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LISTA DE ASSUNTOS

Sumário: 

Lição 1- O que é um líder? 

Lição 2- A liderança no Antigo Testamento 

Lição 3- Moisés – o líder da Lei 

Lição 4- Os reis de Judá e de Israel 

Lição 5- O Sumo-Sacerdote e os sacerdotes 

Lição 6- Os profetas em Israel 

Lição 7- A liderança em o Novo Testamento 

Lição 8- Cristo, nosso modelo de liderança 

Lição 9- Os apóstolos de Cristo 

Lição 10- Os profetas em o Novo Testamento 

Lição 11- Os evangelistas 

Lição 12- Pastores e doutores 

Lição 13- Eu, um líder

 

         SUBSIDIO CPAD JUVENIS MOISES O LIDER 

            A EDUCAÇÃO DE MOISÉS LIÇÃO N.3

“Não importa se você não tem formação, pois DEUS pode usar você assim mesmo”— algumas pessoas dizem. E verdade, DEUS pode usar qualquer um, tenha a pessoa recebido uma boa formação ou não. Entretanto, a educação de Moisés em toda a ciência dos egípcios (At 7.22) provou ser um valioso recurso quando DEUS o chamou para conduzir Israel da escravidão para a liberdade.

Durante um terço da vida de Moisés, 40 anos, ele esteve no Egito. Membro da realeza, ele foi instruído na impressionante cultura dos faraós. O currículo educacional dos faraós incluía ciência política, administração pública e, provavelmente, religião, história, literatura, geometria, e ainda engenharia e hidráulica.

Mas esse não foi o fim da formação educacional de Moisés. Ele gastou outros 40 anos na faculdade do deserto, estudando agronomia e veterinária enquanto esteve dedicado às atividades pastoris. Ele também aprendeu sobre saúde pública e sobre comunidades primitivas. Portanto, dois terços da vida de Moisés foram dedicados à preparação para a obra mais desafiadora a ser entregue em suas mãos — liderar Israel através do deserto.

Inteligência e educação por si só não tornam ninguém pronto para servir a DEUS. Na verdade, é possível que uma pessoa de boa formação se esconda atrás de sua erudição ou cultura para evitar um relacionamento com DEUS. O jovem Saulo caiu nessa armadilha (At 22.3-5), assim como fizeram antes dele os fariseus que tinham a mesma condição que ele. Assim também fizeram os filósofos em Atenas (At 17.16-34). Mas, como Estêvão demonstrou que o problema não está no intelecto, mas na vontade; o perigo não está em abraçar o conhecimento, mas em resistir a DEUS (At 7.51).

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 309.

I - O TRABALHO DO SENHOR E OS SEUS OBREIROS

  1. Despenseiro e não dono (Êx 18.13-27).

Uma das características essenciais à liderança na obra de DEUS é saber que o líder é despenseiro ou administrador dos recursos e das pessoas, e não dono de todas essas coisas. Nenhum ministro é ordenado para pensar que a igreja que DEUS depositou em suas mãos é dele. Quando escreveu sua carta à igreja em Éfeso, Paulo disse que ele mesmo [o Senhor] concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de CRISTO. (Ef 4.11,12, ARA)

Essa passagem fala que DEUS escolheu algumas pessoas para determinadas vocações no corpo de CRISTO, com o objetivo de fazer com que os santos sejam aperfeiçoados no serviço cristão e para que o corpo de CRISTO seja edificado. Portanto, podemos entender que DEUS deu pastores às igrejas, e não igrejas a pastores. O pastor é um presente de DEUS à congregação, e não o contrário. Como líder, deve ser respeitado e ouvido, mas não deve se esquecer de que a obra é do Senhor, e que Ele vai cobrar a administração de seus ministros.

Um dos desafios da liderança cristã é ter esse alvo em mente. DEUS deposita em nossas mãos o cuidado para com a sua Igreja, e espera que nos lembremos de que a Igreja é dEle. Por isso, deve o ministro cuidar com zelo da obra do Senhor, a quem prestará contas por suas atitudes.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 78-79.

CHEFES PARA A ADMINISTRAÇÃO

Desde o versículo 13 até ao fim do capítulo fala-se da nomeação de chefes para ajudarem Moisés na administração dos negócios da congregação. Isto foi feito por sugestão de Jetro, que temia que Moisés desfalecesse totalmente em conseqüência do seu trabalho. Em relação com este fato, pode ser útil considerar a nomeação dos setenta anciãos em Números, Capítulo 11. Vemos ali o espírito de Moisés esmagado sob o peso da responsabilidade que pesava sobre si, e dá lugar à angústia do seu coração nas seguintes palavras: "Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei graça aos teus olhos, que pusesses sobre mim a carga de todo este povo? Concebi eu, porventura, todo este povo? Gerei-o eu, para que me dissesses que o levasse ao colo, como o aio leva o que cria, à terra que juraste a seus pais?.. .Eu sozinho não posso levar a todo este povo, por que muito pesado é para mim. E, se assim fazes comigo, mata-me, eu te peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu mal" (Nm 11:11-15).

Em todo este caso vemos como Moisés se retira de um lugar de honra. Se aprouve a DEUS fazer dele o único instrumento da administração da Assembleia, deveria ele ter reconhecido que DEUS era amplamente suficiente para tudo. Todavia, Moisés perde o ânimo (servo abençoado como era) e diz, "eu sozinho não posso levar todo este povo, porque muito pesado é para mim. Mas ele não fora incumbido de levar todo o povo sozinho, porque DEUS estava consigo. O povo não era demasiado pesado para DEUS; era Ele que os suportava.

Moisés era apenas o instrumento. Da mesma forma poderia ter dito que a sua vara levava o povo, porque o que era ele senão um simples instrumento nas mãos de DEUS, da mesma forma que a vara o era nas suas? E neste ponto que os servos de CRISTO falham constantemente; e a sua falta é tanto mais perigosa quanto é certo que se reveste da aparência de humildade. Fugir de uma grande responsabilidade dá a impressão de falta de confiança pessoal e de uma profunda humildade de espírito; porém, tudo que nos interessa saber é se DEUS tem imposto essa responsabilidade. Sendo assim, Ele estará incontestavelmente conosco no seu desempenho; e, com a Sua companhia, podemos suportar todas as coisas. Com o Senhor o peso de uma montanha não é nada; sem Ele o peso de uma simples pena é esmagador. É uma coisa muito diferente se um homem, na vaidade do seu espírito, se apressa em tomar um fardo sobre os seus ombros, um fardo que DEUS nunca teve intenção de ele levar, e, portanto, nunca o dotara para o conduzir; podemos, portanto, esperar vê-lo esmagado sob o peso. Porém, se é DEUS que põe sobre ele esse fardo, Ele torna-o não só apto a conduzi-lo como lhe dá as forças necessárias.

  1. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.

Êx 18.13 A Nomeação de Juízes.                          

Fica claro no texto que Jetro (descendente de Quetura, esposa de Abraão) tinha algumas boas ideias sobre como delegar autoridade, e que compartilhava com Israel da adoração a Yahweh.

Moisés estava sobrecarregado de trabalho, o que era óbvio para todos, menos para ele mesmo. Sua função era comparável ao de um xeque beduíno que se assenta para julgar e resolver os problemas de todos os membros de sua tribo. Ver II Sam. 15.1-6. E a carga de trabalho de Moisés ia aumentando cada vez mais, conforme Israel enfrentava problemas no deserto. Ele era a única autoridade, uma espécie de combinação de funções seculares e religiosas. Naqueles tempos antigos, em Israel, não se fazia distinção entre autoridades civis e autoridades religiosas. “Escravos não podem ser transformados em santos da noite para o dia” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Portanto, não se passava um dia sem que Moisés tivesse de ouvir a muitas queixas e causas.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 381.

A indicação de juízes. A límpida tradição bíblica é que esta instituição israelita seguia as linhas da prática midianita, como resultado da sugestão feita por Jetro. A função dos oficiais é clara, embora o termo técnico não seja usado aqui. No período patriarcal, a justiça no círculo familiar era administrada pelo chefe do clã. Em sua condição de escravos no Egito, os israelitas dificilmente possuiriam um sistema judiciário próprio. É verdade que tinham “superintendentes” egípcios e “capatazes” israelitas a eles subordinados, mas esta era uma organização puramente “trabalhista”. Quando Moisés tentou agir como líder ou “juiz” os israelitas se ressentiram do fato (2:14). Além do mais, Israel parecia ter preservado até certo ponto a estrutura tribal: havia ainda um “chefe” para cada tribo, e em tempos primitivos estes também parecem ter tido funções judiciárias. Deuteronômio 1:15 oferece uma informação adicional interessante neste episódio.

Os anciãos, que já foram mencionados pela sua participação no oferecimento de sacrifícios (18:12) e pela sua provável função representativa, possivelmente também exerciam deveres judiciários. O título e posição de “juiz”, já era de uso antigo entre os cananeus (os fenícios preservavam o título até mesmo em suas colônias do Mediterrâneo), embora aparentemente com o sentido de “ campeão, líder” , como no livro de Juízes, e não em sentido legal. A organização esboçada abaixo é primeiramente militar, baseada no sãr, ou comandante de um certo número de homens (cf v. 21). Tal estrutura é muito apropriada para um grupo nômade no deserto. Como qualquer nação antiga, Israel é sempre considerado primeiramente como uma força de combate, e então organizado com base nisso. Entender este episódio como uma separação de casos “sagrados” , julgados por Moisés, e casos “civis”, julgados pelos anciãos, parece errado: toda a justiça era sagrada em Israel.

A administração da justiça, de qualquer espécie, se encontra aqui no contexto do sacrifício e da refeição sagrada. A distinção, portanto, não é entre o sacro e o secular, mas entre problemas fáceis e problemas difíceis, os primeiros já cobertos pela tradição ou por revelação em contraste com os últimos que exigiam uma nova revelação da parte de DEUS, através de Seu agente, Moisés.

  1. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 135.

Em III Jo 9. O presbítero apresenta agora o problema criado por Diótrefes. No caráter e na conduta ele era inteiramente diferente de Gaio. Gaio é retratado como alguém que anda na verdade, ama os irmãos, hospeda os estrangeiros. Diótrefes, por outro lado, é visto como alguém que se ama a si próprio mais que os outros, e que recusa acolhida aos evangelistas em viagem, ou permitir que outros o façam. Contudo, Gaio e Diótrefes eram provavelmente membros da mesma igreja local, pois, “na igreja visível, os maus estarão sempre misturados com os bons”, apesar de C.H. Dodd achar que eram membros de igrejas vizinhas. A questão chegara a um ponto crítico, diz João. Escrevi alguma cousa à igreja; mas Diótrefes... não nos dá acolhida. Que carta era essa, não está claro.

Tenha ou não destruído a carta, ou recusado lê-la à igreja, Diótrefes certamente rejeitou a instrução escrita do presbítero {ti, alguma cousa, RA e VPR) para receber hospitaleiramente os evangelistas itinerantes. É digno de nota que o presbítero tinha uma autoridade geralmente aceita. Ele dava ordens e as expedia para serem obedecidas (cf. 2 Ts 3, quanto às ordens apostólicas que requerem obediência). Diótrefes foi uma exceção. Ele não ia ser mandado por João. Evidentemente se arrogava autoridade própria, ao ponto de excomungar membros da igreja que lhe desobedecessem (10).

Que motivos teriam incitado Diótrefes a afirmar-se assim contra João? Têm-se feito várias tentativas para reconstruir a situação. Não há prova de que a divergência deles fosse teológica. Se a verdade do Evangelho estivesse em jogo, seguramente o presbítero não teria hesitado em expor o erro na mesma linguagem intransigente que empregara na primeira e na segunda epístolas. Não heresia doutrinária, mas ambição pessoal, era a causa do aborrecimento. Findlay demonstra que talvez Diótrefes “pertencia à aristocracia grega da velha cidade real” (de Pérgamo, à qual Findlay acredita que esta epístola foi dirigida). Neste caso, era o prestígio social que estava por trás do seu vergonhoso comportamento. Outros escritores tentaram encontrar vestígios da rivalidade entre João e Diótrefes nas mudanças do padrão de ordem da igreja no final do primeiro século A.D. A era dos apóstolos estava chegando ao fim. Na verdade, de acordo com aqueles que negam que o presbítero João era o apóstolo, essa era já tinha terminado. Sabe-se que por volta do ano 115 A.D., quando o bispo Inácio de Antioquia escreveu as suas cartas às igrejas da Ásia, o “episcopado monárquico” (a aceitação de um só bispo com autoridade sobre um grupo de presbíteros) estava estabelecida entre elas. Assim, esta epístola foi escrita no final da era apostólica, ou entre este e a aceitação universal do episcopado — um período de transição e tensão que C. fi. Dodd compara com a transferência de responsabilidade dos missionários estrangeiros à igreja nativa.

João William Barclay sugere que a epístola reflete a tensão entre o ministério universal dos apóstolos e profetas e o ministério local dos presbíteros. Ele entende que Diótrefes pode ter sido um presbítero que estava determinado a ser o defensor da autonomia da igreja local e daí ficava ressentido com o “controle remoto” de João e com “a interferência de estrangeiros errantes”. É claro, porém, que o próprio João tinha opinião diferente sobre Diótrefes e, se reconhecemos a sua autoridade de escritor bíblico, naturalmente devemos aceitar o seu ponto de vista.

Para João, os motivos que governavam a conduta de Diótrefes não eram nem teológicos nem sociais nem eclesiásticos, mas morais. A raiz do problema era o pecado. David Smith comenta que “proagein (2 João 9) e indicam dois temperamentos que perturbaram a vida cristã da Ásia Menor — a arrogância intelectual e o engrandecimento pessoal.

3 Jo 10. João declara que, se vier em pessoa à igreja em questão, fará lembradas (ou RSV, NEB, “fará aparecer”, isto é, numa reprovação pública) as obras e palavras de Diótrefes. Será obrigado a empregar alguma espécie de ação disciplinar. A gravidade da conduta de Diótrefes é exposta agora: Ele está proferindo contra nós palavras maliciosas (AV, “tagarelando contra nós com palavras maliciosas”). A NEB verte assim a frase: “Ele lança acusações sem base e maldosas contra nós”. Evidentemente Diótrefes considerava João como um perigoso rival para a sua presumida autoridade na igreja e procurou solapar a posição do apóstolo mediante murmuração caluniadora. Ele não recebia os missionários. Ele impede os que querem recebê-los, e os expulsa da igreja. Por alguma razão, Diótrefes se ofendia com a intrusão dos mestres itinerantes. Ele não os honrava por saírem “por causa do Nome”; estava mais interessado na glória do seu próprio nome. Ele não os teria em seu lar e não lhes daria ajuda, e aos que quiseram obedecer a João e recebê-los, ele primeiro os impediu de levarem a efeito o seu desejo e depois os excomungou. Diótrefes difamou a João, tratou com pouco caso os missionários e excomungou os crentes leais porque seu amor era a si próprio e ele queria ter a preeminência. A vaidade pessoal ainda está na raiz da maioria das dissensões em toda igreja local hoje.

