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Apologética combater os falsos profetas (2)
Apologética combater os falsos profetas (2)

FALSOS PROFETAS

 

 

Jd 1.12            Estes são manchas em vossas festas de caridade, banqueteando-se convosco e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;

Jd 1.13            ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações, estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas;

Mt 7.15           Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.

2Pe 2.1            Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. 

 

 

12: Estes são os escolhos em vossos ágapes, quando se banqueteiam convosco, pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos; são arvores sem folhas nem fruto, duas vezes mortos, desarraigadas;

 

Algumas traduções dizem aqui máculas ou manchas, como tradução do termo grego «spilades»; mas a tradução «rochas» é melhor. Contudo, ambas as traduções são possíveis para essa palavra grega. Ver Homero, Odisséia iii.298, quanto à palavra aqui usada, ali com o sentido de «rochas». Não eram meras máculas corruptoras nas «festas de amor» (o «agape», a Ceia do Senhor), mas eram ameaças ocultas de destruição, que podem «afundar» a espiritualidade de qualquer homem, levando uma congregação cristã inteira ao naufrágio. O trecho de II Pe 2:13 menciona os levantes feitos pelos gnósticos, por ocasião das «festas de amor». Traziam alcoolismo e imoralidade para essas ocasiões.

 

Vários intérpretes preferem a tradução «máculas», «manchas», neste ponto, porquanto as festas de amor eram «corrompidas», pelas práticas pecaminosas, como uma «mancha» estraga a pureza de algo. Seja como for, a lição é clara. Eles não respeitavam nem mesmo a solenidade da celebração da Ceia do Senhor.

 

«...banqueteando-se juntos sem qualquer recato...» Com base em I Co 11:22, sabemos que a Ceia do Senhor (originalmente um banquete seguido pela cerimônia com o pão e o vinho e o lava-pés), tornou-se desculpa para alguns se embebedarem e beberem em excesso. Os gnósticos levavam isso mais além, evidentemente ocupando-se em atos imorais, devido à toxidez alcoólica. É claro que alguns de seus banquetes, supostamente efetuados em nome de Cristo, terminavam em orgias sexuais. Glutonaria e partidarismos caracterizavam as suas ações. A «festa de amor», no caso de alguns dos membros pobres da igreja, provavelmente era a melhor refeição da semana, e talvez até mesmo a única verdadeira refeição. No entanto, muitos negligenciavam aos pobres, levando-os a continuarem famintos, ao passo que eles mesmos comiam gulosamente. Em tudo isso lhes faltava totalmente a consciência e o temor. Nada havia de amor fraternal ou de espírito comunitário neles. O fato que podiam corromper assim à Ceia do Senhor, «sem temerem», mostra a ascendência que tinham ganho sobre certas congregações locais, além de ser uma reprimenda contra tais igrejas, por permitirem a continuação de tal situação.

 

«...pastores que a si mesmos se apascentam...» O termo «pastores» não se acha no original grego, embora possa ser derivado do verbo. Tais indivíduos pastoreavam-se a si mesmos, ao mesmo tempo que permitiam que os pobres continuassem a passar fome. Quando um pastor é autêntico cuida dos interesses das ovelhas, sobretudo de sua alimentação espiritual. Mas os falsos pastores cuidam somente de si próprios, tanto quanto ao alimento literal, por ocasião da Ceia do Senhor, como no tocante a outras questões. Eram indivíduos egoístas, que buscavam somente aos seus próprios interesses. Nada sabiam acerca do amor fraternal. Isso pode ser contrastado com a atitude do «Bom Pastor» e com a atitude de seus subpastores, conforme se vê refletido em Jo 10:11; Ez 34:8; Mt 26:31; I Co 9:7; Hb 13:20; I Pe 2:25.

 

«...nuvens sem água...» Das nuvens é que vem o sustento para a vida vegetal e animal, pois delas é que nos chega o suprimento de água potável, através da chuva. Os falsos mestres, entretanto, «prometem» dar vida, mediante seus ensinamentos, mas terminam sem derramar nenhuma gota de água. A figura de linguagem aqui usada pelo autor sagrado é extraída dos capítulos dois a cinco do livro de Enoque, onde se faz o contraste entre os fenômenos constantes da natureza e a instabilidade dos homens, que se mostram imprevisíveis. Os homens não são «constantes» nos mandamentos do Senhor. Porém, apesar da figura de linguagem ter sido tomada por empréstimo do livro deEnoque (com uma aplicação diferente), o significado é o de Pv 15:14, que diz: «Como nuvens e ventos que não trazem chuva, assim é o homem que se gaba de dádivas que não fez». (Isso pode ser confrontado com II Pe 2:17, onde se lê sobre «fontes sem água», o que certamente é uma adaptação da idéia que encontramos aqui).

 

«...impelidas pelos ventos...» As nuvens se reúnem formando uma massa; prometem a mui necessária chuva. Mas eis que vem um vendaval e as dispersa rapidamente, e nenhuma chuva cai. Assim também sucedia com os gnósticos, em suas pretensões, os quais prometiam vida eterna e bem-estar a seus seguidores, embora suas promessas fossem vazias, secas e estéreis. Praticavam apenas o engodo; sua conduta era traiçoeira. «Dos mestres esperamos a chuva beneficente da doutrina e do exemplo: mas esses homens erram como nuvens que não dão chuva e somente escondem o sol». (Bigg,in loc).

