

 

Quinta - Pv 17.16

Advertência contra o tolo

 

 

 

Sexta - Pv 23.23

Buscando virtudes

 

 

 

Sábado - Fp 4.19

Buscando a suficiência em Cristo

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Provérbios 6.1-5.

 

1 - Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho,

2 - enredaste-te com as palavras da tua boca, prendeste-te com as palavras da tua boca.

3 - Faze, pois, isto agora, filho meu, e livra- te, pois já caíste nas mãos do teu companheiro: vai, humilha-te e importuna o teu companheiro;

4 - não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras;

5 - livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro.

 

INTERAÇÃO

 

O amor ao dinheiro desperta o lado mais primitivo do ser humano. Por dinheiro, as pessoas mentem, golpeiam, dissimulam, roubam, matam, etc. Por dinheiro os homens constroem impérios sem prestar atenção na pobreza estabelecida ao redor deles. Por dinheiro pessoas lucram através do suor do rosto alheio, apesar de a Bíblia dizer que o homem viveria do suor do próprio rosto. Enfim, o apego ao dinheiro é o elemento responsável por muitas tragédias humanas. À luz do ensino de Provérbios, devemos munir-nos da sabedoria divina em relação ao dinheiro para não cometermos as mesmas injustiças que os homens sem Deus cometem.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir fiador, empréstimo, usura e suborno.
  • Decidir usar corretamente o dinheiro.
  • Buscar o equilíbrio financeiro.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, providencie para a aula de hoje revistas antigas e jornais que tenham matérias ou artigos a respeito de escândalos financeiros (agiotagem, corrupção, etc).

Divida a turma em quatro grupos. Solicite aos alunos que eles façam uma pesquisa sobre escândalos financeiros utilizando as revistas e jornais. Reúna os grupos novamente e dê três minutos para cada grupo relatar a matéria escolhida. Em seguida, pergunte a opinião deles sobre o caso. Ouça as respostas. Conclua a tarefa afirmando que praticar atos ilícitos para obter dinheiro não compensa, pois é um grave pecado contra Deus e contra o próximo!

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Dinheiro: Meio de pagamento, na forma de moedas e cédulas, emitido e controlado pelo governo de cada país.

 

Guerras, assassinatos, fomes e violência. Tanto no passado como no presente, podemos afirmar que boa parte desses males tem como causa primária o amor ao dinheiro. De fato, é o que as Escrituras afirmam em 1 Timóteo 6.10. Já vimos que ser rico e possuir bens não é errado, pois “a bênção do Senhor é que enriquece” (Pv 10.22).

Todavia, amar o dinheiro significa torná-lo nosso senhor em vez de nosso servo. Isto traz um grande mal, pois na condição de senhor o dinheiro torna-se um tirano cruel. Por isso, nesta lição, aprenderemos como usar o dinheiro de forma que ele venha a glorificar a Deus.

 

I. O CUIDADO COM AS FIANÇAS E EMPRÉSTIMOS

 

1. O Fiador. O Dicionário Aurélio define o fiador como “aquele que fia ou abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de obrigações do abonado; aquele que presta fiança”. O crente deve ter cuidado ao afiançar ou avalizar alguém, pois como diz o sábio, poderá sofrer “severamente aquele que fica por fiador do estranho” (Pv 11.15).

Tenha cuidado com o cartão de crédito e com o famoso “cheque emprestado”. Este último se não houver fundos para cobri-lo, na data da apresentação, você será cadastrado na lista de emitentes de cheques sem fundos. Siga a recomendação do sábio, evite esse tipo de problema e esteja “seguro” (Pv 11.15).

2. Empréstimo. O Dicionário Aurélio auxilia-nos também na definição do termo emprestar: “Confiar a alguém (certa soma de dinheiro, ou certa coisa), gratuitamente ou não, para que faça uso delas durante certo tempo, restituindo depois ao dono”. Sobre isso, o conselho encontrado em Provérbios é atualíssimo: “Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti?” (Pv 22.26,27).

Não há nada de errado em emprestar, ou tomar emprestado, desde que se cumpra o compromisso firmado. Comprou? Pague! Tomou emprestado? Devolva! Quem compra e não paga, toma emprestado e não devolve, age desonestamente para com a pessoa que lhe deu crédito e desonra o nome do Senhor.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

O cristão deve ter prudência ao decidir ser um fiador ou efetuar um empréstimo.

 

 

 

II. O CUIDADO COM O LUCRO FÁCIL

 

1. Evitando a usura. A prática de emprestar dinheiro a juros é bem antiga. Para Milton C. Ficher, erudito em Antigo Testamento, a legislação de Deuteronômio 23.19,20 já proibia a prática de se “emprestar com usura” (“juros” na ARA). Mas não apenas dinheiro, também comida e “qualquer coisa que se empreste à usura”.

Os termos hebraicos neshek e nashak aludem a qualquer tipo de cobrança abusiva feita por ocasião do pagamento da dívida. O princípio de não cobrar juros aos seus irmãos devia ser observado pela nação israelita. Sobre isso e acerca de quem habitaria o tabernáculo do Altíssimo, Davi advertiu solenemente (Sl 15.5).

A legislação brasileira prevê que o crime de usura, ou agiotagem, ocorre quando os juros cobrados por particulares forem maiores que os praticados pelo Mercado Financeiro e permitido por lei. Portanto, agiotagem é crime! É pecado!

2. Evitando o suborno. De acordo com os léxicos, subornar é “dar dinheiro ou outros valores a, para conseguir coisa oposta à justiça, ao dever ou à moral”. Subornar é corromper para ganhar vantagens. A imprensa veicula constantemente exemplos de pessoas que receberam suborno quando deveriam zelar pelo cumprimento de suas obrigações.

A Palavra de Deus afirma que aquele que aceita suborno secretamente perverte o caminho da justiça (Pv 17.23). O cristão não pode aceitar suborno nem muito menos pagá-lo, pois ele anda na luz e precisa honrar a Deus em todas as áreas de sua vida. A prática do suborno é uma perigosa armadilha. O que se apresenta como lucro hoje, amanhã se revelará numa perda irreparável. Por isso, atentemos ao conselho de Provérbios (Pv 17.23 — ARA).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A Bíblia rechaça a prática do lucro fácil que advém da usura e do suborno.

 

 

 

III. O USO CORRETO DO DINHEIRO

 

1. Para promover valores espirituais. Um dos melhores conselhos sobre a promoção dos valores espirituais pode ser encontrado em Provérbios: “Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência” (Pv 23.23). Aquilo que é eterno custa caro e, por isso, poucos têm interesse nesse investimento.

Para Judas foi mais fácil vender Jesus do que se desfazer de sua cobiça. O mesmo aconteceu com os irmãos de José. Venderam-no para o Egito por um punhado de dinheiro (Gn 37.1-36). Hoje, muitos crentes estão negociando a sua herança espiritual e moral, trocando-a por coisas pecaminosas. Por que não investir o dinheiro naquilo que promove a sabedoria, a instrução e o conhecimento? Cuidado! Não desperdice o seu salário com futilidades. Adquira somente o que glorifica a Deus e honra o Evangelho de Cristo.

2. Para promover o bem-estar social. Para o pobre, o dinheiro mal dá para suprir as necessidades mais elementares e básicas. Felizmente, o dinheiro não é o único valor que realmente conta, pois “melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico” (Pv 28.6).

Entretanto, há muitos crentes com dinheiro, e muito dinheiro, mas que não o utilizam para honrar a Deus e ajudar ao próximo. Eles não trazem os seus dízimos à Casa do Senhor, não ofertam, não contribuem com a obra missionária, não investem em obras sociais e nem do bem-estar da própria família cuidam. A estes as Escrituras chamam de insensatos (Pv 17.16 — ARA). Os tais ainda não leram o conselho do sábio: “Porque as riquezas não duram para sempre; e duraria a coroa de geração em geração?” (Pv 27.24). Quando morrerem, outros irão usufruir o que eles deixarem!

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O conselho bíblico diz que o uso do dinheiro deve promover valores espirituais e o bem estar social.

 

 

 

IV. BUSCANDO O EQUILÍBRIO FINANCEIRO

 

1. Buscando a suficiência. Em Provérbios 30.8,9, o sábio ensina o sentido de ter uma vida financeira suficiente, isto é, nem pobreza nem riqueza. Esse ponto de equilíbrio define bem o que é ter uma vida próspera na perspectiva bíblica. É ter a suficiência, como ensinou o apóstolo Paulo (Fp 4.19). Essa suficiência mantém nossa vida equilibrada. Ela não permite o muito tornar-se excesso nem o pouco virar escassez. Atentemos ao conselho do sábio!

2. Buscando o que é virtuoso. Para o sábio, há coisas que superam o valor do dinheiro: “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubins; e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela” (Pv 3.13-15).

A sabedoria, como bem espiritual, em muito supera o dinheiro, pois para o sábio, a riqueza do verdadeiro saber não se compara com a mais bela e cobiçada joia. É incomparável o seu valor (Pv 8.11). Diz ainda Salomão: “Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o ouro” (Pv 22.1).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

Uma vida financeiramente equilibrada se caracteriza quando o muito não se torna excesso nem o pouco, escassez.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A presente lição mostrou que, embora o dinheiro seja algo essencial à vida, não é o mais importante. Há outros valores mais importantes do que ele. É necessário, portanto, buscarmos um viver equilibrado como resultado da obediência aos princípios da Palavra de Deus. Em Cristo, o centro de toda revelação bíblica, temos toda a suficiência de que precisamos. Aleluia!

 

VOCABULÁRIO

 

Agiotagem: Empréstimo de dinheiro a juros superiores à taxa legal; usura.
Mercado Financeiro: Segundo a Economia, é um complexo mecanismo que organiza os processos de compras e vendas em comércio (mercadorias, valores imobiliários, câmbio e outros bens).

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2003.
Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005.
PALMER, M. D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1 ed., RJ: CPAD, 2001.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Defina o termo fiador.

R. Aquele que fia ou abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de obrigações do abonado; aquele que presta fiança.

 

2. Por que devemos ter cuidado com o cartão de crédito e com o cheque emprestado?

R. Porque se não houver fundos para cobrir os valores a pessoa será enquadrada na lista de emitentes de cheques sem fundo.

 

3. Em relação à cobrança abusiva de juros, qual princípio deveria ser observado pela nação israelita?

R. O princípio de não cobrar juros aos seus irmãos.

 

4. O dinheiro é realmente o único valor que conta? Por quê?

R. O dinheiro não é o único valor que realmente conta, pois “melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico” (Pv 28.6).

 

5. Para o sábio, a sabedoria era um bem espiritual muito superior ao dinheiro. Por quê?

R. Porque, para o sábio, a riqueza do verdadeiro saber não se compara com a mais bela e cobiçada joia.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Vida Cristã

 

“Trata do Crédito com Cuidado

As intermináveis pressões de ‘mês mais comprido que o dinheiro’ é o bastante para separar famílias. Mas, em alguns casos, ter mais dinheiro não é solução. Devemos começar a administrar corretamente o que temos. O marido e a esposa têm de trabalhar juntos (e haverá o tempo e o lugar para envolver os filhos). Olhe além dos pagamentos mensais. Faça uma imagem mental de toda a dívida em destaque. Damos graças a Deus porque uma taxa de crédito nos permitirá tomar dinheiro emprestado, mas não nos enganemos: os juros serão altos. Cartões de crédito têm sido a ruína de muitos lares. Melhor deixar de comprar a crédito, a menos que tenha disciplina e limite. Abandone o uso de cartões de crédito, se você sabe que não haverá dinheiro para pagar. Pague suas contas no vencimento. Quando os pagamentos não puderem ser efetuados, comunique ao credor” (Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005, p.146).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Vida Cristã

 

“É um Mundo Consumista

‘E o que há de errado com isto?’, você pode estar se perguntado. Talvez você pense que eu queira persuadi-lo a vender tudo o que tem e ir viver nas montanhas feito eremita. Relaxe, eu não pretendo fazer isto! Nem estou tentando fazê-lo sentir-se culpado por ter uma lista de ‘coisas a comprar’ guardada na gaveta de cômoda.

Não. Não é nada disso.

O que estou tentando dizer é que o problema está em ser acometido pela síndrome do ‘adquira-e-possua’ de nossa cultura, em viver para ter e ter para viver, em ter uma casa cheia de ‘coisas’ — todas estas coisas raramente satisfazem. A batedeira que você almejava desde 1987 rapidamente perderá seu brilho. E logo logo você estará procurando ‘mais uma coisinha’ para equipar sua cozinha. A casa de quatro quartos com piscina e churrasqueira na qual você depositou todas as suas economias, em algum momento perderá seu brilho também.

E quanto mais ficamos fascinados com as coisas novas que brilham à nossa volta, mais espaço, energia, tempo e dinheiro será necessário para manter o vício do consumo!

 

Coisas e Caos

Ilyce Glink, uma planejadora financeira [...], faz a seguinte observação:

 

Quando você compra uma casa grande para acomodar suas coisas, você paga altas taxas, altas contas de luz, altas contas de gás e uma hipoteca maior; somando-se ainda tudo o que estas coisas exigem de custos de manutenção!

 

Manter ou expandir as coisas que você já tem toma muito dinheiro e tempo. E não estou falando apenas de casas. Coisas simples como uma placa de memória com maior capacidade de armazenamento para o computador do seu filho. Ou ‘coisas’ como férias de família. Apenas visitar um parque temático já o deixa sem algumas centenas de dólares hoje em dia. E Disneylândia? Bem, é mais fácil ganhar uma medalha de ouro olímpica do que passar as férias lá!

Agora, eu imagino que muitos dos leitores ganham consideravelmente mais dólares do que eu e Rick. Outros de vocês mantêm família com salário mínimo. Não é minha intenção fazer um debate entre classes aqui. Pelo contrário, quero chamar sua atenção de perdedor financeiro para um simples fato: muitos de nós estamos nadando em dívidas e vivendo um caos conjugal como resultado de nada menos que uma necessidade descontrolada de possuir e acumular coisas. A verdade é que o caos em nosso casamento poderia ter fim se nós simplesmente parássemos de acumular e começássemos a estar satisfeitos com as coisas que já temos” (BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem. 1 ed., RJ: CPAD, 2003, pp.70-1).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

Lidando de forma correta com o dinheiro

 

Você sabe lidar com o dinheiro de forma correta? Tem sua vida financeira equilibrada? Não é errado o crente possuir bens materiais e ter uma conta bancária abençoada. Deus é bom e deseja que tenhamos uma vida abundante (Jo 10.10). Porém, o que temos que temer é o amor ao dinheiro. Jesus nos adverte para que tenhamos cautela quanto à avareza, “porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15).

Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal “a palavra traduzida por ‘avareza’ (pleonexia) literalmente significa a sede de possuir mais”. A ganância, o desejo excessivo de possuir mais e mais tem levado muitos a se envolverem em negócios ilícitos, como por exemplo, a prática da agiotagem, suborno, corrupção. A agiotagem é uma prática perversa e bem antiga. A Palavra de Deus proíbe tal prática desumana (Dt 23.19,20). Segundo o Código Penal Brasileiro, agiotagem é crime.

O amor ao dinheiro também tem levado muitos a caírem em outra prática pecaminosa: o suborno. Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe “a palavra grega shohad significa um presente, mas no sentido corrupto”. A corrupção é como um vírus maligno, ela tem se espalhado em nossa nação trazendo dor, destruição, falência... A corrupção e o suborno são resultados do amor ao dinheiro. Certa vez, João Batista exortou alguns soldados para que eles se contentassem com seus soldos (Lc 3.14). Como profeta de Deus, João estava alertando-os quanto ao perigo da cobiça e do suborno.

 

Rocha ou areia, você pode escolher

 

Adquirir fortuna de modo ilícito (agiotagem, suborno) é como construir a casa sobre a areia; cedo ou tarde ela vai ruir (Mt 7.24-27). É bom lembrar que a areia não é o solo ideal para se estabelecer nenhum tipo de fundamento; a rocha sim é segura, capaz de sustentar uma construção. Porém, atualmente encontramos muita gente escolhendo o caminho mais fácil, mais curto, a areia. Estas visam apenas os bens materiais, o lucro fácil. A ganância cega. Trabalhar duro e no final do mês só ter dinheiro para pagar as contas, viver contando os trocados é muito difícil. Mas, você já viu alguém cavando na rocha? Não é fácil não! Exige muito esforço e tempo. É preciso suar a camisa. Mas vale a pena, pois o alicerce será sólido, firme, e principalmente, abençoado por Deus.

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 5: O cuidado com aquilo que falamos

Data: 3 de Novembro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos” (Pv 16.24).

 

VERDADE PRÁTICA

 

As nossas palavras revelam muito do que somos, pois a boca fala do que o coração está cheio.

 

HINOS SUGERIDOS

 

306, 285, 557.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 15.23

Falando no tempo certo

 

 

 

Terça - Pv 15.2

A língua como adorno da sabedoria

 

 

 

Quarta - Pv 6.17

A língua que Deus aborrece

 

 

 

Quinta - Pv 16.24

A língua como instrumento de cura

 

 

 

Sexta - Pv 16.21

O saber pela doçura no falar

 

 

 

Sábado - Tg 3.8

A difícil arte de domar a língua

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Provérbios 6.16-19; 15.1,2,23; 16.21.24.

 

Provérbios 6

16 - Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma abomina:

17 - olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente,

18 - e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal,

19 - e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.

 

Provérbios 15

1 - A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.

2 - A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.

23 - O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!

 

Provérbios 16

21 - O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino.

24 - Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado professor, você deve conhecer as seguintes expressões: “Sou sincero!”; “Só falo a verdade!”; “Não levo desaforo para casa!”. Mas quem disse que ser sincero, falar a verdade e não levar desaforo para casa significa estar sempre com a razão? Na verdade, tal postura reflete uma má educação. Vivemos numa sociedade onde se perdeu o respeito mútuo. É no trânsito, na fila do caixa do mercado, na fila dos bancos, nos departamentos das igrejas; as pessoas parecem não ter paciência para esperar, se acalmar. Não pensam duas vezes em usar uma arma poderosa para ofender, maltratar e magoar: a língua. O Evangelho, por outro lado, desafia-nos a agirmos de outra maneira: pagando o mal com o bem.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conhecer as consequências das palavras.
  • Explicar os símbolos usados por Salomão e Tiago.
  • Ter cuidado com o bom uso da língua.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Para concluir a lição desta semana, leia com a classe Tiago 3.3-5. Em seguida, destaque as expressões “freio nas bocas dos cavalos”; “a nau dominada por um pequeno leme” e “a língua, um pequeno membro”. Depois, explique-as afirmando que elas representam um pequeno elemento que é poderoso para impedir ou permitir uma tragédia inigualável. Conclua dizendo que nossa língua, um pequeno órgão, pode edificar vidas mas, também, ofendê-las, magoá-las ou destruí-las. À luz dessas metáforas, desafie os alunos a desenvolverem o autocontrole sobre o que dizem e, consequentemente, fazem.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Língua: Órgão muscular, situado na boca e na faringe, responsável pelo paladar e auxilia na mastigação e na deglutição, e também na produção de sons, fala.

 

Provérbios e Tiago contêm as mais belas exposições sobre uma capacidade que apenas os seres humanos possuem: a fala. Na lição de hoje, analisaremos o que as Escrituras revelam sobre esse fascinante dom.

Num primeiro momento, estudaremos como o falar é tratado pelos autores sagrados. Em seguida, veremos os conselhos que Salomão e Tiago dão àqueles que verbalizam pensamentos, princípios e preceitos. O objetivo é mostrar como a literatura sapiencial bíblica toca num ponto sensível da vida humana, muitas vezes esquecido pelos cristãos: a devida e correta utilização das palavras.

 

I. O PODER DAS PALAVRAS

 

1. Palavras que matam. É evidente que, dependendo do contexto em que são faladas e por quem são pronunciadas, podem ferir ou até mesmo matar (Pv 18.21a). Este exemplo pode ser observado na vida conjugal, quando uma palavra ofensiva, ou injuriosa, dita por um cônjuge, ofende e magoa o outro. Se não houver perdão de ambas as partes, o relacionamento poderá deteriorar-se (Pv 15.1).

2. Palavras que vivificam. A palavra hebraica dabar significa palavra, fala, declaração, discurso, dito, promessa, ordem. Os temas contemplados pelo uso desses termos são, na maioria das vezes, valores morais e éticos. Salomão tem consciência da importância das palavras e, por isso, afirma: “O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino” (Pv 16.21).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Segundo a Bíblia, dependendo da motivação de quem pronuncia, as palavras podem matar ou vivificar.

 

 

 

II. CUIDADOS COM A LÍNGUA

 

1. Evitando a tagarelice. Há um provérbio muito popular que diz: “Quem fala o que quer, ouve o que não quer”. Este ditado revela a maneira imprudente de se falar, algo bem próprio do tagarela. Este personagem está presente na tradução do hebraico batah: pessoa que fala irrefletida e impensadamente.