John R. W. Stott. 3 Epistola de João Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 193-196.

Por meio dessas frases da carta obtemos uma visão viva da vida eclesial no primeiro cristianismo. Assim como os grandes centros do cristianismo, Roma e Antioquia, não surgiram através de apóstolo famosos, mas de pessoas desconhecidas. A evangelização de regiões inteiras se realizou por meio de tais “irmãos” que partiam “em prol do nome” de JESUS. As igrejas ofereciam a esses evangelistas itinerantes acolhida hospitaleira e sustento de viagem, tornando-se assim sustentadoras de seu trabalho.

As comunidades judaicas já haviam tentado se proteger contra a exploração de sua hospitalidade por elementos desonestos mediante “cartas de recomendação”, com as quais pessoas honestas de congregações desconhecidas podiam se credenciar. Logo Diótrefes poderia ter certa desconfiança contra pregadores itinerantes, tentando de antemão mantê-los longe de sua igreja. Contudo nesse procedimento agia com estreiteza de coração e autoritarismo. Talvez também temesse um prejuízo em sua influência na igreja em virtude de pregadores de fora.

João não se dá por derrotado. Pode-se deixar de lado sua carta. Porém João irá pessoalmente à igreja e exigirá contas de Diótrefes perante os membros da igreja. “Por isso, quando eu for aí, vou lembrá-lo das obras que ele pratica, tagarelando com palavras maldosas contra nós.”

Assim como Paulo, também João pretende aparecer pessoalmente na igreja ameaçada e “fazer lembrar” todo o agir de Diótrefes, expondo-o abertamente. Então a própria igreja deverá deliberar.

Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos Filipenses. Editora Evangélica Esperança.

  1. Falta de percepção do líder (Êx 18.14,17).

Um dos maiores perigos com que o líder se depara em seu dia a dia é o excesso de atividades. Há momentos em que a quantidade demasiada de afazeres nos impede de ver as coisas à nossa volta como elas são, e, não raro, tendem até mesmo a nos afastar da comunhão com DEUS.

Os líderes têm diversas obrigações no dia a dia, e isso faz parte da tarefa que lhes foi confiada. Eles precisam avaliar situações e tomar decisões. E precisam ter também a habilidade de líder com pessoas de todos os tipos, tentando acalmar ânimos e motivar pessoas ao serviço cristão.

No estudo em questão, analisando o texto bíblico, veremos que o servo de DEUS, Moisés, precisou de ajuda em sua liderança para poder desempenhar melhor o seu papel de líder e condutor do povo de DEUS.

Moisés já havia saído do Egito com o povo de Israel quando recebeu a visita de seu sogro, Jetro. Este era um homem aparentemente mais velho e experiente em questões de liderança e administração do tempo. Vendo certo dia que Moisés ia atender ao povo, que trazia demandas para que pudessem ser resolvidas, percebeu que alguns procedimentos do libertador não eram os mais adequados àquela situação. Ele estava atendendo todas as pessoas que lhe traziam questões, consumindo o tempo delas e o seu próprio, além de provocar em Moisés muito cansaço.

Ele era ungido do Senhor? Com certeza. Fazia suas atividades com boa vontade? Com certeza. Ele tinha sabedoria? Certamente que sim.

Mas o que aconteceu que inspirou seu sogro, Jetro, a intervir na forma como Moisés liderava o povo?

“E aconteceu que, ao outro dia, Moisés assentou-se para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à tarde” (Ex 18.13). Esse versículo mostra o que acontecia. O povo ficava em torno de Moisés e trazia a ele as questões relevantes sobre dificuldades que estavam enfrentando, e Moisés ficava resolvendo essas questões sozinho. O problema não residia em Moisés atender ao povo, mas em tentar resolver as questões sem a ajuda de outras pessoas. Ele precisava delegar autoridade a outros homens para que, da mesma forma que ele, atendessem ao povo e resolvessem conflitos comuns.

Isso não retiraria de Moisés sua autoridade. Delegar autoridade para que outros nos ajudem a realizar o trabalho faz com que haja mais pessoas trabalhando para o mesmo Senhor, e faz também com que tenhamos mais tempo para pensar em outras coisas importantes e treinar pessoas para o ministério.

Mas isso não ficou claro para Moisés no início da narrativa. Foi preciso que ele escutasse essas observações de seu sogro, um homem mais experiente e amadurecido nas questões relacionadas a gestão. Jetro viu que o modelo de administração seguido por Moisés era cansativo tanto para ele quanto para o povo, pois não apenas Moisés se cansava atendendo o povo, mas o próprio povo se sentia cansado de esperar por uma solução da parte de Moisés.

Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e DEUS será contigo. Sê tu pelo povo diante de DEUS e leva tu as coisas a DEUS. (Ex 18.18,19)

O líder precisa de um tempo para se recompor, descansar e pensar em suas atividades. Ele deve planejar seu dia, pedindo a orientação do espírito de DEUS para cada etapa, e não se esquecer de que precisa ter seus momentos com DEUS e com sua própria família. Essas atitudes fortalecem a pessoa do líder. Muitos momentos em que o líder se sente desestimulado e cansado são originados na falta de descanso apropriado. Isso traz a perda de concentração, implica tomada de decisões precipitadas e torna desgastantes as tarefas diárias.

Jetro recomendou que Moisés fosse um intercessor pelo povo, e que levasse as questões do povo a DEUS. Na verdade, essa era a função que DEUS pretendia para Moisés, mas até aquele momento, o legislador estava sobrecarregado resolvendo questões do povo, sem a ajuda de auxiliares idôneos.

Caso Moisés não seguisse o conselho de Jetro, acabaria desfalecendo por causa de seu excesso de atividades, além de não ter tempo para interceder pelo povo a DEUS. Mas por seguir o conselho de seu sogro, pôde exercer melhor seu ministério e partilhar sua autoridade com homens dignos de confiança e que honrariam o nome do Senhor. Essa foi a lição que Moisés aprendeu: Não se pode fazer tudo sozinho.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 79-81.

 

 

                          SUBSIDIO CPAD  LIDERANÇA

                       NO ANTIGO TESTAMENTO        

Josué Gonçalves. 37 Qualidades do Líder que Ninguém Esquece!. Editora Mensagem para todos. pag. 15-16.

E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras. Atos 7:22 (Estêvão)

A casta sacerdotal dos egípcios se notabilizava por seus vários estudos e pelo seu elevado conhecimento de ciências como a astronomia (astrologia), medicina, matemática, filosofia religiosa, etc., nas quais eles se mostravam simplesmente proverbiais. (Ver I Reis 5:40). «Moisés, à semelhança de Paulo, era homem erudito». (Robertson, in loc.).

Filo, referindo-se às ciências estudadas pelos sacerdotes egípcios, às matérias referidas acima acrescenta a aritmética, a geometria, todo o ramo de música, os hieróglifos, a astronomia (astrologia), e os idiomas assírio e caldeu. Esse mesmo autor faz os mestres de Moisés serem também gregos e assírios, e não somente egípcios.

Moisés obteve preparação lhe foi conferida por agência divina, embora, sem a menor dúvida, ele possuísse habilidades naturais (igualmente proporcionadas por DEUS), que eram excelentes veículos para a sua expressão espiritual mais elevada.

«...e obras...» A grandeza de Moisés não terminava em suas palavras. Podemos estar certos de suas ações como líder militar, ou como quem teve parte ativa no governo do Egito, em que as suas atuações foram suficientemente dignas de atenção para merecer esse comentário de Estêvão, o qual é confirmado nos escritos de Filo e de outros escritores antigos.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 149.

 

A EDUCAÇÃO DE MOISÉS

“Não importa se você não tem formação, pois DEUS pode usar você assim mesmo”— algumas pessoas dizem. E verdade, DEUS pode usar qualquer um, tenha a pessoa recebido uma boa formação ou não. Entretanto, a educação de Moisés em toda a ciência dos egípcios (At 7.22) provou ser um valioso recurso quando DEUS o chamou para conduzir Israel da escravidão para a liberdade.

Durante um terço da vida de Moisés, 40 anos, ele esteve no Egito. Membro da realeza, ele foi instruído na impressionante cultura dos faraós. O currículo educacional dos faraós incluía ciência política, administração pública e, provavelmente, religião, história, literatura, geometria, e ainda engenharia e hidráulica.

Mas esse não foi o fim da formação educacional de Moisés. Ele gastou outros 40 anos na faculdade do deserto, estudando agronomia e veterinária enquanto esteve dedicado às atividades pastoris. Ele também aprendeu sobre saúde pública e sobre comunidades primitivas. Portanto, dois terços da vida de Moisés foram dedicados à preparação para a obra mais desafiadora a ser entregue em suas mãos — liderar Israel através do deserto.

Inteligência e educação por si só não tornam ninguém pronto para servir a DEUS. Na verdade, é possível que uma pessoa de boa formação se esconda atrás de sua erudição ou cultura para evitar um relacionamento com DEUS. O jovem Saulo caiu nessa armadilha (At 22.3-5), assim como fizeram antes dele os fariseus que tinham a mesma condição que ele. Assim também fizeram os filósofos em Atenas (At 17.16-34). Mas, como Estêvão demonstrou que o problema não está no intelecto, mas na vontade; o perigo não está em abraçar o conhecimento, mas em resistir a DEUS (At 7.51).

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 309.

 

I - O TRABALHO DO SENHOR E OS SEUS OBREIROS

  1. Despenseiro e não dono (Êx 18.13-27).

Uma das características essenciais à liderança na obra de DEUS é saber que o líder é despenseiro ou administrador dos recursos e das pessoas, e não dono de todas essas coisas. Nenhum ministro é ordenado para pensar que a igreja que DEUS depositou em suas mãos é dele. Quando escreveu sua carta à igreja em Éfeso, Paulo disse que ele mesmo [o Senhor] concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de CRISTO. (Ef 4.11,12, ARA)

Essa passagem fala que DEUS escolheu algumas pessoas para determinadas vocações no corpo de CRISTO, com o objetivo de fazer com que os santos sejam aperfeiçoados no serviço cristão e para que o corpo de CRISTO seja edificado. Portanto, podemos entender que DEUS deu pastores às igrejas, e não igrejas a pastores. O pastor é um presente de DEUS à congregação, e não o contrário. Como líder, deve ser respeitado e ouvido, mas não deve se esquecer de que a obra é do Senhor, e que Ele vai cobrar a administração de seus ministros.

Um dos desafios da liderança cristã é ter esse alvo em mente. DEUS deposita em nossas mãos o cuidado para com a sua Igreja, e espera que nos lembremos de que a Igreja é dEle. Por isso, deve o ministro cuidar com zelo da obra do Senhor, a quem prestará contas por suas atitudes.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 78-79.

 

CHEFES PARA A ADMINISTRAÇÃO

Desde o versículo 13 até ao fim do capítulo fala-se da nomeação de chefes para ajudarem Moisés na administração dos negócios da congregação. Isto foi feito por sugestão de Jetro, que temia que Moisés desfalecesse totalmente em conseqüência do seu trabalho. Em relação com este fato, pode ser útil considerar a nomeação dos setenta anciãos em Números, Capítulo 11. Vemos ali o espírito de Moisés esmagado sob o peso da responsabilidade que pesava sobre si, e dá lugar à angústia do seu coração nas seguintes palavras: "Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei graça aos teus olhos, que pusesses sobre mim a carga de todo este povo? Concebi eu, porventura, todo este povo? Gerei-o eu, para que me dissesses que o levasse ao colo, como o aio leva o que cria, à terra que juraste a seus pais?.. .Eu sozinho não posso levar a todo este povo, por que muito pesado é para mim. E, se assim fazes comigo, mata-me, eu te peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu mal" (Nm 11:11-15).

Em todo este caso vemos como Moisés se retira de um lugar de honra. Se aprouve a DEUS fazer dele o único instrumento da administração da Assembleia, deveria ele ter reconhecido que DEUS era amplamente suficiente para tudo. Todavia, Moisés perde o ânimo (servo abençoado como era) e diz, "eu sozinho não posso levar todo este povo, porque muito pesado é para mim. Mas ele não fora incumbido de levar todo o povo sozinho, porque DEUS estava consigo. O povo não era demasiado pesado para DEUS; era Ele que os suportava.

Moisés era apenas o instrumento. Da mesma forma poderia ter dito que a sua vara levava o povo, porque o que era ele senão um simples instrumento nas mãos de DEUS, da mesma forma que a vara o era nas suas? E neste ponto que os servos de CRISTO falham constantemente; e a sua falta é tanto mais perigosa quanto é certo que se reveste da aparência de humildade. Fugir de uma grande responsabilidade dá a impressão de falta de confiança pessoal e de uma profunda humildade de espírito; porém, tudo que nos interessa saber é se DEUS tem imposto essa responsabilidade. Sendo assim, Ele estará incontestavelmente conosco no seu desempenho; e, com a Sua companhia, podemos suportar todas as coisas. Com o Senhor o peso de uma montanha não é nada; sem Ele o peso de uma simples pena é esmagador. É uma coisa muito diferente se um homem, na vaidade do seu espírito, se apressa em tomar um fardo sobre os seus ombros, um fardo que DEUS nunca teve intenção de ele levar, e, portanto, nunca o dotara para o conduzir; podemos, portanto, esperar vê-lo esmagado sob o peso. Porém, se é DEUS que põe sobre ele esse fardo, Ele torna-o não só apto a conduzi-lo como lhe dá as forças necessárias.

  1. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.

Êx 18.13 A Nomeação de Juízes.

Fica claro no texto que Jetro (descendente de Quetura, esposa de Abraão) tinha algumas boas ideias sobre como delegar autoridade, e que compartilhava com Israel da adoração a Yahweh.