 

«...árvores em plena estação dos frutos...» Eram aqueles mestres quais árvores que poderiam ter fruto, mas que se secava antes de provir dali qualquer bem. Eram «árvores infrutíferas no fim do outono», cuja estação produtiva viera e se fora sem qualquer resultado positivo. Por ocasião da estação da «colheita», no outono, quando os homens saem para apanhar frutos, estavam tais árvores inteiramente despidas de seu fruto, pelo que eram árvores completamente sem valor. Tal como na metáfora anterior, é salientada a idéia da «expectação desapontada». O grego original diz aquiphthinoporinos, vocábulo derivado de «phthino», «desperdiçar», e de «opora», «outono». Eram «árvores outonais» que deveriam estar carregadas de frutas, mas que, na realidade, estavam despidas delas. Eram «infrutíferas», por natureza.

 

Algumas árvores produzem fruto no outono, sendo esse o tempo de ficarem elas carregadas. Outras árvores dão fruto em período anterior, pelo que, no outono, elas estão despidas de fruto e parecem mortas. Não há certeza sobre qual figura de linguagem o autor sagrado queria que compreendêssemos. Seja como for, no outono, essas árvores estavam sem fruto, sem importar se alguém esperava ou não encontrar fruto nelas naquela estação do ano.

 

«...desprovidas...» No grego temos apenas «akarpa», «infrutíferas». Os homens pensavam em encontrar naqueles mestres fruto espiritual em abundância; no entanto, tinham de afastar-se desapontados. Nada obtinham naqueles mestres falsos, porquanto estes nada mostravam da magnificência de Cristo, o qual é nossa vida; pelo contrário, degradavam de Cristo, substituindo-o por muitos «aeons», muitos pequenos deuses, salvadores e mediadores. Assim sendo, nada mostravam do exemplo de Cristo, nem o tinham como o seu grande alvo (ver Hb 2:10: Ef 1:23; Rm 8:29; II Co 3:18; Cl 1:6 acerca de Cristo como o «Alfa e o Ômega» da criação).

 

«...duplamente mortas...» Essa expressão tem provocado várias interpretações da parte dos estudiosos, a saber:

1.         Eles são infrutíferos e parecem mortos, como uma árvore no fim do outono ou do inverno. É como se o sinal da morte tivesse aparecido neles. Na realidade, porém, estavam «realmente» mortos, e não só na aparência. E assim a «segunda morte» já transparecia neles. Esta interpretação tem a vantagem de preservar o estrito simbolismo da árvore frutífera, que é estéril; mas a maior parte dos intérpretes se sente justificada por não limitar-se à sugestão da metáfora da «árvore».

2.         Talvez esteja subentendido que, antes de professarem a Cristo, estavam «mortos», em transgressões e pecados (a primeira morte). Desde que o professaram, visto não se terem verdadeiramente convertido, e estando agora na apostasia, estavam novamente «mortos», o que seria uma confirmação da primeira morte. Essa interpretação salienta que estão realmente mortos agora, tendo abandonado o único meio de vida.

3.         O autor sagrado talvez queira dizer que antes estavam espiritualmente mortos, antes de sua conversão, tendo recebido vida verdadeira, em Cristo, por ocasião de sua conversão; subseqüentemente, porém, na apostasia, eles tinham abandonado essa vida, morrendo novamente.

4.         É certo, pelo menos, que o autor sagrado está descrevendo o fim natural dos apóstatas. (Ver Hb 6:4-6;10:26,27; Ap 20:14,15 e 21:8 quanto a idéias paralelas, embora com o uso de outros termos). Quando abandonam a Cristo, «morrem», embora, de certa feita, tenham realmente vivido. Essa «primeira morte» é seguida pela «segunda morte», a do julgamento eterno (ver Ap 20:14). A segunda morte é o resultado da primeira, a qual é causada pela rejeição a Cristo. Aqueles que rejeitam a vida de Cristo, estando mortos, entram no ambiente da morte espiritual. (Ver Cl 3:6 quanto ao significado da morte e do juízo espiritual). Essa morte consiste essencialmente de ser o indivíduo barrado do verdadeiro destino do homem, o qual é a participação no próprio «tipo de vida» de Deus, ou seja, a participação em sua natureza e atributos. Esse é o verdadeiro alvo do homem; e, se chegar a falhar nisso, então tornar-se-á espiritualmente morto, sem importar o que Deus, em sua misericórdia, faça por ele. (Ver II Pe 1:4; Cl 2:10; II Co 3:18 quanto a esses conceitos).

5.         Alguns pensam que essas palavras são adverbiais, como se dissessem que eles estão completamente mortos,«duplamente mortos», realmente mortos nos seus pecados, porque têm abandonado a Cristo, a origem de toda a vida real.

 

«...desarraigadas...» Tais árvores estavam mortas; ocupavam o espaço inutilmente. Tinham de ser arrancadas. Isso pode ser comparado com a metáfora usada por Jesus, acerca da vinha e dos ramos. Aqueles ramos que perdem o contacto vital com a vinha, que dá a seiva de vida, logo se ressecam e morrem. Então são cortados e lançados no fogo(ver Jo 15:1-6). Permanecer na vinha dá vida; isso indica a comunhão mística com Cristo, mediante o Espírito Santo, o qual nos infunde a vida divina. Cristo é a raiz que confere vida à árvore. Mas o tronco deve ter conexão vital com o ramo.