Não basta dizer: “Pronto, falei!”. É preciso medir as consequências do que se fala. E a melhor forma de fazer isso é compreender que na “multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente” (Pv 10.19). Salomão tinha essa consciência (Pv 13.3).

2. Evitando a maledicência. O livro de Provérbios também apresenta conselhos sobre a maledicência. Ali, a palavra aparece como sendo a sétima abominação, isto é, o ponto máximo de uma lista de atitudes que o Senhor odeia (Pv 6.16-19). O Senhor “abomina” (do hebraico to’ebah) a maledicência ou a contenda entre irmãos.

No original, “abominar” significa “sentir nojo de” e pode se referir a coisas de natureza física, ritual ou ética. Deus se enoja de intrigas entre irmãos. É a mesma palavra usada para descrever coisas abomináveis ao Senhor, tais como a idolatria (Dt 7.25), o homossexualismo (Lv 18.22-30) e os sacrifícios humanos (Lv 18.21)!

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

O conselho bíblico para cuidarmos da nossa língua começa por evitarmos a tagarelice e a maledicência.

 

 

 

III. O BOM USO DA LÍNGUA

 

1. Quando a língua edifica o próximo. Como servos de Deus, somos desafiados a usar nossas palavras como um meio para ajudar nossos irmãos, através de exortações, bons conselhos e também através do ensino da Palavra de Deus e de seus princípios (1Co 14.26).

2. Nossa língua adorando a Deus. O melhor uso que se pode fazer da palavra é quando a empregamos para dirigir-nos a Deus em adoração. Todo crente fiel sabe disso, ou deveria saber (Pv 10.32). O Senhor se agrada dos sacrifícios de louvor (Hb 13.15). Esse é o segredo para uma vida frutífera e agradável ao Senhor (Ef 5.19,20). Não nos esqueçamos, pois, da maior vocação de nossa língua: louvar e exaltar a Deus.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A língua deve ser usada para edificar o próximo com bons conselhos, exortações e ensino da Palavra de Deus; e exaltar ao Altíssimo adorando-O em Espírito e em Verdade.

 

 

 

IV. SALOMÃO E TIAGO

 

1. Uma palavra ao aluno. Abundante no livro de Provérbios, a expressão hebraica shama Beni ocorre 21 vezes com o sentido de “ouvi filho meu”. Não há dúvida de que o emprego de tal linguagem revela o amor de uma pessoa mais experiente, dirigindo-se a outra ainda imatura. É alguém sábio e experimentado na vida, passando tudo o que sabe e o que vivenciou ao seu aprendiz (Pv 1.8,10,15; 3.1,21; 5.1,20; 7.1).

São mais de trezentos conselhos como regra do bom viver. Segui-los significa achar o bem, e não segui-los é encontrar-se com o mal.

2. Uma palavra aos mestres. Se por um lado Salomão se dirigiu ao discípulo (do hebraico: filhoaluno), por outro lado Tiago falou àqueles que querem ser mestres. Os que pregam e ensinam a Palavra de Deus têm de falar somente o que convém à sã doutrina (Tt 2.1).

Em sua epístola, Tiago utiliza símbolos extraídos do cotidiano, mas carregados de significado: a) Freios: Assim como o freio controla o animal, deve o crente refrear e controlar a sua língua; b) Leme: Se o leme conduz o navio ao porto desejado, deve o crente dirigir o seu falar para enaltecer a Deus; c) Fogo: Uma língua sem freios e fora de controle queima como fogo. Por isso, mantenhamos a nossa língua sob o domínio do Espírito Santo; d) Mundo: A língua pode se tornar um universo de coisas ruins. Então, o que fazer? Transformá-la num manancial de coisas boas; e) Veneno: O perigo reside em alguém possuir uma língua grande e ferina e, portanto, venenosa. f) Fonte: Como fonte, a língua deve jorrar coisas próprias à edificação; g) Árvore: A boca do crente, por conseguinte, deve produzir bons frutos. Portanto, usemos as nossas palavras para a glória de Deus (Tg 3.1-12).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

Ao ensinar os provérbios, Salomão tem em mente ensinar os discípulos, enquanto Tiago aconselha os mestres.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Vimos nesta lição os conselhos dos sábios sobre o bom uso da língua. A linguagem, como algo peculiar ao ser humano, é muito preciosa para ser usada iniquamente. Não permitamos, pois, que a nossa língua seja instrumento de um dos pecados que Deus mais abomina: a disseminação de contendas entre os irmãos.

À luz da Palavra de Deus, somos encorajados a andar em união, harmonia e paz. Portanto, com a nossa língua abençoemos o nosso semelhante, pois assim fazendo, bendiremos também ao Senhor nosso Deus.

 

VOCABULÁRIO

 

Nau: Designação genérica que até o século XV se aplicava a navios de grande porte.
Leme: Peça plana, localizada na parte submersa da popa de uma embarcação, gira em um eixo e determina a direção em que aponta a proa do navio.
Personificá-las: Expressar, tornar viva e concreta uma ideia através de pessoas.
Ápice: Extremo superior; ponto máximo, culminância, apogeu.
Desvelo: Ato ou efeito de desvelar-se. Isto é, agir com diligência; zelar, cuidar, empenhar-se.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HUGHES, R. K. Disciplinas do Homem Cristão. 3 ed., RJ: CPAD, 2004.
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1 ed., RJ: CPAD, 2006.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Dependendo do contexto em que são faladas, e por quem são pronunciadas, o que as palavras podem fazer? Dê um exemplo.

R. Podem matar uma pessoa. Por exemplo, na vida conjugal quando o cônjuge ofende e magoa o outro através das palavras.

 

2. Segundo a tradução do termo hebraico batah, o que significa tagarela?

R. Pessoa que fala irrefletida e impensadamente.

 

3. Qual atitude o Senhor abomina segundo o livro de Provérbios?

R. A maledicência ou a contenda entre irmãos.

 

4. Como servos de Deus, o que somos desafiados a fazer com nossas palavras?

R. Usá-las como um meio para ajudar nossos irmãos.

 

5. Se por um lado, em Provérbios, Salomão se referiu aos discípulos, a quem Tiago se dirigiu?

R. Aos mestres, aqueles que labutam no ensino.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Vida Cristã

 

“DISCIPLINA DA LÍNGUA

Que poder tem a palavra escrita ou falada! Nações se ergueram, e nações caíram pela língua. Vidas foram enaltecidas e rebaixadas pelo falar humano. A bondade flui como um doce rio de nossas bocas, da mesma forma, o esgoto. A pequena língua, sem dúvida, é uma força poderosa.

[...] Tiago, o irmão do Senhor, entendia isto tão bem, quanto qualquer homem na história e, através do uso de analogias gráficas, ele nos deu a mais penetrante exposição sobre a língua do que qualquer texto literário, seja secular ou sagrado [...] (Tg 3.3-5).

[...] A principal preocupação de Tiago é com o poder destrutivo da língua, e isto produz uma das mais provocantes declarações: ‘Vede como uma fagulha põe em brasa tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo e contamina o corpo inteiro e não só contamina e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno’ (vv.5,6)” (HUGHES, R. K. Disciplinas do Homem Cristão. 3 ed., RJ: CPAD, 2004, pp.126-27).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“Abençoando o Malfeitor

Fazer o bem àqueles que nos fizeram mal envolve tanto palavras quanto atos, tanto bênçãos quanto servir. John Stott afirma: ‘Na nova comunidade de Jesus as maldições devem ser substituídas por bênçãos; a malícia, por oração; e a vingança, por serviço. De fato, a oração purga o coração da malícia; os lábios que abençoam não podem, ao mesmo tempo, amaldiçoar; e a mão ocupada com serviços fica impedida de se ocupar com vingança’.

No entanto, deixemos claro que na prática, conquistar o mal com o bem envolve muitas vezes a obstinação e a dureza que vai contra nossas concepções sentimentalizadas da bondade. A fim de verdadeiramente fazermos o bem para alguém implicará dar o que mais precisa — não necessariamente o que ele quer. Por exemplo, fazer o bem para um pai ameaçador e ditatorial que insiste em controlar seu filho adulto pode significar resistir a ele e se recusar a ceder a suas exigências. Por outro lado, no caso de uma mãe fraca e indecisa fazer o bem significa se recusar a tomar qualquer atitude a fim de que ela seja forçada a tomar suas decisões. Como Allender e Longman sugerem: ‘Em muitos casos, um amor [tão] corajoso muitas vezes enerva, fere, pertuba e compele a pessoa amada a lidar com as enfermidades interiores que estão roubando a alegria dela e dos outros’.

Esse tipo de amor vigoroso é exemplificado na última frase da passagem de Provérbios citada por Paulo. A frase diz que ao dar comida e bebida a nossos inimigos amontoa-se ‘brasas de fogo sobre a [nossa] cabeça’ (Rm 12.20). Embora isso possa nos parecer um ato pouco amigável, nos tempos bíblicos, essa era uma figura de linguagem para dizer que isso traz um profundo sentimento de vergonha a seus inimigos, não a fim de ofendê-los ou humilhá-los, mas para levá-los ao arrependimento e à reconciliação” (SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, pp.166-67).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

O Cuidado Com Aquilo que Falamos

 

De todos os seres criados pelo Todo-Poderoso, o homem é o único que possuiu um aparelho fonador. Logo, podemos afirmar que a fala é um dom divino que distingue o ser humano. É algo realmente especial que pode ser usado para o bem como para o mal. Tiago compara a língua a um fogo devastador (Tg 3.6). Pois uma pequena fagulha pode queimar e destruir uma floresta inteira. Ele ainda afirma que “nenhum homem pode domar a língua” (Tg 3.8). Com a nossa língua podemos bendizer a Deus e maldizer o próximo. Ter o controle da língua não é fácil, mas não é impossível para o crente. Quem consegue controlar a língua, controla todo o seu ser.

Nossa maneira de falar nos identifica, revelando o nosso verdadeiro eu, pois a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12.34). É do coração, ou seja, do íntimo do ser humano que procedem os males. Certa vez, Pedro foi identificado como alguém que esteve com Jesus somente pelo seu linguajar (Mt 26.73). Sua fala evidencia que você é um cristão?

Muito se falou a respeito do poder das palavras e não faltou heresia. Sabemos que nossas palavras não têm poder em si mesmas. Todavia, não podemos sair por aí falando o que nos vem à cabeça, pois nossas palavras afetam o nosso próximo de forma positiva ou negativa. Por isso, o livro de Provérbios dá uma ênfase especial ao modo como empregamos as palavras. Jesus também ensinou que no Dia do Juízo, todos terão que dar conta diante de Deus por suas palavras (Mt 12.36).

Quer aprender a guardar sua língua do mal? Então leia e estude o livro de Provérbios, pois nele podemos encontrar ensinamentos preciosos a respeito do uso da língua. Um destes ensinos é a respeito do ser moderado no falar (Pv 21.23). Você fala demais? Então tome cuidado! Quem fala em demasia prejudica o outro e a si próprio (Pv 13.3). Vários Provérbios tratam a respeito da língua mentirosa e da calúnia (Pv 6.17). A difamação, em especial nos blogs e nas redes sociais, tem feito muitas vítimas. A calunia é devastadora e consegue separar até os amigos mais íntimos (Pv 16.28). O Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44) e toda mentira e engano procedem dele. Muitos usam sua língua para fazer fofoca, caluniar os outros ou distorcer a verdade. Saiba que Deus abomina a língua mentirosa (Pv 6.17).

Aprendamos com os conselhos dos sábios a usar nossa língua de maneira que o nome do Senhor seja glorificado.

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 6: O exemplo pessoal na educação dos filhos

Data: 10 de Novembro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele” (Pv 20.7).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A melhor forma de se educar um filho é através do exemplo, pois as palavras passam, mas o exemplo permanece.

 

HINOS SUGERIDOS

 

258, 360, 409.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 22.29

O futuro de um homem diligente

 

 

 

Terça - Pv 29.15

Estabelecendo limites

 

 

 

Quarta - Pv 7.6,7

O mau exemplo da displicência

 

 

 

Quinta - Pv 22.22,23

Sabedoria para agir com equidade

 

 

 

Sexta - Pv 23.6-8

Sabedoria para lidar com o invejoso

 

 

 

Sábado - Pv 24.11,12

Agindo misericordiosa e sabiamente

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Provérbios 4.1-9.

 

1 - Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência.

2 - Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei.

3 - Porque eu era filho de meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe.

4 - E ele ensinava-me e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive.

5 - Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca.

6 - Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te conservará.

7 - A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento.

8 - Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará.

9 - Dará á tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará.

 

INTERAÇÃO

 

Caro professor, a família moderna vem sofrendo grandes transformações. Com a cristã, não é diferente. Há trinta anos não falaríamos sobre casais de jovens e adolescentes tornando-se pais no seio da Igreja. Mas esta é uma realidade em muitos lares cristãos. E qual o problema? O problema está quando o casal de jovens deveria estudar, entretanto, vê-se responsável por um filho — são “crianças” gerando crianças. Inevitavelmente, esta educação é terceirizada para os pais, ou seja, avós. Aqui, inicia todo o problema na educação dos filhos de grande parte da sociedade moderna e, também, da família cristã. Os pais não educam, os avós se responsabilizam, mas se veem liberais com as crianças. Pais e avós não se entendem. O que se vê é uma criança crescendo desorientada, sem o mínimo parâmetro de limites. Você acha que esse processo não afetará a igreja?

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Reconhecer a importância de se colocar limites aos filhos.
  • Saber do valor do exemplo na educação dos filhos.
  • Promover a educação integral da criança.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, para concluir o tópico II da lição, sugerimos que você reproduza o esquema abaixo de acordo com suas possibilidades. Neste esquema, demarcamos três funções básicas e completamente opostas às características negativas apontadas na lição: “pais ausentes” e “mãe superprotetora”. Os pais que levam a sério a educação dos seus filhos sabem que o “amor”, a “educação” e a “proteção” são funções inegociáveis para a difícil missão de se criar filhos. Portanto, convide a classe a não recusar essa missão dada por Deus.

 

QUAL A FUNÇÃO DOS PAIS

 

AMAR. Todas as ações dos pais para com os filhos têm como base o amor. Mas amar não significa abonar os atos errados dos filhos. O maior ato de amor dos pais para com os filhos é corrigir quando eles estiverem errados; adverti-los quando forem repreensíveis. Amar não significa fechar os olhos para o erro; mas com mansidão corrigi-lo.

 

EDUCAR. Os pais não criam os filhos para si. Eles os educam para o mundo. É na prática da vida que os filhos provarão se os pais foram ou não competentes na sublime missão de educá-los.

 

PROTEGER. Além de amar e educar, os pais devem ser verdadeiros protetores dos seus filhos. Por eles lutam, sacrificam-se e buscam o melhor para as suas vidas. Mas proteger os filhos não significa fazer a vontade deles. Quando os pais são honestos e sinceros com os filhos, eles os protegem para a vida.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Influência: Ação ou efeito de influir, isto é, fazer fluir, correr para dentro de.

 

Nas lições anteriores, vimos que a expressão “ouve filho meu” soa como um refrão no livro de Provérbios. É o apelo de um pai amoroso, ensinando ao filho as regras do bom viver. É a partir de um conjunto de valores, já padronizado, que o pai assim o faz. Entretanto, sua preocupação não é despejar sobre o filho um código de regras, mas ensinar valores que o prepararão para a vida. Para isto, ele utilizará o exemplo, mostrando que a atitude fala muitas vezes mais alto que as palavras!

 

I. A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES

 

1. Satisfazendo necessidades, não vontades. Um princípio utilizado no treinamento de líderes, e que tem se mostrado bastante eficaz, é a máxima de que “liderar é satisfazer necessidades, não vontades”. No universo educacional, o princípio torna- se ainda mais forte e verdadeiro.

Todo pai deve saber que o filho, especialmente se ainda é criança, deseja que suas vontades sejam imediatamente satisfeitas. Mas de que realmente a criança necessita? Embora queira comer só doces, ela precisa de uma alimentação balanceada para ter um crescimento saudável. É para isso que aponta a sabedoria de Provérbios 29.15. Portanto, estabeleçamos limites às crianças, não apenas quanto à alimentação, mas principalmente acerca dos valores morais e espirituais.

2. Presença versus Agressão. Os educadores descrevem como referências negativas, na educação da criança, a figura do “pai ausente” e a da “mãe superprotetora”. O pai ausente é omisso na educação de seus filhos. Evitando o diálogo, vale-se de métodos agressivos para impor-lhes a sua autoridade. Ele fala sempre aos gritos. O autor dos Provérbios, porém, exorta-nos a ensinar a criança no caminho em que deve andar, mas não aos gritos, nem utilizando-se de violência (Pv 22.6).

A mãe superprotetora, por seu turno, temendo produzir algum trauma na formação da criança, acaba por não corrigi-la. Não é isso o que as Escrituras ensinam: o pai e mãe são os responsáveis pela disciplina dos filhos, e não podem fugir a esse dever (Pv 13.24).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Os pais devem satisfazer as necessidades dos seus filhos, não vontades; devem educá-los, não agredi-los.

 

 

 

II. ENSINANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO (VALORES)

 

1. Ética da personalidade. Hoje, mais do que nunca, necessitamos educar nossas crianças, tomando por base os valores morais e espirituais da Bíblia Sagrada. A ética ensinada pelas escolas seculares e pela mídia é relativista e permissiva. O que conta não é o ser e sim o ter. Com isso, nossos filhos ficam completamente desprotegidos diante das armadilhas deste mundo, por não terem ainda a noção do certo e do errado, conforme destaca Salomão em Provérbios 7.6,7. Nessa passagem, deparamo-nos com a triste figura do jovem simples e desprotegido diante da sedução do mundo.

Algumas questões precisam ser elucidadas nesse texto. A palavra “simples”, traduzida do hebraico pethy, refere-se a uma pessoa tola e ingênua. O termo hebraico leb traduzido por “coração”, “ser interior” ou “juízo”, é usado para descrever o caráter moral do indivíduo. O que faltou ao jovem de Provérbios 7 foi exatamente a noção de valores morais bem demarcados. O resultado não poderia ser outro: ele caiu nas garras do pecado. Não permitamos, pois, que o mesmo ocorra com os nossos filhos. Vamos instruí-los enquanto é tempo.

2. Ética do caráter. A ética coloca os valores no lugar onde eles devem estar. A ideia, aqui, é educar a pessoa, tomando por base os valores ensinados na Bíblia. O mais importante não são os sentimentos, mas o comportamento. Não é a sensibilidade, mas o compromisso com a atitude correta a se tomar. É exatamente isso que Salomão diz ter herdado do seu pai e o mesmo objetiva transmitir ao seu “filho” (Pv 4.3,4).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

O caráter cristão é formado a partir de uma educação que toma por base os valores ensinados na Bíblia.

 

 

 

III. EDUCAÇÃO INTEGRAL

 

1. Desenvolvimento mental. Provérbios mostra o quanto é importante os mais jovens serem treinados para que tenham o discernimento adequado para a vida. Por isso, Salomão mostra os frutos desse treinamento: sabedoria, disciplina, sensatez, justiça, direito, retidão, habilidade, prudência, conhecimento e reflexão.

Todo esse aprendizado valia-se de uma técnica apurada de memorização, visando preparar integralmente o jovem à vida. Por conseguinte, inclinemos o coração ao entendimento (Pv 2.2). Atemos a benignidade ao pescoço, escrevemo-la na tábua do coração (Pv 3.3) e guardemos a instrução no lugar mais íntimo do ser (Pv 4.21).

2. Desenvolvimento moral. A preocupação do sábio com o desenvolvimento moral e espiritual do aprendiz é claramente demonstrada em sua insistência em educá-lo, tomando por base a justiça, o direito e a retidão. Isso pode ser visto, quando Salomão destaca a prática da justiça (Pv 22.22,23), os bons princípios (Pv 22.28; 23.10,11), a instrução e a disciplina (Pv 23.13; 14.22-25), a prudência nas relações sociais (Pv 23.6-8) e o exercício da misericórdia (Pv 24.11,12).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A educação cristã do jovem crente deve ser pensada numa perspectiva integral. Isto é, desenvolvendo a vida moral e espiritual.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Num momento em que os modelos educacionais experimentam uma grave crise de valores, é urgente estudarmos o livro de Provérbios, a fim de extrairmos preciosas lições à educação dos nossos jovens, adolescentes e crianças.

Não podemos consentir que a cultura deste século inocule, em nossos filhos, o veneno de um ensino permissivo e contrário aos valores da Bíblia Sagrada. Preservemos o que os nossos pais na fé construíram e, com muito sacrifício, deixaram-nos como legado espiritual e moral.

 

VOCABULÁRIO

 

Elucidativo: Que elucida; explicativo.
Atroam: Ato ou efeito de atroar; barulham, estrondam.
Inocule: Introduza, insira ou entre.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HENRY, M. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
WRIGHT, H. N. Tornando-se Grandes Pais: 12 Segredos para criar filhos responsáveis. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
TAYLOR, K. N. Estudos Devocionais para Crianças. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quais os principais limites que os pais devem estabelecer às crianças?