Moisés estava sobrecarregado de trabalho, o que era óbvio para todos, menos para ele mesmo. Sua função era comparável ao de um xeque beduíno que se assenta para julgar e resolver os problemas de todos os membros de sua tribo. Ver II Sam. 15.1-6. E a carga de trabalho de Moisés ia aumentando cada vez mais, conforme Israel enfrentava problemas no deserto. Ele era a única autoridade, uma espécie de combinação de funções seculares e religiosas. Naqueles tempos antigos, em Israel, não se fazia distinção entre autoridades civis e autoridades religiosas. “Escravos não podem ser transformados em santos da noite para o dia” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Portanto, não se passava um dia sem que Moisés tivesse de ouvir a muitas queixas e causas.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 381.

A indicação de juízes. A límpida tradição bíblica é que esta instituição israelita seguia as linhas da prática midianita, como resultado da sugestão feita por Jetro. A função dos oficiais é clara, embora o termo técnico não seja usado aqui. No período patriarcal, a justiça no círculo familiar era administrada pelo chefe do clã. Em sua condição de escravos no Egito, os israelitas dificilmente possuiriam um sistema judiciário próprio. É verdade que tinham “superintendentes” egípcios e “capatazes” israelitas a eles subordinados, mas esta era uma organização puramente “trabalhista”. Quando Moisés tentou agir como líder ou “juiz” os israelitas se ressentiram do fato (2:14). Além do mais, Israel parecia ter preservado até certo ponto a estrutura tribal: havia ainda um “chefe” para cada tribo, e em tempos primitivos estes também parecem ter tido funções judiciárias. Deuteronômio 1:15 oferece uma informação adicional interessante neste episódio.

Os anciãos, que já foram mencionados pela sua participação no oferecimento de sacrifícios (18:12) e pela sua provável função representativa, possivelmente também exerciam deveres judiciários. O título e posição de “juiz”, já era de uso antigo entre os cananeus (os fenícios preservavam o título até mesmo em suas colônias do Mediterrâneo), embora aparentemente com o sentido de “ campeão, líder” , como no livro de Juízes, e não em sentido legal. A organização esboçada abaixo é primeiramente militar, baseada no sãr, ou comandante de um certo número de homens (cf v. 21). Tal estrutura é muito apropriada para um grupo nômade no deserto. Como qualquer nação antiga, Israel é sempre considerado primeiramente como uma força de combate, e então organizado com base nisso. Entender este episódio como uma separação de casos “sagrados” , julgados por Moisés, e casos “civis”, julgados pelos anciãos, parece errado: toda a justiça era sagrada em Israel.

A administração da justiça, de qualquer espécie, se encontra aqui no contexto do sacrifício e da refeição sagrada. A distinção, portanto, não é entre o sacro e o secular, mas entre problemas fáceis e problemas difíceis, os primeiros já cobertos pela tradição ou por revelação em contraste com os últimos que exigiam uma nova revelação da parte de DEUS, através de Seu agente, Moisés.

  1. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 135.

Em III Jo 9. O presbítero apresenta agora o problema criado por Diótrefes. No caráter e na conduta ele era inteiramente diferente de Gaio. Gaio é retratado como alguém que anda na verdade, ama os irmãos, hospeda os estrangeiros. Diótrefes, por outro lado, é visto como alguém que se ama a si próprio mais que os outros, e que recusa acolhida aos evangelistas em viagem, ou permitir que outros o façam. Contudo, Gaio e Diótrefes eram provavelmente membros da mesma igreja local, pois, “na igreja visível, os maus estarão sempre misturados com os bons”, apesar de C.H. Dodd achar que eram membros de igrejas vizinhas. A questão chegara a um ponto crítico, diz João. Escrevi alguma cousa à igreja; mas Diótrefes... não nos dá acolhida. Que carta era essa, não está claro.

Tenha ou não destruído a carta, ou recusado lê-la à igreja, Diótrefes certamente rejeitou a instrução escrita do presbítero {ti, alguma cousa, RA e VPR) para receber hospitaleiramente os evangelistas itinerantes. É digno de nota que o presbítero tinha uma autoridade geralmente aceita. Ele dava ordens e as expedia para serem obedecidas (cf. 2 Ts 3, quanto às ordens apostólicas que requerem obediência). Diótrefes foi uma exceção. Ele não ia ser mandado por João. Evidentemente se arrogava autoridade própria, ao ponto de excomungar membros da igreja que lhe desobedecessem (10).

Que motivos teriam incitado Diótrefes a afirmar-se assim contra João? Têm-se feito várias tentativas para reconstruir a situação. Não há prova de que a divergência deles fosse teológica. Se a verdade do Evangelho estivesse em jogo, seguramente o presbítero não teria hesitado em expor o erro na mesma linguagem intransigente que empregara na primeira e na segunda epístolas. Não heresia doutrinária, mas ambição pessoal, era a causa do aborrecimento. Findlay demonstra que talvez Diótrefes “pertencia à aristocracia grega da velha cidade real” (de Pérgamo, à qual Findlay acredita que esta epístola foi dirigida). Neste caso, era o prestígio social que estava por trás do seu vergonhoso comportamento. Outros escritores tentaram encontrar vestígios da rivalidade entre João e Diótrefes nas mudanças do padrão de ordem da igreja no final do primeiro século A.D. A era dos apóstolos estava chegando ao fim. Na verdade, de acordo com aqueles que negam que o presbítero João era o apóstolo, essa era já tinha terminado. Sabe-se que por volta do ano 115 A.D., quando o bispo Inácio de Antioquia escreveu as suas cartas às igrejas da Ásia, o “episcopado monárquico” (a aceitação de um só bispo com autoridade sobre um grupo de presbíteros) estava estabelecida entre elas. Assim, esta epístola foi escrita no final da era apostólica, ou entre este e a aceitação universal do episcopado — um período de transição e tensão que C. fi. Dodd compara com a transferência de responsabilidade dos missionários estrangeiros à igreja nativa.

João William Barclay sugere que a epístola reflete a tensão entre o ministério universal dos apóstolos e profetas e o ministério local dos presbíteros. Ele entende que Diótrefes pode ter sido um presbítero que estava determinado a ser o defensor da autonomia da igreja local e daí ficava ressentido com o “controle remoto” de João e com “a interferência de estrangeiros errantes”. É claro, porém, que o próprio João tinha opinião diferente sobre Diótrefes e, se reconhecemos a sua autoridade de escritor bíblico, naturalmente devemos aceitar o seu ponto de vista.

Para João, os motivos que governavam a conduta de Diótrefes não eram nem teológicos nem sociais nem eclesiásticos, mas morais. A raiz do problema era o pecado. David Smith comenta que “proagein (2 João 9) e indicam dois temperamentos que perturbaram a vida cristã da Ásia Menor — a arrogância intelectual e o engrandecimento pessoal.

3 Jo 10. João declara que, se vier em pessoa à igreja em questão, fará lembradas (ou RSV, NEB, “fará aparecer”, isto é, numa reprovação pública) as obras e palavras de Diótrefes. Será obrigado a empregar alguma espécie de ação disciplinar. A gravidade da conduta de Diótrefes é exposta agora: Ele está proferindo contra nós palavras maliciosas (AV, “tagarelando contra nós com palavras maliciosas”). A NEB verte assim a frase: “Ele lança acusações sem base e maldosas contra nós”. Evidentemente Diótrefes considerava João como um perigoso rival para a sua presumida autoridade na igreja e procurou solapar a posição do apóstolo mediante murmuração caluniadora. Ele não recebia os missionários. Ele impede os que querem recebê-los, e os expulsa da igreja. Por alguma razão, Diótrefes se ofendia com a intrusão dos mestres itinerantes. Ele não os honrava por saírem “por causa do Nome”; estava mais interessado na glória do seu próprio nome. Ele não os teria em seu lar e não lhes daria ajuda, e aos que quiseram obedecer a João e recebê-los, ele primeiro os impediu de levarem a efeito o seu desejo e depois os excomungou. Diótrefes difamou a João, tratou com pouco caso os missionários e excomungou os crentes leais porque seu amor era a si próprio e ele queria ter a preeminência. A vaidade pessoal ainda está na raiz da maioria das dissensões em toda igreja local hoje.

John R. W. Stott. 3 Epistola de João Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 193-196.

Por meio dessas frases da carta obtemos uma visão viva da vida eclesial no primeiro cristianismo. Assim como os grandes centros do cristianismo, Roma e Antioquia, não surgiram através de apóstolo famosos, mas de pessoas desconhecidas. A evangelização de regiões inteiras se realizou por meio de tais “irmãos” que partiam “em prol do nome” de JESUS. As igrejas ofereciam a esses evangelistas itinerantes acolhida hospitaleira e sustento de viagem, tornando-se assim sustentadoras de seu trabalho.

As comunidades judaicas já haviam tentado se proteger contra a exploração de sua hospitalidade por elementos desonestos mediante “cartas de recomendação”, com as quais pessoas honestas de congregações desconhecidas podiam se credenciar. Logo Diótrefes poderia ter certa desconfiança contra pregadores itinerantes, tentando de antemão mantê-los longe de sua igreja. Contudo nesse procedimento agia com estreiteza de coração e autoritarismo. Talvez também temesse um prejuízo em sua influência na igreja em virtude de pregadores de fora.

João não se dá por derrotado. Pode-se deixar de lado sua carta. Porém João irá pessoalmente à igreja e exigirá contas de Diótrefes perante os membros da igreja. “Por isso, quando eu for aí, vou lembrá-lo das obras que ele pratica, tagarelando com palavras maldosas contra nós.”

Assim como Paulo, também João pretende aparecer pessoalmente na igreja ameaçada e “fazer lembrar” todo o agir de Diótrefes, expondo-o abertamente. Então a própria igreja deverá deliberar.

Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos Filipenses. Editora Evangélica Esperança.

  1. Falta de percepção do líder (Êx 18.14,17).

Um dos maiores perigos com que o líder se depara em seu dia a dia é o excesso de atividades. Há momentos em que a quantidade demasiada de afazeres nos impede de ver as coisas à nossa volta como elas são, e, não raro, tendem até mesmo a nos afastar da comunhão com DEUS.

Os líderes têm diversas obrigações no dia a dia, e isso faz parte da tarefa que lhes foi confiada. Eles precisam avaliar situações e tomar decisões. E precisam ter também a habilidade de líder com pessoas de todos os tipos, tentando acalmar ânimos e motivar pessoas ao serviço cristão.

No estudo em questão, analisando o texto bíblico, veremos que o servo de DEUS, Moisés, precisou de ajuda em sua liderança para poder desempenhar melhor o seu papel de líder e condutor do povo de DEUS.

Moisés já havia saído do Egito com o povo de Israel quando recebeu a visita de seu sogro, Jetro. Este era um homem aparentemente mais velho e experiente em questões de liderança e administração do tempo. Vendo certo dia que Moisés ia atender ao povo, que trazia demandas para que pudessem ser resolvidas, percebeu que alguns procedimentos do libertador não eram os mais adequados àquela situação. Ele estava atendendo todas as pessoas que lhe traziam questões, consumindo o tempo delas e o seu próprio, além de provocar em Moisés muito cansaço.

Ele era ungido do Senhor? Com certeza. Fazia suas atividades com boa vontade? Com certeza. Ele tinha sabedoria? Certamente que sim.

Mas o que aconteceu que inspirou seu sogro, Jetro, a intervir na forma como Moisés liderava o povo?

“E aconteceu que, ao outro dia, Moisés assentou-se para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à tarde” (Ex 18.13). Esse versículo mostra o que acontecia. O povo ficava em torno de Moisés e trazia a ele as questões relevantes sobre dificuldades que estavam enfrentando, e Moisés ficava resolvendo essas questões sozinho. O problema não residia em Moisés atender ao povo, mas em tentar resolver as questões sem a ajuda de outras pessoas. Ele precisava delegar autoridade a outros homens para que, da mesma forma que ele, atendessem ao povo e resolvessem conflitos comuns.

Isso não retiraria de Moisés sua autoridade. Delegar autoridade para que outros nos ajudem a realizar o trabalho faz com que haja mais pessoas trabalhando para o mesmo Senhor, e faz também com que tenhamos mais tempo para pensar em outras coisas importantes e treinar pessoas para o ministério.

Mas isso não ficou claro para Moisés no início da narrativa. Foi preciso que ele escutasse essas observações de seu sogro, um homem mais experiente e amadurecido nas questões relacionadas a gestão. Jetro viu que o modelo de administração seguido por Moisés era cansativo tanto para ele quanto para o povo, pois não apenas Moisés se cansava atendendo o povo, mas o próprio povo se sentia cansado de esperar por uma solução da parte de Moisés.

Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e DEUS será contigo. Sê tu pelo povo diante de DEUS e leva tu as coisas a DEUS. (Ex 18.18,19)

O líder precisa de um tempo para se recompor, descansar e pensar em suas atividades. Ele deve planejar seu dia, pedindo a orientação do espírito de DEUS para cada etapa, e não se esquecer de que precisa ter seus momentos com DEUS e com sua própria família. Essas atitudes fortalecem a pessoa do líder. Muitos momentos em que o líder se sente desestimulado e cansado são originados na falta de descanso apropriado. Isso traz a perda de concentração, implica tomada de decisões precipitadas e torna desgastantes as tarefas diárias.

Jetro recomendou que Moisés fosse um intercessor pelo povo, e que levasse as questões do povo a DEUS. Na verdade, essa era a função que DEUS pretendia para Moisés, mas até aquele momento, o legislador estava sobrecarregado resolvendo questões do povo, sem a ajuda de auxiliares idôneos.

Caso Moisés não seguisse o conselho de Jetro, acabaria desfalecendo por causa de seu excesso de atividades, além de não ter tempo para interceder pelo povo a DEUS. Mas por seguir o conselho de seu sogro, pôde exercer melhor seu ministério e partilhar sua autoridade com homens dignos de confiança e que honrariam o nome do Senhor. Essa foi a lição que Moisés aprendeu: Não se pode fazer tudo sozinho.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 79-81.

 

Moisés foi humilde em receber orientação de uma pessoa que nem era israelita e nem vinha diretamente com uma mensagem de DEUS. Soube ponderar e analisar um sábio conselho que lhe foi muito útil e DEUS não o reprovou por acatar a este conselho de seu sogro. (observação minha - Ev. Henrique)

 

Êx 18.14 Por que te assentas só...? Moisés tinha tanto para fazer que não podia dar muita atenção a seu sogro. Jetro tinha um sistema melhor, que já vinha funcionando fazia anos. E assim sendo, sentiu-se encorajado a sugeri-lo a Moisés. Um dos problemas dos chefes é a delegação de autoridade, e se esse chefe é um pequeno césar, então os seus problemas apenas se agravam. Jetro, sendo um chefe e um sacerdote midianita, tinha suas sessões diárias, mas não tomava para si mesmo todo o trabalho.