 

13: ondas furiosas do mar, espumando as suas próprias torpezas; estrelas errantes, para as quais tem sido reservado para sempre o negrume das trevas.

 

«...ondas bravias do mar...» As ondas bravias são traiçoeiras, destruindo e espalhando sujidades(Qualidade ou estado de sujo), mas também representam a instabilidade. (Isso pode ser comparado com Tg 1:6: «...pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento». Os falsos mestres não têm fé firme, que possa ser aprovada por Deus, mas vivem em constante agitação, tornando-se destruidores.

 

«Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo. Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz» (Is 57:20,21).

 

«...espumam as suas próprias sujidades...» A turbulência e agitação dos falsos mestres resulta no fato que propalam atos e palavras impuros, a imundícia da carne, atos desonrosos, tal como a força das ondas sobre uma praia faz espumar toda a espécie de imundície.

 

«As duas ilustrações anteriores, os escolhos e as nuvens, referem-se à profissão falsa dos libertinos e o engodo que provocam; e a terceira ilustração, a das árvores mortas, salienta a condição miserável deles; a quarta e a quinta fornecem-nos excelente descrição de sua impiedade e falta de vergonha, bem como seu destino eventual. A frase 'agriakumata' (ondas bravias) encontra-se em Sabedoria xiv. 1. A palavra rara, 'epaphridzo' (espumar) é usada acerca do mar, em Mosco v.5. Refere-se à vegetação marinha e outros restos trazidos pelas ondas e lançados nas praias, com o que se compara a produção abundante da impiedade (ver Sl 17:4), ao mesmo tempo que tais indivíduos transformam a graça de Deus em uma capa para sua licenciosidade (ver o quarto versículo)». (Mayer, in loc).

 

«...estrelas errantes...» O autor sagrado se refere a uma crença dos antigos, segundo a qual os «planetas» (palavra essa que significa «vagabundos») seriam estrelas que errariam pelo firmamento, pois, contrariamente às demais estrelas, estariam em movimento, mudando constantemente de posição. Não tinham consciência que os planetas não têm luz própria, estando em órbita ao redor do sol, o que explica seu percurso pelo firmamento. Os antigos, por misturarem aangelologia e a astrologia com sua incipiente e errônea astronomia, supunham que as estrelas fossem os corpos físicos de grandes seres espirituais, ou, então, os lugares onde habitavam esses seres. As «estrelas errantes» (planetas) seriam esses seres espirituais, ou mesmo seus lugares de habitação, que se teriam tornado culpado de agir contrariamente à ordenança de Deus, passando a errar pelo firmamento. O trecho de Enoque 18:12-16, que reflete essa crença, fala sobre o julgamento dessas estrelas (seres angelicais), devido a esse tipo de curso errante. «E para além do abismo vi um lugar que não, tinha firmamento nos céus acima, e nem terra firmemente fixada abaixo... era um lugar desértico horrível. Vi ali sete estrelas, como grandes montanhas em fogo, e quando interroguei a respeito, o anjo me disse: 'Este lugar é o fim dos céus e da terra: tornou-se uma prisão para as estrelas... E as estrelas que rolam por sobre o fogo são aquelas que transgridem os mandamentos do Senhor no começo de seu surgimento, porque não surgem no tempo determinado».

 

Judas faz aqui alguma modificação, pois, em lugar do fogo, ele fala sobre a comum expressão judaica trevas inferiores,uma alusão ao hades, as regiões obscuras debaixo da terra, que servem de prisão para as almas perdidas, angelicais ou humanas. Algumas pessoas se surpreendem ao ver essa astronomia errônea, misturada com conceitos astrológicos eangelológicos, nas Escrituras Sagradas, desculpando-as e dizendo que o próprio autor sagrado não cria em tais tolices, mas tão-somente as usou como base da expressão de suas idéias ou como linguagem simbólica. Mui provavelmente, porém, o autor sagrado realmente cria em tais idéias, tendo-as empregado para finalidades espirituais. Seja como for, a questão não é importante. Ele ensina verdades espirituais, sem importar os defeitos de sua ciência e de sua metafísica. Não obstante, foi devido ao uso desse material que antigos pais da igreja, melhor informados científica e metafisicamente, não permitiram que esta epístola de Judas ocupasse lugar no «cânon» das Escrituras. No entanto, não nos devemos preocupar exageradamente acerca dos «veículos» de expressão, pois um homem naturalmente reflete as crenças de sua época. O que importa é a verdade espiritual assim transmitida. Neste caso, a verdade é que os falsos mestres que se afastam das linhas estabelecidas por Deus, e fazem do próprio «eu» seu deus e guia, não podem escapar a um severo julgamento.

 

O trecho de Is 14:12 encerra uma alusão ao pecado dos planetas. Tal passagem compara Satanás, o filho da manhã, com a estrela da manhã, Vênus, porquanto o diabo caiu devido ao orgulho, e, tal como um planeta, afastou-se da órbita divina.