R. Os valores morais e espirituais.

 

2. Explique as referências negativas na educação da criança para “o pai ausente” e a “mãe superprotetora”.

R. O “pai ausente” é omisso na educação dos filhos. Sem diálogo, usa métodos agressivos para impor-lhe a sua autoridade. A “mãe superprotetora”, temendo produzir algum trauma na formação da criança, acaba por não corrigi-la.

 

3. Com base em que devemos educar as nossas crianças?

R. Nos valores ensinados pela Bíblia.

 

4. O que o livro de Provérbios destaca como importante para o ensino aos jovens?

R. Que eles sejam treinados para terem o discernimento adequado para a vida.

 

5. Você tem se preocupado com a educação dos seus filhos?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“A Disciplina dos Pais

Os pais, na educação de seus filhos, devem considerar: 1. O benefício da correção apropriada. Não somente os pais devem dizer aos seus filhos o que é bom e mau, como devem repreendê-los, e corrigi-los e puni-los também, se necessário for, quando negligenciarem aquilo que é bom ou fizerem o que é mau. Se uma repreensão servir, sem a vara, muito bem, mas a vara não deve ser usada nunca sem uma repreensão racional e séria; e então, embora possa haver um desconforto momentâneo para o pai e também para o filho, ainda assim dará ao filho sabedoria. Vexatio dat intellectum — Os tormentos aguçam o intelecto. O filho receberá a advertência, e desta maneira, obterá sabedoria. 2. O erro da indulgência indevida: um filho que não é reprimido nem repreendido, mas é deixado à própria sorte, como Adonias, para seguir as suas próprias inclinações, pode fazer o que desejar, mas, se decidir enveredar por maus caminhos, ninguém o impedirá; é praticamente garantido que seja uma desgraça para a sua família, e traga a sua mãe, que o mimou e lhe permitiu a sua devassidão, à vergonha, à pobreza, à reprovação, e talvez ele mesmo a maltrate e insulte” (HENRY, M. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, pp.874-75).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Vida Cristã

 

“Os Pais Relacionais

Pais relacionais cuidam o suficiente para disciplinar os filhos. Esses pais entendem a verdade disciplinar vital de que as regras sem o relacionamento produzem rebelião. O amor verbalmente expresso sem dar tempo leva à raiva. Muitos filhos são rebeldes e raivosos porque são criados por pais que não são relacionais.

Anteriormente, consideramos pais que são autocráticos. Os pais relacionais têm autoridade sem ser autocráticos. Eles têm o equilíbrio de ser exigentes e sensíveis. A pesquisadora da Universidade da Califórnia Diane Baumrind descobriu que esses pais utilizam métodos disciplinares que em primeiro lugar dão apoio, em vez de meramente punir. Os pais relacionais que têm autoridade exercem o controle sobre seus filhos, mas pelo fato de os entenderem, eles crescem em flexibilidade. Eles colocam limites, mas promovem a independência. Os limites definem o ‘campo de jogo’, a ‘arena de atividade’, em vez de serem cercas que aprisionam. Os pais relacionais fazem exigências aos filhos, mas explicam os motivos por que as exigências estão sendo feitas. Esses pais levam em conta o diálogo, para que o filho seja capaz de expressar a sua opinião.

A pessoa desenvolvida por pais assim sabe como fazer parte de um time. O filho desenvolve a confiança em si mesmo e cresce em responsabilidade. Em vez de ser agitado e de desenvolver quando adulto sempre uma busca por ‘pastos verdejantes’, seja no casamento ou no trabalho, as pessoas criadas por pais relacionais com autoridade tendem a ser pessoas satisfeitas.

Há uma grande quantidade de pesquisas e bibliotecas de livros do tipo ‘como dizer’ sobre criar filhos. Mas se quisermos nos tornar pais que se relacionam bem com os nossos filhos corretamente, exercer a autoridade, mas sem tirania, e disciplinar de maneira eficiente, então precisaremos de sabedoria, inspiração e amor sobrenaturais. O nosso relacionamento com Deus determinará a qualidade do nosso relacionamento com nossos filhos” (YOUNG, E. Os 10 mandamentos da Criação dos Filhos: O que Fazer e o que não Fazer para Criar Ótimos Filhos. 1 ed., RJ: CPAD, pp.122-23).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos

 

Deus confiou aos pais a sublime tarefa de educar (Dt 6.1-9). Todavia, na chamada “Modernidade”, muitos pais estão terceirizando a educação dos seus filhos. Basta olhar a nossa sociedade para ver e sentir os resultados nefastos desta falta de compromisso com a educação das nossas crianças. Muitos se preocupam apenas com a provisão, o sustento da família. Isso é louvável, mas a função os pais vai além da providência. Vivemos em uma sociedade permissiva e hedonista, que está experimentando uma grave crise de valores. Os pais devem fazer um estudo sistemático do livro de Provérbios, pois neste livro podemos encontrar lições preciosas que vão nos ajudar na educação de nossas crianças e jovens.

No livro de Provérbios, em especial no capítulo 4, podemos ver o cuidado, a preocupação com a educação. Educar é cuidar, instruir. Educação é vida. No Livro de Provérbios encontramos vários textos os quais nos ensinam que a sabedoria não é inata, mas é algo a ser construído e transmitido pelos pais. Cabe aos pais testemunharem aos filhos os feitos do Senhor (Sl 78.5). A história era passada de pai para filho. Qual era o propósito do ensino? Que as gerações futuras pudessem conhecer o Senhor mediante seus feitos e não se tornassem rebeldes, mas obedientes. O objetivo era ensinar às gerações futuras a fim de que não cometessem os erros dos seus descendentes no passado (Sl 78.8).

Nossos filhos estão inseridos em uma sociedade onde faltam valores morais e éticos. Nas escolas eles vão estar em contato com filosofias ateístas e mundanas, contrárias e nocivas à fé cristã. Por isso, mas do que nunca, os pais devem estar atentos ao que seus filhos ouvem, veem e praticam. Não podemos negligenciar a educação de nossas crianças e jovens.

Já às portas de entrar na Terra Prometida, Deus, por intermédio de Moisés, instrui as famílias quanto à educação dos filhos. Se os israelitas quisessem uma vida feliz e próspera, não poderiam descuidar da educação de suas crianças (Dt 6.3). Em Deuteronômio 6.7 diz “e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. Fica claro que o ensino deveria ser através do exemplo. Os filhos deveriam ver e conhecer a Deus por intermédio das atitudes dos pais é o que chamamos de “aprendizagem pelo exemplo”. O discurso dos pais deve ser coerente com as suas ações, pois eles pais são exemplo. Não adianta ensinar algo e fazer o contrário. Nossas palavras e ações têm o poder de influenciar as pessoas para o bem ou para o mal.

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 7: Contrapondo a arrogância com a humildade

Data: 17 de Novembro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A humildade é uma virtude que deve ser zelosamente cultivada, pois a arrogância leva à destruição e à morte eterna.

 

HINOS SUGERIDOS

 

244, 289, 337.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 11.2

A humildade afasta a soberba

 

 

 

Terça - Pv 16.5

Deus abomina os soberbos

 

 

 

Quarta - Pv 16.18

A soberba precede a queda

 

 

 

Quinta - Pv 22.4

A humildade será galardoada

 

 

 

Sexta - Pv 14.31

Deus honra quem socorre os humildes

 

 

 

Sábado - Pv 3.34; Tg 4.6

Deus resiste ao soberbo, mas dá graça aos humildes

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Provérbios 8.13-21.

 

13 - O temor do Senhor é aborrecer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa aborreço.

14 - Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento, minha é a fortaleza.

15 - Por mim, reinam os reis, e os príncipes ordenam justiça.

16 - Por mim governam os príncipes e os nobres; sim, todos os juízes da terra.

17 - Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão.

18 - Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça.

19 - Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e as minhas novidades, melhores do que a prata escolhida.

20 - Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo.

21 - Para fazer herdar bens permanentes aos que me amam e encher os seus tesouros.

 

INTERAÇÃO

 

A epístola do apóstolo Paulo aos filipenses descreve o despojamento do Senhor Jesus. Leia e medite no texto de Filipenses 2.4-8. Imagine, o Deus Todo-Poderoso humilhando-se e sujeitando-se à morte de cruz. E nós, seres humanos imperfeitos, quantos vezes nos exaltamos com coisas banais?

A lição desta semana convida-nos a ter o mesmo sentimento de Jesus. A mesma disposição em despojar-nos de nós mesmos. Somente pela prática da humildade poderemos contrapor o veneno da arrogância.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Dissertar sobre a relação entre a humildade e a arrogância.
  • Explicar os contrastes ilustrativos: o sábio e o insensato; o justo e o injusto; o rico e o pobre; o príncipe e o escravo.
  • Cultivar a virtude da humildade e rejeitar a arrogância.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, reproduza na lousa, o quadro abaixo. Para introduzir a lição desta semana inicie a aula com a seguinte pergunta: “Que atitudes humanas refletem a humildade e a arrogância?”. Ouça os alunos com atenção. À medida que forem falando preencha as colunas. Em seguida, afirme que o Evangelho nos desafia a viver um estilo de vida humilde. Por isso, devemos tomar uma firme resolução de rejeitar as atitudes que caracterizam a arrogância e cultivar as virtudes da humildade.

Esta atividade permitirá uma participação ativa do aluno e a sua aprendizagem será eficaz.

 

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Humildade: Qualidade de humilde. Virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações.

 

A humildade, a honra e a coragem são a base do bom relacionamento entre as pessoas. Mas a arrogância, a desonra e a covardia são a causa de inimizades e conflitos. Nesta lição, veremos a relação entre a humildade e a arrogância à luz de alguns contrastes bastante didáticos e ilustrativos: o sábio e o insensato, o justo e o injusto, o rico e o pobre, o príncipe e o escravo.

Em qual grupo você se encontra? É hora de aplicarmos à nossa vida as preciosas lições do livro de Provérbios.

 

I. O SÁBIO VERSUS O INSENSATO

 

1. Sabedoria e humildade. A sabedoria é entendida como a aplicação correta do conhecimento em nosso dia a dia. Em Provérbios, ela é vista como um antídoto contra a arrogância. Daí a insistência do sábio em que se busque adquirir a sabedoria (Pv 16.16). A sabedoria retratada em Provérbios demonstra ser eficaz contra a arrogância e a soberba, pois quem é sábio age com humildade (Pv 11.2).

Em o Novo Testamento, o apóstolo Paulo sabia dessa verdade e, por isso, orou para que o Senhor concedesse aos crentes “espírito de sabedoria e de revelação” (Ef 1.17).

2. Insensatez, arrogância e altivez. Na visão de Provérbios, o arrogante é uma pessoa insensata e desprovida de qualquer lucidez e bom senso. Verdadeiramente, o arrogante está pronto a fazer o mal, pois age com soberba e altivez (Pv 6.18). É uma pessoa inexperiente, sem domínio próprio (Pv 25.28), ingênuo (Pv 27.12), sem bom-senso (Pv 27.7) e que se comporta como um animal ou um bêbado (Pv 26.3,9).

Por isso, o insensato não pode ser designado para um serviço (Pv 26.6,10). Ele é fanfarrão, preguiçoso e incorrigível (Pv 25.14; 26.11,13-26; 27.22). Sua presença é um perigo, pois além de falso e maldizente é ignorante (Pv 26.18-22). Ele não age com a razão e não sabe controlar a própria vontade, sendo, portanto, uma abominação para o Senhor (Pv 16.5).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A alegria do Senhor, a que Paulo se refere, se manifesta em meio às preocupações e as aflições da vida.

 

 

 

II. O JUSTO VERSUS O INJUSTO

 

1. Justiça e humildade. Em Provérbios, a humildade e a justiça são inseparáveis. Ali, o princípio de vida proposto pelo sábio é simples: quem é justo deve agir com humildade, quem é humilde deve agir com justiça. Salomão, ainda bem jovem, pediu humildemente sabedoria a Deus para governar Israel com justiça (1Rs 3.7-10). Ele queria que a justiça alcançasse todo o seu reino (Pv 1.1-3).

A pessoa humilde e justa sabe que a justiça vem diretamente de Deus (Pv 29.26). Por isso, ela deve ser amorosa e sabiamente exercitada.

2. Injustiça e arrogância. A insensatez e a arrogância são categorias morais que aparecem associadas à prática da injustiça. Nenhum arrogante agirá com humildade e tampouco o injusto procederá com justiça. O arrogante possui uma escala de valores distorcida e não se dá conta dos malefícios das suas ações. O pior é que ele não possui humildade para reconhecer o fato.

A palavra hebraica para “arrogante” é gabahh, que significa orgulhoso, alto e exaltado. Por outro lado, o termo hebraico traduzido como “humildade” vem da raiz de um vocábulo que significa afligir, oprimir e humilhar. Na prática, a Bíblia nos mostra que quem se sente acima dos outros pode ser tentado a pisá-los, oprimí-los e humilhá-los, e essas são atitudes impensáveis para um servo de Deus.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Segundo o livro dos Provérbios, do justo se espera justiça e humildade, mas do injusto, injustiça e arrogância.

 

 

 

III. O RICO VERSUS O POBRE

 

1. Riqueza e arrogância. Uma primeira leitura de Provérbios deixa claro que Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, como a pobreza gerada pela preguiça. Por isso, a riqueza pode ser fruto da justiça, e a pobreza, às vezes, resultado da indolência e do ócio (Pv 28.19,20; 29.3). Ninguém, portanto, deve ser elogiado meramente por ser pobre nem tampouco estigmatizado por ser rico.

Salomão, contudo, sabe que os muitos bens do rico podem levá-lo à prepotência e à arrogância (Pv 18.23).

2. Pobreza e humildade. Devemos considerar, também, que há um tipo de pobreza que é resultado de um determinado contexto sócio-histórico (Pv 28.6). Em Provérbios é evidente que os sábios demonstram uma preferência pelo pobre. Este, mesmo não tendo uma vida econômica confortável, age com integridade e justiça (Pv 28.11). Tal pobre é identificado como sábio, pois ele sabe que os valores divinos são melhores que as riquezas (Pv 22.1; 23.5).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Uma leitura de Provérbios deixa claro que Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, quanto à pobreza gerada pela preguiça.

 

 

 

IV. O PRÍNCIPE VERSUS O ESCRAVO

 

1. Realeza: arrogância e humildade. Quando o livro de Provérbios foi escrito, a nação de Israel era uma monarquia. Nesta, a figura do rei recebe destaque especial. Em Israel, isso não seria diferente. Salomão era rei e sabia que, para governar, precisava da sabedoria divina, a fim de discernir entre o bem e o mal (1Rs 3.1-10). A sabedoria (Pv 17.7) e a sobriedade (Pv 31.4) são elementos indispensáveis ao rei para exercer a justiça e promover o bem-estar social de seu povo (Pv 29.4).

O governante que teme a Deus dará mais atenção ao pobre e ao humilde. Agindo assim, será abençoado perpetuamente (Pv 29.14). Mas o que não teme ao Senhor procederá arrogante e perversamente (Pv 29.2).

2. Escravidão: humildade e realeza. A verdade de Provérbios 17.2 se cumpriu quando Jeroboão, servo de Salomão, tornou-se príncipe das dez tribos do Norte de Israel (1Rs 12.16-25). Mas um sentido metafórico e interessante para destacarmos nesse texto é que as pessoas provenientes de uma condição humilde, quando agem com prudência, sobressaem-se aos arrogantes. Os que, porém, desprezam a humildade, quando chegam ao topo agem como os soberbos.

Um ditado popular descreve isso com precisão: “Dê poder ao homem e você saberá o seu verdadeiro caráter”. Tudo é uma questão de princípios, de atitudes e de caráter. Para que este se forme no indivíduo não depende da sua classe social, mas dos valores que lhe são germinados desde a mais tenra idade. Tudo é uma questão de princípios e de atitudes!

Que o pobre, ao tornar-se rico, não se esqueça de sua origem. Os seus valores lhe dirão o que ele se tornará: uma pessoa arrogante e egoísta ou alguém compassivo e generoso.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

A monarquia caracteriza-se pela prepotência e a exuberância do seu reino. Mas o governante que teme ao Senhor dará maior atenção ao pobre e ao humilde.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Na presente lição, vimos os contrastes entre o sábio e o insensato, entre o justo e o injusto, entre o rico e o pobre e entre o príncipe e o escravo. Estudamos também que a humildade ou a arrogância distinguirão uma pessoa da outra. A Bíblia nos orienta a cultivarmos a virtude da humildade e a rejeitarmos a arrogância, pois “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6).

 

VOCABULÁRIO

 

Versus: Contra; em comparação com; em relação a; alternativamente a.
Estigmatizado: Que ou aquele que se estigmatizou; marcado ou cicatrizado de uma ferida.
Sócio-Histórico: Relativo aos fatos ou circunstâncias sociais que fazem a história de uma sociedade.
Audazes: Quem realiza ações difíceis, afronta obstáculos e situações difíceis.
Exuberância: Fartura ou superabundância.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

DORTCH, R. W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. 1 ed., RJ: CPAD, 1996.
GILBERTO, A. O Fruto do Espírito: A Plenitude de Cristo na vida do crente. 2 ed., RJ: CPAD, 2004.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Segundo a lição, como a sabedoria é vista no livro de Provérbios?

R. Como um antídoto contra a arrogância.

 

2. Quem é o arrogante na visão do livro de Provérbios?

R. O arrogante é uma pessoa insensata e desprovida de qualquer lucidez e bom senso.

 

3. Qual o princípio de vida proposto pelo sábio?

R. Quem é justo deve agir com humildade, quem é humilde deve agir com justiça.

 

4. Como os Provérbios condenam a “riqueza” e a “pobreza”?

R. Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, como a pobreza gerada pela preguiça.

 

5. De acordo com a lição, a quem um governante temente a Deus dará mais atenção em seu governo?

R. Ao pobre e ao humilde.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Vida Cristã

 

“Humildade

Os humildes não reivindicam autoridade absoluta. Não fingem ter uma sabedoria perfeita. A palavra humildade deriva da palavra latina humus, que significa ‘solo’ e ‘terra’. Os atos de humildade não soam com as palavras ‘eu tenho’. Sua música começa com ‘eu venho do pó’. Tanto em meio à crise quanto à bonança, a maneira como agem proclama ‘eu sou limitado. Não possuo todo o conhecimento, toda a força, todas as habilidades e nunca possuirei’. Tenham eles lido as Escrituras profundamente ou não, eles conhecem em seus corações a sabedoria que se encontra nelas [...].

Agir com humildade não é de modo algum intimidar-se ou esquivar-se. Na verdade, quando se tem de lidar com questões difíceis, os humildes sempre se tornam os mais audazes. Conhecendo suas limitações, eles ficam livres de qualquer necessidade de fingir ser mais do que na verdade são. Conhecendo seu lugar em relação àquele que conhece a todos, eles se abrem a Deus e aos outros de um jeito que o orgulho jamais permitiria. Eles possuem uma forma de liderança que brota de raízes completamente diferentes das que alimentam o ‘eu tenho’. Sua liderança é nova e revigorante” (DOUGHTY, S. Vivendo Com Integridade: Liderança espiritual em tempos de crise. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, pp.60-61).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Vida Cristã

 

“Você Tem Sede de Poder?

Quem são os sedentos de poder? Como saberemos se essas tendências estão adormecidas em nossos corações, esperando apenas a oportunidade certa para subir à superfície?

Certos traços são comuns à maioria das pessoas que aspiram ao poder. Essas características estão bem escondidas sob um manto de engano. Assim fica difícil identificá-las, até que a ânsia pelo poder tenha afetado negativamente sua vítima.

Algumas destas se aplicam a você?

 

Você deixa de falar quando algo está errado, a fim de proteger sua posição.

Você sempre reluta em tomar posição num caso cujo resultado não seja proveitoso para sua pessoa.

Você tem a consciência embotada quanto a algumas coisas que estão certas ou erradas? Está sempre tão certo de que tem razão, que jamais lhe ocorre ser errado o seu silêncio.

[...] Temos ordem para não deixar de fazer o que sabemos ser o certo. Devemos levar a sério o mal que outros fazem ao rebanho da humanidade. Precisamos alertar as pessoas com cautela. E esperar humildemente sermos lembrados das nossas palavras ao vermos os erros alheios [...].

 

Você tem um espírito altivo.

Arrogância, poder e mentira andam de mãos dadas. Eles pertencem à mesma gangue e protegem o seu território mediante o engano.

Você não tem de prestar contas a ninguém. Seu lema é: ‘Se parecer bom para você, faça!’. Contanto que obtenha o que quer, é isso que importa.

 

Você mente ou faz o que é necessário para conservar sua posição de poder.