Perguntou Jetro a Moisés: “Que é isto que fazes ao povo?”. Lá estavam os israelitas, impacientes e formando longas filas, como aqueles que precisam depender do INSS. Moisés estava exaurindo a si mesmo e ao povo.

Êx 18,15,16 - A Liderança Divina.

Moisés, o legislador, antes da outorga da lei (ver Êxo.19), estava legislando de acordo com princípios divinos. Ele não tomava nenhuma decisão secular. Quando as pessoas brigavam, ele procurava aplicar a sabedoria divina à situação. Moisés estava funcionando como vidente e profeta. Ver I Sam. 9.9 e 22.15. Os profetas posteriores também foram videntes (ver I Reis 22.8; II Reis 3.11; 8.8; 22.14). As decisões do juiz-profeta-vidente eram aceitas como a palavra de DEUS, presumivelmente inspiradas. Seu trabalho não consistia apenas em julgar alternativas pragmáticas. Moisés era o representante de DEUS diante do povo de Israel (Êxo. 18.19).

Êx 18.17 “Você está fazendo as coisas da maneira errada", afirmou Jetro. Como é óbvio, ele deve ter concordado que Moisés tinha tanto a autoridade quanto a sabedoria para o seu trabalho. Mas é possível fazer o que é certo da maneira errada. Os argumentos de Moisés em favor de seus atos eram bons (vss. 15,16), mas não expressavam um problema central que estava envolvido: a fadiga. Moisés estava exaurindo as suas forças e a paciência do povo.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 381.

Êx 18. 14. Por que te assentas só? Eis aqui a pergunta de um velho chefe que já aprendera a lição de como delegar autoridade. Como muitos líderes cristãos, Moisés estava se desgastando desnecessariamente (v.18) ao tentar fazer tudo sozinho. Isto nem sempre é prova de ambição: às vezes indica excesso de zelo e ansiedade. Além do mais, ele estava também desgastando o povo (v.18 mais uma vez), um aspecto geralmente omitido. A demora na administração da justiça, surgida de circunstâncias semelhantes, foi uma das causas da revolta de Absalão, séculos mais tarde (2 Sm 15:1-6).

Êx 18.15. Para consultar a DEUS. Este verbo é traduzido mais adiante em passagens devocionais como “buscar a DEUS” em oração. Aqui, entretanto, significa buscar a decisão divina num assunto controvertido, quer uma disputa legal, quer um caso em que se precisasse de orientação.

Em dias futuros a “estola sacerdotal” viria a ser usada em tais ocasiões, aparentemente contendo os Urim e Tumim, ou seja, as pedras com as quais se determinavam os oráculos divinos (1 Sm 23:9; 28:6): este sistema, entretanto, não viria a existir senão bem mais tarde (28:30).

Êx 18.16. E lhes declare os estatutos de DEUS. Moisés evidentemente considerava sua tarefa judiciária como um ministério de ensino, declarando aos israelitas os “estatutos”, “leis” e “decisões” ou “instruções” divinos, dados em ocasiões específicas para tratar de casos específicos.

Talvez tenhamos aqui o processo pelo qual a lei mosaica veio a se formar, uma combinação de grandes princípios de revelação e sua aplicação à vida cotidiana no deserto.

  1. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 136.

Êx 18.14,15 — A importante conversa entre o profeta e seu sogro mostra um lado bastante humano de Moisés. Ele era motivado por um desejo de fazer tudo de forma correta, mas suas atidades consumiam muito tempo e energia para serem realizadas por apenas um homem. Jetro notou isso naquele dia (v. 17,18).

Êx 18.16 — A expressão vem a mim (hb. yarâ, no tema hiphil, fazer saber, dirigir) é uma forma da palavra da qual o substantivo Torá (lei, hb. tôrâ) é derivado. O versículo sugere que as leis do Senhor eram gerais, na concepção original, e, posteriormente, aplicadas caso a caso. Sem dúvida alguma, muitas das regras específicas no livro de Êxodo são o resultado deste processo: a aplicação dos princípios gerais em situações determinadas (Êx 21.1).

Êx 18.17-24 — Há, algumas vezes, a ideia de que os servos do Senhor só aceitam as palavras vindas de outras pessoas de fé. Entretanto, muitos indivíduos que não possuem a mesma crença no verdadeiro DEUS vivo têm experiência e entendimento de questões importantes. O sábio é aquele que é capaz de ouvir e aprender coisas boas, não importando sua religião.

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 162.

  1. O líder necessita de ajudantes (Êx 18.18).

Uma das lições que Jetro ensinou a Moisés é que ele precisava de outras pessoas para partilhar responsabilidades. Ninguém que trabalha em posição de liderança consegue fazer todas as suas atividades sem ajuda. Há trabalhos que dependem de apenas uma pessoa, mas boa parte dos trabalhos precisa ser executada por um grupo de pessoas. Todo trabalho que exige coletividade exige liderança, e dependendo da complexidade do trabalho, vários líderes são necessários na empreitada.

O líder deve treinar seus auxiliares e aprender a confiar neles. Deve orientá-los no sentido de seguirem os parâmetros estabelecidos e cuidarem daquilo que foi proposto. Jetro disse a Moisés:

E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a DEUS, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez; para que julguem este povo em todo o tempo, e seja que todo negócio grave tragam a ti, mas todo negócio pequeno eles o julguem; assim, a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e DEUS to mandar, poderás, então, subsistir; assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar. (Êx 18.21-23).

 

As questões já discutidas e resolvidas poderiam ser resolvidas da mesma maneira pelos auxiliares tendo como exemplo o que Moisés já havia resolvido antes. (Observação minha - Ev. Henrique).

 

A recomendação de Jetro sobre os auxiliares de Moisés não pode ser esquecida em nosso estudo. Ele recomendou que Moisés selecionasse homens capazes (pessoas que tinham habilidade de lidar com outras pessoas, ouvir e resolver problemas), tementes a DEUS (um requisito básico para se lidar com o povo de DEUS, pois estariam julgando o povo de acordo com a vontade de DEUS), homens de verdade (homens sobre os quais não poderia recair suspeitas, e cujas ações demonstrassem sua respeitabilidade), que aborrecessem a avareza (essa característica não poderia passar em branco, visto que se uma pessoa for trazer pareceres vinculados ao dinheiro, com certeza seu parecer será tendencioso - não corrúptos seria bem traduzido - Observação minha - Ev. Henrique). Eles seriam colocados, conforme suas capacidades, sobre grupos de pessoas, maiores ou menores conforme a quantidade designada, e deveriam resolver os problemas mais simples, e os mais complexos deveriam ser levados a Moisés.

Eles deveriam ser ensinados nos estatutos e nas leis para que pudessem julgar o povo de DEUS de forma correta. Se um líder não conhece as regras pelas quais deve se pautar para tomar decisões, ou para decidir entre pessoas, não poderá liderar. Ninguém exerce a liderança sem ter em mente princípios norteadores pelos quais agir. Portanto, o conselho de Jetro é válido para os nossos dias. Líderes precisam conhecer a lei de DEUS e os princípios pelos quais tomarão suas decisões. Conhecer princípios de liderança e como aplicá-los faz a diferença entre um bom e um mau líder.

Lembremo-nos de que aqueles homens não foram chamados para tomar o lugar de Moisés na liderança do povo, mas para ajudá-lo a exercer de forma efetiva sua liderança. Eles levariam o peso do trabalho de Moisés com ele, e não tomariam o lugar dele. Aqui cabe uma observação aos que estão sendo chamados a ajudar líderes. Quando uma pessoa é escolhida para ajudar em um ministério, ela está sendo chamada para auxiliar, para cooperar, não para comandar ou dar um golpe no seu próprio líder.

Há pessoas em nossas igrejas que se deixam enganar quando escolhidas para ajudar em uma determinada função. Começam a pensar que logo estarão no topo do comando, que terão o próprio ministério, que agirão de acordo com sua própria vontade e que não prestarão contas a ninguém. Há pessoas que nesse sentido logo se rebelam contra seus líderes e fazem o que podem para dividir o rebanho do Senhor.

Aqui reside grandeza dos líderes auxiliares: eles sabem que estão servindo a DEUS sob a liderança de outro líder escolhido por DEUS, ao qual devem prestar obediência. E com essa obediência poderão ser escolhidos por DEUS para desafios maiores, em outras esferas, inclusive liderando outros até no rebanho do Senhor.

Futuros líderes podem ser ensinados

Quando Jetro falou com Moisés, recomendou que ele ensinasse os estatutos e as leis ao povo, antes de escolher as pessoas que iriam ajudá-lo. Ou seja, os auxiliares do legislador deveriam ser instruídos para serem úteis ao trabalho que lhes seria confiado. Conhecer os procedimentos normais de nossas atividades na obra do Senhor faz parte de nossas obrigações diante dEle. O líder precisa estar sempre pronto a aprender.

Se por um lado aqueles líderes deveriam conhecer a lei de DEUS para poderem exercer seus julgamentos, é preciso lembrar que foi responsabilidade de Moisés ensinar-lhes a Lei de DEUS e seus estatutos. Um líder não pode cobrar de seus liderados atitudes que não lhes foram ensinadas. Portanto, como líder, Moisés não apenas deveria partilhar com homens escolhidos sua autoridade, mas também ensiná-los a exercerem suas funções.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 81-83.

Êx 18.18 Desfalecerás, assim tu, como este povo. Havia fadiga coletiva, em resultado do que Moisés estava fazendo. Ele precisava aprender a delegar autoridade, resolvendo somente as questões mais difíceis, como fazem os juízes das cortes supremas.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 381.

Jetro discordava do método que Moisés empregava, e tinha liberdade com ele, para dizer-lhe isto, w. 14,17,18.  A sabedoria é benéfica para orientar, para que não nos contentemos com menos do que o nosso dever, nem nos sobrecarreguemos com aquilo que está além das nossas forças.

  1. Jetro o aconselhou a um modelo de governo que melhor serviria à intenção, que consistia em:

(1) Que Moisés reservasse a si mesmo todas as questões referentes a DEUS (v. 19): “Sê tu pelo povo diante de DEUS”.

(2) Que Moisés nomeasse juizes nas diversas tribos e famílias, que deveriam julgar as causas entre os homens, e decidi-las.

(3) Poderia haver uma apelação, se houvesse causa justa para isto, destas cortes inferiores ao próprio Moisés. “Todo negócio grave tragam a ti”, v. 22.

  1. Ele acrescenta duas qualificações ao seu conselho:

(1) Que grande cuidado deveria ser tomado na escolha das pessoas a quem esta tarefa seria confiada (v. 21). “homens capazes” Mentes esclarecidas e corações valentes fazem bons juízes. O temor a DEUS é aquele princípio que irá melhor fortificar um homem contra todas as tentações à injustiça, Neemias 5.15; Gênesis 42.18. Para integridade e honestidade - homens de verdade - Para desprezo nobre e generoso da riqueza do mundo - odiando a avareza, não somente não procurando subornos nem desejando enriquecer a si mesmos, mas odiando o simples pensamento disto.

(2) Para que possa receber a instrução de DEUS no caso (v. 23): “Se isto fizeres, e DEUS to mandar”. Jetro sabia que Moisés tinha um conselheiro melhor do que ele, e a este ele o encaminha. Observe que os conselhos devem ser dados com humilde submissão à Palavra e à providência de DEUS, que sempre devem prevalecer.

Moisés não confiou ao povo a escolha dos magistrados, pois o povo já tinha feito o suficiente para provar que não era adequado para tal tarefa. Mas ele mesmo os escolheu, e os indicou - alguns para uma posição mais elevada, outros para uma posição menos elevada, os mais inferiores provavelmente subordinados aos superiores. Temos motivos para considerar o governo como uma misericórdia muito grande, e para agradecer a DEUS pelas leis e magistrados, para que não sejamos como os peixes do mar, onde os maiores devoram os menores.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 287.

 

II - OS AUXILIARES DE MOISÉS NO MINISTÉRIO

  1. DEUS levanta auxiliares (Êx 18.21).

Os recursos humanos dos céus sempre estão cheios de pessoas para que venham trabalhar na obra do Senhor. Quando JESUS disse que a seara era grande e que havia poucos ceifeiros para trabalharem nela, não ordenou aos seus discípulos que fosse atrás de obreiros, mas que orassem a fim de que o Senhor da seara enviasse ceifeiros para a sua seara. E DEUS levantou ajudantes para Moisés.

No Novo Testamento, vemos que DEUS levanta auxiliares e cooperadores nas atividades em sua obra. Quando a igreja em Jerusalém precisou de pessoas para ajudarem os apóstolos a recomendação deles foi: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3).

Aqui está a origem dos diáconos. Enquanto os discípulos se dedicariam à oração e à Palavra, esses homens iriam ajudar a assistência social da igreja.

Estêvão e Felipe, por ezemplo - esses homens tinham a nobre função de auxiliar os apóstolos na esfera social da igreja. Eles deveriam ter como características:

Boa reputação. Ser cheios do ESPÍRITO SANTO. Cheios de sabedoria. Era preciso que fossem apresentados publicamente para prestarem seus serviços. A igreja deveria saber quem eram e respeitá-los, pois tinham o aval dos apóstolos para aquelas atividades.

Lembremo-nos de que, no caso de Moisés, a nação já possuía homens que poderiam ser escolhidos para ajudá-lo, mas só foram escolhidos após a orientação de Jetro e fizeram a diferença no ministério de Moisés.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 83-85.

Êx 18.21 “Moisés deveria tratar de casos sem precedente legal, que requeriam um oráculo especial (cf. Deu. 17.8-13). Os casos ordinários seriam manuseados por líderes leigos (Núm. 11.16-22; 24.25) ou por juízes nomeados (cf. Deu. 16.18-20)” (Oxford Annotated Bible, in loc.).

Teriam de ser juízes imparciais, que buscassem razões espirituais e morais em seus julgamentos. Teriam de abominar a cobiça, não desejando coisas para si mesmos nem se mostrando parciais.