 

«...negridão das trevas...» As estrelas errantes, por terem desafiado a ordem estabelecida por Deus, por terem rejeitado sua autoridade, ao invés de terminarem em fogo (conforme diz a passagem de Enoque, acima citada, e que é seguida de maneira geral), são confinadas ao obscuro mundo exterior, abaixo da superfície da terra, o «sheol» ou hades. Provavelmente a alteração feita, naquilo que diz o livro de Enoque, não foi arbitrária, mas tornou-se a base do trecho de Is 14:9-15, acerca de Lúcifer, a «estrela da manhã», o qual, devido à sua altivez, desceu ao «sheol», ao «recesso do abismo».

 

Os mestres são apresentados como «luzes» no mundo (ver Fp 2:14,15; Mt 5:14-16; 6:23; Lc 16:8 e Jo 5:35). Aqueles que se recusam a operar assim, espalhando trevas, ao invés de luz, merecem o juízo das trevas exteriores, porquanto isso se adapta a seu caráter. Judas advertia que a apostasia haverá de incluir, finalmente, um julgamento amargo. As «estrelas» erravam; os apóstatas são vagabundos espirituais, que não guiam outros a nenhuma pátria certa, a nenhuma vitória espiritual, a nenhum triunfo moral, e nem à salvação final. Pelo contrário, são «estrelas caídas», as quais, tendo-se destacado da ordem determinada por Deus, finalmente deixam sua luz e a luz de seu universo e chegam a ser lançados na prisão das trevas. O simbolismo é muito vivido e instrutivo, embora com base em algumas idéias astronômicas símplices e errôneas.

 

As interpretações que pensam que essas «estrelas» seriam «cometas» ou «estrelas cadentes» (meteoritos) se originaram da ignorância dos antigos, os quais denominavam os planetas de «estrelas errantes», e esse é o sentido inerente ao vocábulo «planeta». O termo grego «planao» significa «errar», «vaguear». Bengel, entretanto, leva muito longe o simbolismo do termo «planeta», supondo que o autor sagrado sabia que os planetas não têm luz própria, pelo que não são, realmente, corpos luminosos, mas antes, tomam por empréstimo a luz que refletem. E isso seria excelente aplicação aos falsos mestres, os quais não possuem luz própria. Todavia, tal explicação é um refinamento exagerado do texto, porquanto dificilmente teria estado na mente do autor sagrado.

Bibliografia Normam r.Champlin,enciclopedia de teologia e filosofia,2010

 

 

 

Judas combate os falsos mestres

 

12, 13. Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, diz Judas numa diatribe veemente e brilhante. Agapais, "festas de caridade" ou "festas de amor cristão" é, sem dúvida alguma, o texto certo aqui(cf. a nota sobre 2 Pe 2:13), e vossas é preferível a "deles". Pode haver uma lição em estes homens são, pois a mesma frase volta a ocorrer nos vv. 16 e 19. E possível que Judas esteja pensando nas profecias acerca da apostasia, que se acham na literatura apócrifa do Antigo Testamento, ou nas profecias cristãs primitivas, e dizendo que estes homens as cumprem. As festas de amor cristão forneciam o meio-ambiente para a Santa Ceia na Igreja Primitiva, e dentro de bem pouco tempo demonstraram-se passíveis a abusos mediante a gula, a desordem e a imoralidade (1 Co 11:20 ss.). A imoralidade na festa de amor cristão irrompera na comu­nidade à qual 2 Pedro era endereçada, e parece que acontecerá aqui, também. Estes libertinos nas festas de amor cristão eram como reci­fes submersos, esperando para naufragar osincautelosos. De fato, foi neste recife que a Agape realmente foi ao fundo no século II. Há al­guma dúvida quanto ao significado de spilades, visto tratar-se de uma palavra rara, que ocorre somente aqui no Novo Testamento. No grego secular, significa "rochas" ou "rochas submersas", mas no quarto século já viera a significar "manchas" (ver ARC).Assim fica­ria um paralelo estreito com spiloi, "nódoas" em 2 Pedro 2:13, mas o significado mais antigo deve ser preferido nesta passagem que está cheia de símiles notáveis.

 

Se sem qualquer recato for interpretado com a cláusula anterior, o significado será "enquanto festejam temerariamente"; se for com a cláusula seguinte, o significado será "enquanto descaradamente cui­dam de si mesmos". As duas interpretações oferecem um bom sentido.

 

Em "rochas submersas" vemos o perigo que esta gente repre­senta; em "festejando descaradamente", vemos sua arrogância. A frase seguinte, a si mesmos se apascentam, sublinha seu egoísmo. Ficam sendo pastores para si mesmos, o que faz lembrar Ezequiel 34:8: "Os meus pastores... se apascentam a si mesmos, e não apas­centam as minhas ovelhas." Ao invés de cuidar dos outros, os desvia­ram. Ao invés de perder as suas vidas, e assim ganhá-las, procuraram salvar suas vidas — e assim as perderam (Mc 8:35).

 

Judas continua amontoando a invectiva em quatro metáforas marcantes. São as nuvens, as árvores, as ondas, e as estrelas. "O céu, a terra e o mar são rebuscados à procura de ilustrações destes ho­mens" (Moffatt).