Sei por experiência pessoal e pela observação de outros que, na busca pelo poder, estamos dispostos a pagar qualquer preço. Quando você tem sede de poder — e pensa nele — começa então a manipular situações e pessoas em sua mente” (DORTCH, R. W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. 1 ed., RJ: CPAD, 1996, pp.59,61,63,64).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

Contrapondo a arrogância com a humildade

 

Muitos ainda confundem humildade com a falta de bens e recursos materiais. Porém, humildade não tem nada a ver com os bens materiais que uma pessoa possui. Ser humilde é ser consciente das fraquezas, falhas, erros, imperfeições. Humildade também não é complexo de inferioridade. Muitos não têm uma auto-estima saudável e acabam adoecendo e confundido humildade com baixa autoestima. Quando uma pessoa não tem uma visão correta de si mesma, ela corre o perigo de desenvolver um complexo de inferioridade ou de se tornar uma pessoa altiva, arrogante, soberba. Deus pode e quer curar a forma como nos vemos.

A humildade nas Sagradas Escrituras está associada a uma atitude mental de que tudo que temos ou somos vem do Senhor. O apóstolo Pedro exorta-nos a que venhamos nos revestir de humildade (1Pe 5.5). O livro de Provérbios exorta-nos a trilhar o caminho da humildade (Pv 15.33; 18.12; 22.4). Jesus, enquanto homem perfeito, é nosso maior exemplo de humildade (Mt 11.29). O Mestre não apenas falou, ensinou a respeito do assunto. Ele deu uma lição prática aos discípulos e a nós a respeito do que é ser humilde (Jo 13.3-16). Outra importante passagem cristológica que trata do assunto em o Novo Testamento é encontrada em Filipenses 2.5-11.

A soberba é o antônimo da humildade, e segundo o livro de Provérbios a arrogância evidencia a insensatez de uma pessoa. O temor ao Senhor é o princípio da sabedoria (Pv 1.7), logo quem teme a Deus aborrece o mal; a soberba e a arrogância (Pv 8.13). O temor ao Senhor é um antídoto contra o mal (Pv 16.6). Sem o reverente temor, nos tornamos vulneráveis ao mal, ao pecado.

A soberba não somente desagrada a Deus, mas ela destrói nossos relacionamentos e a nós mesmos. Salomão já era rei quando reconheceu que sem Deus não teria condição de governar o seu povo com justiça. Ele num gesto de humildade pede a Deus sabedoria, pois reconheceu suas limitações. O soberbo não consegue reconhecer suas deficiências.

Atualmente falamos muito a respeito de avivamento. Realmente precisamos de um, porém uma das condições para experimentarmos um avivamento genuíno é a humilhação. Isso mesmo. Observe o que nos diz 2 Crônicas 7.14: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face [...]”.

Que tenhamos consciência de que Deus resiste e continuará resistindo aos soberbos (Tg 4.6). Todavia, o Pai Celeste dá e dará graças àqueles que têm o coração quebrantado e contrito, que se chega a Ele com humildade.

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 8: A mulher virtuosa

Data: 24 de Novembro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubins” (Pv 31.10).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O comportamento e a sabedoria de uma mulher são os únicos critérios capazes de a definirem como virtuosa

 

HINOS SUGERIDOS

 

262, 302, 432.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 31.11

A mulher virtuosa é esposa fiel

 

 

 

Terça - Pv 31.25,28

A mulher virtuosa é respeitada

 

 

 

Quarta - Pv 31.27

A mulher virtuosa trabalha

 

 

 

Quinta - Pv 31.16

A mulher virtuosa empreende

 

 

 

Sexta - Pv 31.23

A mulher virtuosa recebe testemunhos

 

 

 

Sábado - Pv 31.30

A mulher virtuosa teme ao Senhor

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Provérbios Provérbios 31.10-21,23-29.

 

10 - (Álef) Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubins.

11 - (Bete) O coração do seu marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará.

12 - (Guímel) Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida.

13 - (Dálete) Busca lã e linho e trabalha de boa vontade com as suas mãos.

14 - (Hê) É como o navio mercante: de longe traz o seu pão.

15 - (Vau) Ainda de noite, se levanta e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas.

16 - (Zain) Examina uma herdade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.

17 - (Hete) Cinge os lombos de força e fortalece os braços.

18 - (Tete) Prova e vê que é boa sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.

19 - (Jode) Estende as mãos ao fuso, e as palmas das suas mãos pegam na roca.

20 - (Cafe) Abre a mão ao aflito; e ao necessitado estende as mãos.

21 - (Lâmede) Não temerá, por causa da neve, porque toda a sua casa anda forrada de roupa dobrada.

23 - (Nun) Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta com os anciãos da terra.

24 - (Sâmeque) Faz panos de linho fino, e vende-os, e dá cintas aos mercadores.

25 - (Ain) A força e a glória são as suas vestes, e ri-se do dia futuro.

26 - (Pê) Abre a boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.

27 - (Tsadê) Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça.

28 - (Cofe) Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo:

29 - (Rexe) Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior.

 

INTERAÇÃO

 

Vivemos numa sociedade onde a figura da mulher tem se reduzido a mero objeto sexual. Nas danças, nas músicas sensuais, nos comerciais televisivos e nos outdoors, a sensualidade das mulheres brasileiras está na linha de frente. Entretanto, a Bíblia estabelece para a mulher cristã um papel protagonista e exuberante. Ser mulher, de acordo com a Palavra de Deus, é ser feminina, não feminista; madura, não imatura; santa, não depravada.

A mulher cristã, em todas as esferas da sua vida, deve viver para a glória de Deus.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conhecer a mulher virtuosa como esposa e mãe.
  • Compreender a mulher virtuosa como trabalhadora e empreendedora.
  • Aprender com o testemunho da mulher virtuosa como serva de Deus.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para concluir o terceiro tópico, sugerimos a seguinte atividade: Peça aos alunos que, em revista, jornais ou internet , pesquisem sobre mulheres que são destaques no mercado de trabalho, mas simultaneamente, desempenham o papel de mãe e esposa no lar. Em seguida, selecione no máximo cinco pesquisas e solicite que os escolhidos apresentem os seus resultados destacando como tais mulheres desenvolveram estratégias para conciliar a carreira profissional com a vida doméstica. Permita aos alunos emitirem opiniões sobre o assunto. Conclua o tópico afirmando que o princípio bíblico para a mulher cristã não mudou: Em Deus, ela é uma brilhante profissional, mas, igualmente, mãe presente e afetuosa bem como uma esposa companheira.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Virtuosa: Pessoa que possui e cultiva qualidade de virtude (moral, religiosa, social, etc). Valorosa, esforçada e afetiva.

 

A poesia de Provérbios 31 é uma das mais belas de toda a literatura universal. Este inspirado poema, além de mostrar o verdadeiro valor da mulher, evidencia as virtudes morais e espirituais que a fazem virtuosa. Tal mulher contrasta-se fortemente com a vil apresentada em Provérbios 11.22.

Ao contrário da virtuosa, a vil é desprovida das virtudes. A formosura da mulher virtuosa é de natureza ética; a da vil é de caráter meramente estético. A mulher virtuosa prioriza os valores interiores e faz de Deus a fonte de tudo o quanto ela é e representa. Por isso, a mulher virtuosa é tida por honrada!

 

I. A MULHER VIRTUOSA COMO ESPOSA

 

1. Tem a confiança e o respeito do marido. As bases do relacionamento conjugal são a confiança e o respeito mútuo, pois a fidelidade é um dos pilares do casamento. Onde impera a desconfiança e o desrespeito, o casamento está fadado ao fracasso. Acerca da mulher virtuosa, a Palavra de Deus é clara: “O coração do seu marido está nela confiado” (Pv 31.11). Além de significar “confiar”, a palavra hebraica batach também expressa as ideias de “sentir-se seguro” ou “estar despreocupado”.

2. Tem a admiração e o reconhecimento do marido. Uma das formas de se demonstrar amor no casamento é reconhecer a importância e o valor do cônjuge. Esse reconhecimento deve ser expresso por atitudes e palavras. Enquanto os homens são movidos pelo que veem, as mulheres respondem melhor pelo que ouvem! Por isso é importante que o esposo elogie sua esposa sempre.

Não adianta você dizer que as suas atitudes demonstram que você realmente a ama. É preciso declarar e falar que você a ama. Se a mulher de Provérbios 31 é virtuosa, o seu marido também o é. Ele expressa isso em palavras (v.29). Ele sabe que a sua esposa é virtuosa e não sente vergonha em dizer! O marido da mulher virtuosa deve tecer-lhe elogios tanto no lar quanto em público. Mas o homem que destrata sua esposa arruína o casamento e peca contra Deus (1Pe 3.7).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A mulher virtuosa, como esposa, tem a confiança, o respeito, a admiração e o reconhecimento do marido.

 

 

 

II. A MULHER VIRTUOSA COMO MÃE

 

1. É educadora. Em Provérbios 31.25, duas coisas são ditas a respeito da mulher virtuosa: “Força e dignidade são os seus vestidos [ARA]”. A palavra hebraica ‘oz, traduzida como força, é apresentada no texto bíblico com sentido literal e figurado. Figuradamente, descreve a segurança experimentada pelos justos (Sl 62.7; Pv 18.10). Por outro lado, o termo “dignidade”, do hebraico hadar, significa ornamento e honra. A poesia expõe os valores morais que a mulher virtuosa veste. Ela é segura, confiante e digna. Estes são os valores nos quais, como mãe, ela educará seus filhos.

2. É afetuosa. Uma das grandes causas da delinquência juvenil pode ser encontrada na ausência de afetividade na infância. Se os filhos da mulher virtuosa “levantam-se [...] e chamam-na bem-aventurada” (Pv 31.28) é porque ela sempre lhes deu afeto e atenção. Afeto gera afeto! Infelizmente, muitos pais não demonstram carinho algum pelos filhos. A rispidez e os xingamentos estão presentes na “educação” deles! Como será o futuro dessas crianças que, diariamente, são tratadas dessa forma por seus pais?

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Na Bíblia, como mãe, a mulher virtuosa mostra-se educadora e afetuosa.

 

 

 

III. A MULHER VIRTUOSA COMO TRABALHADORA

 

1. É dona de casa. Foi realizada nos Estados Unidos, há algum tempo, uma pesquisa envolvendo altas executivas. A pesquisa queria saber o que as faziam sentir-se realizadas como mulher. O resultado foi surpreendente: a maioria respondeu que a sua maior realização estava em ser esposa, mãe e dona de casa.

A mulher virtuosa ama os afazeres domésticos e tudo faz para cumprir com excelência a sua missão (v.27). Mas sempre que necessário, o marido pode ajudá-la nos afazeres domésticos. Dessa forma, estará demonstrando, na prática, a sua gratidão à esposa. A mulher virtuosa tem o seu trabalho devidamente reconhecido na Bíblia, e o mesmo reconhecimento deve ser dado pelo seu esposo.

2. É empreendedora. A missão da mulher moderna é bem complexa: esposa, mãe, dona de casa, trabalhadora e empreendedora. Além das tarefas domésticas, muitas vezes precisa trabalhar fora para complementar a renda da família, tendo uma jornada de trabalho repleta de atividades.

Nesse aspecto, o esposo sábio pode contribuir auxiliando a esposa em suas atividades. Se a esposa trabalha fora para ajudar o marido, ele também pode auxiliar em algumas tarefas dentro de casa, inclusive honrando-a com alguns momentos em que ela poderá descansar.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A mulher virtuosa além de cuidar da tarefa doméstica, se mostra empreendedora.

 

 

 

IV. A MULHER VIRTUOSA COMO SERVA DE DEUS

 

1. Dá um bom testemunho. Em Provérbios 14.1, há um forte contraste entre duas mulheres: a sábia e a tola. Esta, por sua conduta, destrói o seu lar. Mas aquela, através de seu bom testemunho, edifica a sua casa. Muitos são os casamentos fracassados e desfeitos devido à falta de sabedoria, prudência e sensatez de algumas mulheres. O marido da mulher tola pode ser considerado como um homem sofredor e infeliz. Mas o esposo da mulher virtuosa é estimado entre as autoridades e honrado “quando se assenta com os anciãos da terra” (Pv 31.23).

2. É temente a Deus. Tudo o que é testemunhado acerca da mulher virtuosa só é possível porque ela teme ao Senhor (Pv 31.30). O temor a Deus faz dela uma mulher estimada dentro e fora do lar (Pv 1.7).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

Como serva de Deus, a mulher virtuosa é temente ao Altíssimo e dá bom testemunho

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Em um mundo onde os valores estéticos são mais importantes do que os éticos, as virtudes acabam sendo ignoradas. Tal inversão de valores produz consequências danosas à sociedade e principalmente à família. Mas a mulher virtuosa preserva o seu lar através de suas singulares virtudes espirituais e morais. Por isso, ela é honrada por todos. Que as servas do Senhor passem a cultivar com mais zelo as virtudes que a Bíblia expõe de maneira tão bela e clara em Provérbios 31.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HENRY, M. Comentário Bíblico Antigo Testamento — Jó a Cantares de Salomão. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
HUGUES, B. Disciplinas da Mulher Cristã. 1 ed., RJ: CPAD, 2005.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quais são as bases do relacionamento conjugal?

R. São a confiança e o respeito mútuo.

 

2. De acordo com Provérbios 31.25 duas coisas são ditas a respeito da mulher virtuosa. O que são?

R. “Força e dignidade são os seus vestidos”.

 

3. Como o esposo pode ajudar a esposa que trabalha fora?

R. Se a esposa trabalha fora para ajudar o marido, ele também pode auxiliar em algumas tarefas dentro de casa, honrando-a com alguns momentos em que ela poderá descansar.

 

4. Qual o forte contraste presente em Provérbios 14.1? Explique.

R. A sábia e a tola. Esta, por sua conduta, destrói o seu lar. Mas aquela, através do seu testemunho, edifica a sua casa.

 

5. Você é uma mulher virtuosa? E você marido, é virtuoso?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Bíblico

 

“A Mulher Virtuosa [Provérbios 31.10-31]

Esta descrição da mulher virtuosa pretende mostrar que tipos de esposas devem ser as mulheres, e que tipos de esposas os homens devem escolher; ela consiste de vinte e dois versículos, cada um deles iniciado por uma letra do alfabeto hebraico, em ordem, como alguns dos salmos, o que leva alguns a pensar que este fragmento não fazia parte da lição que a mãe de Lemuel lhe ensinava, mas era um poema, por si mesmo, escrito por algum outro autor; e talvez tivesse sido muito repetido entre os judeus piedosos, e para facilitar a memorização tivesse sido escrito alfabeticamente. Nós o temos condensado no Novo Testamento (1Tm 2.9,10; 1Pe 3.1-6), onde o dever recomendado às esposas está de acordo com esta descrição de uma boa esposa; e com boas razões há tanta ênfase sobre ele, uma vez que o fato de que as mães sejam sábias e boas, contribui, tanto quanto qualquer outra coisa, para a promoção da religião nas famílias, e a sua transmissão para a posteridade [...]” (HENRY, M. Comentário Bíblico Antigo Testamento — Jó a Cantares de Salomão. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, pp.885-86).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Vida Cristã

 

“A MATERNIDADE EM NOSSA NATUREZA

A palavra criar origina-se da palavra latina que significa ‘ato de alimentar, amamentar ou nutrir’. Em nossa linguagem vigente, seu significado é mais para o bem-estar de todos. Conclui-se que se o suave toque maternal de uma mulher faltar, a sociedade com certeza se degenerará. Você não tem de ir muito longe para obter provas do que está acontecendo à nossa volta. As crianças do mundo estão chorando por um toque feminino e maternal. Mas submeter-se ao plano de Deus para a essência materna de nosso ser requer disciplina, sobretudo levando em conta nossa cultura.

A Palavra de Deus ensina que gerar vida é exclusivamente feminino. Todas somos filhas de Eva, cujo nome é revelado em Gênesis 3.20, que significa ‘mãe de todos os viventes’. Assim como Eva, foi dado a cada uma de nós um corpo projetado para gerar vida. Somos lembradas disso todos os meses com o armazenamento e passagem de sangue necessário para a nutrição do recém-nascido. Nossos seios têm a faculdade de nutrir o recém-nascido. As mulheres que ficam grávidas e dão à luz experimentam a plena realização desses dons e fazem a descoberta magnificamente pessoal de que uma criança depende completamente do corpo da mãe para a própria vida.

Mas há muitas mulheres que nunca dão à luz, cuja maternidade se estenderá necessariamente aos que não são seus filhos. Não é o processo de gravidez e parto que torna uma filha de Eva mãe.

A Bíblia ensina que todas as mulheres são criadas para ‘ser mãe’, gerar vida. Ser mãe é mais que um mero mecanismo de útero e seio; é muito mais profundo. E as mulheres ficam mais femininas quando são mães” (HUGUES, B. Disciplinas da Mulher Cristã. 1 ed., RJ: CPAD, 2005, p.154).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

A Mulher Virtuosa

 

O que é ser uma mulher virtuosa? Será que é aquela que vive para o lar e não trabalha fora e que tem sempre uma atitude servil? Por muitos séculos a mulher foi excluída, colocada à margem da sociedade, vivendo sob o jugo do preconceito, da indiferença. Porém, o Criador sempre amou e honrou as mulheres.

A cultura judaica era dura com a mulher. Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe “na sociedade hebraica a mulher era considerada parte da propriedade de um homem” (Gn 31.14,15; Rt 4.5,10). O texto de Juízes 19.24 mostra um pouco do abuso e da violência a que as mulheres eram submetidas (Jz 19.24,29).

Jesus, o Filho de Deus foi gerado no ventre de uma mulher virtuosa. Um gesto que mostra o quanto Deus ama e respeita a mulher. O Salvador nasceu em uma cultura em que as mulheres eram vítimas de preconceito. Elas eram deixadas à margem. As mulheres não eram nem mesmo contadas. Quando Marta pede a Jesus para que Maria deixe a sala, talvez seja porque este local era restrito aos homens. No Antigo Testamento as mulheres ficavam a parte quando havia visitantes (Gn 18.9). Naquela cultura não havia espaço para o discipulado entre as mulheres. Jesus quebrou vários paradigmas ao ensinar e evangelizar as mulheres (Jo 4.10-26; 11.20-27). Em o Novo Testamento, no Templo de Herodes, elas ficavam separadas em um local chamado de “pátio das mulheres”. Jesus abriu as portas das prisões sociais e valorizou a mulher como ninguém nunca o fez ou fará (Is 61.1): “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).

No livro de Provérbios encontramos vários textos e ensinos a respeito das mulheres (da mulher vil e da virtuosa).

A mulher virtuosa descrita no capítulo 31 é uma mulher que está à frente do seu tempo. Ela é vista como alguém que cuida bem da casa, do marido e dos filhos, mas ela é também uma mulher de negócios, uma empreendedora. Ela faz, vende e importa produtos (Pv 10.10-31). A mulher virtuosa é descrita como alguém que tem excelentes habilidades, e que é sábia. Sem sabedoria não há virtudes. Que as mulheres que temem ao Senhor busquem a sabedoria divina para que possam viver de modo que os filhos e toda a sua casa possam dizer: Bem-aventurada!

 

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 9: O tempo para todas as coisas

Data: 1 de Dezembro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec 3.1).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O tempo e o espaço em que vivemos são limitados, por isso, devemos ser bons despenseiros de Deus nesta vida.

 

HINOS SUGERIDOS

 

224, 227, 396.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Ec 1.4

A transitoriedade da vida

 

 

 

Terça - Ec 3.11

A eternidade de Deus

 

 

 

Quarta - Ec 9.11,12

O homem desconhece o tempo

 

 

 

Quinta - Ec 5.18,19

A satisfação do trabalho

 

 

 

Sexta - Ec 1.17,18

O tempo e o conhecimento

 

 

 

Sábado - Ec 2.4-11

O trabalho e a prosperidade como vaidades

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Eclesiastes 3.1-8.

 

1 - Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu:

2 - há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;

3 - tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;

4 - tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar;

5 - tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;

6 - tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;

7 - tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;

8 - tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.

 

INTERAÇÃO

 

Alguém poderia dizer que o livro de Eclesiastes mais parece uma obra secular que a Palavra de Deus. Mas na verdade ele se apresenta realista. Ali, Salomão apresenta uma perspectiva de desencanto com a vida, se incomoda com a transitoriedade da existência e conclui: tudo na vida é “vaidade”, isto é, passageiro. Se partirmos do ponto de vista de que o que Salomão está dizendo encontra-se interligado com o seu histórico de vida encharcado em pecado — ninguém mais do que ele sabia o que era viver uma vida outrora na presença de Deus, mas agora longe dos seus caminhos —, veremos que há apenas uma conclusão que ele poderia chegar: a vida sem Deus é vaidade!