Devemos entender que os tribunais de apelo formam um poder ascendente. Paralelamente, devemos entender que os casos julgados também deveriam ser dispostos em importância ou dificuldade ascendente. O homem com autoridade sobre dez cuidaria de questões menores. O homem com autoridade sobre mil teria maior autoridade e julgaria os casos mais sérios, da mesma forma que um general tem maior autoridade do que um sargento. Mas cada homem teria uma autoridade absoluta para seu próprio tipo de problemas. Um homem de menor autoridade poderia transferir para outro, de maior autoridade, qualquer caso que não pudesse resolver. Assim, um caso poderia chegar até Moisés.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 382

Êx 3. 21. Procura dentre o povo. “ Procurar” é o sentido mais básico deste verbo, aqui a ideia secundária de “ escolher” .

Homens capazes. O termo hebraico empregado poderia ter significado militar, indicando um soldado de valor. Com o passar do tempo veio a significar “ um homem de bem” . Podemos comparar o uso de frase semelhante em Provérbios 12:4, em relação à esposa ideal.

  1. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 136-137.

Quem não estivesse satisfeito com uma sentença de instância inferior poderia apelar para um tribunal superior. Isto significaria que inumeráveis sentenças não chegariam a Moisés (22).

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 182.

  1. Os auxiliares de Moisés (Êx 18.25).

Dentre os diversos auxiliares de Moisés, podemos destacar:

Miriã. Irmã de Moisés, era profetisa e entoava louvores ao Senhor. Foi uma coluna na história de Moisés.

Arão. Irmão de Moisés, acompanhou sua história desde o Egito e foi escolhido por DEUS para ser sacerdote em Israel.

Os anciãos. Pessoas de mais idade entre o povo, foram pessoas que muito auxiliaram Moisés em sua liderança na condução do povo à Terra Prometida. Espera-se, por esse exemplo, que as pessoas de mais idade estejam aptas a ser bons conselheiros aos líderes mais novos.

Jetro. Jetro era um midianita. Mesmo não sendo israelita, concedeu abrigo a Moisés e lhe deu uma de suas filhas como esposa quando Moisés fugiu do Egito. Pelas palavras que disse a Moisés, mostrou ser uma pessoa sábia e experiente. Ele muito ajudou Moisés em seu ministério, permitindo que no período em que esteve em Midiã aprendesse a pastorear ovelhas e conhecesse os caminhos do deserto.

As palavras de Jetro para com Moisés e a atenção que Moisés deu ao sogro mostram o quanto havia respeito entre eles. Quando Jetro viu o que acontecia com Moisés, falou-lhe com brandura, e Moisés atendeu à voz de seu sogro, sendo posteriormente abençoado por DEUS.

Josué. Este foi um servo de Moisés que é apresentado na Bíblia como aquele que seria o seu substituto na condução do povo à Terra Prometida. Josué era um combatente, um homem de armas, e foi usado por DEUS para abrir o caminho das conquistas ordenadas por DEUS.

 

Não podemos nos esquecer de Zípora, esposa de Moisés, pois ela cuidava da família de Moisés e lhe dava o amor e carinho básicos para um esposo (observação minha - Ev. Henrique).

 

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 85-86.

Êx 18.24,25 Moisés, ouvindo os conselhos de Jetro, pôs em ação o método de seu sogro. O vs. 25 repete os números dados no vs. 21. É provável que os anciãos de cada tribo, conhecendo as qualificações das pessoas de suas respectivas tribos, tenham sido postos a trabalhar na seleção de oficiais, ao passo que os próprios anciãos retiveram sua autoridade como oficiais maiores do sistema.

O Targum de Jonathan informa-nos os números envolvidos: seiscentos chefes de mil; seis mil chefes de cem; doze mil chefes de cinquenta; sessenta mil chefes de dez. Jarchi e o Talmude falam no mesmo sentido. A soma total, no Talmude, sobre o sistema coletivo, é de setenta e oito mil homens. Esses números estão baseados no trecho de Números 1.46, mas vários intérpretes não concordam com isso, como Aben Ezra. E não dispomos de meios para saber se esses cálculos estão ou não com a razão.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 382.

Moisés não desprezou este conselho por não ser dado por alguém que não era, como ele, familiarizado com as palavras de DEUS e as visões do Todo-poderoso. Mas “deu ouvidos à voz de seu sogro”, v. 24. Quando considerou o assunto, ele viu como era razoável o que o seu sogro propunha, e decidiu colocar o conselho em prática

- o que fez pouco tempo depois, quando já tinha recebido instruções de DEUS sobre o assunto. Observe que não são tão sábios como julgam ser aqueles que se julgam sábios demais para receberem conselhos. Pois um homem sábio (que verdadeiramente o é) irá ouvir, e continuará ouvindo, e não desprezará bons conselhos.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 287.

Êx 18.24-27 — Podemos ver claramente o caráter de Moisés neste trecho. Ele aceitou de bom grado, ou seja, deu ouvidos ao conselho e decidiu melhorar a maneira como estava fazendo as coisas.

Isso também é um sinal de sua habilidade de liderança e de sua falta de soberba (Nm 12). O registro de que Jetro voltou para sua terra não é uma conclusão moral, mas apenas uma declaração de sua viagem. Ao retornar para sua casa, Jetro disseminaria todo o conhecimento vivenciado acerca do verdadeiro DEUS. Faria isso em uma época em que os israelitas conservavam tal entendimento entre seu povo. Jetro, o sacerdote de Midiã, tornou-se Jetro, o ministro do Senhor.

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 162.

MIRIÃ Filha de Anrão e Joquebede, e irmã de Arão e Moisés (Êx 15.20; Nm 26.59). Sem dúvida, ela foi a Miriã que protegeu o cesto de juncos no qual Moisés foi escondido. Foi mencionada pela primeira vez e chamada de profetisa por ocasião da jubilosa celebração que liderou depois da travessia do mar Vermelho (Êx 15.20,21). Ela pecou quando foi insubordinada à vontade de DEUS, e incitou Arão contra Moisés. Ela e Arão se opuseram ao seu destaque e posição de respeito. Como resultado do seu envolvimento e liderança da rebelião, DEUS a castigou com lepra. Moisés orou por sua recuperação e DEUS ouviu sua oração. Durante o tempo da sua recuperação, Israel não prosseguiu em sua peregrinação (Nm 12.1-16). Ela morreu em Cades-Barnéia e foi sepultada ali (Nm 20.1).

PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1290.

ARÃO.

  1. A Família. Arão era o filho mais velho de Anrão e Joquebede. Anrão pertencia à família de Coate, filho de Levi (Êx 6.16). A genealogia dada sugere que Anrão era um dos filhos de Coate. O nome da mãe de Arão era Joquebeque (“Yahweh é glorioso”), que pode ser significativo, visto que os nomes combinados com Yahweh eram raros nesse período inicial. A esposa de Arão era Eliseba, irmã de Naassom, aparentemente o príncipe de Judá que foi um ancestral de Davi (Êx 6.23; Rt 4.20; lCr 2.10). Ele possuía quatro filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (Êx 6.23), sendo os primeiros dois mortos por causa de um ato de sacrilégio (Lv 10.Is.).
  2. O porta-voz de Moisés. O papel subordinado de Arão, quando comparado com o de Moisés, é indicado claramente. Ele foi completamente ignorado até que Moisés mostrou a sua quase insuperável indisposição de obedecer ao chamado de DEUS para ser o libertador de Israel. “Não é Arão, teu irmão, o levita?” (Êx 4.14 . O modo de construção da pergunta é notável. A expressão “teu irmão” indica que Arão possuía sua posição primariamente pelo seu relacionamento com Moisés. Parentesco e descendência tinham um papel proeminente na história bíblica. Arão foi chamado “irmão de Moisés” onze vezes. A essa altura ele tinha oitenta e três anos de idade (Êx 7.7), e a designação “o levita” sugere que ele ocupava uma posição proeminente nessa tribo específica de israelitas escravizados. O texto simplesmente diz que ele falava fluentemente (heb. “ele pode certamente falar”) e ele substituiria a lentidão de Moisés ao falar (heb. “pesado de boca e pesado de língua”).
  3. Arão e o Êxodo. Arão esteve constantemente associado a Moisés na apresentação de atos poderosos que ocasionaram a libertação (Êx 5-13). O cajado como símbolo de autoridade foi manejado algumas vezes por Arão. DEUS frequentemente falou a ambos, Moisés e Arão, mas raramente a Arão sozinho. Arão não teve parte alguma na entrega da lei, mas ele e seus dois filhos mais velhos, juntamente com os setenta anciãos, testemunharam a auto manifestação de DEUS e comeram e beberam na presença de DEUS (Êx 24.9-11).
  4. Arão e o Tabernáculo. Para ela foram confeccionadas vestes e para seus filhos também, tudo feito por Bezalel de Judá e por Aoliabe de Dã (Êx 31.1-6) e também pelos que possuíam coração disposto dentre o povo (Ex 35.21-35), “como o Senhor havia ordenado...” (Êx 39.43).
  5. A investidura de Arão. Os sacerdotes, e especialmente Arão, usaram uma vestimenta especial. Muito é dito a respeito das roupas que foram confeccionadas para Arão, “para glória e ornamento” (Êx 28.2), especialmente o cinto e o peitoral sobre o qual foram gravados os nomes das doze tribos (Êx 28.9s., 21. 29), e o Urim e o Tumim (q. v.). A “lâmina de ouro” com a gravação “Santidade ao Senhor” (“Yahweh”?) (v.36) que foi colocado na frente da mitra, era simbólico de seu ofício.
  6. Arão e o sacerdócio. O livro de Levítico é o manual para os sacerdotes.
  7. O Dia da Expiação. O ritual no qual Arão como sumo-sacerdote, e os sumo-sacerdotes que o seguiram, exercia um papel distinto era a cerimônia do Dia da Expiação (Yom Kippur) (Lv 16), quando o sumo-sacerdote fazia expiação pelo Tabernáculo, pelos sacerdotes e pelos filhos de Israel “por causa dos seus pecados uma vez por ano” (Lv 16.34).
  8. Meribá. A vida de Arão teve um fim trágico. A viagem no deserto de Zim (Nm 20.1) levou a mais uma das muitas murmurações dos Israelitas — “não há água!” - O capítulo termina com uma breve narrativa da investidura de Eleazar com as roupas do sumo-sacerdote Arão, e com a morte de Arão.
  9. Arão, o homem. Se alguém ler corretamente o caráter deste irmão de Moisés, perceberá que Arão possuía sua posição exaltada devido a duas coisas: uma prontidão no falar e seu parentesco com Moisés.
  10. Arão, o irmão desleal. Arão tinha a clara e total consciência de que ele possuía a sua posição exaltada graças ao fato de ser irmão de Moisés. Ele mesmo chamou Moisés de “senhor” (Êx 32.22; Nm 12.11). Falou, juntamente com Miriã, contra Moisés (Nm 12) por causa de sua mulher cusita (Zípora).
  11. Arão e os críticos. Naquele tempo do Êxodo, ele perdia somente para Moisés em proeminência.

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 417-420.

ARÃO Ele tinha três anos quando seu irmão Moisés nasceu (Êx 7.7). Teve quatro filhos com sua esposa Eliseba. Nadabe, Abiu, Eleazar e Itamar. Arão tinha permanecido no Egito durante os quarenta anos da ausência de Moisés, foi em seguida encontrá-lo na "montanha de DEUS" e o reapresentou à comunidade dos hebreus no Egito (Éx 4.27-31). Moisés deveria receber a mensagem diretamente de DEUS e era obrigação de Arão transmitir essa mensagem ao povo (Êx 4.16).

Arão aparece no Monte Sinai como um ancião que, como representante de seu povo, tinha permissão, juntamente com seus dois filhos, Moisés e mais 70 anciãos de se aproximar da própria presença do Senhor (Ex 24.1-11).

O consequente florescer do poder de Arão serviu para justificá-lo, bem como o seu sacerdócio perante toda a nação (Nm 17). Ele morreu no Monte Hor com a idade de 123 anos (Nm 20.28).

PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 171-172.

ANCIÃO No Antigo Testamento.

Discussões Preliminares.

De modo geral, ancião é uma palavra que se refere aos lideres de um grupo ou comunidade, presumindo-se que os mesmos tenham idade avançada e sejam dotados de caráter maduro. No Antigo Testamento, o termo se aplicava a vários oficios. Era o caso de Eliézer. o «mais antigo servo» de Abraão, em Gên, 24:2; certos oficiais da casa de Faraó, em Gên. 50:7; os principais servos de Davi, em 11 Sam. 12:17; e os anciãos de Gebal (ver Eze. 27:9). No Egito, mui provavelmente os anciãos eram funcionários do estado, pelo que o termo aplicava-se ali aos lideres e chefes políticos. Isso também sucedia entre os israelitas, moabitas e midianitas (ver Núm. 22 :7). Não há que duvidar que o direito de primogenitura, bem como a capacidade de chefe da família influenciaram tal uso, porquanto presumia-se que a idade tinha algo a ver com o amadurecimento e a sabedoria, o que se refletia em boa variedade de costumes. Os lideres das tribos naturalmente vinham dentre os anciãos pertencentes a essas tribos. Moisés e Aarão, ao chegarem no Egito, reuniram os anciãos de Israel e anunciaram ao povo a comissão divina que haviam recebido para liderarem o povo tirando-o do Egito. Os anciãos do povo acompanharam a Moisés na primeira entrevista deste com o Faraó. Moisés também se comunicava com o povo por meio dos anciãos (ver Êxo, 19:7 e Deu. 31:9). Setenta anciãos de Israel acompanharam Moisés até o monte (Ex. 24:1). Esses anciãos também tinham o título de «príncipes». De acordo com a legislação mosaica, esses anciãos tinham seus respectivos deveres e poderes (ver Deu. 19: 12 e 21 :3). Era responsabilidade deles governarem e cuidarem para que a lei fosse cumprida (ver Jos, 20:4; Juí. 8:16 e Rute 4:2). Nos salmos, os anciãos são aludidos como uma classe distinta de autoridade (ver Sal. 107:32. Ver também Lam. 2:10 e Eze. 14. Após o exílio. eles receberam uma autoridade muito significativa.

Em cada sinagoga, havia um grupo governante de anciãos, de número variado. dependendo do número dos membros da congregação. Era dentre esses anciãos, finalmente. que se formava o superior tribunal, o Sinédrio.