 

Em primeiro lugar, são como nuvens que trazem a promessa de chuva, mas não dão uma gota sequer à terra sedenta; meramente ser­vem para ocultar o sol. Estas nuvens são levadas adiante pelo vento, e a terra embaixo não recebe benefício algum (ver Pv 25:14 nosso texto áureo). Aqui te­mos um exemplo pitoresco da inutilidade do ensino que é suposta­mente "avançado" e "iluminado" mas nada tem para oferecer ao cristão comum para nutrir sua vida espiritual. Acho que esta é uma advertência solene para aqueles que, como eu mesmo, somos teólo­gos profissionais. Devemos constantemente perguntar a nós mesmos se nossos estudos e o nosso conhecimento estão sendo de benefício para qualquer pessoa.

 

Em segundo lugar, são como árvores frutíferas estéreis. Há muita discussão acerca do significado preciso dephthinopõrinos. Bigg favorece "do outono", sendo que o significado literal dos com­ponentes da palavra é o "fim da fruição"; a estação em que o cresci­mento cessou e os galhos são desnudos. Mayor queixa-se que, se este for o caso, como as árvores poderiam ser culpadas por não dar frutos? Pensa que significa "que dão frutos no outono". Pode, na realidade, simplesmente significar isto, e a culpa ser concentrada na palavra akarpa — são desprovidas de frutos; embora também seja possível que a palavra signifique que seus frutos se secam antes de ficarem maduros. De qualquer maneira, estes mestres tinham vidas estéreis, quando deveriam ter sido frutíferos. Eram como a figueira estéril da parábola de Jesus (Lc 13:6-9). Tinham se esquecido das palavras de Jesus: "pelos seus frutos vós os conhecereis" (Mt7:20). Pedro tinha uma queixa semelhante para fazer acerca dos seus leitores. Cessaram de crescer (2 Pe 1:8; 3:18). São chamados duplamente mortas desarraigadas porque, no passado, tinham estado "mortos nos deli­tos e pecados" (Ef 2:1) e agora estavam mortos de novo, no sentido de terem sido cortados da sua raiz vivificante, Jesus Cristo (contras­tar Cl 2:7). O conteúdo daquilo que Judas está dizendo foi além dos limites da metáfora, conforme parece; embora, com um pouco de in­sistência, seja possível considerar a árvore uma vez morta por ser es­téril, e duas vezes morta por ter sido desarraigada. O desarraigar das árvores é uma metáfora veterotestamentária predileta do julgamento (SI 52:5; Pv 2:22).

 

Em terceiro lugar, são como ondas bravias do mar, que espu­mam as suas próprias sujidades, i.e., suas ações vergonhosas. Sem dúvida, Isaías 57:20 está por detrás desta linguagem figurada, ao fazer pensar na inquietude dos ímpios e sua produção contínua de escuma suja, tal como se acha espalhada nas praias depois de a maré recuar-se. A palavra epaphrizõ ("espumejar") é muito rara. O poeta Mosco a emprega acerca das algas e do lixo carregados na crista da onda, e depois depositados na praia.

 

Finalmente, são como estrelas errantes, cuja condenação é serem aprisionadas nas trevas para sempre. Judas está pensando, não em planetas, mas, sim, em estrelas cadentes que caem do céu e estão en­golfadas nas trevas — para o desgosto daqueles que as observam. Para esta metáfora, ele volta mais uma vez ao Livro de Enoque (xviii. 14 ss.) onde o anjo mostra a Enoque "uma prisão para as estrelas do céu”. Mais tarde, vê estrelas ligadas juntas, e é informado: "estas são as estrelas que transgrediram... e esta é a prisão dos anjos em que estão guardados para sempre" (xxi.2,6,10). Sugere-se assim que Ju­das está pensando na condenação dos anjos caídos (da qual falara no v. 6), quando fala da condenação reservada para as estrelas errantes. Esta conclusão é reforçada pelo fato de que passa a citar Enoque no versículo seguinte. Fingem ser luzes, mas se desviaram tristemente, e a condenação os aguarda (há provavelmente um jogo de palavras en­tre planétai, errantes plane, erro, no v. 11). A alusão a Enoque é especialmente apropriada, conforme indicou Irineu. Pois ao passo que os anjos maus perderam seu lar celestial por desobedece­rem a Deus, e caíram para a destruição, Enoque conquistou o céu por meio de obedecer a Deus, e foi salvo.

 

Nestes dois versículos, pois, Judas evocou um quadro rápido e marcante dos homens que está fustigando. Sãoperigosos como ro­chas submersas, egoístas como pastores perversos, inúteis como nu­vens sem chuva, mortos como árvores estéreis, sujos como o mar que espumeja, e com condenação tão certa como a dos anjos caídos.

 

A profecia de Enoque aplica-se a eles (14-16).