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conhecer o livro e a mensagem de Eclesiastes.
  • Explicar a transitoriedade da vida e a eternidade de Deus.
  • Administrar bem o tempo e as relações interpessoais.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor para introduzir a lição desta semana sugerimos que você reproduza o esquema abaixo conforme suas possibilidades. Nesta lição, vamos iniciar o estudo do livro de Eclesiastes e, para isto, é imprescindível começarmos o estudo a partir de uma visão panorâmica de todo o livro. O esboço de Eclesiastes permite conhecer, de maneira panorâmica, seu conteúdo de uma só vez. Portanto, antes de iniciar a aula leia e analise o esboço juntamente com a classe.

 

ESBOÇO DO LIVRO DE ECLESIASTES

 

Autor: Salomão

Tema: A nulidade da vida à parte de Deus

Data: Cerca 935 a.C.

I. Introdução: A inutilidade Geral da vida Natural (1.2-11)

II. A inutilidade de uma vida egocêntrica (1.12 — 2.26)

   A insuficiência da sabedoria humana — 1.12-18

   A banalidade da vida (riquezas e prazeres) — 2.1-11

   A transitoriedade das grandes conquistas — 2.12-17

   Injustiça associada ao trabalho forçado — 2.18-23

   O real prazer da vida está em Deus — 2.24-26

III. Reflexões diversas sobre as Experiências da Vida (3.1 — 11.6)

   Concernentes às coisas de Deus — 3.1-22

   Experiências vãs da vida natural — 4.1-16

   Advertências a todos — 5.1-6.12

   Provérbios diversos a respeito da sabedoria — 7.1-8.1

   Sobre a justiça — 8.2-9.12

   Mais Provérbios variados sobre a sabedoria — 9.13-11.6

IV. Admoestações finais (11.7 — 12.14)

   Regozijar-se na juventude — 11.7-10

   Lembrar-se de Deus na juventude — 12.1-8

   Apegar-se a um só livro e temer a Deus — 12.9-14

   Temer a Deus e guardar os seus mandamentos

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Tempo: Duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro; período contínuo no qual os eventos se sucedem.

 

Muitos filósofos denominam os nossos dias de “a era do vazio e das incertezas”. Há uma explicação para isso: a rejeição à tradição bíblica propagada pelo Cristianismo. Podemos perceber o desencadeamento desse processo na relativização da ética e na total rejeição à verdade absoluta. Neste ambiente de contradições filosóficas não existe verdade, e sim “verdades” desprovidas de qualquer sentido.

O livro de Eclesiastes mostra a crise de um homem que vive a falta de harmonia existencial que hoje presenciamos. Procurando viver intensamente a vida, ele mergulhou num mundo duvidoso e sensual, para descobrir que a vida sem Deus é um mergulho no vazio e uma corrida atrás do vento.

 

I. ECLESIASTES, O LIVRO E A MENSAGEM

 

1. Datação do livro. Estudos indicam que o relato dos fatos ocorridos em Eclesiastes podem ser datados por volta do ano 1000 a.C., período no qual o rei Salomão governava Israel. De fato, o próprio Eclesiastes diz ser o rei Salomão o autor da obra sagrada (Ec 1.1, cf. v.12).

2. Conhecendo o Pregador. Salomão identifica-se como o pregador, traduzido do hebraico qoheleth (Ec 1.1,12). A palavra “pregador” deriva de qahal, expressão que possui o sentido de “reunião” ou “assembleia”. A Septuaginta (que é a tradução da Bíblia Hebraica para o grego) traduziu qoheleth pelo seu equivalente grego ekklesia, daí o nome Eclesiastes: uma referência a alguém que fala, ou discursa, em uma reunião ou assembleia.

O pregador foi Salomão, que já estava velho, mas tinha uma visão bem realista da vida. Conforme registradas em Eclesiastes, e embora retratem um período de declínio político, moral e econômico de Israel, suas palavras apontam para Deus como a única fonte de satisfação, realização e felicidade humana.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

O nome Eclesiastes é uma referência a alguém que fala, ou discursa, em uma reunião ou assembleia.

 

 

 

II. DISCERNINDO OS TEMPOS

 

1. A transitoriedade da vida. Um tema bem claro em Eclesiastes é o da transitoriedade da vida. Ela é efêmera, passageira. E Salomão estava consciente disso (Ec 1.4). Sendo a vida tão curta, que “vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?” (Ec 1.3). Esse é o dilema que Salomão procura responder.

A vida é passageira, dura pouco. Por isso, muitos buscam satisfazer-se de várias formas. Há os que acham que a sabedoria resolverá o seu problema (Ec 1.16-18; 2.12-16). Outros buscam preencher a sua alma com os prazeres dessa existência (Ec 2.1-3). Ainda outros recorrem às riquezas (Ec 2.4-11). E, por último, há aqueles que se autorrealizam no trabalho (Ec 2.17-23). Tudo é vaidade! O centro da realização humana não está nessas coisas.

2. A eternidade de Deus. Cerca de 40 vezes o Pregador refere-se a Deus no Eclesiastes. Ele o identifica pelo nome hebraico Elohim, o Deus criador. Isto é proposital, pois Salomão alude com frequência àquilo que acontece “debaixo do sol” (Ec 1.3,9,14; 2.18). É debaixo do sol que está a criação; é debaixo do sol que o homem se encontra.

Mas o Pregador tem algo mais a dizer. Ele quer destacar o enorme contraste entre a criação e o Criador, mais especificamente entre Deus e o Homem. Deus é eterno, onipotente, autoexistente, enquanto o homem é finito, frágil e transitório. Por ser mortal, o homem não deve fixar-se apenas nas coisas dessa vida, pois o Deus Eterno pôs a eternidade em seu coração (Ec 3.11 — ARA).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Nas Escrituras, o tempo se mostra na transitoriedade da vida e na eternidade de Deus.

 

 

 

III. O TEMPO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

 

1. Na família. O Eclesiastes ensina que uma das características de nossa vida é a brevidade. Por isso, devemos usufruir com intensa alegria, juntamente com o nosso cônjuge e filhos, dos bens que o Senhor nos proporciona (Ec 9.7-9), pois a vida pode rapidamente se acabar.

Nesse capítulo, Salomão refere-se a vários itens que eram usados pelos israelitas em ocasiões festivas (Am 6.6; Ct 1.3; 2Sm 14.2; Sl 104.15). O que isso significa? Antes de mais nada, que o nosso lar deve ser uma permanente ação de graças a Deus por tudo o que Ele nos concede.

Nossa casa deve ser um lugar de celebração. Desfrutemos, pois, as alegrias domésticas em companhia da esposa amada (Ec 9.9). A metáfora tem uma mensagem bastante atual: a família cristã, sem recorrer às bebidas alcoólicas e outras coisas inconvenientes e pecaminosas (Ef 5.18), pode e deve alegrar-se intensamente. A vida do crente não precisa ser triste.

2. No trabalho. O trabalho não deve ser um fim em si mesmo. Quando ele é o centro de nossa vida transforma-se em fadiga (Ec 5.16,17). Mas quando deixa de ser um fim em si mesmo, passa a ter real significado, tornando-se algo prazeroso, não pesado (Ec 5.18).

A palavra traduzida do hebraico samach é “gozar”, evocando regozijo e alegria. Isto significa que o nosso local de trabalho deve ser um lugar agradável e alegre, fruto das relações interpessoais sadias.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O relacionamento familiar do crente deve ser intenso, assim como o trabalho deve ser uma atividade prazerosa e agradável.

 

 

 

IV. ADMINISTRANDO BEM O TEMPO

 

1. Evitando a falsa sabedoria e o hedonismo. A busca pelo conhecimento tem sido o alvo do homem através dos séculos. Salomão também empreendeu essa busca (Ec 1.17,18). Mas quem procura o conhecimento desperta a consciência em relação ao mundo ao seu redor, e é tomado por um sentimento de impotência por saber da própria incapacidade de melhorar a natureza das coisas. Nesse aspecto, a busca do conhecimento, como o objeto de realização pessoal, pode conduzir à frustração.

Semelhantemente, a busca por prazer, por si só, configura uma prática hedonista e contrária a Deus (Ec 2.1-3). Muitos são os que buscam a satisfação no álcool, drogas, sexo, etc. Tudo terminará num sentimento de vazio e frustração. Quem beber dessa água tornará a ter sede (Jo 4.13). Somente o Evangelho de Cristo pode satisfazer plenamente o ser humano.

2. Evitando a falsa prosperidade e o ativismo. Em Eclesiastes 2.4-11, Salomão desconstrói a ilusão daqueles que buscam, nos bens terrenos, a razão fundamental para a vida. A falsa prosperidade leva o homem a correr desenfreadamente para acumular riquezas, alcançar elevadas posições na sociedade e obter notoriedade e fama. Tudo isso, conclui o sábio, é correr atrás do vento.

Por outro lado, e não menos danoso, é a prática de um ativismo impiedoso, que pode estar nas esferas da profissão ou de qualquer outra prática (Ec 2.17-23). Isso também é correr atrás do vento. O trabalho, quando empreendido racionalmente, não nos desumaniza, mas nos faz crescer como pessoas.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

Para administrarmos bem o nosso tempo devemos começar por evitar a falsa sabedoria, o hedonismo, a falsa prosperidade e o ativismo. Estes roubam-nos o tempo.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Vimos que há um tempo para todas as coisas! Esse tempo é extremamente precioso para ser desperdiçado! Por conta da transitoriedade da nossa existência, devemos saber usar bem o nosso tempo, seja buscando conhecimento, seja desfrutando da companhia de nossos familiares e, principalmente, servindo ao Senhor. Somente Deus é eterno e somente Ele deve ser o centro de nossa busca.

 

VOCABULÁRIO

 

Hedonismo: Doutrina que ensina o prazer como o bem supremo da vida.
Tangíveis: Tocável, sensível, palpável.
Esfinge: Na Grécia antiga, monstro fabuloso que propunha enigmas aos viandantes e devorava quem não conseguisse decifrá-los. Pessoa enigmática, que pouco se manifesta e de quem não se sabe o que pensa ou sente.
Niilismo: Ponto de vista que considera que as crenças e os valores tradicionais são infundados e que não há qualquer sentido ou utilidade na existência.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

MELO, J. L. de. Eclesiastes versículo por versículo. RJ: CPAD, 1999.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quem é o autor do livro de Eclesiastes?

R. Salomão.

 

2. A que se refere o termo “Eclesiastes”?

R. A alguém que fala, ou discursa, em uma reunião ou assembleia.

 

3. Qual dilema Salomão procura responder no Eclesiastes?

R. Sendo a vida tão curta que “vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, no que ele faz debaixo do sol?” (Ec 1.3).

 

4. Qual a mensagem atual da metáfora de Eclesiastes 9?

R. A família cristã, sem recorrer às bebidas alcoólicas e outras coisas inconvenientes e pecaminosas (Ef 5.18), pode e deve alegrar-se intensamente.

 

5. Como a falsa prosperidade se revela na vida do homem?

R. Ela leva o homem a correr desenfreadamente para acumular riquezas, alcançar elevadas posições na sociedade e obter notoriedade e fama.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Exegético

 

“O tema do livro de Eclesiastes é que ‘debaixo do sol [isto é, ‘sem Deus no cenário’], tudo é vaidade’. A palavra-chave do livro é ‘vaidade’, que aparece trinta e oito vezes, sendo usada para descrever coisas externas e tangíveis (Ec 2.15,19; 8.10,14), bem como pensamentos (Ec 1.14; 2.11). O vocábulo ‘vaidade’ origina-se do hebraico hebhel [...], que enfatiza aquilo que é efêmero e vazio. A expressão ‘vaidade de vaidades’ indica a maneira hebraica de expressar um superlativo (poderia ser traduzida como ‘muito fútil’). Este método também é visto na expressão ‘lugar santíssimo’ (Êx 26.34), cujo significado literal no idioma hebraico é ‘santo dos santos’.

[...] A perspectiva de Salomão na época em que ele escreveu é a chave para entender o livro de Eclesiastes de modo apropriado, e para explicar o seu pessimismo geral. Salomão escreve do mesmo ponto de vista em que tinha vivido a maior parte da sua vida, e a de ‘debaixo do sol’ (Ec 1.3, e 30 outras ocorrências). É com a perspectiva terrena e secular que a vida se torna fútil. Ainda assim, há momentos que a fé de Salomão em Deus se dá a conhecer (Ec 12.13,14 é normalmente mencionado, mas este é somente o clímax de pensamentos como 2.25; 3.11,17...)” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico e Grego. 2 ed., RJ: CPAD, 2011, pp.701-02).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Bibliológico

 

“Peculiaridades do Livro de Eclesiastes

A palavra ‘Eclesiastes’ vem do grego. É o título do livro na Septuaginta e significa: ‘Aquele que fala a uma assembleia’.

No hebraico é Qohéleth. Pode ser traduzida de muitos modos como: ‘o Pregador, o Sábio, o Velho, O que sabe, o Sapiente Venerado, o Colecionador de Máximas, O que sabe que não sabe’.

Como a palavra Qohéleth tem forma feminina, alguém pensa que deve significar uma assembleia ou reunião. A mesma palavra de 1.1 aparece em 7.27, significando a sabedoria dada por Deus para inspirar Salomão. Pode ser entendida como a própria sabedoria pregando a sabedoria.

Qohéleth, ‘Pregador’, é empregado aqui como um nome de Salomão.

O Eclesiastes revela um esforço buscando a felicidade. O autor procurou o bem supremo na sabedoria, nos prazeres, na política, nos bens materiais, e concluiu que tudo é vaidade e aflição de espírito.

Tem sido considerado o livro mais misterioso do Cânon Sagrado. Para uns, é a esfinge da literatura hebraica.

Alguém acha que o texto apresenta uma alma em desespero, afirmando um materialismo puro ou um niilismo ativo.

Há uma opinião considerando o Eclesiastes um monólogo em que o Pregador expõe sozinho suas ideias, ao contrário dos outros livros da Bíblia que, em geral, têm uma forma de diálogo com Deus” (MELO, J. L. de. Eclesiastes versículo por versículo. RJ: CPAD, 1999, pp.17-18).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

O Tempo Para Todas as Coisas

 

Acredita-se que Salomão é o autor do livro de Eclesiastes. De acordo com a tradição judaica, ele teria escrito o livro na sua velhice, quando estava separado da comunhão com Deus devido ao seu pecado. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal(CPAD), o título do livro no hebraico significa “aquele que reúne uma assembleia e lhe dirige a palavra”, ou seja, pregador. Podemos observar que o vocábulo “pregador” aparece setes vezes no livro (1.1,2,12; 7.27; 12.8-10).

Eclesiastes é o registro da vida de um homem que teve tudo de melhor que a vida pode oferecer, porém longe dos propósitos divinos, só encontrou vazio e desilusão. Suas palavras foram: “vaidade” (Ec 1.2). A palavra vaidade empregada em Eclesiastes significa vazio, sem valor, desilusão. Sem Deus a vida se torna cansativa, enfadonha, decepcionante. De nada adianta trabalhar, ter dinheiro, conhecimento e fama. Eclesiastes nos mostra que o caminho trilhado por Salomão o levou a um vazio muito grande. Atualmente as pessoas também estão numa busca desenfreada pelas coisas deste mundo, e o resultando é que o número de pessoas deprimidas, ansiosas e doentes (no físico, na mente e na alma) vem aumentando de modo assustador. O sentimento de vazio que existe na alma do ser humano não pode e jamais poderá ser preenchido com coisas materiais, prazeres, psicotrópicos. Este vazio só Deus pode preencher.

O trabalho, assim como os bens materiais é bênção de Deus. Porém quando utilizado de maneira errada, egoísta faz com que o sentimento de inutilidade logo se estabeleça. Foi o que aconteceu com Salomão. Ele abandonou os preceitos de Deus e deixou de usar o seu dom para benefício do seu povo, do próximo (2Cr 10.4,5). As políticas adotadas por ele deixaram de serem boas (1Rs 11). O comércio com outras nações trouxe riquezas, mas também fez com que os deuses estrangeiros se instalassem no meio do povo. O gasto com as construções superou suas finanças e o jeito foi aumentar os impostos. O povo sofria com as taxas cobradas. Ao morrer, Salomão deixou um reino que estava prestes a ruir. “É tudo vaidade!”.

A vida com Deus é bela, porém muito curta. O tempo que temos é algo precioso. Por isso, precisamos pedir ao Pai sabedoria para não desperdiçar o tempo que temos. A sabedoria vai nos ajudar a desfrutar a vida com bom senso (Sl 90.12). Como despenseiros do Senhor teremos que prestar contas a Deus do uso que fizemos do nosso tempo.

 

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 10: Cumprindo as obrigações diante de Deus

Data: 8 de Dezembro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o” (Ec 5.4).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A nossa vida de adoração somente será verdadeira quando nos conscientizarmos dos nossos direitos e deveres diante de Deus.

 

HINOS SUGERIDOS

 

15, 300, 547.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Ec 5.8

Obrigações de natureza política

 

 

 

Terça - Ec 5.1

Obrigações de natureza espiritual

 

 

 

Quarta - Ec 5.2a

Reverência a Deus

 

 

 

Quinta - 1Sm 15.22

Obediência a Deus

 

 

 

Sexta - Ec 5.2b

A transcendência de Deus

 

 

 

Sábado - Ec 5.4; 2Co 6.16

A imanência de Deus

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Eclesiastes 5.1-5.

 

1 - Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.

2 - Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras.

3 - Porque da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão das palavras.

4 - Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o.

5 - Melhor é que não votes do que votes e não pagues.

 

INTERAÇÃO

 

Em todas as esferas da vida temos responsabilidades. É na família, no trabalho, na faculdade, nas amizades, enfim; em todos os lugares onde nos relacionamos está o nosso senso de responsabilidade. Com as coisas de Deus não é diferente. Ora, o Senhor nosso Deus é Santo, Amoroso e Misericordioso. Por isso, devemos nos empenhar no compromisso de imitá-Lo, servindo-O de toda mente e coração. A vida com Deus é para ser levada a sério e devemos vivê-la até as últimas consequências. Quando o amor do Pai inunda-nos à alma, não temos dúvida do quanto podemos fazer para Ele e ao próximo que está em torno de nós.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conceituar as obrigações de natureza político-social e religiosa.
  • Explicar as obrigações ante a santidade de Deus (reverência e obediência).
  • Compreender as obrigações frente a transcendência e a imanência de Deus.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, para introduzir o terceiro e o quarto tópicos que tratam sobre a Transcendência e a Imanência, sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Analise com a classe as definições de “transcendência” e “imanência”. Em seguida, explique a relação entre esses atributos. Afirme que o nosso Deus, apesar de ser distinto da sua criação, está presente no mundo. Essa atividade objetiva reforçar a assimilação dos conceitos teológicos pelos alunos. Boa aula!

 

BREVE EXPLICAÇÃO PARA TRANSCENDÊNCIA E A IMANÊNCIA

 

TRANSCENDÊNCIA

[Do lat. transcendentia] O que ultrapassa o conhecimento comum, e vai além da experiência meramente humana. A transcendência é um dos atributos naturais de Deus.

 

IMANÊNCIA

[Do lat. immanentia] Qualidade do que está em si mesmo, não transita a outrem. É o oposto de transcendência. Embora seja Deus transcendente, não se encontra à parte de sua criação; acha-se presente nesta através dos atributos de sua imanência: onipresença, onisciência e onipotência; e por intermédio de seus atributos morais.

 

A imanência corrobora com a intervenção divina na criação. Seres humanos, a natureza e tudo o que há no mundo pertencem ao nosso Deus. Entretanto, a Sua transcendência não permite que Ele mesmo se confunda com sua criação. O nosso Pai não é a natureza; não é o homem; nem, muito menos, o animal. O nosso Deus é o Criador de tudo! E Ele se relaciona com a sua criação.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Obrigação: Ação de obrigar; fato de estar obrigado a fazer uma ação.

 

Na lição anterior, vimos que o pregador tratou sobre as coisas que acontecem “debaixo do sol” (Ec 1 — 4). Ele demonstrou que o conhecimento sem o temor de Deus não é sabedoria, mas loucura. Demonstrou ainda que a busca desenfreada pelo prazer é correr “atrás do vento” e que a aquisição de bens materiais não pode fazer de nós pessoas felizes. E, por último, ensinou que o trabalho, sem a visão objetiva de Deus transforma-se em mero ativismo.

A partir do capítulo cinco, porém, Salomão versa sobre o estilo de vida do adorador consciente dos seus direitos e obrigações diante de Deus. Esse assunto é o que, à luz dos atributos divinos revelados nas Escrituras Sagradas — santidade, transcendência e imanência —, buscaremos compreender. Nesta lição, veremos que as nossas obrigações não se limitam ao “mundo eclesiástico-religioso”, mas também ao universo que Deus criou.

 

I. OBRIGAÇÕES E DEVOÇÃO

 

1. Obrigações de natureza político-social. Há um ditado popular que diz: “Primeiro a obrigação, depois a devoção”. Aqui, há um dualismo que separa a obrigação (vida social) da devoção (vida espiritual), como se ambas fossem duas dimensões distintas. Tal máxima não é bíblica, pois o livro de Eclesiastes denota uma perspectiva completamente oposta (Ec 8.2). As Escrituras orientam-nos a priorizar o Reino de Deus sem perder de vista a dimensão material em que estamos inseridos (Mt 6.33; 22.21).