Nos arquivos de Mari, do século XVIII A.C., e até mesmo na correspondência real da dinastia de Sargão, no século VIII A.C., os anciãos aparecem como representantes do povo e defensores dos interesses populares, embora antes disso eles não tivessem quaisquer funções administrativas. No império hitita, entretanto, eles controlavam as questões municipais. Tais costumes eram praticamente universais entre os povos antigos, e os israelitas não eram exceção. Mas, no caso de Israel esse costume era associado às questões religiosas, visto que Israel era uma teocracia.

No Novo Testamento. Dentro do contexto judaico, nos dias neotestamentários, encontramos os anciãos associados aos principais sacerdotes (ver Mat. 21:23) e aos escribas (ver Mat. 16:21), bem como ao concilio (ver Mat. 26:29). No tocante aos anciãos ou pastores da Igreja cristã, não contamos com qualquer informação especifica acerca de sua origem, mas tão-somente que os títulos «ancião», «bispo = supervisor» e «pastor» são intercambiados (ver. Para exemplificar, Atos 20:28). A importância dos anciãos cristãos aumentou, quando a Igreja se dispersou.

Esses anciãos eram líderes, pastores. mestres, supervisores, enfim, autoridades cristãs (ver Atos 15:22,23; Efé. 4:11; Atos 20:28; Heb. 13:7 e I Tes. 5:12).

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 156.

ANCIÃO No AT hebraico, zaqen, lit., "aquele que tem barba", era um termo utilizado para designar um homem de certo grau e posição entre seus irmãos. Entre os israelitas havia dois tipos de anciãos: os "anciãos de Israel" que eram os chefes de família ou de clãs nas várias tribos, e os "anciãos" das cidades construídas e habitadas depois da Conquista.

Embora os anciãos não fossem eleitos, durante a maior parte dos períodos de Moisés até Esdras, e também na era intertestamentária, eles eram reconhecidos como o grupo de mais elevada autoridade sobre o povo. Eles agiam como representantes da nação (Jr 19.1; Jl 1.14; 2.16) e também administravam muitos assuntos políticos e resolviam disputas entre as tribos (por exemplo, Finéias e os dez chefes tribais ou anciãos, Js 22.13-33). Os anciãos da cidade formavam uma espécie de conselho municipal cujos deveres incluíam a função de juízes com a finalidade de mandar prender assassinos (Dt 19.12), conduzir as investigações e inquéritos (Dt 21.2) e resolver conflitos matrimoniais (Dt 22.15; 25.7). Os "anciãos de Israel", conhecidos primeiramente em Êxodo 3.16-18, foram reunidos por Moisés para receber o anúncio de DEUS sobre a libertação do Egito. O pacto foi ratificado no Monte Sinai na presença de 70 dos anciãos de Israel (Êx 24.1,9,14; cf. 19.7), os "nobres" ou os principais homens da nação, "os escolhidos dos filhos de Israel" (24.11). Mais tarde, 70 anciãos foram especialmente ungidos com o ESPÍRITO para ajudar Moisés a governar a nação (Nm 11.16-25). Nos casos em que toda a comunidade pecasse, os anciãos da congregação ou da comunidade deveriam representá-la para fazer a expiação (Lv 4.13-15).

A autoridade dos anciãos era, em princípio, maior do que a do próprio rei (cf. 2 Reis 23.1). Foi este grupo que exigiu que Samuel designasse um rei (1 Sm 8.4-6), e foram partidários da aliança real que estabeleceu Davi como rei (2 Sm 5.3). Na Babilónia, os anciãos eram o ponto central da comunidade judaica que estava no exílio (Jr 29.1; Ez 8.1; 14.1; 20.1-5), e, após o retorno a Jerusalém, ainda permaneciam ativos (Ed 5.5,9; 6.7,8,14; 10.8,14). Do Conselho de Anciãos (gerousia) do período helenístico de Judá, desenvolveu-se a Grande Assembleia (Knesset) de judeus que, em 142 a.C, concedeu grande poder a Simão, o líder macabeu (1 Mac 14.28). O Grande Sinédrio, com seus 71 membros, o supremo corpo legislativo anterior ao ano 70 d.C., constituía a mais elevada instituição dos "anciãos de Israel". Em sua visão do céu, João viu 24 anciãos sentados sobre tronos que rodeavam o trono de DEUS, vestidos de branco e ostentando coroas de ouro (Ap 4.4). Estes se prostram em adoração, e depositam as suas coroas diante do trono de DEUS (4.10; cf. 11.16; 19.4). Com suas harpas e salvas cheias de incenso, simbolizando as orações dos santos, eles cantam um novo cântico ao Cordeiro (5.8-10). Como anciãos, eles representam o povo de DEUS; seus tronos e coroas simbolizam um papel de reinado, enquanto seu ato de adoração e as salvas de incenso sugerem uma função sacerdotal. Dessa maneira, eles parecem ser os principais representantes dos remidos como um reino de sacerdotes (Ap 1.6; cf. 20.6; 1 Pedro 2.5,9; Êx 19.6). É possível discutir se o número 24 sugere os 24 turnos do sacerdócio judaico, ou uma combinação das 12 tribos de Israel (indicando os santos do AT) e dos 12 apóstolos (os líderes dos santos do NT).

ANCIÃOS Refere-se aos sábios de Israel que eram a fonte e os comunicadores das palavras de sabedoria tradicionais. E usado na RSV em inglês somente em 1 Samuel 24.13, mas outros versículos podem referir-se a eles de uma maneira velada, como, por exemplo, em Jó 12.12 e Isaías 3.2. A expressão os "mais velhos de Israel" provavelmente também se refira a estes ensinadores respeitáveis.

PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 100-101.

JETRO No hebraico, «abundância», «excesso», «superioridade», «excelência». Esse era o nome do sogro de Moisés. Ele foi sacerdote e príncipe de Midiã. Parece que, entre os midianitas, os seus príncipes automaticamente também oficiavam como sacerdotes. Há uma certa confusão no tocante ao nome desse homem, que a Bíblia não se dá ao trabalho de explicar. Ele é chamado Reuel, em Êxo. 2:18 e Núm. 10:29. Em Juí. 4:11, ele é chamado de Hobabe; mas, em Núm. 10:29 Hobabe parece ser o filho de Reuel (Jetro). Todas as demais passagens, onde aparece esse homem, dão o seu nome como Jetro. É possível que os nomes Reuel e Jetro fossem ambos nomes desse homem, o que não era um caso único. Moisés passou quarenta anos em seu exílio em Midiã, enquanto se preparava para o seu ofício de Libertador de Israel, em companhia de Jetro, e de uma de suas filhas, e de com a qual se casou, Zípora (Êxo. 3:1; 4:18).

Residindo Moisés com seu sogro, aquele recebeu uma teofania da parte do DEUS de Abraão. O décimo oitavo capítulo do livro de Êxodo registra a narrativa comovente de como, depois que Moisés conseguiu retirar, com sucesso, do Egito, o seu povo de Israel, e estava acampado no deserto, Jetro, juntamente com seus familiares (incluindo a esposa e os filhos de Moisés, que tinham sido deixados em Midiã), vieram visitar Moisés, no deserto. Jetro estava muito satisfeito com o que Moisés fizera, e deu ao DEUS de Israel o crédito pela operação inteira. Foi então que Jetro reconheceu a superioridade de Yahweh sobre todos os deuses das nações, tendo-lhe oferecido sacrifícios e ofertas queimadas. Jetro observou como Moisés estava trabalhando arduamente, a fim de tentar solucionar os inúmeros problemas que o povo de Israel lhe trazia para julgar; e o aconselhou a nomear assessores, em vez de tentar atuar como juiz exclusivo. E Moisés aceitou o conselho de seu sogro, tendo nomeado juízes e líderes de mil, de cem, de cinquenta e de dez (ver Êxo. 18:24,25). Após esse incidente, Jetro partiu para a sua própria terra.

Sabemos que os midianitas descendiam de Abraão por meio de Quetura (Gên. 25:2,4; I Crô. 1:32,33), sendo possível que Yahweh fosse um dos nomes do Ser divino entre eles. Em português, usamos a palavra latina para DEUS, isto é, DEUS; mas isso não significa que adoramos alguma divindade pagã romana.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 4542.

JETRO Também foi aparentemente chamado de Reuel (Êx 2.18) e Hobabe ou Raguel (Nm 10.29). Era um sacerdote dos nómades midianitas (q.v.) que residiam nas proximidades do monte Sinai (Êx 2.16; 3.1; 4.18). Era descendente de Abraão com Quetura (Gn 25.1,2) e, por conseguinte, possuía os vestígios do verdadeiro conhecimento de Jeová (Êx 18.10-12). Moisés se casou com Zípora, uma das sete filhas de Jetro, durante os 40 anos que permaneceu ao lado deste homem (Êx 2.22; 4.20; 18.3,4; At 7.29). Moisés pediu e recebeu de Jetro a permissão para retornar ao Egito (Êx 4.18-20). Foi acompanhado por Zípora e seus dois filhos, porém Moisés mandou-os de volta a Jetro por alguma razão desconhecida (Êx 4.24-26; 18.2).

Depois do êxodo do Egito, e enquanto os israelitas estavam nas proximidades do monte Sinai (cf. Êx 3.12 com 19.2,3), Jetro trouxe Zípora e seus dois filhos de volta para Moisés (18.1-6). Jetro fez coisas notáveis nessa reunião:

PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1049.

JOSUÉ (PESSOAS)

Ver o artigo separado sobre o livro de Josué, relacionado ao primeiro homem que, na Bíblia, recebeu esse nome.

Josué, filho de Num, assistente e sucessor de Moisés.

  1. Nome. Esse nome deriva-se do hebraico, Yehoshua, «Yahweh é salvação». Moisés mudou o nome dele, de Oséias («salvação»), para Yehoshua. Ver Núm. 13:16 e 13:8. Esse é o equivalente veterotestamentário de JESUS. A Septuaginta traduziu aquele nome hebraico para o grego, lesous, a forma grega do nome hebraico.
  2. Família. Ele era filho de Num, que era filho de Elisama, príncipe da tribo de Efraim (Êxo. 33:11; Núm. 1:10).
  3. Informes Históricos
  4. Considerando-se a habilidade de Josué como estrategista militar, é possível que ele tivesse sido um soldado profissional, treinado no Egito. A arqueologia dá-nos conta de que estrangeiros eram contratados pelo exército egípcio. Moisés usou Josué como seu comandante militar, contra o ataque dos amalequitas, em Refidim (Êxo. 17:8-16). A tarefa de Josué era organizar aquele bando de ex-escravos, que tão recentemente haviam obtido a liberdade, organizando com eles um exército respeitável. A tarefa, pois, não era nada pequena.
  5. Josué era o ministro pessoal e assistente de Moisés, quando este recebeu a lei (ver Êxo. 24:13; 32:17).
  6. Josué foi um dos espias enviados para obter uma visão geral da terra a ser conquistada. Ele foi um dos dois únicos que deram um relatório bom, e encorajaram o ataque (Núm. 14:6-9).
  7. O povo de Israel, como um todo, foi proibido de entrar na Terra Prometida, em face de desobediência e incredulidade. Somente Josué e Calebe tiveram permissão, dentre aquela geração inteira, de entrar na Terra Prometida (Núm. 26:65; 32:12; Deu. 1:34-40).
  8. Josué foi comissionado para ocupar a liderança, após o falecimento de Moisés. Josué, pois, tornou-se o novo pastor de Israel (Núm. 27:12-17). Ele recebeu a autoridade divina de Moisés (Núm. 27:20). Foi ordenado por Moisés para assumir seu novo posto (Núm. 27:21-23; Deu. 3:21-28).
  9. A tarefa de Josué consistia em liderar Israel na conquista da terra de Canaã (Jos. 1- 12). Se excetuarmos uma comunidade que, através de engodo, conseguiu assinar um acordo de não-agressão com Josué, ele conseguiu exterminar os habitantes de Canaã até o último homem, excetuando aqueles lugares onde obteve vitórias apenas parciais.
  10. Quando quase a totalidade da Palestina havia sido conquistada, Josué recebeu a tarefa de averiguar que a mesma fosse dividida entre as doze tribos (Jos. 13-21).
  11. Josué foi homem de notável habilidade como líder, conforme se vê em seu trabalho capaz, como o general dos exércitos de Israel (Jos. 1-12), em sua capacidade de conduzir espiritualmente os israelitas, estabelecendo os acordos apropriados (Jos. 8:30-35); ao orar pedindo poder e orientação espirituais, e recebendo as mesmas (Jos. 10:10-14); em seu respeito pela mensagem espiritual e pelo uso que fazia da mesma, o que tanto o ajudou a conduzir corretamente o povo de DEUS (Jos. 1:13-18; 8:30-35,11:12,15; 14:1-5, 23:6). Quando da divisão da terra, ele mostrou ser um hábil administrador (Jos. 13-21).
  12. Foi Josué quem deu ao sistema tribal dos israelitas sua forma fixa, impondo o elemento do acordo para fixação de terras específicas entre as diversas tribos (Jos. 24:1-28).
  13. Idade avançada e morte. Quando o fim de sua vida terrena aproximava-se, Josué quis consolidar os ganhos que obtivera. Convocou uma assembleia, com representantes de todo o povo de Israel, e apresentou um solene discurso e incumbência, relembrando-os sobre o que fora realizado, e exortando-os a guardarem a aliança e continuarem na fé de seus pais. Em Siquém, foi renovada a aliança com o Senhor. Josué faleceu com a idade de cento e dez anos, e foi sepultado em sua cidade, Timnate-Sera, pertencente à tribo de Efraim (Jos. 24:29). Isso ocorreu em cerca de 1365 A.C.
  14. Tipos. Na seção IX, no artigo sobre Josué (Livro), em seu primeiro ponto, mostramos como Josué é símbolo de CRISTO. Ele foi o JESUS do Antigo Testamento. Ambos conduzem à Terra Prometida, e ambos receberam uma autoridade acima da de Moisés. Aquela seção sublinha certo número de outros tipos que se encontram no livro de Josué, e que nos são instrutivos.
  15. Caráter de Josué. Foi Josué quem disse a Israel: «...escolhei hoje a quem sirvais... Eu e a minha casa serviremos ao Senhor». (Jos. 24:15). Isso exprimiu a atitude que Josué teve durante toda a sua vida. Ele foi uma personagem das mais fulgurantes do Antigo Testamento, a quem o próprio Moisés não fez muita sombra. Sentimo-nos infelizes diante de tanta matança que houve na conquista da terra de Canaã.