 

14,15. Judas agora confirma esta análise final dos seus oponentes com uma profecia de julgamento inescapável, o julgamento que acompa­nhará a volta de Cristo. Cita o Livro de Enoque (i.9) para enfatizar seu argumento. Em nenhuma parte do Antigo Testamento, aliás, Enoque é chamado o sétimo depois de Adão (embora isto pudesse ser inferido de Gn 5), mas é chamado assim em Enoque lx. 8; xciii. 3. Sétimo é impor­tante, pois sete é o número perfeito no pensamento hebraico, e enfatiza a estatura deste homem Enoque que andava com Deus (Gn 5:24). Uma profecia, para Judas, decide o assunto. Nada mais há que possa ser dito acerca da condenação dos mestres do erro. É interessante que Judas aplica esta profecia de muito tempo antes à situação dos seus próprios dias, assim como os homens de Cunrã aplicavam os escritos de Habacuque ao seu próprio tempo e situação. Embora só tenhamos uma terça parte do texto de Enoque em grego, possuímos este fragmento, e Judas segue o original bem de perto. Ao passo queEnoque estava pensando no Senhor como Deus vindo no julgamento, para Judas, natu­ralmente o kuríos é o Senhor Jesus, e Sua vinda é a parusia; os santos que o acompanham para o julgamento são os anjos (cf. Mt 25:31) e o julgamento é exercitado sobre os ímpios no que diz respeito tanto às suas palavras e às suas ações.

 

Se ele considerava Enoque como sendo inspirado, ou não, está fora do assunto, pois está citando um livro que tanto ele quanto seus leitores decerto conheciam e respeitavam. Fala-lhes numa linguagem que facilmente entenderão, e este permanece sendo um dos elementos mais importantes na comunicação da verdade cristã.

 

16. Judas completa seu quadro dos hereges em termos que M. R. James pensa terem sido tirados do capítulo 7 (do texto latino) da As­sunção de Moisés, mas que Chaine, com maior probabilidade, vê como uma aplicação da profecia deEnoque. Destarte, murmuradores e descontentes dão mais pormenores dos pecados de palavras que ti­nham cometido ("as palavras insolentes que... proferiram con­tra ele", 15), ao passo que andando segundo as suas paixões refere-se aos seus pecados de ação ("todas as obras ímpias que impiamente praticaram", 15). Depois, enlevado pela indignação, Judas acres­centa mais uma frase em cada categoria para completar o versículo.

 

Para murmuradores, Judas emprega a palavra deliciosamente onomatopaica, gongustês; Paulo a usara para descrever o desconten­tamento ardente dos israelitas no deserto (1 Co 10:10). Sempre que um homem fica fora de contato com Deus a probabilidade é que ele começará a queixar-se dalguma coisa. Resmungar e lamentar-se é uma das marcas que distinguem o homem sem Deus (cf. Fp 2:14). No caso dos homens aqui descritos, provavelmente estava queixando-se tanto de Deus quanto dos líderes da igreja. Esta resmungação estendia-se, também, à sua situação na vida. Sempre estavam amaldiçoando o seu azar (este é o significado literal de mempsimoiros, descontente). mempsimoiros era uma personalidade grega pa­dronizada, como Zé do Boné no Jornal da Tarde. "Não estais satis­feitos com nada que vos acontece; vós, vos queixais de tudo. Não de­sejais o que tendes, e anseias por aquilo que não tendes. No inverno, desejais que fosse verão, e no verão, que fosse inverno. Sois como os doentios, difíceis de agradar, e mempsimoiros!"(Luciano, Cínico, xvii). Infelizmente, estas palavras se adaptam a muitos cristãos. Este espírito inteiro de queixumes é condenado severamente em Tiago 1:13. E insultar o Deus que nos dá todas as coisas; é esquecer-nos que, seja o que nos acontece, nada pode nos separar do Seu amor, nem privarnos daquele tesouro mais precioso de todos, a presença do Senhor em nossas vidas (Rm 8:34-39; Hb 13:5, 6).

 

Depois, Judas reitera sua observação, que alguém poderia ser perdoado por sentir que já enfatizara demasiadamente, de que o com­portamento dele é governado, não pela vontade de Deus, mas, sim, pelos seus próprios desejos, andando segundo as suas paixões. A autodisciplina e o altruísmo estão desvalorizados; o próprio-eu é o que conta. Recebe respeitabilidade intelectual da parte de Nietzsche, Sartre, Camus, e muitos dos teatrólogos modernos, e afetou o homem comum mais do que ele quer reconhecer, com sua expressão popular: "Eu estou bem, João; você que se dane" — uma atitude de flagran­te egocentrismo. "Basta pensarmos como o mundo seria se todos os homens fossem assim, para vermos que completo caos se resultaria" (Barclay). É lógico que na realidade estes falsos mestres eram dignos de dó. Olhe a estocada final de Judas: A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por motivos interesseiros. São, ao mesmo tempo, bombásticos, barulhentos, cheios de si mesmos, entre aqueles que esperam impressionar; e também es­tão dispostos a lisonjear aqueles que consideram importantes, de modo que obterão alguma vantagem disto! Sobre esta questão de ba­julação, Mayor diz muito bem: "Assim como o temor a Deus expulsa o medo aos homens, assim também o desafio a Deus tende a colocar o homem no lugar dEle, como fonte principal do bem ou do mal aos seus companheiros.'' No fim de todos os raios com trovão que Judas despencou do arsenal de Deus contra estas pessoas, descobrimos que estão à mercê dos seus próprios temores daquilo que os homens lhes farão. Realmente ficam podadas bem embaixo. Hitler, o grande va­lentão, era um covarde no fim.