Vivemos em um mundo em que há autoridades constituídas e onde, consequentemente, direitos e deveres são estabelecidos. Somos cidadãos e possuímos direitos e deveres para com o Estado. Pagamos os impostos, podemos votar e receber votos. Enfim, não podemos eximir-nos das nossas obrigações para com a nação. A nossa consciência cívica deve ter como base a Bíblia Sagrada.

2. Obrigações de natureza religiosa. Além da nossa obrigação político-social, de natureza cível, há também a de natureza religiosa ou espiritual. Elas acontecem na dimensão do culto, da adoração.

A palavra hebraica shachar mantém o sentido de “prostrar-se com deferência diante de um superior” (Gn 22.5; Êx 20.5). É com esse entendimento que Salomão fala da casa de Deus como o local de adoração (Ec 5.1). Construtor do grande templo, ele sabia que essa casa tinha como objetivos centralizar o culto, a fim de assegurar os elementos mais sublimes de sua liturgia: a adoração verdadeira a Deus e a unidade dos adoradores num único povo.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

As obrigações do crente são de natureza político-social e de ordem religiosa.

 

 

 

II. OBRIGAÇÕES ANTE A SANTIDADE DE DEUS

 

1. Reverência. Todo culto tem uma liturgia, e não há nada de errado nisso. A palavra liturgia está associada ao culto da Igreja Primitiva. Quando em Antioquia houve uma escolha e separação de obreiros para a obra missionária (At 13.2), Lucas registra o fato utilizando a palavra grega leitourgeo para designar serviço, e dessa palavra vem o vocábulo português liturgia. Esta também faz parte da adoração a Deus.

Salomão sabia disso e advertiu-nos quanto ao cuidado que devemos ter quando entrarmos na casa de Deus (Ec 5.1). Desligue o celular, não masque chiclete, seja reverente! Seja um verdadeiro adorador!

2. Obediência. Obedecer a um conjunto de normas e regras sem atentar para os princípios que o fundamentam é puro legalismo. Não vale a pena observar o preceito sem atentar para o princípio existente por trás dele. O livro de Eclesiastes demonstra isso com clareza (Ec 5.1), pois Deus não se interessa na observância do sacrifício em si, e sim na obediência aos princípios que regulamentam a sua prática. Foi exatamente isso que o profeta Samuel ensinou a Saul (1Sm 15.22).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A santidade de Deus impulsiona o crente a viver reverente e obedientemente.

 

 

 

III. OBRIGAÇÕES FRENTE À TRANSCENDÊNCIA DE DEUS

 

1. Deus, o criador. Todas as religiões possuem a noção do sagrado e demonstram respeito por ele. No cristianismo, como no judaísmo, a consciência do sagrado revela-se na manifestação do Deus verdadeiro, que ao longo da história deu-se a conhecer ao homem. O Deus Criador se distingue da própria criação (Dt 4.15-20). A teologia bíblica denomina essa doutrina de “a transcendência de Deus”. Deus está além de suas criaturas, como afirma o Eclesiastes: “Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra” (Ec 5.2b). Ele pode humanizar-se, como já o fez (Jo 1.14), mas o homem não pode tornar-se divino. Quem procurou ser igual a Deus foi expulso do céu (Ez 28.1,2; Is 14.12-15).

2. Homem, a criatura. O homem foi criado por Deus como a coroa da criação. Ele não surgiu do acaso nem de uma mistura acidental de elementos naturais. E a nós Deus se revelou, manifestou seus atributos, vontades e apesar de estarmos condenados à morte eterna, Deus proporcionou em Jesus Cristo a salvação que nos era necessária para que passássemos a eternidade futura com o nosso Criador e Redentor.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A transcendência divina revela-nos que o nosso Deus é o Criador; o homem, criatura.

 

 

 

IV. OBRIGAÇÕES DIANTE DA IMANÊNCIA DE DEUS

 

1. Deus está próximo. O atributo da imanência divina revela-nos um Deus que se relaciona com a sua criação. Isto significa que o Pai Celeste não é um Deus distante que, após criar o mundo, ausentou-se dele! Pelo contrário, Ele é um Deus presente, participa da sua criação e nela intervém.

O capítulo cinco de Eclesiastes narra Salomão falando do culto a Deus e como o Senhor identifica-se com o homem que lhe oferece adoração, seja aprovando-o ou reprovando-o (Ec 5.4b). Essa mesma verdade é confirmada em o Novo Testamento (2Co 6.16). A proximidade de Deus com o homem deve fazer-nos melhores crentes e pessoas.

2. O valor das orações e votos. Deus não apenas se faz presente, mas também prometeu abençoar os seus filhos, atendendo nossas orações e súplicas. Isso acontecerá quando orarmos de acordo com sua vontade (Jr 29.12,13; Jo 14.13,14).

Cientes dessa verdade, os judeus não somente oravam a Deus, como também se empenhavam com votos (Nm 30.3-16; Dt 23.21-23). Não há dúvidas de que o livro de Eclesiastes tem em mente essas passagens bíblicas, quando adverte sobre a seriedade do voto (Ec 5.4). Em o Novo Testamento, não encontramos um preceito específico concernente a essa prática, mas o seu princípio permanece válido, pois o cumprimento de um voto, ou de um propósito diante de Deus, é algo que ultrapassa gerações.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

A imanência divina revela-nos que Deus está próximo e ouve as nossas orações.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Nesta lição, abordamos as palavras de Salomão no contexto da adoração bíblica. Conscientizamo-nos de que não há adoração verdadeira que não leve em conta as obrigações diante de Deus e dos homens. Se quisermos viver uma vida espiritual plena devemos ter em mente as implicações que a acompanham. De nada adianta termos templos suntuosos, pregadores eloquentes e cantores famosos se não estamos cumprindo as obrigações que uma verdadeira adoração requer.

 

VOCABULÁRIO

 

Ativismo: Trabalho desenvolvido em meios revolucionários, políticos, estudantis, sindicais; militância.
Dualismo: Princípio comum a diversas religiões e seitas que professam a coexistência irredutível do corpo e do espírito, do bem e do mal.
Legalismo: Tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias práticas e obrigações eclesiásticas.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Bíblia de Estudo em Defesa da Fé: Questões reais, respostas precisas, fé solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1 ed., RJ: CPAD, 1996.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que as Escrituras orientam-nos em relação ao Reino de Deus e acerca da dimensão material?

R. As Escrituras orientam-nos a priorizar o Reino de Deus sem perder de vista a dimensão material em que estamos inseridos.

 

2. O que significa a palavra “liturgia”?

R. Serviço.

 

3. Como a consciência do sagrado revelou-se ao homem?

R. Revelou-se na manifestação do Deus verdadeiro, que ao longo da história deu-se a conhecer ao homem.

 

4. O que o atributo da imanência divina revela-nos?

R. Um Deus que se relaciona com a sua criação.

 

5. Você tem verdadeiramente cultuado a Deus?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Vida Cristã

 

“Adoração centrada em Deus

A adoração centrada em Deus começa com o foco na tremenda revelação de Deus. Este Deus das Santas Escrituras é o Onipotente (Todo-Poderoso) Criador, que falou e tudo veio a existir! Este é Deus, que é Onipresente (presente em todos os lugares), acima de tudo, abaixo de tudo, mas não contido em nada. Deus é Onisciente (sabe tudo), chegando até a enumerar os cabelos de nossa cabeça. Ele conhece nossos pensamentos antes que venham a existir ou tornar-se conhecidos. Deus é santo e habita na luz inacessível de sua própria glória.

Quando nos reunimos para cultuá-lo em adoração, devemos conscientemente começar com esta grande imagem de Deus diante de nós e nos perguntar: Como devemos conduzir nossa vida a cada dia e moldar nossa reunião para glorificar a este Deus? Isto é muito importante para esta presente geração, porque manter em mente esta visão bíblica de Deus enquanto adoramos nos ajuda a evitar a idolatria. Não cometa o erro de pensar que você não é culpado de idolatria, simplesmente porque não se curva diante de ídolos. Somos culpados de idolatria toda vez que pensamos em Deus de forma diferente do que a Bíblia o retrata” (HUGUES, B. Disciplinas da Mulher Cristã. 1 ed., RJ: CPAD, 2005, pp.56-57).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

Cumprindo as obrigações diante de Deus

 

O capítulo 5 de Eclesiastes é uma série de conselhos práticos, onde Salomão inicia falando a respeito da vida religiosa e da reverência que é devida na Casa de Deus (Ec 5.1). Os israelitas, desde a infância eram ensinados a reverenciarem o sábado como dia santo e o santuário do Senhor (Lv 19.30; 26.2). Será que nossos filhos sabem da importância de se adorar ao Senhor no seu templo?

A língua grega dispõe de duas palavras para culto: latreia e proskuneo. A primeira significa adoração e a segunda reverenciar. Cultuar a Deus é adorá-lo. É reconhecer que Ele é único e digno de receber toda a honra, glória e louvores. Muitos confundem cultuar a Deus com ir à igreja. Às vezes os crentes até vão à igreja, mas não louvam e adoram ao Senhor. Deus busca aqueles que o adoram em espírito e em verdade (Jo 4.24).

Os israelitas não tinham a liberdade que nós temos hoje. Na Antiga Aliança para se apresentar diante de Deus era necessário sacrifícios e a intervenção de um sacerdote. Atualmente não mais precisamos disso, pois a morte e a ressurreição de Jesus nos garante livre acesso à presença do Pai. Todavia, é preciso respeito. O poeta Alemão Goethe declarou: “A alma da religião cristã é a reverência”. Certa vez, Jesus entrou no Templo e ficou indignado com a falta de reverência das pessoas. O louvor e a adoração haviam sido substituídos pelo comércio (Mt 21.12). O que se ouvia ali não eram aleluias e glórias ao Todo-Poderoso, mas o grito dos cambistas e dos que comercializavam os pombinhos que eram utilizados nos sacrifícios. O Mestre ficou indignado! Jesus colocou toda aquela “turma” no seu devido lugar. O louvor, a adoração e a oração estavam sendo substituídos.

Hoje temos livre acesso a Deus, não precisamos realizar todo o ritual litúrgico do culto levítico, porém não significa que em nossos cultos não devemos seguir uma liturgia santa, bíblica. Paulo ao ensinar a respeito do culto diz que tudo deve ser feito para a edificação: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1Co 14.26).

Para muitos israelitas a ida até Jerusalém, onde estava o Templo, não era somente uma obrigação religiosa. Certamente eles iam ao Templo para celebrar as festas sagradas com o coração alegre. Observe o que nós diz o salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor!” (Sl 122.1). Vamos à Casa do Senhor não por uma obrigação religiosa, mas porque o amamos.

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 11: A ilusória prosperidade dos ímpios

Data: 15 de Dezembro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento” (Ec 9.2).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Embora debaixo do sol o fim para justos e injustos pareça o mesmo, as Escrituras deixam claro que, na eternidade, os seus destinos serão bem diferentes.

 

HINOS SUGERIDOS

 

178, 382, 474.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Ec 8.10

A injustiça contra os justos

 

 

 

Terça - Ec 7.15

A longevidade dos perversos

 

 

 

Quarta - Ec 9.3

A morte é o fim comum a todos

 

 

 

Quinta - Ap 6.9

O destino dos justos

 

 

 

Sexta - Ec 9.11,12

A imprevisibilidade da vida

 

 

 

Sábado - 2Tm 4.7

Vivendo por um ideal

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Eclesiastes 9.1-6.

 

1 - Deveras revolvi todas essas coisas no meu coração, para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras estão nas mãos de Deus, e também que o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante a sua face.

2 - Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.

3 - Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo; que também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; que há desvarios no seu coração, na sua vida, e que depois se vão aos mortos.

4 - Ora, para o que acompanha com todos os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).

5 - Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento.

6 - Até o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram e já não têm parte alguma neste século, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.

 

INTERAÇÃO

 

Por que os justos sofrem? Por que os ímpios prosperam? Por que o mal existe? Estas perguntas são feitas há muito por filósofos, cientistas e, por que não, cristãos sinceros. O problema é que a teologia da prosperidade — que afirma: o crente não sofre — propagada nas últimas décadas no universo evangélico, tem prestado um grande desserviço para a Igreja de Cristo. Precisamos entender que enquanto estamos presentes neste mundo, e embora justificados por Cristo, fazemos parte de uma criação não regenerada, anelando por sua transformação no devido tempo (Rm 8.18-23). Mas por intermédio do Espírito Santo temos a graciosa promessa de que Jesus Cristo estará conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Avaliar os paradoxos da vida.
  • Conscientizar-se da imprevisibilidade da vida.
  • Viver por um ideal legítimo.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, introduza a presente lição lendo com a classe o Salmo 73. Este é revelador para o assunto em questão. Logo após, apresente aos alunos os seguintes destaques: (1) O autor do salmo é Asafe, levita respeitado, ministro de música da Casa de Deus; (2) Asafe revela um problema inquietante: Deus é soberano e justo, mas os ímpios prosperam (vv.3-12) e quem serve a Deus parece sofrer mais (vv.13,14); (3) O salmista, um servo fiel, ficou desanimado com as próprias aflições (vv.1,13), com a felicidade e a prosperidade de muitos ímpios (vv.2,3); (4) Porém, Deus restaura a confiança do salmista ao revelar o fim trágico dos ímpios e a verdadeira bênção dos justos (vv.16-28). Conclua a introdução afirmando que a prosperidade dos injustos é ilusória e enganadora.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Prosperidade: Estado do que é ou se torna prospero; fartura de alimentos e bens de consumo; fortuna, riqueza.

 

A aparente prosperidade dos maus é um tema recorrente em Eclesiastes. Nos Salmos, Davi aborda essa questão fazendo a seguinte pergunta: Por que os justos sofrem e os ímpios prosperam? (Sl 73). Nesse mesmo tom, Salomão observa que, debaixo do sol, os injustos parecem levar vantagem sobre os justos. Mas quando ambos são nivelados por Deus, na arena da vida, constata-se que os justos e os injustos terão o mesmo fim. Mas como o sábio de Eclesiastes, concluímos que a justiça é melhor que a injustiça. É preferível ser sábio do que agir como um tolo, pois seremos medidos pelos padrões de Deus, não pelas circunstâncias da vida.

 

I. OS PARADOXOS DA VIDA

 

1. Os justos sofrem injustiça. Diferentemente dos perversos que parecem estar sempre seguros e cada vez mais prósperos (Sl 73.12), o sofrimento foi uma das mais duras realidades experimentadas por Asafe (Sl 73.14). De igual modo, Salomão lutou contra esse pessimismo ao contemplar o paradoxo da vida na hora da morte. Os perversos tinham uma cerimônia fúnebre digna de honra, mas “os que fizeram bem e saíam do lugar santo foram esquecidos na cidade” (Ec 8.10).

O pastor norte-americano, A. W. Tozer, costumava dizer que o mundo está mais para o campo de batalha que para o palco de diversão. Em outras palavras, os justos sofrem na arena da vida (Sl 73; Fp 1.29). Logo, o crente fiel deve estar consciente de que os revezes não significam que ele esteja sob julgamento divino ou que a sua fé seja fraca, mas que se encontra em constante aperfeiçoamento espiritual (2Co 2.4; Cl 1.24; 2Tm 1.8).

2. Os maus prosperam. Enquanto os justos padeciam, Davi e Salomão constataram a prosperidade dos ímpios (Sl 73.1-3; Ec 7.15). Aqui, aprendemos que a espiritualidade de uma pessoa não pode ser medida pelo que ela possui, e sim pelo o que ela é. Ser próspero não significa “ter”, mas “ser”.

A régua da eternidade nos medirá tomando como critério a fidelidade a Deus, e não a prosperidade dos homens. A prosperidade bíblica vem como resultado de um relacionamento sadio com Deus (Sl 73.17,27,28) e independe de alguém ter posses ou não. Os ímpios têm posses, mas a verdadeira prosperidade só é possível encontrar em Cristo.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Os paradoxos da vida se manifestam, por exemplo, na injustiça imposta aos justos e na prosperidade usufruída pelos ímpios.

 

 

 

II. A REALIDADE DO PRESENTE E A INCERTEZA DO FUTURO

 

1. A realidade da morte. Uma chave importantíssima para entendermos a mensagem de Eclesiastes encontra-se na expressão: “Esta é a tua porção nesta vida debaixo do sol” (2.10; 3.22; 5.17-19; 9.9). É debaixo do sol que expressamos a nossa existência e constatamos a nossa finitude! É no dia a dia da vida que percebemos a verdade implacável da morte, tanto para quem serve a Cristo quanto para quem não o serve!

A sentença já foi decretada e é a mesma para todos (Hb 9.27; Ec 9.3). Com a realidade da morte o futuro parece incerto (Ec 1.1-11). O apóstolo Paulo, porém, diz que se a nossa esperança se limitar apenas a esta vida somos os mais infelizes dos homens (1Co 15.19). Em Cristo, temos a vida eterna.

2. A certeza da vida eterna. Salomão escreveu Eclesiastes sob uma análise puramente existencial. Quem está do lado de lá da eternidade não participa do lado de cá da existência. Neste aspecto, “os mortos não sabem coisa nenhuma” (Ec 9.5). Isto não se dá porque eles estão inconscientes, mas porque pertencem a outra dimensão (Ap 6.9; 2Co 5.8), onde nem mesmo o sol é necessário (Ap 22.5).

Em vez de negar a imortalidade da alma humana, o Eclesiastes apenas descreve a nossa trajetória nesta vida. É o Novo Testamento que lançará mais luz sobre a imortalidade de nossa alma na eternidade (Lc 16.19-31; 2Co 5.8; Fl 1.23; Ap 6.9).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Em vez de negar a imortalidade da alma humana, o Eclesiastes apenas descreve a nossa trajetória nessa vida.

 

 

 

III. A IMPREVISIBILIDADE DA VIDA

 

1. As circunstâncias da vida. Nenhum outro texto descreve tão bem a imprevisibilidade da vida como o de Eclesiastes 9.11,12. Catástrofes naturais e vicissitudes sociais ocorrem em países habitados quer por pecadores, quer por crentes piedosos, pois ambos habitam em um mundo decaído. Mas em todas as circunstâncias, o Senhor se faz presente (Sl 46.1; 91.15).

2. Aproveitando a vida. Cientes de que teremos dissabores na vida, o que podemos fazer a respeito? Mergulhar em um sombrio pessimismo, ou tornar-se indiferente aos problemas? É bem verdade que muitos se deprimem quando a calamidade chega. Ela assusta, amargura-nos. Faz com que nos isolemos. Mas o rei Salomão sabia que a vida “debaixo do sol” não era fácil nem justa. Ele não negou esse fato e muito menos fugiu da sua realidade.

Contrariamente, o Pregador incentivou-nos a viver, em meio à imprevisibilidade da vida, aquilo que nos foi dado como porção (Ec 9.7,9). Em Cristo, somos chamados a viver a verdadeira vida, conscientes de sua finitude terrena, mas esperançosos quanto a sua eternidade celeste (1Co 15.19).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

As circunstâncias da vida revelam a sua imprevisibilidade e, por isso, devemos aproveitá-la da melhor maneira possível.

 

 

 

IV. VIVENDO POR UM IDEAL

 

1. A morte dos ideais. Eclesiastes 9.14,15 narra a história de um povo que se esqueceu de um sábio idealista por ele ser pobre. Tal fato denota uma cultura onde os ideais não mais existem. Como é atual a leitura do Eclesiastes! A cultura contemporânea também perdeu os seus ideais.

Lembremo-nos de que uma das marcas de nossos dias é a relativização do absoluto, e cada pessoa vai buscar uma verdade para si mesma. Isso tende a tornar as pessoas mais individualistas e narcisistas, preocupadas apenas consigo mesmas e tremendamente desinteressadas pelo próximo.

2. Vivendo por um ideal. Mesmo sabendo que as boas ações nem sempre serão reconhecidas, Salomão acredita que devemos ter um ideal elevado e firmado em Deus (Ec 9.16-18).

Vivendo em uma sociedade relativista e vazia de idealismo, não há garantia de qualquer reconhecimento pelo fato de crermos e vivermos os valores morais e espirituais prescritos pela Bíblia. Contudo, vale a pena viver por um ideal. O cristão maduro sabe das causas pelas quais devemos lutar (At 20.24; Ef 3.14; 2Tm 4.7).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

O cristão maduro, através do Evangelho, sabe bem das causas pelas quais devemos lutar nesta vida.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A vida “debaixo do sol” mostra-se como ela realmente é. Às vezes parece sem sentido e, em muitas outras, cheia de paradoxos. Mas a vida precisa ser vivida. Salomão não apenas observou essa dura realidade, mas também a experimentou.