Problemas Especiais, segundo ponto, O Tratamento Dado aos cananeus, quanto a uma discussão sobre essa questão. É óbvio que Josué sempre cumpriu o seu dever, sem nenhum grande desvio, sem nunca haver cometido qualquer grave infração, o que também se vê no caso de todos os outros grandes vultos do Antigo Testamento. Josué serve de ilustração do homem que confronta alguma imensa dificuldade, mas a vence, porquanto nele não havia nem dúvida e nem hesitação, de tal modo que, com coragem e resolução, ele foi capaz de realizar a tarefa que o Senhor lhe deu.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 4581

JOSUÉ - Líder dos israelitas em sua conquista da terra prometida.

Como tinha mais de 40 anos de idade quando deixou o Egito, e parecia bem qualificado para assumir o comando das forças israelitas que lutaram contra os amalequitas em Refidim (Êx 17.8-16), é possível que tivesse sido treinado pelo exército do Faraó. Durante aquele ano, no monte Sinai, Josué serviu como auxiliar direto de Moisés quando esse último recebeu as leis, e todas as vezes que ia à tenda onde encontrava e ouvia o Senhor (Êx 24.13; 32.17; 33.11). Mesmo depois de deixar o Sinai, Moisés considerava Josué como um "moço" e achava necessário censurá-lo por proibir dois anciãos do acampamento de profetizar (Nm 11.27-29).

Dos que iniciaram a jornada, somente Josué, Calebe e aqueles que tinham menos de 20 anos permaneceram vivos ao final dos 40 anos, e receberam permissão para entrar em Canaã (Nm 26.65; 32.12; Dt 1.34-40). O Senhor ordenou a Moisés que desse a Josué o encargo de ser o novo pastor de seu povo, quando o legislador entendeu que logo morreria ao invés de entrar em Canaã (Nm 27.12-23; Dt 3.21-29). Moisés solenemente investiu Josué com honra e autoridade perante Eleazar, o sumo sacerdote, e toda a congregação, e compartilhou o espírito de sabedoria ao impor as mãos sobre ele (Nm 27.18,23; Dt 34.9). Como parte dos preparativos finais de Moisés para a continuidade da aliança, ele publicamente advertiu Josué a ser corajoso e forte a fim de levar Israel à terra de sua prometida herança (Dt 31.3,7,8). Quando Moisés e seu sucessor se dirigiram à porta da tenda, DEUS comissionou Josué de uma forma direta (Dt 31.14,15,23). Depois da morte de Moisés, o Senhor bondosamente repetiu essa ordem particularmente a Josué, aumentando as suas promessas com a finalidade de encorajá-lo na véspera da invasão de Canaã (Js 1.1-9).

Acampado a leste do Jordão, Josué enfrentou dois imensos problemas: (a) como cruzar o rio transbordante; e (6) como vencer os adversários cananeus. DEUS lhes deu a vitória sobre os dois obstáculos, enchendo de terror os habitantes da terra (Js 2.9-11) e interrompendo as águas do Jordão, quando o povo marchou cheio de fé em sua direção e na hora em que os sacerdotes que carregavam a arca pisaram em suas águas (3.14-17).

Josué demonstrou ser possuidor de grande disciplina ao obedecer às inusitadas táticas de DEUS para vencer Jericó.

Ele subjugou o país como um todo, e promoveu a necessária segurança para permitir que cada tribo entrasse e reclamasse a herança que lhe fora destinada.

Josué possuía as qualidades de um verdadeiro líder. Exibiu grande coragem desde a primeira batalha contra os amalequitas em Refidim, mantendo-se firme todas as vezes que começavam a prevalecer, até o seu ataque contra a associação de reis cananeus junto às águas de Merom. Era rápido ao receber e obedecer às ordens de seu divino Comandante-em-chefe (por exemplo, 5.13-6.5), e suficientemente humilde para reconhecer sua constante necessidade de depender do Senhor - embora tenha deixado de buscar a DEUS na questão da identidade dos enviados de Gibeão (9.14,15). Josué era um homem de honra. Ele cumpriu o acordo feito com os dois espias sobre o lar de Raabe, e poupou a família desta mulher quando a cidade de Jericó foi derrotada (6.22-25). Também não invalidou o tratado feito pelos príncipes israelitas com os gibeonitas (9.18-26). Porém, a melhor qualidade que ele demonstrava era a sua total devoção à lei de DEUS. Saturava a sua mente e o seu coração com a Palavra do Senhor. Dessa maneira, a nação confiava em suas decisões (veja 1.13-18; 11.11,15; 14.1-5). Em meio às suas primeiras campanhas, Josué dedicou tempo ao estabelecimento da aliança de Israel com a nova lei da terra em seu próprio centro, em Gerizim e Ebal (8.30-35). Em seu discurso de despedida apelou ao povo, pedindo que cada um renovasse o compromisso de sua aliança com o Senhor, exortando-os a guardar e a fazer "tudo quanto está escrito no livro da Lei de Moisés" (23.6).

Seu santo exemplo de temor e obediência ao Senhor continuou a influenciar a nação mesmo depois de sua morte, e durante o período dos anciãos que a ele sobreviveram (24.31).

PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 195-197.

 

 

 

 

 

 

   SUBSIDIO JUVENIS  LIDERANÇA CRISTÃ LIÇÃO  N.1 

    LIDERANÇA CRISTà    

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 “carisma”, originalmente essa palavra se refere a dons do Espírito Santo, mas aqui na lição ela é usada como sinônimo de carinho, afabilidade. Ver tópico 2.1.- “desenvolver seus talentos”, Jesus não apontava o erro dos outros diretamente como fazem alguns irmãos, mas Ele mostra pelo ensinamento, o que a pessoa tem de melhor, como no caso do fariseu e do publicano, onde Jesus ressaltou que a oração do publicano foi a melhor, Lc 18.10-14.   

 

LIDERANÇA NOS MOLDES DE CRISTO: “exemplo de liderança”, toda liderança no meio cristão deve ser imitação da que Jesus praticava com seus apóstolos. Atualmente muitos líderes buscam aprendizado secular para diversas áreas da obra de Deus, mas todo conhecimento de liderança, motivação, trabalho com casais, psicologia e etc, tem sua origem na Palavra de Deus. Livros e diversos trabalhos tem mostrado como Jesus trabalhava as questões de relacionamento, dessa forma até os ímpios tem em Jesus uma fonte de sabedoria e exemplo veja esses livros: “Jesus, o Maior Psicólogo que já Existiu - Mark W. Baker” ; “Jesus, O Maior Líder Que Já Existiu – Laurie Beth Jones” ; “Como Jesus tratava as pessoas - Morris Venden” e muitos outros livros.

 Servir aos outros: “citar por exemplo”, você pode apresentar outros exemplos como o faraó, que se apresentava como um deus, os reis de Babilônia e do império persa aceitavam adoração e não admitiam que se fizesse suplicas a qualquer outro Deus.- “até mesmo nos próprios discípulos”, o ser humano foi criado para servir e adorar o Pai, por isso todos tem essa parte da sua natureza escondida dentro de cada um. Porém após a queda do homem, a sua natureza foi corrompida e o seu coração passou a ser enganoso e os seus desejos se tornaram influenciados por Satanás que desejou estar acima de Deus.

- Essa forma de liderança que Cristo nos deixou como exemplo, é motivacional, pois quando observamos nosso líder se empenhando em algo, então nos sentimos motivados a fazer o mesmo.

Inspirar aos outros: “tem a sua base no exemplo”, essa forma de liderança que Cristo nos ensinou é motivacional, pois quando observamos nosso líder se empenhando em algo, então nos sentimos motivados a fazer o mesmo pelo exemplo do líder os liderados seguem.

- No meio militar existe a seguinte frase: “As palavras convencem e o exemplo arrasta.” Essa frase quer dizer que por mais que se fale mil palavras a alguém, essa pessoa vai somente aprender, mas quando ela ver alguém colocando em prática o que foi lhe falado, então ela se animará a fazer o mesmo.

 Crer no melhor que há nos outros: “pudesse ver qualidades em Pedro”, o segredo é olhar com os olhos bons assim como ensinou o Mestre em Mt 6.22. Pois todas as pessoas tem qualidades e defeitos, se olharmos para alguém procurando o que ela tem de errado, logo acharemos seus defeitos, Mas se olharmos para a mesma pessoa com bons olhos vendo o que ela tem de bom, então iremos encontrar suas qualidades.- “Barnabé tem o seu justo destaque”, esse servo de Deus é um grande exemplo para todos os obreiros de nossos dias, ele nunca quis ser mais do que Paulo, quando todos estavam vendo os erros de Paulo, ele viu que Paulo tinha potencial, quando todos viam a imaturidade de João Marcos, Barnabé via a sua disposição de jovem para o serviço missionário.

 

             LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO PAULINA 

                          

Liderança é conduzir um grupo de pessoas a um objetivo, comandando com a aceitação dos liderados, sem imposição de lei ou regra externa, mas o liderado aceita as orientações do líder por disciplina consciente. Dessa forma Paulo comandava as igrejas conduzindo-as a Cristo, orientando-as e ensinando conforme as orientações do próprio Mestre.

            Carisma: “carisma”, originalmente essa palavra se refere a dons do Espírito Santo, mas aqui na lição ela é usada como sinônimo de carinho, afabilidade, empatia. Sugere que Paulo era carinhoso e afável com seus liderados.“diante de reis”, pela carisma de Paulo, ele falava sem ofender, com autoridade e conhecimento, dessa forma o apostolo estava habilitado a falar tranquilamente a pobres e ricos. “profundo conhecimento”, esses opositores do ministério de Paulo poderiam usar o conhecimento de oratória que tinha para pregarem mais e ganharem mais almas pro Reino de Deus. Porém eles resolveram acusar a Paulo, semelhante a muitos hoje.“procedia de opositores”, comente que a carta aos Coríntios é uma carta de argumentos de Paulo contra alguns de Corinto que o acusavam e não aceitavam a liderança, principalmente pelo fato de ele não ter andado com Jesus Cristo.

 Coragem: Aqui afirma que Paulo tinha coragem principalmente no falar, repreendeu quando foi preciso, inclusive aos apóstolos.

- “repreender Pedro em público”, essa passagem se encontra em Gálatas 2.11-14, Paulo repreende Pedro pois ele demonstrou uma hipocrisia, pois quando estava só com os gentios ele comia com eles, mas quando chegou os judeus ele se afastou dos gentios. Isso desagradou a Deus e a Paulo. “àquele que abortara a missão”, essa afirmação se refere a passagem de At 15.36-40, quando Paulo e Barnabé se separaram por contenda, pois Barnabé queria que seu sobrinho Marcos os acompanhassem, mas Paulo não admitia erros, não aceitava indecisão e não quis que Marcos fosse com eles. Convém lembrar que João Marcos se tornou um grande missionário depois e foi o autor de evangelho de Marcos.  

 Comprometimento: “homem de palavra”, relembre aos alunos que o líder é aquele que os liderados seguem e respeitam a sua palavra, ele tem crédito, porque fala com seriedade e cumpre o que fala, mas como respeitarão se o obreiro não tiver palavra, não cumprir os acordos e compromissos. Comente que muitos que estão na direção de muitas igrejas não são líderes, não tem palavra e não percebe quando a igreja vai se esvaziando, pois ninguém gosta de ser orientado por uma pessoa sem compromisso com sua própria palavra. Geralmente são os que mais cobram a fidelidade dos outros. “aborrece”, significa odiar, detestar, essa palavra é muito usada na Bíblia ex:“Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.” Rm 7:15.“explica o porquê”, ninguém está livre de imprevistos, de forma que não possa cumprir alguns compromissos, porém veja a orientação aqui na lição, no caso é dar uma satisfação. Alguns obreiros deixam de comparecer a uma reunião de oração, e não dão nenhuma satisfação, se tornam obreiros sem comprometimento.

        LIDERANÇA QUE DESENVOLVE TALENTOS

“identificar líderes”, Paulo não era centralizador, quando ele encontrava alguém capacitado, ele o preparava e dividia a responsabilidade com esse irmão. O pastor centralizador é aquele que não distribui cargo nenhum, ele fica com a secretaria, tesouraria, EBD, Departamento de missões, etc.

     Dificuldades em achar interessados no ministério

 - “capacidade de um líder varia”, nem todos são iguais, uns estão em todos os cultos, outros não. Uns vão à vigília no sábado a noite e estão na EBD domingo de manhã, outros não conseguem. Esse princípio está expresso na Bíblia na seguinte passagem: “ E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.” Mt 25.5. Leia e comente com suas palavras esse tópico, pois ele é importantíssimo, acrescente dizendo que naquela época para ser obreiro tinha que ser convertido de verdade, diferente dos dias atuais em que muitos obreiros ainda tem dúvida quanto ao seu chamado.

 

      Olhos e ouvidos abertos para identificar líderes

  

 - ilustração: Um fato real, “certo obreiro começou trabalho com uma pequena igreja em um bairro no interior do Rio de Janeiro, e no período de um ano ele não chamou ninguém para assumir a secretaria, nem a tesouraria, nem consagrou nenhum obreiro, dessa forma não podia fazer nenhuma obra de visitas, nem qualquer atividade que precisasse de apoio, e com um ano aquele igrejinha fechou, pois o irmão não tinha os olhos abertos para identificar possíveis colaboradores e futuro líderes.- Tem obreiro que centraliza tudo com medo de perder status, medo de perder o prestígio.

                     

Coração aberto para dar oportunidades: “oportunidade a homens e mulheres”, acrescente que para achar possíveis líderes, a oportunidade é uma ferramenta fundamental, pois quando alguém recebe uma oportunidade, o dirigente pode observar como é o trabalho desse irmão ou irmã, mesmo que erre no começo, mas se for dedicado então tem talento.- “João Marcos”, o texto de Atos 15.36-38 mostra que Marcos havia abandonado Paulo e Barnabé na obra, dessa forma Paulo não teve mais confiança nele, porém peça aos alunos para lerem a referência de 2 Tm 4.11, e comente que Paulo reconheceu depois o valor daquele jovem, comente que se alguém decepcionou, não quer dizer vais decepcionar sempre. Deus é quem molda os seus servos.  