 

Os comentaristas procuram achar paralelos para a expressão incomum thaumazein prosõpa, "tendo as pessoas dos homens em ad­miração" (aduladores dos outros), na Assunção de Moisés v. 5 ("mi­rantes personas locupletum etaccipientes munera") mas a idéia era comum no judaísmo (Gn 19:21 LXX; Dt 10:17, etc), onde era odiado o favoritismo (Lv 19:15; Pv 24:23; Am 5:12). É interessante que tanto Judas como Tiago tenham achado necessário ecoar este ódio tradicional judaico contra a praxe de lisonjear.

 

Bibliografia M. Green +www.ebareiabranca.com

 

 

Judas combate com rigor os falsos profetas

 

Judas alerta os destinatários de sua carta, em todos os tempos e lugares, sobre a intromissão dos falsos crentes no seio da Igreja de Cristo. O sacro escritor diz-nos que, sem serem membros genuínos da igreja, se vestem de santos e participam da vida da igreja até mesmo nas celebrações mais reservadas, como a Ceia do Senhor. Judas utiliza-se de diversas figuras de linguagem para identificá-los e caracterizá-los: pastores que a si mesmos se apascentam, nuvens sem água, árvores sem frutos, ondas inconstantes e estrelas errantes. Essas figuras exprimem a ausência dos frutos e da verdadeira natureza cristã; elementos esses, que devem caracterizar os autenticamente "nascidos de novo".

 

Se não vigiarmos como a Palavra de Deus nos ordena, os ímpios se introduzirão de tal forma entre os santos, que viremos a perder todas as características de povo de Deus.

 

Judas identificou os falsos irmãos descrevendo-os em termos metafóricos, ou seja, com sentido figurado.

a) "São nuvens sem água" (v.12). Como nuvens que não dão chuva, não trazem benefícios a ninguém.

b) "Levadas pelos ventos" (v.12). Denota instabilidade de caráter.

c) "árvores murchas infrutíferas (v.12). "Árvores em plena estação de frutos, destes desprovidos" (ARA). Denota natureza infrutífera.

d) "Duas vezes mortas" (v.12). O termo salienta o fato que nem na primavera haveria esperança de vida nova. Em relação aos falsos crentes estas duas vezes mortas no sentido espiritual pode significar: antes da sua profissão de fé, estavam mortos e também na sua vida nominalmente cristã permanecendo mortos.

e) "Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações" (v.13). Os falsos irmãos, como o bravo mar, nunca têm paz, e como as encapeladas ondas que lançam espuma, plantas marinhas e destroços na superfície do oceano, estes homens espraiam-se em coisas vergonhosas (Is 57.20).

 

Vejamos o que Judas tem a dizer acerca desses joios que crescem entre o trigo. 

 

O ALERTA DE JUDAS QUANTO AOS FALSOS CRENTES

 

Judas faz-nos um grave alerta quanto aos ímpios que, sob o disfarce de abalizados mestres e doutores, intrometem-se em nossas festas e reuniões solenes. O apóstolo tacha-os de manchas, nuvens sem água, árvores murchas, ondas impetuosas e estrelas errantes (Jd 12).

1. Quando os ímpios se banqueteiam. A expressão grega spílos, traduzida como mancha, é usada também para descrever um vento sujo, lamacento e tempestuoso. Era um fiel retrato daqueles que se imiscuíam nos ágapes e outras festas dos crentes primitivos, com o intuito de banquetear-se a si mesmos, e deturpar a comunhão dos santos. Sutilmente, iam eles comprometendo a singeleza das reuniões cristãs, tirando destas toda a santidade e induzindo os néscios às mais grosseiras abominações (2Tm 4.6,7).

 

Fritz Rienecker aprofunda-se na exegese dessa passagem de Judas: "O significado aqui é que os falsos mestres eram responsáveis pela destruição da fé e do comportamento decente de seus companheiros cristãos, assim como recifes submersos podem afundar navios". Quantas igrejas não tem ido a pique em conseqüência da falta de vigilância e de rigor na aplicação da Palavra de Deus! 

 

2. Quando os ímpios mercadejam com o rebanho de Cristo. Muitos são os que fazem do rebanho de Cristo um simples mercado (2Pe 2.3). Visando lucros cada vez mais brilhante, vão juncando nossas searas de apostasias, cismas e mentiras. E o que dizer daqueles que, no ocaso de suas carreiras mundanas, transformam os púlpitos em palcos; e, os fiéis, em fãs abobalhados? Através de seus shows irreverentes, acabam eles por comprometer a adoração e a reverência dos cultos. Não bastasse, espoliam as igrejas com pesados cachês e outros encargos. Desgraçadamente, o que recusamos à Obra Missionária, entregamos aos aventureiros e mercenários.

 

3. Quando nossos modelos são trocados. Através de suas palavras e ações, os falsos doutores e mestres estão a induzir nossos jovens a uma vida fútil e descompromissada com Deus (Ap 2.14).

 

Tenho saudades do tempo em que os modelos de nossos jovens eram John Wesley, Charles Spurgeon, Daniel Berg e Billy Graham (Tt 2.17). Hoje, são jogadores e artistas que, embora se digam filhos de Deus, recusam-se a abandonar a cultura do príncipe das trevas. Não estou dizendo que não haja convertido entre eles; o que quero deixar bem claro é que, aquele que está em Cristo, nova criatura é (2Co 5.17).