Para não cairmos num pessimismo impiedoso e, tampouco, num indiferentismo frio, devemos viver a vida a partir da perspectiva da eternidade. Então tomaremos a consciência de que, na vida terrena, há ideais dignos pelos quais devemos lutar. Assim, evitaremos as armadilhas do pessimismo. Vivamos, pois, a nossa vida de maneira a glorificar o Pai Celeste.

 

VOCABULÁRIO

 

Estulto: Pessoa que não tem bom discernimento; insensato, estúpido, néscio.
Paradoxos: Pensamentos ou preposições que contrariam princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano.
Narcisista: Que ou quem é muito voltado para si mesmo, para a própria imagem.
Indiferentismo: Atitude de indiferença sistemática.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

RHODES, R. Por que Coisas Ruins Acontecem Se Deus é Bom. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.

 

EXERCÍCIOS

 

1. De acordo com a lição, como o crente fiel deve estar consciente a respeito dos revezes da vida?

R. Os revezes da vida não significam que ele esteja sob julgamento divino ou que a sua fé seja fraca, mas que se encontra em constante aperfeiçoamento.

 

2. O que, na lição, aprendemos acerca da espiritualidade das pessoas?

R. A espiritualidade de uma pessoa não pode ser medida pelo que ela possui, e sim pelo o que ela é.

 

3. Por que a expressão “Esta é a tua porção nesta vida debaixo do sol” é uma chave importante para entendermos a mensagem do Eclesiastes?

R. Porque é debaixo do sol que expressamos a nossa existência e constatamos a nossa finitude.

 

4. As catástrofes naturais e os problemas sociais apenas acontecem em países habitados por “pecadores”? Justifique a sua resposta.

R. Não. Catástrofes naturais e vicissitudes sociais ocorrem em países habitados quer por pecadores, quer por crentes piedosos.

 

5. Para você, por qual causa vale a pena lutar na vida?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Apologético

 

“[Salmo 88: o Salmo que termina sem resposta]

[...] O salmista (de acordo com o título, Hemã, o ezraíta) se comprometeu em dar a Deus a glória pela resposta à oração.

O salmista que sofre atribuiu a sua vida de aflições a Deus (‘Teus terrores’, ‘Tua indignação’). Este é o realismo da fé — Deus é soberano mesmo sobre as circunstâncias difíceis que o seu povo deve suportar. Tudo tem um propósito na realização do plano de Deus, embora no momento da dor seja difícil compreendê-lo. Se o salmo parece terminar com um tom negativo, há duas considerações que se aplicam. Em primeiro lugar, por mais que o orador sentisse que Deus o tinha abandonado, ainda falava com Ele.

Em segundo lugar, o salmo, da maneira como está escrito, pode não reproduzir a cena integral. Quando usado em adoração, outro orador, não citado aqui (por exemplo, um sacerdote ou um profeta), pode ter dado uma resposta confirmando a ajuda do Senhor. Há muitas passagens nos Salmos que sugerem que houve uma resposta não registrada de outro orador, em nome do Senhor” (Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões Reais, Respostas Precisas, Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.945).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“2. A Prosperidade dos Ímpios ([Salmos]73.4-12)

A riqueza, o orgulho e a prosperidade dos ímpios são descritos em termos vívidos. O fato de isso não ocorrer com todos os injustos não obscurece a realidade de ser verdade para muitos. Não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força(4) pode ser traduzido como: ‘Eles não passam por sofrimento e tem um corpo saudável e forte’ (NVI). Eles parecem estar livres de ‘canseiras’ (5; ARA), seguros na sua soberba e incontrolados na sua violência ou conduta em escrúpulos (6). No meio de um povo primitivo que sempre está à beira da fome, os ímpios têm mais do que o seu coração deseja (7). Sua conversa é cínica e perversa, presunçosa e blasfema (8-9). Os versículos 10-11 são traduzidos de maneira mais clara por Moffatt: ‘Por isso o povo se volta para eles e não vê nada de errado neles, pensando: Quanto Deus se importa? Acaso, há conhecimento no Altíssimo?’ Apesar da sua impiedade, esse povo prospera e os seus habitantes estão sempre em segurança, e se lhes aumentam as riquezas(12).

3. Progresso rumo à Solução (73.13-20)

À luz do que havia observado, o salmista foi levado a questionar se ele havia em vão purificado o seu coração e lavado as suas mãos na inocência (13). Se os ímpios ‘progridem’, por que se preocupar em ser bom? Na verdade, castigo e aflição têm sido sua sorte (14). O versículo 15 mostra que, mesmo que tenha pensado essas coisas, ele não expressou suas dúvidas em voz alta — porque fazê-lo ‘teria traído os teus filhos’ (NVI). Ele Havia guardado as suas dúvidas para si mesmo. Mesmo assim, a sua ponderação era dolorosa: Fiquei sobremodo perturbado (16).

Finalmente a luz invade a escuridão quando ele entra no santuário de Deus (17). Então ele vê que o Senhor não acerta imediatamente as contas com todos. De modo súbito, ele entende que o ímpio que prospera, a quem ele havia insensatamente invejado, foi colocado em lugares escorregadios (18) e destinado à destruição (18). Desolação e terrores são o seu destino (19). Como tudo muda em um sonho (20) no momento em que se acorda, assim ocorrerá quando Deus ‘acordar’ para julgar; tudo será invertido, como ocorreu com o rico e Lázaro (cf. Lc 16.19-31). Desprezarás a aparência (‘imagens’, Berkeley) deles” (CHAPMAN, M. L.; PURKISER, W. T. (at all). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Vol. 3, RJ: CPAD, 2005, pp.222-23).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

A ilusória prosperidade dos ímpios

 

Por que os justos sofrem e os ímpios prosperam? Quem já não fez esta indagação, ainda que de forma introspectiva? Às vezes parece que os ímpios levam vantagens em relação aos crentes. Todavia, a prosperidade do ímpio é só nesta vida, enquanto a do justo é eterna. As lutas e dificuldades da vida são para todos, bons ou injustos, fiéis e infiéis. Deus é misericordioso, Ele faz com que o sol nasça para todos, assim como a chuva caia para os justos e ímpios (Mt 5.45). Sabemos que enquanto vivermos em um corpo corruptível, estaremos sujeito às doenças e as intempéries desta vida. Somente estaremos livres, para todo o sempre, da dor e do sofrimento, no dia em que recebermos um corpo glorificado, não mais sujeito à morte (1Co 15.52). Esta é a nossa viva esperança, e o nosso consolo em meio à dor: saber que um dia viveremos eternamente com o Senhor, livres de lágrimas e dores (Ap 21.4). Mas quanto aos ímpios terão o mesmo destino? Têm eles a mesma esperança? O Dia do Juízo chegará para todos os ímpios, porém Deus é longânimo e deseja que todos se arrependam e se salvem (2Pe 3.9). Os ímpios terão que enfrentar o julgamento do “grande trono branco” (Ap 20.11-15). Aqueles que não creem encararão, segundo a Palavra de Deus, o pranto e o range de dentes (Mt 13.41,42), a condenação (Mt 13.42,43) e a destruição.

Ao ler Eclesiastes podemos ter a impressão de que a morte é o fim de tudo (9.4-6). Salomão parece desejar a morte diante dos males da vida (Ec 4.1-3). Sabemos que neste mundo teremos aflições, mas apesar de tudo, vale a pena viver quando confiamos em Deus. Salomão estava vivendo longe do Senhor quando escreveu Eclesiastes, por isso, Ele faz uma análise existencial da vida. Sua visão é extremamente pessimista: “os mortos não sabem coisa nenhuma” (Ec 9.5).

Um dia todos terão que enfrentar a morte, tanto os ímpios quanto os justos. Porém sabemos que a morte não é o fim para o sofrimento humano. Ela é o fim para um novo começo na eternidade. Segundo o apóstolo Paulo afirma, se a nossa esperança se limitar apenas a esta vida somos os mais infelizes dos homens.

Não podemos nos deixar abalar pelas circunstâncias da vida nem pela prosperidade dos ímpios; precisamos confiar no Deus Todo-Poderoso, pois somente Ele nos fará habitar um dia nas regiões celestes.

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 12: Lança o teu pão sobre as águas

Data: 22 de Dezembro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás” (Ec 11.1).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Lançar o pão sobre as águas é fazer o bem e ter esperança quanto a um futuro desconhecido.

 

HINOS SUGERIDOS

 

201, 214, 467.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Ec 11.1

Vivendo com atitude

 

 

 

Terça - Ec 11.4

Evitando a passividade

 

 

 

Quarta - Ec 11.3

Vivendo com dinamismo

 

 

 

Quinta - Ec 11.6

Tendo a fé e a esperança

 

 

 

Sexta - Ec 11.9

Fazendo escolhas

 

 

 

Sábado - Ec 11.9,10

Assumindo as consequências

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Eclesiastes 11.1-10.

 

1 - Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás.

2 - Reparte com sete e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra.

3 - Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a terra, e, caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali ficará.

4 - Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará.

5 - Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.

6 - Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; Se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas.

7 - Verdadeiramente suave é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol.

8 - Mas, se o homem viver muitos anos e em todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.

9 - Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e alegre-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo.

10 - Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade.

 

INTERAÇÃO

 

A lei da semeadura é revelada pelo apóstolo Paulo em Gálatas 6.7. O que esta lei diz? “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. Paulo está mostrando que um nascido de novo e seguidor de Cristo Jesus, por obra iluminadora do Espírito Santo, não pode deliberadamente semear na carne ao mesmo tempo em que anda no Espírito: “Quem semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito ceifará a vida eterna” (v.8). O contexto de Gálatas seis remete-nos a ideia de os crentes levarem a carga um dos outros para fazer o bem. Isto é semear para a vida eterna. O contrário é semear corrupção.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Saber como viver uma vida com propósito.
  • Decidir viver uma vida dinâmica com fé e esperança.
  • Viver a vida com responsabilidade diante de Deus e dos homens.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, para lhe auxiliar na conclusão do terceiro tópico da lição, reproduza o esquema abaixo conforme as suas possibilidades. O professor deverá, ao longo da semana, estudar sistematicamente os capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios. OComentário Pentecostal Novo Testamento, editado pela CPAD, muito lhe ajudará. Com o auxílio do esquema explique aos alunos que os capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios contém instruções sobre ofertas dirigidas aos crentes pobres de Jerusalém. As palavras do apóstolo Paulo nesses capítulos estabelecem o ensino mais completo do Novo Testamento sobre a contribuição financeira cristã para ajudar os necessitados.

 

2 CORÍNTIOS 8

 

1. Riquezas da sua generosidade. Os princípios contidos neste capítulo são os seguintes:

a) Aquilo que possuímos pertence a Deus (v.5).

b) Temos de tomar a decisão firme em servir a Deus e não ao dinheiro (v.5; cf. Mt 6.24).

c) A contribuição é feita para ajudar aos necessitados (v.14; 9.12; Gl 2.10).

d) A contribuição para os necessitados é considerada uma prova do amor cristão (v.24) e deve ser realizada de modo sacrifical (v.3) e voluntária (9.7).

 

2. Jesus Cristo... Se fez pobre...

Deus, em Jesus Cristo, se fez pobre e, por isso, agora nós participamos das riquezas da eternidade. O Altíssimo quer uma atitude idêntica operando em nosso ser como evidência da sua graça infinita (Lc 12.15; Ef 1.3; Fp 4.11-13; Hb 11.26).

 

 

2 CORÍNTIOS 9

1. Pouco... Ceifará. O cristão pode contribuir generosamente ou com avareza. [...] Paulo não fala primeiramente da quantidade ofertada, mas da qualidade dos desejos e dos motivos do nosso coração ao ofertarmos.

 

2. Abundar em vós toda a graça. O crente deve contribuir com o que pode para ajudar os necessitados. Ele verá que a graça de Deus é suficiente para suprir as suas próprias necessidades a fim de que seja fecundo em toda boa obra (Mt 10.41,42; Lc 6.38).

 

3. Em tudo enriqueçais. Para que a generosidade seja manifesta exteriormente, o coração deve antes estar enriquecido de amor e compaixão sinceros para com o próximo. Dar de nós mesmos e daquilo que temos, resulta em: (1) suprir as necessidades dos nossos irmãos mais pobres; (2) louvor e ação de graças a Deus (v.12) e (3) amor recíproco da parte daqueles que recebem a ajuda (v.14).

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Palavra Chave

Lançar: Jogar, estender, projetar, atirar, etc.

 

Nos capítulos anteriores de Eclesiastes, Salomão destacou os problemas da vida. Esta é apresentada totalmente imprevisível, cheias de altos e baixos, e muitas vezes sem explicação lógica ou racional. É com tal perplexidade que o sábio enxerga as injustiças contra o justo e a prosperidade do perverso.

Quanta ambiguidade! O que fazer diante de tudo isso? Ficar inerte? Ou enfrentar a arena da vida? A lição dessa semana abordará a postura que o pregador tomou, diante de Deus, em relação às questões da vida. Veremos que o capítulo 11 de Eclesiastes mostra o Senhor nosso Deus como o centro da nossa vida, pois sem Ele ela torna-se vazia e sem sentido.

 

I. VIVENDO COM PROPÓSITO

 

1. Tomando uma atitude. Em nosso texto áureo, o rei Salomão exorta-nos a tomar uma firme e sábia atitude. Ele conclama-nos a lançar o nosso pão sobre as águas. A palavra hebraica traduzida como “lançar” é shalah, que significa enviar, mandar embora, deixar ir. Noutros termos, o que o sábio está ensinando é: “Não fique aí parado! Glorifique a Deus com a sua atitude”.

Podemos aplicar essa palavra também à obra missionária. Deus é quem envia homens e mulheres como embaixadores de seu Reino (Jz 6.8; Is 6.8; Jr 1.7), pois com igual determinação e amor, enviou o seu Filho a realizar a mais sublime das missões: Salvar o mundo (Is 61.1; Jo 3.16).

2. Evitando a passividade. Não devemos agir com passividade (Ec 11.4). A vida meramente contemplativa nada resolve. É necessário e urgente fazer o bem. Por isso, o pregador exorta-nos a demonstrar amor e generosidade ao necessitado.

“Lançar o pão”, portanto, significa ser condescendente com os pobres (Ec 11.1,2). Significa fazer alguma coisa e não se limitar a contemplar a miséria alheia. É trazer o pão de longe para alimentar os famintos (Pv 31.14). A igreja apostólica demonstrou a mesma preocupação (Gl 2.10).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Viver com propósito implica em tomar atitude evitando a passividade.

 

 

 

II. VIVENDO COM DINAMISMO

 

1. A imobilidade da árvore caída (vivendo do passado). Em relação ao texto de Eclesiastes 11.3, o escritor Derek Kidner destaca a metáfora da nuvem como um fenômeno meteorológico portador de leis próprias em desacordo com as leis e o tempo dos homens. Ele igualmente destaca o relato da árvore caída: ela não pediu licença para tombar e não houve homem que a impedisse de cair. Aqui, a vida mostra-se de forma imprevisível. Ela não é composta apenas de bons momentos, mas também de períodos desagradáveis. Então, o que fazer? Ficar aprisionado pela experiência passada sobre a qual nada mais se pode fazer, ou enfrentar o futuro com fé e coragem?

2. O movimento do vento e das nuvens (vivendo o presente). Em Provérbios, Salomão usa frequentemente a linguagem metafórica para compartilhar as suas ideias. Uma metáfora que revela bem esse recurso é a da formiga e do preguiçoso (Pv 6.6). Em Eclesiastes, encontramos o mesmo princípio na metáfora do vento (Ec 11.4). Não são poucos os intérpretes da Bíblia que observam, nesse texto, a ideia de movimento e imprevisibilidade da vida.

O vento movimenta-se o tempo todo e as nuvens mostram-se imprevisíveis. Eis a metáfora da vida! Olhá-la e queixar-se dela sem tomar uma firme e sábia decisão diante dos seus obstáculos equivalem a esperar que o vento e as nuvens passem. Dessa forma, o ser humano assiste a existência passar sem nada realizar de concreto. Quem tem fé não age assim.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

O texto de Eclesiastes 1.3-5 remonta a ideia de movimento e imprevisibilidade da vida.

 

 

 

III. VIVENDO COM FÉ E ESPERANÇA

 

1. Plantando a semente. Outra metáfora usada por Salomão é a do plantio (11.6). Essa figura descreve a atividade do agricultor. Ela ensina a arte de semear a vida. E isso requer ação! É preciso plantar a semente, pois é na existência que geralmente colhemos o que plantamos (Gl 6.7).

Muitas vezes, a vida é dura, seca e arenosa para semear. Assim, a metáfora pode significar uma trajetória de trabalho árduo e difícil diante dos grandes obstáculos e desafios da existência humana. Nessa estrada, muitos até desistem de semear e terminam vencidos pelas dificuldades intransponíveis que ela lhes impõe.

2. Germinando a semente. A metáfora também nos ensina que, embora semeemos a terra, não podemos fazer a semente germinar (Ec 11.6). Salomão observa a vida como um grande campo de solos variáveis. Ao agricultor, pois, resta saber em qual valerá a pena semear, pois a semente não germinará em qualquer terreno.

Muitos fatores devem ser levados em conta na germinação da semente: a qualidade do solo, o clima, etc. É urgente que o agricultor persevere nesse empreendimento, mas que igualmente tenha fé e esperança de que a semente germinará. De nada adianta observar o caos em que se encontra a sociedade e não tomar nenhuma atitude. Façamos a nossa parte como agricultores do Reino de Deus: semear a genuína Palavra de Deus no coração de toda a criatura humana (Lc 8.5-15) e auxiliar o próximo necessitado (2Co 8-9).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Devemos plantar sementes para vida, germinando a Palavra de Deus e cuidando do próximo necessitado.

 

 

 

IV. VIVENDO COM RESPONSABILIDADE

 

1. Fazendo escolhas responsáveis. Eclesiastes 11.9 é uma séria admoestação aos jovens. Eles são convidados a viver a vida, mas devem se portar, em todas as ocasiões, como pessoas responsáveis e tementes a Deus. Assim, reconhecerão o Pai Celeste como a sua satisfação maior.

2. Assumindo as consequências. Há uma razão para vivermos de maneira alegre, mas ao mesmo tempo de forma responsável e santa. Nossas ações trazem consequências. Tal como o sábio disse no versículo 10. Viver a vida com intensidade não é agir de forma desregrada e pecaminosa, mas experimentar o seu verdadeiro sentido: glorificar a Deus.

Portanto, jovem, viva a vida com intensidade, mas não se esqueça: glorifique a Deus com o seu testemunho, pois de tudo o Senhor nos pedirá conta. Vivendo assim, quando a velhice chegar, não teremos o que lamentar.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

Viver com responsabilidade é fazer escolhas responsáveis na vida assumindo as suas consequências.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

O capítulo 11 de Eclesiastes é um convite à ação. É uma resposta à mesmice. É um convite a mergulharmos na fé e agir de acordo com a vontade de Deus, não temendo as dificuldades que virão pela frente. É lançar-se para semear. É alegrar-se com as maravilhas que o Senhor nos presenteou. Mas significa igualmente afastar-se do pecado e da iniquidade, pois, no final, teremos de dar conta de todos os nossos atos perante Deus.

Então, glorifiquemos ao Senhor com a nossa existência.

 

VOCABULÁRIO

 

Ambiguidade: Característica ou condição do que é ambíguo; dois sentidos diferentes.
Inerte: Sem atividade ou movimentos próprios.
Condescendente: Indulgente, complacente, transigente.
Fenômeno meteorológico: Série de variáveis que existe na atmosfera como temperaturas, pressão atmosférica, etc.
Contingente: O que é incerto, duvidoso, acidental.
Aprazimento: Sensação ou emoção agradável.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2 ed., RJ: CPAD, 2004.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que o sábio quer ensinar ao usar a palavra hebraica shalah, isto é, lançar?

R. Enviar, mandar embora, deixar ir.

 

2. Como o escritor Derek Kidner destaca a metáfora da nuvem?

R. Como um fenômeno meteorológico portador de leis e o tempo dos homens.

 

3. Como agricultores do Reino de Deus, o que nos cabe fazer? Cite as respectivas referências bíblicas.

R. Semear a genuína Palavra de Deus no coração de toda a criatura humana e auxiliar o próximo necessitado (Lc 8.5-15; 2Co 8-9).

 

4. Qual a razão para vivermos a vida de maneira alegre, mas ao mesmo tempo responsável e santa?

R. Nossas ações trazem consequências.

 

5. Como você tem vivido a sua vida?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Teológico

 

“Obrigações para Ser Liberal. Respostas às Objeções contra a Generosidade [Eclesiastes 11] vv.1-6

Como nosso próprio dever nos é recomendado, v.1.