 

                A FIDELIDADE DOS OBREIROS DO SENHOR 

                  A PREOCUPAÇÃO DE PAULO COM A IGREJA

Paulo, um líder comprometido com o pastorado.O versículo do texto áureo revela o coração amoroso de Paulo que, apesar deencarcerado, ansiava por notícias dos irmãos na fé. O apóstolo temia que a igreja filipense ficasse exposta aos “lobos devoradores” que se aproveitam da vulnerabilidade e da fragilidade das “ovelhas” a fim de “devorá-las” (Mt 10.16; At 20.29). Paulo se preocupava com a segurança espiritual do rebanho de Filipos e esforçava-se ao máximo para atendê-lo.2. Paulo, o mentor de novos obreiros.

O apóstolo apresenta dois obreiros especiais para auxiliar a igreja de Filipos. Primeiramente, Paulo envia Timóteo, dando testemunho de que ele era um obreiro qualificado para ouvir e atender às necessidades espirituais da igreja. Em seguida, o apóstolo valoriza um obreiro da própria igreja filipense, Epafrodito. Este gozava de total confiança de Paulo, pois preservava a pureza do Evangelho recebido. O apóstolo Paulo ainda destaca a integridade desses dois servos de Deus contra a avareza dos falsos obreiros (v.21). Estes são líderes que não zelam pela causa de Cristo, mas se dedicam apenas aos seus próprios interesses.

 Paulo, um líder que amava a igreja:Ao longo de toda a Carta aos Filipenses, percebemos que a relação do apóstolo Paulo para com esta igreja era estabelecida em amor. Não era uma relação comercial, pois o apóstolo não tratava a igreja como um negócio. Ele não era um gerente e muito menos um patrão. A melhor figura a que Paulo pode ser comparado em seu comportamento em relação à igreja é a de um pai que ama os seus filhos gerados na fé de Cristo. Todas as palavras do apóstolo — admoestações, exortações e deprecações — demonstram um profundo amor para com a igreja de Filipos. Precisamos de obreiros que amem a Igreja do Senhor. Esta é constituída por pessoas necessitadas, carentes, mas, sobretudo, desejosas de serem amadas pelos representantes da igreja (2Tm 2.1-26).

               O ENVIO DE TIMÓTEO À FILIPOS (2.19-24)

.                 1. Paulo dá testemunho por Timóteo.

 

O envio de Timóteo à Filipos tinha a finalidade de fortalecer a liderança local e, consequentemente, todo o Corpo de Cristo. Além de enviar notícias suas à igreja, Paulo também esperava consolar o seu coração com boas informações acerca daquela comunidade de fé. Assim, como Timóteo era uma pessoa de sua inteira confiança, considerado pelo apóstolo como um filho (1Tm 1.2), tratava-se da pessoa indicada para ir a Filipos, pois sua palavra à igreja seria íntegra, leal e no temor de Deus. Paulo estava seguro de que o jovem Timóteo teria a mesma atitude que ele, ou seja, além de ensinar amorosa e abnegadamente, pregaria o evangelho com total comprometimento a Cristo (v.20).

  1. O modelo paulino de liderança.Timóteo, Epafrodito e Tito foram obreiros sob a liderança de Paulo. Eles aprenderam que o exercício do santo ministério é delineado pela dedicação, humildade, disposição e amor pela obra de Deus. Qualquer obreiro que queira honrar ao Senhor e sua Igreja precisa levar em conta os sofrimentos enfrentados pelo Corpo de Cristo na esperança de ser galardoado por Deus. Nessa perspectiva, o principal ensino de Paulo aos seus liderados era que o líder é o servidor da Igreja. O apóstolo aprendera com Jesus que o líder cristão deve servir à Igreja e jamais servir-se dela (Mt 20.28).

 As qualidades de Timóteo (2.20-22)Timóteo aprendeu muito com Paulo em relação à finalidade da liderança. Ele se solidarizou com o apóstolo e dispôs-se a cuidar dos interesses dos filipenses como um autêntico líder. Paulo declarou aos filipenses que Timóteo, além de “um caráter aprovado”, estava devidamente preparado para exercer a liderança, pois tinha uma disposição de “servir” ao Senhor e à igreja. Todo líder cristão precisa desenvolver uma empatia com a igreja, tornando-se um marco referencial para toda a comunidade de fé (1Tm 4.6-16).

 

         EPAFRODITO, UM OBREIRO DEDICADO (2.25-30).

 

  1. Epafrodito, um mensageiro de confiança.Epafrodito era grego, um obreiro local exemplar e de caráter ilibado. O apóstolo Paulo o elogia como um grande “cooperador e companheiro nos combates”. Sua tarefa inicial era a de ajudar o apóstolo enquanto ele estivesse preso, animando-o e fortalecendo-o com boas notícias dos crentes filipenses. Epafrodito também fora encarregado de levar a Paulo uma ajuda financeira da parte da igreja de Filipos, objetivando custear as despesas da prisão domiciliar do apóstolo.
  2. Epafrodito, um verdadeiro missionário.Epafrodito não levou apenas boas notícias para o apóstolo, mas também propagou o Evangelho nas adjacências da cidade de Filipos. Em outras palavras, Epafrodito era um autêntico missionário. À semelhança de Silvano e Timóteo (1Ts 1.1-7), bem como Barnabé, Tito, Áquila e Priscila, ele entendia que, se o alvo era pregar o Evangelho, até mesmo os sofrimentos por causa do nome de Jesus faziam parte de seu galardão. 

 

Paulo envia Epafrodito.Filipenses 2.20 relata o desejo de Paulo em mandar alguém para cuidar dos assuntos da igreja em Filipos. O pensamento inicial era enviar Timóteo, pois Epafrodito adoecera vindo quase a falecer. Deus, porém, teve misericórdia desse obreiro e o curou (v.27), dando ao apóstolo a oportunidade de enviá-lo à igreja em Filipos (v.28). Epafrodito possuía condições morais e emocionais para tratar dos problemas daquela igreja. Por isso, o apóstolo pede aos filipenses que o recebam em Cristo, honrando-o como obreiro fiel (vv.29,30). Que os obreiros cuidem da Igreja de Cristo com amor e zelo, e que os membros do Corpo do Senhor reconheçam a maturidade, a fidelidade e a responsabilidade dos obreiros que Deus dá à Igreja (Hb 13.17).




 PAULO SE IDENTIFICA COMO SERVIDOR DE CRISTO (6.1,2)

 Paulo se descreve como cooperador de Deus no ministério da reconciliação (v.1). A organização dos capítulos da Bíblia (não somente das epístolas paulinas) muitas vezes não obedece à estrutura lógica dos versículos. Os dois primeiros versículos do capítulo 6 são um complemento do capítulo cinco. Quando Paulo usa o plural e "nós, cooperando também com ele", refere-se ao Senhor Jesus que realizou a obra expiatória, pois o Pai o fez pecado por nós (5.21), a fim de pagar a dívida da humanidade, reconciliando-nos com o Criador.
Ao tornar conhecida a obra da redenção, Paulo afirma que estamos cooperando com Jesus Cristo. Deus não depende de ninguém para fazer o que precisa ser feito, mas Ele deseja uma relação de comunhão e serviço em conjunto com o homem, para que este tenha o privilégio de participar do ministério da reconciliação.
 Paulo, um modelo de líder-servidor. Paulo aprendeu com Jesus que o serviço é a postura ideal para quem deseja liderar, pois o Mestre mesmo disse que não tinha vindo ao mundo para ser servido, mas para servir (Mt 20.26-28). O apóstolo dedicou, pois, sua vida e personificou sua liderança como um líder-servidor. Ele procurou imitar o Mestre em tudo, servindo apenas aos interesses da Igreja de Cristo (2 Co 12.15; Fp 2.17; 1 Ts 2.8).
 Paulo desperta os coríntios para a chegada do tempo aceitável (v.2). O versículo dois é uma citação de Isaías 49.8. Neste vaticínio do profeta messiânico, surge o Servo do Senhor (que é o Cristo profetizado), com a promessa de ajuda no dia em que a salvação for manifestada aos gentios. Paulo usa a profecia para anunciar que o tempo aceitável (favorável) é agora, o dia da salvação é hoje, e a proclamação do Evangelho que pregava está no presente. O tempo aceitável por Deus e pelos homens é agora, e todos podem participar livremente da reconciliação oferecida em Cristo. A parte final do versículo dois evidencia a preocupação paulina com os coríntios em relação à graça de Deus. A graça salvadora é para "agora", porque este é o momento oportuno de sua aceitação.



              A ABNEGAÇÃO DE UM LÍDER-SERVIDOR (6.3-10)

 O cuidado de um líder-servidor. Paulo volta a descrever as agruras do seu ministério apostólico, a fim de fortalecer o fato de que o líder na Igreja de Cristo precisa estar pronto para enfrentar as dificuldades inerentes ao ministério. O apóstolo afirma essa verdade, com as seguintes palavras: "não dando nós escândalo em coisa alguma" (v.3). Em outras palavras, ele estava dizendo que evitava dar qualquer "mau testemunho", para que o seu ministério em particular e o de seus companheiros não fossem desacreditados.
 Experiências de um líder-servidor (vv.4-6). Nos versículos 4 a 6, Paulo descreve seu ministério apostólico apresentando uma série de seis tribulações e aflições experimentadas por ele. Didaticamente, ele separa esses acontecimentos em três conjuntos, contendo três "experiências" cada. Nos versículos 4 e 5, ele menciona: "aflições, necessidades e angústias" e "açoites, prisões e tumultos". O primeiro e segundo conjuntos descrevem as várias situações de sofrimento, que causaram danos físicos e materiais ao apóstolo Paulo. Ainda no versículo cinco, ele menciona "trabalhos, vigílias e jejuns", referindo-se às dificuldades enfrentadas em seu ministério. Porém, apesar de tudo isso, Paulo não se envergonha do Evangelho de Cristo nem desiste de continuar seu trabalho.
. Os elementos da graça que o sustentaram nestas experiências (vv.7-10). Em contraposição às seis dificuldades mencionadas acima, no versículo seis, Paulo apresenta outros seis "elementos" que lhe deram força interior, resultantes da graça, e que o sustentaram, bem como a seus companheiros, naquelas tribulações: "pureza, ciência (conhecimento), longanimidade, benignidade, a presença do Espírito Santo e o amor não fingido (verdadeiro)".
A pureza, que é o primeiro elemento, tem a ver com a atitude de um coração íntegro e mãos limpas para realizar a obra de Deus. Ao citar ciência, Paulo referia-se ao conhecimento da Palavra de Deus. Longanimidade fala da capacidade de suportar injúrias e desprezos, sem nutrir ressentimentos. A benignidade, traduzida às vezes por bondade, possibilita o líder cristão a não agir com revanche ou desforra. Fazer algo no Espírito Santo significa reconhecer a sua direção em todas as decisões da nossa vida. Por último, Paulo fala do amor, que deve este ser a nossa maior motivação para o exercício ministerial. Todos esses elementos positivos têm sua fonte no Espírito Santo (v.6), o qual produz o amor não fingido.



  AS ARMAS DE ATAQUE E DEFESA DE UM LÍDER-SERVIDOR

 As armas da justiça numa guerra espiritual (v.7). Quando usa a metáfora de armas, a mente de Paulo parece transferir-se para um campo de batalha. Como embaixador de Cristo, sente-se também como um soldado preparado para a luta. Suas armas não são materiais ou exteriores; são espirituais (Ef 6.11-17; 1 Ts 5.8). Sua força interior é o "poder de Deus" que o capacita a enfrentar as adversidades sem se render ou transigir em sua integridade moral e espiritual.
 Os contrastes da vida cristã na experiência de um líder-servidor (vv.8-10). Nos versículos 8 a 10, o texto mostra alguns paradoxos da experiência de Paulo como servo do Senhor. O Comentário Bíblico Pentecostal da CPAD afirma que Paulo "experimentou louvor e vergonha; foi elogiado e caluniado, visto como um genuíno servo de Deus e como uma fraude enganosa; foi tratado como uma celebridade e também ignorado" (p.1099). Ora, em todas essas ocasiões, Paulo superou as dificuldades e circunstâncias sem perder de vista a perspectiva divina. Essas experiências deram-lhe condições de ter alegria frente à tristeza e, pela pobreza material, ter a certeza da inefável riqueza celestial.
 Paulo dá uma resposta aos adeptos da Teologia da Prosperidade (v.10). "Como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo". Paulo fala literalmente de pobreza material. Não há nada metafórico nessa frase. Ele fortalece o conceito de que a possessão material não é símbolo de riqueza espiritual. Por isso, a riqueza que Paulo podia oferecer era proveniente do Evangelho de Cristo. Dessa forma, o apóstolo demonstra que a pobreza terrena não significa nada, e que ninguém precisa tornar-se pobre para obter riquezas espirituais. A questão aqui é: Qual a  nossa prioridade - Deus ou o dinheiro? Pois ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24).    Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos seguir os passos de Jesus que foi, é e sempre será o modelo perfeito de líder-servidor. Ele viveu para fazer a vontade do Pai e servir a todos (Mc 10.45).
"Agora é o Dia da Salvação 6.1,2. Como cooperadores de Deus, que pertencem a Ele, como também trabalham para Ele, e como embaixadores de Cristo (2 Co 5.20), Paulo e sua equipe exortavam os coríntios a não receber a graça de Deus sem resultado algum. Os coríntios tinham recebido a graça de Deus, inclusive a salvação por Cristo, mas eles não deviam supor que a salvação é mantida automaticamente. É possível 'deixá-la ir por nada' (2 Co 6.1, NEB). Isto aconteceria se eles voltassem à antiga maneira de viver ou se dessem ouvidos aos críticos 'superespirituais' ou aos falsos apóstolos que estavam ensinando um evangelho diferente (cf. 2 Co 11.4; Gl 2.21). Precisamos viver de acordo com a nova vida que nos foi dada (cf. Jo 15.2; Deus tira os ramos que não dão frutos). A seguir, Paulo cita Isaías 49.8 e o aplica aos coríntios. Eles estavam vivendo nos dias em que a profecia estava sendo cumprida.  É o dia de Deus, o tempo de Deus. Paulo não diminui a importância da era futura ou as últimas coisas. Mas eles têm de reconhecer que esta é a era final antes da era milenar. Agora é o dia em que Deus torna possível a reconciliação a Ele por Cristo. Hoje é o dia da salvação (cf. Hb 3.12-15). À medida que nos aproximamos do fim dos tempos também temos de aplicar as observações de Paulo à nossa época, de forma que não recebamos a graça de Deus 'em vão' [...]. Nada seria mais triste que ter recebido a graça de Deus e, no fim, se perder. (HORTON, Stanley M. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. 1.ed. RJ, CPAD, 2003, pp.213-14).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net