 

A FALSA APARÊNCIA DOS ÍMPIOS

 

Eles têm muita aparência (2Tm 3.5). Demonstram estar sempre cheios. Mostram-se às vezes mais crentes que os próprios crentes. No entanto, são nuvens sem água. Dão a impressão de estarem carregados de unção, mas não chovem boas obras nem virtudes. São nuvens sem água levadas pelos vendavais das circunstâncias (Jd 12).

 

1. Quando as nuvens são inúteis. Judas apresenta os ímpios como nuvens arrastadas de um lado para outro, frustrando, com a sua inconstância, a expectativa dos que esperam pelas chuvas (Tg 5.7). Rienecker avança em sua exegese: "A sugestão é que os praticantes do erro são, todos, sombra e não substância; eles não têm nada para dar aos que são tolos o bastante para dar-lhes atenção". Leia Jd 10.

 

2. Quando os ímpios encontram guarida em nosso meio. Infelizmente, vêm os ímpios encontrando generosas guaridas em nossas igrejas. Promovem eles cultos de libertação, shows e até reuniões de avivamento. Cuidado! Não nos deixemos enganar! Você sabia que esses indivíduos são os que mais se esforçam por destruir a Escola Dominical? O sangue de Jesus tem poder! 

 

Eles não podem suportar uma igreja edificada na doutrina dos apóstolos e dos profetas. Se lhes resistirmos com a Palavra de Deus, certamente fugirão de nosso meio (Tg 4.7).

 

 A VIDA INFRUTÍFERA DOS ÍMPIOS

 

Eles existem, mas não têm vida. São duas vezes mortos (Jd 12). Além de estéreis, acham-se fossilizados. A expressão usada pelo apóstolo - fthinoporinós - retrata as árvores no final do outono: secas, desfolhadas, minguadas em seu crescimento. 

 

Infrutuosos, buscam exaurir-nos o fruto de nossa comunhão com o Espírito Santo, e drenarnos a seiva do serviço que santificamos ao Senhor Jesus Cristo (Gl 5.22). Eles não têm frutos. Se não se arrependerem, em breve serão lançados na fornalha de fogo ardente (Mt 3.10).

 

A IMPETUOSIDADE DOS ÍMPIOS

 

Os falsos movimentos fazem grandes alardes, e chegam a impressionar até os mais precavidos. Entretanto, não passam de "ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações" (Jd 13).

 

Recentemente, a igreja no Brasil foi surpreendida por um movimento que causou estragos irreparáveis em vários rebanhos. Mas, à semelhança das ondas referidas pelo apóstolo, acabou por se desfazer na rocha da sã doutrina (Jr 23.29).

 

Infelizmente, alguns estragos ainda não puderam ser reparados. Mas o Senhor a tudo presenciou. Em seu Tribunal, seremos chamados a prestar contas dos escândalos não evitados, das heresias não debeladas e das ovelhas não arrancadas aos lobos.

 

Não nos impressionemos com o som dessas ondas. Provemos se os espíritos procedem de Deus, ou se do príncipe deste século (1Jo 4.1). O Senhor Jesus alertou que os falsos mestres e profetas enganarão, se possível, os mesmos escolhidos (Mt 24.24).

 

O EFÊMERO BRILHO DOS ÍMPIOS

 

Nunca brilharam no mundo evangélico tantas estrelas! Vivemos a era do incremento do marketing pessoal. Já não se é atraído pela unção do mensageiro, mas por seu desempenho diante da mídia. Consagração, hoje, é sinônimo de performance. Quando se convida um pregador, já não se pergunta se tem ele comunhão com Deus, mas se tem intimidade com as câmeras. Não queremos saber se ele fala com Deus, mas se tem desembaraço para falar ao microfone.

 

Deixamo-nos, assim, arrastar por homens e mulheres destituídos da graça de Deus. Os tais só perseguem a glória humana. São como Demas que, por amar o presente século, abandonou a Paulo, tornando-se um astro errante (2 Tm 4.10).

 

Quanto aos astros e estrelas que, por intermédio de seu mau exemplo, fazem errar os que buscam o Cristo de Deus, está-lhes reservada "a negrura das trevas" (Jd 13). Aí haverá choro e ranger de dentes. Esta imagem de Judas deveria ser considerada por todos os que atuam no ministério cristão. Não fomos chamados para ser estrelas, mas a fim de brilhar como aqueles astros referidos pelo profeta (Dn 12.3).

 

CONCLUSÃO

De acordo com algumas pesquisas, os evangélicos no Brasil já superaram a casa dos 30 milhões. Se, por um lado, alegramo-nos com o avanço do evangelismo pátrio, por outro, não podemos ignorar a ameaça daqueles que já nos rodeiam interessados no mercado que representamos ou na quantidade de votos que possuímos.

 

Não haveremos de perder nossas características. Somos povo de Deus. E, como tais, permaneceremos. Não vamos permitir que os ímpios, e principalmente os falsos mestres e profetas, mercadejem com a igreja de Cristo. Muito cuidado! 

Bibliografia Pr A. Gilberto   +www.ebareiabranca.com  

 

 www.avivamentonosul.com