1. Lança o teu pão sobre as águas, teu pão de milho sobre os lugares baixos (assim alguns o entendem), aludindo ao pai de família, que, andando, leva a preciosa semente, reservando o pão de milho de sua família para a semeadura, sabendo que sem isso ele não pode fazer a colheita no próximo ano; desta maneira, o homem caridoso tira do seu pão de milho para a semente de milho, priva a si mesmo para suprir aos pobres, para que ele possa semear sobre todas as águas (Is 3.22), porque assim como ele semeia ele também deve ceifar, Gálatas 6.7. Nós lemos sobre a ceifa do rio, Isaías 23.3. Águas, nas Escrituras, são usadas em referência às multidões (Ap 16.5), e há multidões de pobres (nós não temos falta de objetos de caridade); águas também são usadas em referência aos enlutados: os pobres são homens de tristezas. Tu deves dar o pão, o sustento necessário para a vida, não somente dar palavras, mas também coisas boas, Isaías 58.7. Deve ser o teu pão, aquilo que é honestamente adquirido; não é caridade, mas injúria, dar aquilo que não é nosso; primeiro, aja com justiça, e então, ame com piedade” (HENRY, M.,Comentário Bíblico Antigo Testamento — Jó a Cantares de Salomão. 1.ed., RJ: CPAD, 2010, p.947).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

Lança o teu pão sobre as águas

 

“Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás” (Ec 11.1). Salomão inicia o capítulo 11 de Eclesiastes com uma metáfora. Muitos questionam o que seria lançar o pão sobre as águas. O sábio se utiliza de uma figura de linguagem para nos fazer um convite à generosidade. Salomão se afastou de Deus e certamente deve ter experimentado o egoísmo. Porém, ele conseguiu perceber que o egoísmo torna a vida sem sentido, vazia, que não compensa, por isso, Deus nos ensina, em sua Palavra, a termos uma vida generosa. A sociedade está marcada pelo egoísmo, onde não damos mais espaço para a generosidade. Todavia, nós crentes não podemos nos conformar com a maneira de pensar deste mundo: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

Quem não abre a mão e não lança sementes não terá o que colher. A generosidade torna-nos mais ricos, pois é um fruto do Espírito (Gl 5.22). As nações estão enfrentando uma grande crise financeira, em especial a comunidade europeia. Esta crise tem repercutido em vários países, pois vivemos em uma economia globalizada. As taxas de juros e a inflação estão subindo. Sabemos que precisamos economizar, mas Deus tem um compromisso com a sua Palavra. Ele é fiel e promete recompensar aqueles que são generosos (Dt 15.10,11; Pv 11.25). Como Igreja do Senhor, não podemos nos esquecer dos necessitados e carentes, pois Jesus jamais se esqueceu deles (Lc 4.18,19).

Para “lançar o pão sobre as águas”, é preciso ter fé. A fé “é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1). Só aquele que crê que Deus supre as nossas carências pode tomar esta atitude. Não tenha medo de lançar sementes, pois Deus “é poderoso para fazer [...] além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef 3.20). Ao invés de olharmos somente para as nossas carências e necessidades, venhamos a olhar para aqueles que estão necessitados da nossa ajuda.

Embora tenhamos fé, não podemos prever o nosso amanhã. Viver é contar com os imprevistos; por isso, acredito que “lançar o pão sobre as águas” é, diante do inesperado, procurar agir de maneira sábia, fazendo o que é bom para ajudar o próximo.

 

 

 

 

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

 

4º Trimestre de 2013

 

Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves

 

 

 

Lição 13: Tema a Deus em todo tempo

Data: 29 de Dezembro de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem(Ec 12.13).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Obedecer aos mandamentos do Senhor é a prova de que vivemos uma vida justa diante dos homens e de Deus.

 

HINOS SUGERIDOS

 

258, 396, 423.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Gn 2.7

Conhecendo a criatura

 

 

 

Terça - Ec 12.1

Conhecendo o Criador

 

 

 

Quarta - Ec 11.9,10; Jo 21.18a

Conhecendo a mocidade

 

 

 

Quinta - Ec 12.1-7; Jo 21.18b

Conhecendo a velhice

 

 

 

Sexta - Ec 12.7; 1Ts 5.23

Conhecendo o ser humano

 

 

 

Sábado - Ec 12.13,14

Um dia prestaremos contas

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Eclesiastes 12.1-8.

 

1 - Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;

2 - antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;

3 - no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas;

4 - e as duas portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as vozes do canto se baixarem;

5 - como também quando temerem o que está no alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;

6 - antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço,

7 - e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.

8 - Vaidade de vaidade, diz o Pregador, tudo é vaidade.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado professor, estamos encerrando mais um trimestre. De todos os assuntos que estudamos nesta lição, os que nos trazem mais perplexidades são as perspectivas apresentadas acerca da imprevisibilidade da vida, o movimento dinâmico que ela apresenta e as contingências da nossa existência. O homem que não confia em Deus pensa que foi lançado a esmo no mundo. Aqui, é que o crente em Jesus se distingue daqueles que não creem em Deus. Quando amamos e tememos ao Senhor de todo o nosso coração, compreendemos a vida como algo finito no mundo, mas na esperança de brevemente encontrarmo-nos em plenitude com um Deus “que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível” (1Tm 6.16).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Saber que somos criatura; Deus, o Criador.
  • Explicar os dois grandes momentos da vida (juventude e velhice) e as duas dimensões da existência humana (corporal e espiritual).
  • Analisar a oblação e a generosidade dos filipenses.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, sugerimos como atividade pedagógica que faça o resumo dos principais pontos que foram abordados na lição ao longo desse trimestre. Essa atividade visa introduzir a aula dessa semana. Aproveitamos a oportunidade para sugerir alguns pontos a serem relembrados: (1) O adultério; (2) O cuidado com o uso da língua; (3) A imprevisibilidade e as contingências da vida. O professor poderá ampliar esses pontos de acordo com a necessidade da sua classe.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Temor: Sentimento profundo de respeito e obediência.

 

Salomão chega ao final de suas reflexões acerca da vida “debaixo do sol”. O pregador conclui o seu ensino no capítulo 12 de Eclesiastes, contrastando vividamente os distintos momentos da vida humana: juventude e velhice, alegria e tristeza, vida e morte, presente e futuro, temporal e eterno. O estilo adotado por Salomão deixa-nos a sensação de que ele processa a sua reflexão de trás para frente.

O autor fala da juventude a partir de uma análise realista da velhice. Fala da vida com os olhos fitos na morte. Fala do temporal com os olhos voltados ao eterno. Fala da criatura a partir do Criador. E fala do prazer da vida sem perder de vista o julgamento final.

Nessa última lição, veremos como o ensinamento do pregador nos ajuda a construir uma fé sadia e fundamentada no temor do Altíssimo.

 

I. UMA VERDADE QUE NÃO PODE SER ESQUECIDA

 

1. Somos criatura. O último capítulo de Eclesiastes inicia-se com uma exortação a que nos lembremos do nosso Criador. Uma das doutrinas mais bem definidas da Bíblia é a da criação. Pela fé cremos no Deus criador do universo (Hb 11.3). Mas aqui, não temos o interesse apologético de provar a existência de Deus, pois Salomão parte do princípio de que Deus é, e que os seus leitores têm isso muito bem resolvido.

Com a expressão “lembra-te do teu Criador”, o sábio ensina aos homens que eles não passam de criaturas. O termo hebraico para lembrar, zakar, reforça essa ideia. Ele significa recordar, trazer a mente, fazer um memorial. É como se o pregador dissesse: “Coloque isso em sua mente e, se possível, faça um memorial. Não esqueça que você é criatura e que há um Criador”.

2. Há um Criador. Se em Eclesiastes 12.1 o pregador revela Deus como o Criador, no versículo 13, o livro mostra o Pai Celeste como o Supremo Juiz. Foi Deus quem criou e modelou a criatura a quem Ele chamou de homem! Este fato nos obriga a enxergar o ser humano como criatura e Deus como o Criador. O homem como ser temporal e Deus como o Eterno. Portanto, a partir dessa compreensão, podemos encarar a vida com mais humildade e prudência.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Uma verdade que não pode ser esquecida: somos criatura; há um Criador.

 

 

 

II. OS DOIS GRANDES MOMENTOS DA VIDA

 

1. A juventude. Salomão passa a falar sobre a juventude, ou seja, o estágio da vida que representa o período de maior vigor. Ele se vale de várias figuras para demonstrar a nossa finitude e o quão frágeis somos. Em Eclesiastes 11.9, Salomão havia falado da juventude, destacando-a como uma fase de recreação e de satisfação.

Tais metáforas criam a imagem da exuberância, elemento característico da mocidade. Elas denotam que, nessa fase da vida, as pessoas não se preocupam com lembranças, memoriais ou história. É como se não houvesse um referencial. Mas em o Novo Testamento, o autor sagrado mostra esse referencial (Hb 12.2) — Jesus Cristo — e exorta-nos a viver a vida com os olhos fitos no Mestre.

2. A velhice. No Eclesiastes, a juventude é vista como um estágio inicial e intenso da vida, enquanto a velhice aparece como o último estágio da existência, onde nada mais parece fazer sentido. O corpo físico, outrora forte, robusto e cheio de vigor, agora se mostra enfraquecido pelos anos da vida.

De forma metafórica, o sábio prova que a velhice é bem diferente da juventude. O prazer não é como antes (12.1), o sol não brilha com o mesmo esplendor (12.2), e o metabolismo do corpo não funciona como no passado (Ec 12.3-5). Enfim, a velhice mostra-nos como somos frágeis, sujeitos a quebrar a qualquer instante (12.6).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Os dois grandes momentos da vida que o sábio apresenta no Eclesiastes são a juventude e a velhice.

 

 

 

III. AS DIFERENTES DIMENSÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA

 

1. Corporal. Os sentimentos e fatos experimentados na vida — alegrias ou tristezas, acertos ou erros, o presente ou o passado — apenas são possíveis por causa da dimensão corporal de nossa existência. O rei Salomão chama-nos a atenção para esse fato ao dizer que “o pó volte à terra, como o era” (Ec 12.7a). O texto bíblico denota que possuímos um corpo sujeito às limitações de espaço e tempo. Por isso, não devemos esquecer que somos absolutamente finitos. Isso não significa que não temos valor. Ao contrário, a Escritura demonstra que a dimensão temporal é tão importante quanto a espiritual. Em 1 Coríntios 6.19,20, não há dualismo entre corpo e espírito, como se este fosse bom e aquele mau. Portanto, devemos cuidar do nosso corpo e usá-lo sempre para a glória de Deus.

2. Espiritual. Eclesiastes 12.7b revela que possuímos uma dimensão espiritual da vida, pois o nosso espírito voltará “a Deus, que o deu”. O contexto do capítulo 12 de Eclesiastes faz um contraste entre o temporal e o eterno, não deixando dúvidas que o termo hebraico ruach, traduzido por fôlego, hálito e espírito, significa precisamente “espírito” como a parte imaterial do homem (1Ts 5.23; 2Co 5.8; Fp 1.23).

Assim como cuidamos da nossa dimensão material, devemos cuidar da espiritual (2Co 7.1; 1Tm 4.8). E apesar de o homem ser constituído por duas dimensões existenciais — a humana e a espiritual —, elas não são independentes entre si, pois o homem é um ser integral (1Ts 5.23).

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

As duas distintas dimensões da existência humana encontradas no livro de Eclesiastes são a corporal e a espiritual.

 

 

 

IV. PRESTANDO CONTA DE TUDO

 

1. Guardando o mandamento. Após falar da brevidade da vida e da necessidade de se buscar em Deus um sentido para ela, o sábio conclui que o dever de todo homem é temer a Deus e guardar os seus mandamentos (Ec 12.13). Aqui, há duas coisas que precisam ser ditas. Primeira, a vida é dinâmica, mas precisa de regras e normas. Segunda, é nosso dever ouvir e guardar a Palavra do Senhor no coração.

O mandamento divino é constituído de princípios eternos e, para o nosso próprio bem, temos de observá-los e acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o Criador requer de nós, pois esta é a vontade de Deus (1Jo 5.3).

2. Aguardando o julgamento. Nas últimas palavras do Eclesiastes, há uma séria advertência sobre o julgamento a que todo ser humano estará sujeito. O pregador diz que “Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12.14). As nossas obras e ações serão avaliadas por Deus, pois para Ele os valores estão bem definidos: o certo e o errado nunca mudam.

O termo hebraico mishpat, usado nas últimas palavras de Salomão, possui o sentido jurídico de tomada de decisão. Chegará, pois o dia da prestação de contas de todos os homens. O Justo Juiz decidirá o nosso destino (Rm 14.10,12). Tais palavras não são intimidatórias, mas um convite a vivermos com responsabilidade diante de Deus e da sociedade.

 

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

Todo homem não deve esquecer isto: Um dia prestaremos contas de tudo a Deus.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

A vida é um contraste entre a alegria e a tristeza, entre a juventude e a velhice, entre a vida e a morte, entre o passado e o presente. Não há como fugir a essa realidade. Sabendo que a nossa vida “debaixo do sol” é tão fugaz, cabe-nos procurar vivê-la da melhor maneira possível, pois esse é um dom do Criador.

Salomão, em sua singular sabedoria, nos ensina: tema a Deus em todo o tempo. Só assim seremos felizes.

 

VOCABULÁRIO

 

Esmo: Cálculo apenas aproximado; estimativa, conjetura.
Intimidatória: Ato ou efeito de intimidar. Provocar apreensão, receio ou temor.
Fugaz: Rápido, ligeiro, veloz. O que desaparece rapidamente.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HENRY, M. Comentário Bíblico Antigo Testamento — Jó a Cantares de Salomão. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MELO, J. L. de. Eclesiastes versículo por versículo. RJ: CPAD, 1999.
PALMER, M. D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1 ed. RJ: CPAD, 2001.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Como o pregador conclui o seu ensino em Eclesiastes capítulo 12?

R. Contrastando vividamente osdistintos momentos da vida humana: juventude e velhice, alegria e tristeza, vida e morte, presente e futuro, temporal e eterno.

 

2. Com a expressão “lembra-te do teu Criador”, o que o sábio quer ensinar ao homem?

R. O sábio ensina aos homens que eles não passam de criaturas.

 

3. Em o Novo Testamento, qual é o referencial que o autor sagrado usa para exortar-nos a viver a vida com os olhos fitos no Mestre?

R. Jesus Cristo.

 

4. Segundo a lição, o que 1 Coríntios 6.19,20 ensina-nos acerca do corpo e espírito?

R. Que não há dualismo entre corpo e espírito, como se este fosse bom e aquele mau.

 

5. Qual o dever de todo o homem?

R. Temer a Deus e guardar os seus mandamentos.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“[Os jovens] devem ser ensinados a considerar a Deus como supremo.

Ele expõe a verdade de que ‘o temor do Senhor é o princípio da ciência’ ([Provérbios 1] v.7); é a parte principal do conhecimento; é o que inicia o conhecimento, isto é, (1) de todas as coisas que devem ser conhecidas, esta é a mais evidente — que Deus deve ser temido, deve ser reverenciado, servido e adorado; este é o princípio do conhecimento, e não sabem nada os que não sabem isto. (2) Para adquirir todo o conhecimento útil, é extremamente necessário que temamos a Deus; nós não somos qualificados para nos beneficiar das instruções que nos são dadas, a menos que nossas mentes sejam possuídas por uma santa reverência por Deus, e que cada pensamento em nós seja levado à obediência a Ele. Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, deve conhecer a sua doutrina (Jo 7.17). (3) Assim como todo o nosso conhecimento deve se originar do temor a Deus, ele também tende a este temor, como sua perfeição e centro. Sabem o suficiente os que sabem como temer a Deus, que são cuidadosos em todas as coisas, para agradar a Ele e temerosos de ofendê-lo em alguma coisa; este é o Alfa e o Ômega do conhecimento” (HENRY, M. Comentário Bíblico Antigo Testamento — Jó a Cantares de Salomão. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.720).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“[Prestando contas à luz do Sermão do Monte]

Em um importante sentido, todo o Sermão do Monte representa uma simples expansão desse apelo compassivo. Começando no mesmo ponto de partida — um lamento sobre a iminente destruição de Jerusalém — Cristo simplesmente amplia a sua perspectiva e transmite aos discípulos um extenso apelo que inclui desde o futuro escatológico até o momento do seu retorno e do juízo que o acompanhará. Portanto, esse mesmo espírito que inspirou o pranto de Cristo sobre a cidade de Jerusalém, permeia e dá um colorido a todo o Sermão do Monte. E Mateus, que estava presente e ouviu em primeira mão, registrou tudo isso no seu Evangelho, que é como um farol para todos os pecadores, em todos os tempos. Trata-se do último e terno apelo do Senhor para o arrependimento, antes que seja tarde demais.

Examinando esse sermão também vemos que todos os vários apelos de Jesus para sermos fiéis e todas as suas advertências para estarmos preparados ficam reduzidos a isso: eles representam um compassivo convite para nos arrependermos e crermos. Ele está nos prevenindo de que devemos nos preparar para a sua vinda porque, quando retornar, Ele trará o Juízo Final. E, ao concluir o seu sermão, Ele descreve detalhadamente esse juízo.

Essa parte remanescente do Sermão do Monte transmite uma das mais severas e solenes advertências sobre o juízo em toda a Escritura. Cristo, o Grande Pastor, será o Juiz, e irá separar suas ovelhas dos bodes. Estas palavras de Cristo não foram registradas em nenhum dos outros Evangelhos. Mas Mateus, pretendendo retratar Cristo como Rei, mostra-o aqui sentado no seu trono terreno. Na verdade, esse juízo será o primeiro ato depois do seu glorioso retorno à Terra, sugerindo que esta será a sua primeira atividade como governante da Terra (cf. Sl 2.8-12). Esse evento inaugura, portanto, o Reino Milenial, e é distinto do juízo do Grande Trono Branco descrito em Apocalipse 20, que ocorre depois que a era milenial chega ao fim. Nesse caso, Cristo está julgando aqueles que estarão vivos no seu retorno, e irá separar as ovelhas (os verdadeiros crentes) dos bodes (os descrentes). Os bodes representam a mesma classe de pessoas que são retratadas como servos maus, como virgens imprudentes, e como o escravo infiel nas parábolas imediatamente precedentes” (MACARTHUR JR., J. A Segunda Vinda. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, pp.180-81).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

Tema a Deus em todo tempo

 

O capítulo 12 de Eclesiastes encerra as reflexões de Salomão a respeito da vida. O pessimismo ainda pode ser visto neste último capítulo. Salomão finaliza fazendo uma reflexão sobre diferentes fases da vida. Ele reconhece que a vida é passageira. Tiago a compara a um vapor “que aparece por um pouco e depois desvanece” (Tg 4.14). Ela é muito breve, por isso precisamos vivê-la de modo completo, isto é, temendo a Deus e obedecendo aos seus mandamentos.

Talvez, um dos conselhos mais importantes que Salomão nos oferece em todo o livro é: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade” (Ec 12.1). A juventude não dura para sempre. O homem tem tentado, ao longo dos anos, encontrar uma fórmula mágica capaz de preservar a juventude e o vigor, porém sabemos que isso é impossível. Devemos cuidar bem da nossa saúde, pois todos nós teremos que enfrentar a velhice e para isso precisamos estar preparados. “Os dias maus” no versículo primeiro do capítulo 12 é uma referência à velhice e não à morte. Segundo o Comentário Bíblico Beacon “a velhice é vista como um tempo de luz efêmera e de dias escuros de inverno. As nuvens dão a entender depressão e a chuva pode ser entendida como lágrimas” (Ec 12.1b-5). Salomão é bem pessimista, pois, cada etapa da vida é única e tem a sua beleza. Deus está com aqueles que o temem até a sua velhice: “E até à velhice eu serei o mesmo e ainda até às cãs eu vos trarei; eu o fiz, e eu vos levarei, e eu vos trarei e vos guardarei” (Is 46.4). O Senhor não nos abandona em nenhuma etapa da nossa vida. Nós é que abandonamos o Senhor, como fez Salomão.

Não gostamos de falar a respeito da morte, porém ela é parte integrante da vida (Ec 12.6-8). Salomão se utiliza de várias metáforas nos versículos 6 a 8 do capítulo doze, para mostrar que a vida do homem termina de maneira súbita, por isso é necessário temer a Deus em todo tempo. Faça tudo que você puder fazer para Deus hoje, pois talvez não tenhamos tempo amanhã. Porém se vivermos hoje para o Senhor, não nos importará se a vida terminar de repente.

Viver de modo sábio é temer a Deus e aguardar os seus mandamentos. O temor a Deus é o princípio da sabedoria e da vida abundante. Quem teme a Deus vive todas as fases da vida de modo a agradar a Deus. Desperdiçar qualquer fase da vida, longe de Deus, é loucura.

Temer a Deus é reconhecer nossas limitações e a grandeza do nosso Criador. Tema a Deus e viva de modo pleno cada fase da sua vida, pois Jesus nos prometeu jamais nos deixar sozinhos: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20).

fonte  www.avivamentonosul21.comunidades.net